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10 de set. de 2024

Helbor

          Quando a Helbor foi criada, em 1977, era uma empresa pequena em Mogi das Cruzes (SP), constituída com o intuito de cuidar dos negócios familiares, segundo seu fundador, Henrique Borenstein, nascido em 1936.
          Seu pai, o imigrante russo Hélio Borenstein, chegou ao Brasil em 1917. E Henrique discorre sobre a vida do pai: "trabalhou duro e conquistou seu espaço em Mogi das Cruzes, depois que desembarcou na cidade por acaso, vindo da Ucrânia. Foi o erro mais acertado que ele poderia ter tido. Construiu sua família, conseguiu um dinheirinho e se ergueu, se tornando uma pessoa respeitada na cidade e com uma visão que o fez crescer cada vez mais. Ele não só foi uma grande inspiração de determinação para nossa família, como transpassa seu exemplo até hoje na essência da empresa, que, inclusive, recebeu esse nome em homenagem ao meu pai, pois traz as iniciais abreviadas de seu nome para formar a palavra Helbor."
          O embrião da empresa contava com cerca de dez pessoas num endereço da região central da cidade. Nas décadas seguintes, muita coisa mudou. Não só o mercado imobiliário evoluiu, mas outros aspectos também passaram a ser parte do setor como um todo: segundo Borenstein, "as tecnologias e inovações que o setor incorporou são algo inacreditáveis e acompanhar todo esse progresso requer muita atenção e dedicação da nossa equipe em seu conjunto.
          A Helbor começou a crescer, sempre de olho em todo o movimento do mercado, fazendo parcerias, contratando mais colaboradores e se deslocou para outras cidades, até chegar em São Paulo, que era o maior desafio, de acordo com o fundador.
          A empresa abriu o capital (HBOR3),mas passava pela imaginação do fundador passar a fazer parte do grupo de grandes empresários do ramo imobiliário, como acabou acontecendo.
          O empresário Henrique Borenstein recebeu o prêmio Hors Concours em evento realizado por FIABCIBRASIL e Secovi-SP no final de agosto de 2024, em São Paulo.
(Fonte: Estadão - 10.09.2024 - COLUNA FIABCI-BRASIL)

