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2 de fev. de 2023

Catena-X

          Catena-X é uma joint venture global formada pelo grupo de montadoras e fornecedores de peças e serviços alemães Volkswagen, BMW, Mercedes-Benz, Basf, Henkel, SAP, Schaeffler, Siemens, T-Systems e ZF para criar uma organização de cooperação tecnológica e inovação.
          O negócio já foi aprovado pelos órgãos reguladores no Chile, Coreia do Sul, Polônia, Ucrânia,
Alemanha e Comissão Europeia, faltando apenas a aprovação brasileira.
          As empresas argumentaram que o projeto serve para tornar a experiência do cliente mais segura, 
além de apoiar o processo de descarbonização ao possibilitar a troca de informações.
          No Brasil, o grupo está acusando o regulador antitruste CADE de inviabilizar uma operação global focada em práticas ambientais, sociais e de governança (ESG), argumentando que o órgão fiscalizador determinou a aplicação de leis “inviáveis, inconstitucionais e condições ilegais” ao acordo que tornariam o projeto impossível. A agência viu problemas de concorrência, exigiu condições para aprovar a operação e nega irregularidades.
          Em 8 de fevereiro de 2023 o CADE reprovou a criação da plataforma Catena-X. Também decidiu que sua superintendência geral (SG) avaliará a possível violação da ordem econômica neste caso. A 
decisão desaprova a operação no Brasil.
          O relator do processo, conselheiro Gustavo Augusto, disse que a negociação dos recursos cabíveis ao processo foi “ampla, transparente e aberta”. Segundo ele, as empresas apresentaram um acordo que, embora incluísse os principais remédios pactuados, excluiu da minuta final, “sem prévia negociação ou comunicação” ao Conselho, diversas obrigações acessórias que seriam essenciais para a aprovação, e que são comumente incluídos em operações semelhantes. Entre elas, está a necessidade de o auditor independente (fiscal fiduciário) não ter conflito de interesses com as empresas.
          O CADE também passou a exigir que as empresas forneçam as mensagens trocadas em sistemas de informática, caso haja abertura formal de procedimento investigatório e se solicitado pelo Conselho. Para isso, teriam que manter essas mensagens em seus servidores por cinco anos.
          “A remoção dessa obrigação impossibilitaria o CADE de monitorar o cumprimento e verificar se os requerentes não estão trocando informações competitivamente sensíveis”, disse ele.
          “A alegação, feita de forma irresponsável pelos requerentes, de que os remédios incluídos no voto não foram discutidos com as partes, ou mesmo que inviabilizariam a operação, está longe de ser verdade”, disse o conselheiro. “É falsa, fantasiosa e irresponsável a alegação de que a redação final dos recursos foi concebida unilateralmente, sem qualquer discussão prévia com as partes, e é desconcertante que empresas do porte e da seriedade dos requerentes se coloquem nesta indigna papel."
(Fonte: jornal Valor - 02.02.2023 / 09.02.2023 - partes)

