O consórcio
C2 Mobilidade sobre Trilhos é composto pelo Grupo
Comporte e a chinesa
CRRC.
Ligado à família Constantino (da Gol), o Grupo Comporte é responsável pela operação do VLT da Baixada Santista, que liga São Vicente a Santos, e do Metrô BH, na capital mineira, dentre outras atividades no ramo de transportes. Já a CRRC (sediada em Pequim) é uma das maiores referências internacionais no fornecimento de equipamentos ferroviários.
O consórcio C2 Mobilidade sobre Trilhos fez a única oferta no leilão da concessão de implementação da linha de trem expresso de passageiros entre as cidades de São Paulo, Jundiaí e Campinas na tarde de 29 de fevereiro de 2024, na B3. A parceria público-privada (PPP) prevê também criar uma linha que interligue Jundiaí, Louveira, Vinhedo, Valinhos e Campinas, no interior paulista, assim como mudanças na Linha 7-Rubi, da CPTM.
O consórcio fez a proposta de 0,01% de desconto na contraprestação que será paga pelo governo do Estado, cujo teto era de cerca de R$ 8 bilhões. O Estado será responsável por pagar quase R$ 9 bilhões dos R$ 14,2 bilhões a serem investidos em infraestrutura, ficando o restante para o consórcio.
O projeto era discutido havia pelo 20 anos. O interesse do consórcio formado pela Comporte e a CRRC já era discutido nos bastidores há semanas. Na segunda-feira, a CRRC teve uma reunião com o governador no Palácio dos Bandeirantes, conforme consta na agenda oficial, divulgada pelo Estado. Outro compromisso do tipo já havia ocorrido em agosto do ano passado.
Chamado de Trem Intercidades (TIC), o expresso tem trajeto com duração estimada de 1h04 a 1h15, entre o Terminal Palmeiras-Barra Funda, na zona oeste paulistana, e Campinas, com parada em Jundiaí. A velocidade média prevista é de 95 km/h. O valor médio estimado do bilhete é de R$ 50, com teto de R$ 64 (a ser atualizado anualmente, com base principalmente no IPCA). A operação das linhas do leilão desta quinta envolve construir novas vias para a circulação de trens, ao longo do trajeto já existente (utilizado para transporte de carga e, no trecho até Jundiaí, pela CPTM). O traçado adotado data do século 19, de modo que envolve estações tombadas como patrimônio cultural na esfera estadual — as quais precisarão passar por restauro, readequações e, em alguns casos, conversão para novo uso, opção no caso de locais que terão uma nova estação
Segundo o Estado, optou-se pela implementação das novas linhas em vias ao longo do caminho já em atividade (pela CPTM e pelo transporte de cargas) para reduzir o custo com desapropriações.
Marcus Quintella, diretor executivo da FGV Transportes, comenta que a CRRC
tem a expertise de produção
de material rodante e o conhecimento da área de transporte
em geral, com ampla trajetória
internacional, inclusive na
América do Sul (como no Chile).
(Fonte: Estadão - 01.03.2024)