8 de set. de 2024

Garfield

          O norte-americano Jim Davis é um raro destaque no disputadíssimo mercado de tiras em quadrinhos para jornais. Em junho de 1978, sua tira Garfield estreou em 41 jornais dos Estados Unidos, o que já é um feito. Permanecer neles foi outro.
          O mais impressionante talvez tenha ocorrido em 2002, quando a tira entrou para o Guinness Book, o livro dos recordes, como a publicada simultaneamente em mais jornais do mundo. E hoje (2024), 22 anos depois, ainda está lá: são aproximadamente 2,1 mil diários de 80 países, atingindo um 
público estimado em 200 milhões de leitores/dia – praticamente a população do Brasil.
          E qual é o segredo de Jim Davis? Difícil dizer. As histórias giram em torno de três personagens: um gato (o personagem-título, guloso e preguiçoso), um cachorro (Odie, ingênuo e não muito inteligente) e um humano (o inocente e otimista Jon). Há eventuais participações de coadjuvantes, dos 
quais poucos retornam às histórias.
          A animação Garfield – Fora de Casa, que estreou em 1.º de maio de 2024, explora justamente a chegada de um personagem de fora interferindo na rotina bem estabelecida do trio. No filme, dirigido por Mark Dindal, Garfield (cuja voz original é dublada por Chris Pratt, uma das estrelas dos filmes de super-heróis da Marvel no papel de Peter Quill, o líder dos Guardiões da Galáxia) é surpreendido pela chegada de ninguém menos do que Vic, seu pai biológico (Samuel L. Jackson, de vários sucessos – 
inclusive o Nick Fury, também da Marvel).
          O pai de Garfield até já foi citado em histórias antes, e chegou a aparecer em produtos de merchandising com o pelo cinza, óculos e o mesmo tamanho do filho, mas esta versão que Samuel L. Jackson dubla, que parece uma versão ampliada do Garfield, é um personagem criado especialmente para o filme. As tiras de quadrinhos até recorrem a personagens além do trio principal – especialmente os também gatos Arlene e Normal –, mas a maioria das tramas foca apenas em Jon, Garfield e Odie. E isso, claro, é dificílimo. Criar, por mais de quatro décadas, tiras diárias engraçadas é um trabalho hercúleo. Mas Jim Davis encontrou um caminho próprio. Diferentemente de outros grandes nomes do setor, ele segue o caminho do humor pelo humor. Se Charles M. Schulz (Snoopy) alternava humor com lirismo, Garry Trudeau (Doonesbury) criava críticas sociais contundentes e hilárias e Bill Watterson (Calvin e Haroldo) dosava graça com um olhar profundo e severo sobre o cotidiano, Garfield quer fazer rir. E isso não é pouco.
          A risada em cima do humor físico (trombadas, escorregões), as tiradas sarcásticas (especialmente por causa do folclórico mau humor do Garfield às segundas) e cenas por vezes surreais, como uma festinha de Natal organizada pelo gato à revelia de Jon, na qual, dias depois, ainda é possível encontrar renas pela casa. Davis pode mudar a ferramenta de um dia para o outro, mas o objetivo é sempre o mesmo: fazer rir. E aí entra o fator “talento”. Jim Davis é ótimo em fazer humor. Suas histórias são curtas, sucintas, diretas. Seus desenhos, claros e limpos, passam as mensagens de maneira direta, não importa qual seja a ação: um escorregão, um encontro de família, um Papai Noel entalado. Há uma clareza tanto no enredo quanto nas ilustrações o que permite que a história – e, sobretudo, a piada – esteja ao alcance de qualquer leitor, não importando a idade. Ou seja, ele é divertido! Tudo o que Garfield faz na vida, de boa vontade, é comer e dormir. Todo o resto ele realiza de má vontade, e apenas por falta de opção – se tivesse alguma, certamente estaria se empanturrando ou tirando uma soneca. Um olhar crítico (e mal-humorado) diria que são dois defeitos – a gula e a preguiça. Seu criador, Jim Davis, não nega que sejam defeitos, mas me disse certa vez que talvez sejam características que até ajudem a explicar seu sucesso. “Acredito que as pessoas gostem do Garfield porque ele faz com que elas se sintam menos culpadas. Fomos criados para nos sentirmos culpados quando fazemos coisas de que gostamos. Veja só, há toda essa pressão para consumir alimentos pouco calóricos, fazer exercício, etc... 
Garfield defende o nosso direito à gula”, diz ele.
          O longa Garfield – O Filme, de 2004, começa com Garfield cheio de ciúmes por ter de dividir a atenção de Jon com Odie, dando um jeito de expulsá-lo de casa. O plano dá certo, mas, quando ele se dá conta de que o cão atrapalhado parece ter se perdido, ele resolve partir em uma aventura para encontrá-lo. Na versão original, o gato é dublado por Bill Murray. Disponível no Disney+ l Garfield – 2 Na sequência, também com a participação de Murray e lançada dois anos depois do primeiro filme, Garfield viaja para Londres, onde conhece o seu gêmeo, Prince, um gato aristocrata que herdou um castelo fabuloso. Os dois, então, resolvem trocar de lugar, desagradando ao vilão da história, o Lorde Dargis. Disponível no Disney+ A produção de Garfield – Fora de Casa marca o retorno do personagem ao cinema após uma série de filmes criados diretamente para a televisão, como Garfield Gets Real, Garfield’s Fun Fest e Garfield’s Pet Force. O longa foi anunciado em 2016, mas apenas em 2021 começou de fato a ser produzido, com a chegada de Chris Pratt ao elenco, substituindo Bill Murray como intérprete da voz do personagem. Segundo a Variety, houve ainda dúvidas sobre o lançamento nos cinemas ou diretamente no streaming. Há conversas para que Garfield – Fora de Casa entre, ainda sem data definida, para o catálogo da Netflix. Tanto Garfield – O Filme quanto Garfield 2 receberam críticas em geral negativas, apesar de terem feito boas bilheterias nos cinemas.
          No Brasil, os livros com as tiras originais de Jim Davis foram publicados pela editora LP&M, em dez volumes individuais, como Pausa para o Almoço, O Rei da Preguiça, Um Charme de Gato, Toneladas de Diversão, Um Gato de Peso, Garfield Está de Dieta, Garfield Numa Boa e Garfield sem Apetite. Há também uma caixa especial com cinco volumes, que reúne as principais histórias do personagem e sua trupe. De acordo com a empresa de Jim Davis, os livros de Garfield já venderam mais de 150 milhões de cópias em todo o mundo.
(Fonte: Estadão - 01.05.2024)