1 de fev. de 2023

Garde

          A gestora Garden foi fundada em 2013 pelos sócios Marcelo Giufrida, Carlos Calabresi, Marcio Georgetti e Rodrigo Pagnani, todos com anos de experiência no setor.
          A Garde começou com estratégia macroeconômica, com fundos multimercados, que era a expertise dos sócios.
          Considerando dados de setembro de 2020, a Garde tinha 41 profissionais (25 engenheiros da Poli-USP) e R$ 4,5 bilhões sob gestão. A meta era chegar a R$ 5,5 bilhões até o fim de 2021.
          Iniciada antes da pandemia, pela qual a gestora por sinal passou bem em seus primeiros meses, a estratégia da gestora foi partir para parcerias estratégias e a criação de fundos sob demanda. Foi a partir de conversas com gestoras de fundos e private banking que surgiu a ideia de lançar no fim de fevereiro (2020) um fundo alavancado, o Garde Porthos (todos os nomes dos fundos da casa estão relacionados à história dos Três Mosqueteiros), inspirado na estratégia de seu fundo mais conhecido, o Garde D'Artagnan FIM, mas com o dobro de risco.
          Além do Porthos, outros três produtos já saíram do papel em meados de 2020, todos frutos de parcerias. Um deles, em agosto (2020), um fundo que tem apenas a estratégia de renda fixa do D'Artagnan e foi destinado exclusivamente para um grande banco e destinado para compor suas carteiras de fundos de fundos.
          O segundo, o multimercado Vallon FIC FIM, foi desenvolvido a partir de um pedido da XP Investimentos, que queria oferecer em sua prateleira um fundo que tivesse a estratégia do D'Artagnan, mas mais arriscado – um intermediário de risco entre o D'Artagnan e o Porthos. O produto, que começou a ser vendido em 15 de setembro de 2020.
          “Em 2020 aceleramos os lançamentos por uma combinação de fatores. Investimos na parte de tecnologia, automação, processamentos internos, controle de riscos, tudo para deixar a infraestrutura mais robusta e estarmos mais preparados e com mais recursos para lidar com ampliação da oferta de fundos”, explicou Giufrida CEO da empresa..
          Outra frente de expansão foi a ampliação da presença de fundos em plataformas de investimento. Além de aumentar os produtos da prateleira da XP com o novo fundo (Vallon FIC FIM) também criou um fundo espelho do D'Artagnan para vender na Ágora.
          Em setembro de 2020 eram seis pessoas exclusivamente dedicadas à análise de empresas de capital aberto e à composição das carteiras de ações dos fundos – desde 2016, o time atua de forma independente, em uma outra gestora do grupo, a Garde Equity.
(Fonte: Valor Investe - 28.09.2020)

Macro Capital

          A Macro Capital é uma gestora de recursos criada em 2019, tendo sido idealizada por Nilson Teixeira e Mauro Bergstein, profissionais com mais de 30 anos de experiência de mercado e que 
trabalharam juntos no Credit Suisse e Garantia por 12 anos.
          A gestora é uma partnership, onde todos do time são sócios e que preza por um modelo meritocrático, com foco em resultado e no relacionamento com seus investidores, de forma transparente e ética. A equipe conta com mais de 15 associados, dos quais vários sócios com mais de 25 anos de mercado e atuações muito complementares.
          A Macro foca em Multimercados e hoje conta com dois fundos. A gestão é baseada em profunda análise fundamentalista e conta com modelagem quantitativa para ajudar na formulação dos cenários macroeconômicos. Há um trabalho constante na busca por uma otimização do portfólio de acordo com os limites de risco da gestora. Definidos os cenários, a gestora avalia quais os mercados que melhor os traduzem, e seleciona os ativos de cada um desses mercados que farão parte do portfólio. Combina posições estruturais de médio/longo prazos com posições táticas compradas e/ou vendidas de mais curto prazo. O fundo seleciona, com base em análise fundamentalista, ações de Brasil e América Latina, bem como índices e opções nos mercados de renda variável no resto do mundo, mais especificamente nos 
EUA, Europa e Ásia.
          Em fins de janeiro de 2023 vem a lume que a Macro Capital vai encerrar as suas atividades. A asset fechou 2022 com cerca de R$ 80 milhões sob seu guarda-chuva, volume considerado insuficiente para manter a estrutura robusta que marcou a operação e reter bons profissionais. A decisão vem após um ano em que os multimercados e fundos de ações apresentaram resgates expressivos, com a fuga do investidor para alternativas de renda fixa.
          Segundo Teixeira, que antes da Macro Capital passou quase 20 anos no Credit Suissse, a performance nesse período deixou a desejar em relação ao que a casa tinha como meta. E as condições para captar recursos no mercado ficaram mais complexas em meio ao aumento do custo de oportunidade, com a Selic em 13,75% ao ano, e com a concorrência de gestoras com bilhões de reais 
sob o seu guarda-chuva.
          "Quando a gente olha para frente, nosso cenário não é de um recuo importante, de forma rápida [dos juros], pelo contrário, tende a ficar estável nesse patamar por um período prolongado e isso faz com que aplicações de renda fixa, como LCI e LCA [letras de crédito imobiliário e do agronegócio, isentas de imposto de renda para a pessoa física] paguem até mais que o CDI, e a competitividade de um produto como o nosso fique menor."
(Fonte: site da empresa / ValorInveste - 30.01.2023 - partes)

28 de jan. de 2023

RenauxView

          A história da RenauxView iniciou em 1892, quando o cônsul Carlos Renaux fundou uma das primeiras fábricas de tecidos de Santa Catarina. Três décadas mais tarde, identificando uma oportunidade na produção de tecidos para decoração, o filho Otto Renaux, juntamente com Otto Neitsch, engendra um spinoff da fábrica mãe.
          Surge assim, em 27 de abril de 1925, e contando com 18 colaboradores, as Industrias Renaux S.A.
          Até o final da década de 1960, a empresa foi uma das principais fornecedoras nacionais de tecidos para estofamentos, cortinas, toalhas de mesa e outras aplicações domésticas.
          A partir dos anos 1970, a empresa passa a produzir tecidos para vestuário, voltados principalmente para a camisaria masculina. Desde a década de 1980, quando já empregava mais de 1.000 profissionais, a empresa figura entre as melhores empresas para se trabalhar na região.
          Levando a empresa para além da camisaria masculina, uma nova orientação estratégica é estabelecida a partir de 2006. Com foco em “soluções de moda” para os segmentos feminino, infantil e masculino, a nova estratégia contempla grandes investimentos em novas tecnologias de produção e beneficiamento.
          Em 2007, refletindo essa mudança, a empresa agrega a nova visão ao seu nome e passa a chamar-se RenauxView.
          Atualmente a empresa é reconhecida como uma das mais criativas fornecedoras de tecidos para a indústria da moda com soluções de coleção e exclusivas em tecidos de algodão, tecidos de viscose, tecidos de linho e tecidos com diferentes blends de fibras. Os artigos RenauxView são oferecidos em quatro linhas de produtos: tecidos fio tinto, tecidos estampados, tecidos em Jacquard e tecidos.
          Hoje, tendo sido reconhecida por seis vezes consecutivas pelo instituto Great Place to Work® como uma das melhores empresas para se trabalhar em Santa Catarina, é uma empresa alegre e criativa que oferece uma rica gama de tecidos para o vestuários em quatro linhas de produtos: unicolor, fio tinto, estampado e Jacquard.

A RenauxView não quer apenas produzir tecidos e fios, por isso, dá ênfase na criatividade, inovação e design. Busca uma vertente artística em tudo o que faz, pelo simples fato de ter vontade de produzir arte. Abastece, a cada coleção, os mercados nacional e internacional com soluções para atender à necessidade de cada cliente, sempre sob rígidos padrões de qualidade e respeito ambiental.

           Em 23 de janeiro de 2023, a RenauxView e a L.A. Administradora de Bens e Participações Eireli, divulgam Fato Relevante informando que decidiram realizar Oferta Pública de Aquisição de Ações (“OPA”) da Têxtil RenauxView S.A. com vistas ao cancelamento de registro de Companhia Aberta junto a Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”).
          Morreu em 2 de agosto de 2024 o gerente comercial da Renaux Walter Orthmann, que entrou para o Guinness Book, livro dos recordes, como a pessoa que trabalha há mais tempo em uma mesma empresa. Brasileiro, recordista mundial de tempo em um só emprego morre aos 102 anos. Orthmann, natural de Brusque (SC), trabalhava na loja de tecidos desde os 15 anos. Ele pediu um emprego no local em janeiro de 1938 e começou como empregado de expedição, trabalhando com etiquetagens, e mudou quatro vezes de cargo. Walter dedicou 86 anos de sua vida à empresa.
(Fonte: UOL - 02.08.2024 - parte)