7 de set. de 2024

Hotel Jaraguá



Hotel Jaraguá, o "senhor do vale" da hotelaria no centro histórico de São Paulo. Foto: acervo Accor Hotels
Hotel Jaraguá, o "senhor do vale" da hotelaria no centro histórico de São Paulo. Foto: acervo Accor Hotels

         Às 18h do dia 22 de janeiro de 1954 - três dias antes de São Paulo completar 400 anos - inaugurava-se nas proximidades da rua Major Quedino com a rua da Consolação, no centro histórico da cidade, o Hotel Jaraguá, que inicialmente contava com 240 apartamentos, os quais ocupavam os 13 andares mais altos (do 9º ao 21º) de um prédio de mais de 80 metros de altura construído ali em 1948. A fundação do estabelecimento, que seria dicado ao alojamento de hóspedes ilustres, foi uma iniciativa do empresário judeu argentino, José Tjurs.
          Com isso, o edifício que desde 1951 já era famoso por abrigar do 1º ao 8º andar a sede do jornalão O Estado de São Paulo (Estadão), da rádio e do estúdio Eldorado ampliava sua importância e entrava em uma época de ouro que perduraria por 20 anos, espaço de tempo em que o hotel passaria a hospedar celebridades nacionais e internacionais como as atrizes Sophia Loren, Ella Fitzgerald, Brigitte Bardot, Gina Lollobrigida e Ginger Rogers; os atores Alain Delon e Tony Curtis; o cineasta Frederico Fellini; a cantora Edith Piaf; o cantor Louis Armstrong; os roqueiros Mick Jagger e Raul Seixas; o empresário Henry Ford II; os políticos Robert Kennedy, Fidel Castro, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e Prestes Maia; o jornalista Carlos Lacerda; a rainha Elizabeth II e o astronauta e primeiro homem no espaço, Yuri Gagarin, entre outras.

Painel do Di Cavalcanti (1897-1976) produzido em 1953 para o Estadão, ainda hoje presente na fachada do prédio. Desenho representa o processo de fabricação do jornal impresso. Foto: acervo Jaraguá SP Post
Painel do Di Cavalcanti (1897-1976) produzido em 1953 para o Estadão, ainda hoje presente na fachada do prédio.
Desenho representa o processo de fabricação do jornal impresso.
Foto: acervo Jaraguá SP Post
          De acordo com a matéria "O charme do Jaraguá no centro de São Paulo" publicada no site "São Paulo in Foco" editorado pelo jornalista Abrahão de Oliveira, o nome dado ao hotel fora influenciado por algo que os moradores do bairro de maior altitude da capital paulista conhecem bem, "na língua tupi a palavra quer dizer “senhor do vale” e tem relação direta com o Pico do Jaraguá, ponto mais alto da cidade com 1.135 metros de altura. O significado linguístico de Jaraguá inspirou os primeiros proprietários do hotel, que associaram o nome ao que seria o ponto mais alto da hotelaria", escreve.
          Em 1976, o jornal Estadão deixou o prédio. Posteriormente, com a morte do fundador do hotel José Tjurs em 1977 e o surgimento de concorrentes, o empreendimento passaria por um período de vacas magras. Já em 1980, acabou sendo vendido para empresa curitibana Clímax e em 1998 fechou as portas. Contudo, no mesmo ano foi comprado pelo Sol Invest, grupo que na época era proprietário do Diário Popular que, por sua vez, ocupava os mesmos andares que antes eram do Estadão.