26 de jan. de 2023

Dexxos (ex-GPC)

          O Grupo Peixoto de Castro - GPC, fundado pela família que lhe emprestou o nome, teve início de
suas atividades em 1997.
          Em abril de 2013 a Dexxos, então GPC, entrou em recuperação judicial — e permaneceria nela por sete anos. Uma estrutura de capital alavancada, com um nível de endividamento incompatível com a geração de caixa, levou a companhia a uma situação financeira crítica.
          Cerca de 39% dos papéis ON — os que dão direito a voto nas assembleias — estão nas mãos de membros da família Peixoto de Castro, que controla a empresa (daí o nome GPC).
          Dexxos é o novo nome da antiga GPC Participações — a mudança foi aprovada pelos acionistas
em 7 de junho de 2021.
          A troca da marca, nas palavras da própria empresa, trata-se de uma estratégia para a "modernização da identidade visual". Um rejuvenescimento à la Benjamin Button para um grupo que
está na ativa desde 1997.
          Uma das primeiras decisões, ainda em 2013, foi paralisar as operações no setor de Metanol, que demandavam recursos sem gerar um retorno atrativo. A partir daí, a empresa passou a focar nos segmentos químico, de aço e de óleo e gás, em que permanece até hoje.
          A recuperação judicial demorou longo tempo para ser concluída. Um dos motivos foi porque a venda do terreno da planta de metanol, no Rio de Janeiro, esbarrou em entraves burocráticos que atrasaram o processo em dois anos — o que travou o plano de recuperação, que atrelava a alienação
desse ativo à quitação de dívidas concursais.
          Em 2015, quando a venda finalmente foi liberada, o país encontrava-se em recessão econômica — e os potenciais compradores do terreno desapareceram. Foi necessária uma nova versão do plano, aprovada no ano seguinte, desta vez tendo fluxos de pagamento como base.
          Em 12 de novembro de 2020, pouco mais de sete anos e meio no limbo, a Dexxos conquistou um feito para poucos: conseguiu renascer das cinzas após um longo processo de recuperação judicial.
"Não dá pra fazer uma recuperação judicial somente para tratar do passivo, sem cuidar da operação. A estrutura estava inadequada, mas tinha bons ativos e negócios. Precisava de uma gestão melhor do portfólio, disse Rafael Alcides, CEO da Dexxos, E é claro que essa combinação entre recuperação judicial bem-sucedida e melhor ambiente de negócios não passou despercebida na bolsa: as ações da Dexxos (DEXP3) acumularam ganhos de 690% no período de um ano (parte de 2019 e 2020).
          A empresa hoje atua principalmente nos segmentos químico e de aço, sendo fornecedora importante para a indústria de óleo e gás. Ela também é sócia da Petrobras na Companhia Petroquímica do Nordeste (Copenor). Cada uma tem metade do ativo.
          Em maior ou menor escala, o aquecimento da construção civil dá forças a ambos os braços de atuação da Dexxos: as resinas químicas feitas pela empresa são vendidas principalmente à indústria de painéis de madeira; os tubos de aço também são demandados pelo mesmo setor.
          E a recuperação vista no setor de aço se deve também ao bom momento da cadeia de óleo e gás, em que a Dexxos é uma fornecedora reconhecida de tubos para campos terrestres — um segmento que 
possui contratos de prazos estendidos, dada a natureza dos projetos.
          A Dexxos aprovou, em assembleia geral extraordinária de 4 de junho de 2024, as incorporações das ações das suas controladas GPC Química e Apolo.
(Fonte: SeuDinheiro - 14.06.2021 / Valor - 05.06.2024 - partes)

25 de jan. de 2023

Caemi

          Em 1964, quando o executivo Eliezer Batista deixou a Vale, foi convidado pelo empresário Augusto Trajano de Azevedo Antunes do Grupo Caemi. Na Caemi, Eliezer ajudou a criar a Minerações Brasileiras Reunidas, uma bem-sucedida concorrente da Vale.
          A Caemi se estabeleceu no Edifício Barão de Mauá (projetado por Oscar Niemeyer), no Rio de Janeiro.
          Augusto Trajano de Azevedo Antunes morreu em 1996,
          Nos anos 2000, a Caemi Mineração é adquirida pela Vale, quando esta tinha em seu conselho de administração o executivo Roger Agnelli.

24 de jan. de 2023

Chevron

          A petrolífera americana Chevron é uma das empresas resultantes da divisão da Standard Oil Company. Era inicialmente conhecida como Standard Oil California, ou Socal. Fez parte do grupo conhecido como sete irmãs - as sete maiores empresa petrolíferas do início do século XX.
          Em 1933, a Socal conseguiu a concessão do governo da Arábia Saudita para prospecção de petróleo no país. Em 1938, a empresa encontrou o que viria a ser a maior reserva de petróleo do mundo e apoiou economicamente a Alemanha Nazista. Sua subsidiária, California-Arabian Standard Oil Company, viria a evoluir para a empresa Arabian American Oil Company ou Aramco (atualmente, Saudi Aramco).
          Em 2001, fundiu-se com a Texaco, mudando seu nome para ChevronTexaco. Em maio de 2005, a empresa anunciou que retornaria a se chamar apenas Chevron.
          Em novembro de 2011, a Chevron teve um vazamento de 3700 barris de óleo na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. A empresa pagou 35 milhões de reais de multa.
          A Chevron anunciou, em 23 de outubro de 2023, que vai comprar a rival e também americana Hess por US$ 53 bilhões, informou a agência Dow Jones. Segundo o anúncio da companhia, a aquisição vai ajudar a melhorar e diversificar seu portfólio, adicionando ativos na Guiana e no Golfo do México. A companhia adquirida também tem entre suas unidades de negócio reservas de xisto nos Estados Unidos e de gás natural no sudeste da Ásia.
          Em maio de 2024, Chevron e Ipiranga assinaram acordo de licenciamento de marca para Texaco no mercado varejista de combustíveis no Brasil. A iniciativa marca o retorno da marca ao país após um hiato de 16 anos, após a venda da rede de postos de combustíveis da multinacional ao grupo Ultrapar, dono da distribuidora de combustíveis.
          Pelo acordo, a Ipiranga será licenciada pela Chevron para vender combustíveis Texaco, com foco em uma rede de postos da marca, além de lojas de conveniência Star Mart. Os combustíveis vendidos nos postos Texaco contarão com tecnologia Techron, informaram as empresas em comunicado à imprensa.
          Chevron e Ipiranga também são sócias da Iconic, fabricante de óleos lubrificantes, fluidos e graxas.
          A Chevron detém atualmente (maio de 2024) participações em 19 blocos de exploração e produção de petróleo e gás em águas profundas nas costas do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.
          No início de maio de 2024, a Chevron anunciou que Javier La Rosa assumiu o cargo de CEO da Chevron Latin America, com sede em Buenos Aires. A empresa supervisiona operações na Argentina, Brasil, Colômbia, Suriname e Venezuela. Antes de assumir sua nova função, o Sr. La Rosa atuou como CEO da Chevron Venezuela por seis anos. Ele também liderou as operações da empresa no Brasil e na Colômbia.
(Fonte: Exame - 30.10.2019 / Wikipédia / Valor - 23.10.2023 / 14.05.2024 - partes)

21 de jan. de 2023

Saci (refrigerante)