O astronauta russo Yuri Gagarin (ao centro) deixa o Hotel Jaraguá.  Foto: Nicolau Leite/acervo Estadão
O astronauta russo Yuri Gagarin (ao centro) deixa o Hotel Jaraguá.
Foto: Nicolau Leite/acervo Estadão

O cantor Louis Armstrong no Hotel Jaraguá. Foto: Kioshi Araki/acervo Estadão
O cantor Louis Armstrong no Hotel Jaraguá. Foto: Kioshi Araki/acervo Estadão
          Com a saída do Diário Popular anos mais tarde, os grupos Sol Invest e Six Continents investiram aproximadamente R$ 40 milhões no prédio transformando-o em um novo hotel, finalizado em 2004, mesmo ano em que a Accor Hotels - atual administradora - o comprou e o rebatizou com o nome Novotel São Paulo Jaraguá Conventions.

5 de set. de 2024

MRN

          A MRN - Mineração Rio do Norte (MRN) é uma das principais produtoras de bauxita do Brasilç
          A empresa conta com a Glencore, a Rio Tinto e a South32 como acionistas. A Glencore, que detém 45% da mineradora brasileira, assumiu o controle no ano passado após comprar ações anteriormente detidas pela Vale e pela Norsk Hydro. Em 2023, a CBA também saiu da parceria, vendendo sua participação para a Rio Tinto, aumentando a participação desta última para 22%. A mineradora australiana South32, que foi desmembrada da BHP, detém os 33% restantes.
          Na primeira semana de setembro de 2024, a MRN recebeu aprovação preliminar para seu Projeto Novas Minas (PNM) no oeste do Pará. O projeto de expansão representa um investimento de R$ 5 bilhões nos próximos cinco anos.
          Apesar de receber aprovação preliminar do órgão ambiental brasileiro, o IBAMA, a empresa ainda precisa de uma licença de construção para seguir adiante com o projeto, o que garantirá a continuidade das operações além de 2027 por meio do desenvolvimento de novas minas.
          Com este projeto, a MRN poderá extrair bauxita de cinco novos planaltos — Rebolado, Escalante, Jamari, Barone e Cruz Alta Leste — nos municípios de Oriximiná, Terra Santa e Faro. Como a maior produtora de bauxita do país, o projeto é fundamental para manter a produção média anual da empresa de 12,5 milhões de toneladas de bauxita, uma matéria-prima usada na produção de alumínio. O investimento estenderá a vida útil da mina atual, localizada na região amazônica, em cerca de 15 anos, até 2042.
          Por pelo menos duas décadas, a MRN enfrentou a oposição de comunidades ribeirinhas e quilombolas (descendentes de escravos fugitivos), que alegam sofrer com os impactos negativos das atividades de mineração na região. Sobre o novo projeto, Vladimir Moreira, diretor de sustentabilidade e assuntos jurídicos da MRN, disse que a concessão da licença preliminar "demonstra o reconhecimento dos reguladores do nosso compromisso com a mineração sustentável na Amazônia".
          “Celebramos esse marco de recebimento da licença prévia do PNM e daremos continuidade às etapas restantes do licenciamento junto às autoridades competentes, respeitando a sustentabilidade e a história de todos que construíram a MRN”, disse o CEO da empresa, Guido Germani, em nota.
          De acordo com a MRN, a licença prévia foi emitida como parte do pedido de licenciamento ambiental do projeto, após um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) conduzido por uma consultoria independente. Três audiências públicas foram realizadas nos municípios envolvidos no projeto.
          Um Estudo de Componente Quilombola (ECQ) adicional foi conduzido para avaliar os impactos ambientais e socioterritoriais nas comunidades de Boa Vista e Alto Trombetas II, disse a empresa.
          O próximo passo é desenvolver um Plano de Gestão Ambiental (PGA) e um Plano Básico Quilombola (PBAQ) com essas duas comunidades, visando “prevenir, mitigar e compensar os impactos identificados no Estudo de Componente Quilombola”. “O desenvolvimento e a validação do PGA e do PBAQ serão cruciais para a obtenção da licença de construção, que está prevista para o início de 2025”, acrescentou a empresa.
(Fonte: Valor - 05.09.2024)