          Na década de 1960, alinhada às preocupações da época, a Coca Cola Company voltou os esforços de seus pesquisadores para o desenvolvimento de bebidas a base de proteína. A ideia era que, uma vez que refrigerantes tinham enorme popularidade, uma mudança na fórmula poderia colaborar para melhor nutrir a população.
          Três iniciativas foram desenvolvidas na época visando os mercados emergentes com altos índices de subnutrição. O Tai, o Samson e a primeira delas, lançada no Brasil, no dia 7 de fevereiro de 1968. Era Saci – o refrigerante poderoso. Segundo a divulgação da época, cada garrafa da bebida continha seis gramas de proteína. “Ou seja, 3 por cento por volume, a um nível que de acordo com os nutricionistas internacionais, pode oferecer uma valiosa contribuição ao problema da carência de proteínas na alimentação humana”.
          Focar o marketing na suplementação se provou ineficiente, por isso logo a estratégia mudou para falar em energia e saúde. Por isso o garoto propaganda dos anúncios é sempre um rapaz musculoso, e nunca o duende perneta que a batizou. Ao que parece a escolha do nome se deu exclusivamente pela cor da bebida, buscando uma ligação afetiva com o público.

1966-Nutritional-Project-Coca-Cola.jpg          A festa de lançamento do Saci no Brasil ocorreu na cidade de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, onde também o produto era fabricado. A cidade foi escolhida, esclarecem os jornais da época, devido à alta produção de soja. Afinal, o Saci, apesar de vendido como refrigerante, tinha como seus principais ingredientes o leite de soja como fonte de proteínas e o cacau para o sabor. Mais tarde foi lançada também a versão caramelo.
          William Shurleff e Akiko Ayoagi, em History of Soybeans and Soyfoods in South America, apontam que o Saci era na verdade uma bebida leitosa não carbonada, algo como os Sucos Ades que tanto sucesso fizeram nos anos 2000. Só que em garrafas de vidro.
          O sucesso esperado nunca chegou. Após três anos de comercialização, a produção do Saci foi interrompida, tendo circulado entre 1968 e 1971. Em 1970 o Samson teve outros níveis de sucesso quando lançado no Suriname e no México. Sua base era caseína, proteína do leite semelhante ao Whey. Não demorou muito para que surgisse na América Latina versões do Samson em pó e em barra.
          O Saci teve uma sobrevida no país em 1976, quando o governo brasileiro anunciou seu Programa de Alimentação do trabalhador. Ainda segundo Shurleff e Ayoagi, repetindo a estratégia adotada com o Samson, a Coca Cola Co. desenvolveu Saci em pó para atender as especificações do governo. Inicialmente o produto estava disponível apenas no sabor chocolate, sendo posteriormente complementado pelos sabores mocha, morango e coco.
          Para Neville Isdell, antigo CEO da Coca, o motivo do fracasso do Saci foi muito simples. Em seu livro Inside Coca-Cola: A CEO’s Life Story of Building the World’s Most Popular Brand ele descreve sua experiência ao acompanhar o lançamento do produto. Todos estavam empolgados com o que o Programa Nutricional da Coca poderia fazer, tanto é que o próprio Saci teve seu preço subsidiado no começo a espera do lucro. Não deu certo. “Tinha um gosto horrível, ninguém queria beber. Nós chegamos até mesmo a distribuí-lo para as escolas, mas mesmo quando era de graça ninguém o consumia”.
          Teria sido o Saci um produto a frente do seu tempo? Ou uma soma de decisões equivocadas, desde o marketing até o sabor? Atualmente você pode encontrar uma garrafinha do Saci no World of Coca-Cola. em Atlanta, nos Estados Unidos.
(Fonte: colecionadordesacis.com.br - 05.02.2018)

13 de jan. de 2023

Granja Faria

          A Granja Faria foi criada em 2006, pelo empresário Ricardo Faria em Nova Mutum, Mato Grosso.
          Considerando o período desde que foi criada até o início de 2023 a empresa investiu mais de R$ 1,5 bilhão em 15 aquisições e mantém (novas) aquisições no radar.
          Com sede e produção comercial de ovos em Santa Catarina, e unidades no Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Goiás e Tocantins, a Granja Faria está focada em se estabelecer na região Nordeste.
          Os ovos férteis são produzidos em unidades no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás e Mato Grosso. Nesta divisão, 50% da produção é exportada.
          Como a área de ovos comerciais foi uma consequência natural do negócio de ovos férteis, grande parte das galinhas da empresa são caipiras — cerca de 1,5 milhão, de um total que chegará a 13 milhões, incluindo os 3 milhões que virão com o BL Ovos e os 4 milhões da divisão dos ovos férteis.
          Ainda no segmento de ovos, a Granja Faria também possui uma indústria de processamento que fabrica produtos líquidos e em pó, vendidos para empresas dos segmentos de massas e panificação, entre outros. Esse negócio representa cerca de 5% do faturamento da empresa.
          Em dezembro de 2022, a Granja Faria compra da BL Ovos, cujo negócio foi fechado por R$ 290 milhões.
          A Granja Faria aguarda o sinal verde do CADE, órgão regulador antitruste, para assumir as operações da BL Ovos, e as fazendas da empresa também serão aprimoradas com novas tecnologias, disse o CEO Denilson Dorigoni.
          Com a aquisição da BL, que tem unidades no Espírito Santo e em Goiás e faturou R$ 300 milhões em 2022, a Granja Faria amplia sua produção e presença geográfica. A marca tende a se manter porque o mercado de ovos ainda é muito regionalizado.
          A empresa tem 22 unidades, todas com suas áreas produtivas e comerciais. E com o BL passa a atender Espírito Santo e Bahia, onde não estava presente.
          Em forte expansão, empresa de ovos estima faturamento de R$ 2 bilhões para o ano de 2023. Além das aquisições, a empresa conta com o crescimento orgânico e a entrada efetiva na fase comercial de um novo ramo de negócios – a produção de fertilizantes organominerais, em que atua desde 2021, com duas fábricas, no Tocantins e em Minas Gerais.
          Faria atua na produção agrícola por meio da Terrus, empresa que comprou a Insolo em 2021. Esse negócio, segundo ele, transformou sua atuação nessa frente na maior empresa de produção agrícola do Cerrado do Maranhão, Tocantins, Piauí, e Bahia, região conhecida como Matopiba. No ciclo 2023/24, as culturas da Insolo cobrirão 230 mil hectares (incluindo culturas de verão e de entressafra).
          As lavouras de soja, milho e sorgo da empresa cobrirão 150 mil, 50 mil e 30 mil hectares, respectivamente. A forte expansão da Insolo acontecerá apesar dos problemas climáticos do ciclo atual, afirmou o empresário.
          Desde junho de 2023, o empresário Ricardo Faria é extraoficialmente o “rei dos ovos” do país. Ele assumiu o cetro ao anunciar a aquisição da octogenária Katayama Alimentos, empresa fundada por imigrantes japoneses em Guararapes, no estado de São Paulo, em 1942 – e até então a terceira maior do segmento no Brasil.
          A Granja Faria alcançou R$ 3 bilhões de receita em 2023.
          Ricardo Faria informou, em fevereiro de 2024, que o Rio de Janeiro e a Bahia receberão, em média, 15 milhões de ovos por mês, produzidos pelos 2 milhões de aves da antiga fazenda BL, para serem vendidos através de uma nova marca, a Iana.
          A Granja Faria é a maior produtora de ovos do Brasil e uma das maiores empresas avícolas da América Latina. A empresa é líder no segmento de frango caipira, com 1 milhão de aves nesse modelo.
          A empresa detém atualmente pouco menos de 10% do mercado brasileiro de ovos, estimado em R$ 35 bilhões por ano.
(Fonte: jornal Valor - 12.01.2023 / 12.12.2023 / 15.02.2024 - partes)