3 de set. de 2024

AIP / GSI

          A empresa de private equity AIP - American Industrial Partners é sócia de 45 empresas de diversos setores, principalmente nos EUA e Canadá. Entre seus parceiros estão grandes fundos de 
pensão e investidores institucionais.
          Em 25 de julho de 2024 a AIP adquire a divisão de Grãos e Proteínas da AGCO em negócio de US$ 700 milhões. Esta divisão, que gerou US$ 1 bilhão em receita globalmente no ano passado, inclui a GSI e as marcas AP, Cimbra e Tecno (sistemas de automação), Cumberland, C-Lines e Agromarau 
(dedicada a soluções para aves e suínos).
          Esta divisão, que gerou US$ 1 bilhão em receita globalmente no ano passado, inclui a GSI e as marcas AP, Cimbra e Tecno (sistemas de automação), Cumberland, C-Lines e Agromarau (dedicada a soluções para aves e suínos). A GSI foi adquirida pela AGCO em 2011 por US$ 940 milhões.
          Com um novo proprietário, a GSI está pronta para fazer ondas no mercado de sistemas de armazenamento e pós-colheita no Brasil e em outros países da América do Sul. A meta é dobrar de tamanho em cinco anos, com base na receita de 2023 na região de quase US$ 200 milhões.
          Ricardo Marozzin, que completou recentemente 25 anos na AGCO, continuará liderando a GSI, encarregado de fazer a empresa crescer e gerar retorno para os acionistas. “Desde 2003, a AIP se interessou pela GSI por seu desejo de entrar no agronegócio. É um fundo com larga experiência no setor industrial, administrando US$ 16 bilhões em ativos”, disse o executivo ao Valor.
          A antiga divisão da AGCO oferece desde a construção de alojamentos para animais até sistemas    autônomos para distribuição de aves e ração, controles eletrônicos e supervisão remota de operações. 
          Na área de silos para armazenagem de grãos, a GSI não conseguiu replicar seu domínio internacional no Brasil e está perdendo espaço para a Kepler Weber. “Estamos alcançando e nos aproximando da Kepler, que é uma empresa centenária e líder no mercado nacional. Há alguns anos, éramos o quinto player no setor de armazenagem no país e agora somos o segundo”, afirmou Marozzin.
          Assim como a líder do segmento, a GSI aposta na inteligência artificial para automatizar silos e processos para produtores. “Podemos, por exemplo, exportar tecnologia para as operações da empresa na África porque a região tem muitas similaridades com a América do Sul”, disse. Na região, além do Brasil, ele vê mercados promissores na Colômbia, Peru e Paraguai.
          O acordo entre AGCO e AIP envolve 14 fábricas no mundo, incluindo duas no Rio Grande do Sul. A AGCO manteve uma divisão de armazenagem na China. Esta venda é parte da mudança estratégica da AGCO para focar em seu negócio principal.
(Fonte: Valor - 31.07.2024)

2 de set. de 2024

Baker Tilly

           A Baker Tilly International, sediada na Inglaterra, ocupa uma posição intermediária entre as 
companhias de auditoria no âmbito mundial.
          Tema comum entre as gigantes do setor de auditoria, a necessidade de diversificar os serviços oferecidos por empresas com presença global também é uma questão recorrente para quem busca expansão no chamado “middle market” — empresas com faturamento substancial que nem sempre têm acesso ao mercado de capitais. É o caso da Baker Tilly International, que pretende fortalecer sua presença global, inclusive no Brasil e na América Latina.
          Após visita ao Brasil em agosto de 2024, a CEO Francesca Lagerberg indicou que vê muitas oportunidades de crescimento da empresa no país. Com foco principalmente em grandes clientes globais, a empresa vê oportunidades tanto de crescimento orgânico quanto de aquisições.
          A Sra. Lagerberg prevê um futuro em que as atividades da empresa em auditoria, consultoria e assistência fiscal sejam quase igualmente equilibradas, com a consultoria crescendo mais rapidamente 
nos próximos anos.
          “Estamos dedicados a fornecer serviços para empresas que têm um forte potencial de crescimento. Às vezes, essas empresas são muito grandes; às vezes, são startups”, disse Alexandre Labetta, CEO da Baker Tilly Brasil. O executivo enfatizou o foco em empresas de médio porte 
interessadas no mercado de capitais.
         Na maioria dos casos, as empresas de auditoria e consultoria são “parcerias” lideradas por sócios seniores, com suas redes globais consistindo de empresas nacionais que são entidades legalmente separadas de propriedade de parceiros locais, mas que usam uma marca comum. O problema é como estabelecer limites entre essa parceria. A pergunta que se faz é: uma empresa com problemas contábeis, que contrata uma parceira da empresa de auditoria para executar serviço de consultoria, teria os problemas contábeis relatados em seu balanço antes de se chegar a uma solução?
          Entre as empresas que seguem as “Big 4” — as quatro gigantes do setor de auditoria: Deloitte, PwC, EY e KPMG — a Baker Tilly ocupa a décima posição global, com receitas de US$ 5,2 bilhões no ano passado e operações em 141 territórios. No Brasil, a empresa atingiu uma taxa média de crescimento anual de 20% nos últimos cinco anos e projeta crescimento entre 10% e 15% nos próximos cinco anos. Atualmente, com escritórios em cinco estados (Bahia, Goiás, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo), os próximos alvos da empresa incluem Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e Pernambuco.
(Fonte: Valor - 30.08.2024 - parte)

30 de ago. de 2024

Zeno Equity Partners

          A Zeno Equity Partners foi fundada por Cristiano Sauza, egresso da Dynamo. A semente que fez a Zeno ‘germinar’ nasceu dentro da Dynamo ainda em 2005, quando a gestora carioca começou seu 
processo de internacionalização, levando a sua cultura vencedora para Londres.
          Cristiano liderava essa área, em Londres, desde 2015 e, em 2022, vendeu suas ações da Dynamo para comprar da própria Dynamo a área internacional, fazendo o “spin off” dela e dando origem à Zeno Equity Partners.
          O Jeito Dynamo de Investir em ações continua sendo adotado por Cristiano Souza, mantendo os pilares mais importantes dessa filosofia de investimento que, segundo ele, adota e aprimora ainda mais na Zeno.
          Ao acreditar que o maior inimigo do investidor de ações é a competição, Cristiano busca empresas que escaparam da força competitiva do capitalismo e são geridas por aquelas raras pessoas que querem fazer o negócio dar certo por gerações por simplesmente acreditarem que aquilo ali é a vida deles. Nas palavras dele:
          Segundo Cristiano, “é preciso encontrar as companhias que são as descontinuidades do capitalismo. Aquelas que chegaram num ponto em que o capitalismo já não atrapalha a vida da empresa. [...] 90% dos negócios do mundo dão sorte se conseguem ganhar um pouco acima do seu custo de capital.”
          Partindo desse pressuposto, Cristiano apoia todas as suas teses em três pilares que se retroalimentam entre si, são eles:
1) Mentalidade de fundador
2) Poder de mercado
3) Capacidade de reinvestimento
          A inexistência de um desses pilares automaticamente exclui a empresa do universo de investimentos de Cristiano. 
          A mentalidade de fundador (Founders Mindset) é um dos três pilares que ele procura em todos os negócios em que investe. As pessoas que pensam com mentalidade de fundador de verdade entendem que toda vez que você maximiza o lucro [no curto prazo], tem uma chance enorme de você estar prejudicando o lucro no longo prazo. [...] o que você quer como um investidor de longo prazo é estar investido com pessoas que têm o interesse alinhado com o seu na perspectiva temporal com o seu. Por exemplo, nos Estados Unidos, o tempo médio da remuneração de um CEO é de 1,44 anos. Esse é o tempo que demora para o executivo realizar a remuneração dele. [...] Você vai incentivar o 
comportamento de curto prazo.
          De acordo com Cristiano, é como se pessoas com essa mentalidade de fundador estivessem dispostas a deixar dinheiro na mesa visando a perpetuidade da companhia.
          Quando a companhia chega no topo da montanha, 90% das vezes, as pessoas que estão sentadas lá vão maximizar o resultado de curto prazo. “Cheguei no topo da montanha e estou numa posição dominante? Vou aumentar o preço, vou maximizar minha margem, vou parar de investir em P&D, vou tratar mal meus funcionários, meus fornecedores”. Já o founder, o cara que pensa geracionalmente no negócio, o que ele vai fazer? Ele chega no topo da montanha e vai falar: “como eu faço pra ficar aqui o maior tempo possível? Pra eu conseguir ficar aqui nos próximos 20 anos eu não posso aumentar demais meu preço, não posso tratar mal meu fornecedor, não posso tratar mal meu funcionário porque são esses vetores que permitem com que eu fique aqui. Então não vou aumentar meu preço tanto quanto eu poderia. São raríssimas as histórias do cara que brilha como um sol por gerações.
          O segundo pilar é o Poder de Mercado. Segundo Cristiano, já que o maior inimigo do investidor de ações é a competição, é necessário encontrar negócios que tenham escapado da força competitiva do capitalismo. Poucos negócios escapam e eles só escapam por possuírem Poder de Mercado - e deixarem ‘dinheiro na mesa’.
          Segundo Cristiano, "são as companhias que criaram em torno de si os famosos moats do Buffett. A empresa tem um retorno sobre o capital investido alto. Está bom. Como é que ele chegou lá? O que ele faz que outros não conseguem repetir? Por que não aparece alguém que rouba o monte dele? Ah, ele tem um custo de troca alto porque o produto dele é tão embrenhado no modelo operacional do cliente que o cliente não consegue jamais se desvencilhar dele. Ah, o cara criou um vínculo emocional com o seu consumidor que ele sabe alimentar muito bem e que é quase impossível de ser replicado, que é o que a gente vê muito nas empresas de luxo. A empresa tem uma cultura de criar valor incremental para o seu consumidor o tempo todo, obsessiva, que permite a ele estar sempre na frente dos seus competidores, que eu vejo muito a Amazon com essa característica. A Amazon é um exemplo incrível de companhia que passou décadas deixando dinheiro na mesa. A Amazon poderia ser muito mais lucrativa do que ela é, mas ela ESCOLHE não ser. Por que? Porque ele está ‘compounding’ aquela posição de mercado dela por muitos e muitos anos. Esse é o poder de mercado".
          Só que não adianta a empresa ter poder de mercado, segundo Cristiano, ter 30% de retorno sobre o capital investido e gerar um monte de lucro em excesso, se ela não consegue reinvestir esse lucro de volta no negócio com as mesmas taxas.
          Um exemplo que Cristiano cita é a Coca-Cola, empresa que teve um retorno medíocre na bolsa nos últimos 20 anos por não conseguir gerar valor incremental para o seu consumidor:
          A segunda pergunta depois do poder de mercado é: “está bom, ela gera um montão de lucro em excesso, ela consegue reinvestir esse lucro de volta no negócio àquelas mesmas taxas de retorno que a empresa gera no negócio?” Durante muitos anos a Coca-Cola fez isso, só que qual foi a última grande inovação dela? Foi a Diet Coke há quase 40 anos.
          Ou seja, segundo Cristiano não basta ter (i) Mentalidade de Fundador, e (ii) Poder de Mercado apenas. É preciso que exista (iii) oportunidade de reinvestimento no negócio. Nas palavras d Cristiano Souza, essa é uma condição imprescindível para o compounding:
          A conta é simples, segundo Cristiano: você tem um negócio que gera 20% de retorno sobre o capital e consegue reinvestir metade desse lucro de volta no negócio. A 20% de retorno, ele vai crescer 10% ao ano. E se o negócio negocia a 20 vezes P/L [preço sobre lucro], que é 5% de earning yield [1/20 = 5%], você vai receber 2,5% de volta porque o cara vai reter metade e vai te distribuir metade, e o negócio vai crescer 10% porque ele reinvestiu metade a 20% ao ano. Ou seja, 2,5% + 10,0% dá 12,5%. Esse é o teu compounding.
          Então, é preciso ter a convicção de que aquele poder de mercado vai sustentar os retornos altos por muito tempo e precisa-se ter a convicção de que a empresa vai conseguir reinvestir aqueles lucros a taxas altas de retorno. E daí entra o terceiro pilar, voltando para o fundador, que você precisa ter gente lá que vai trabalhar dia e noite para preservar essa equação. Que não vai acelerar demais e nem ficar 
complacente, explica Cristiano.
          Considerando números de setembro de 2024, a Zeno Equity Partners tem cinco analistas, um cientista de dados e um gestor, o economista Cristiano Souza.
(Fonte: MarketMakers - CompoundLetter - 28.08.2024)

29 de ago. de 2024

L.E.B.

          O comerciante dinamarquês Lars Emil Bruun (1852-1923), depois de passar por várias empresas, iniciou sua atividade por conta própria e fundou a empresa L.E.B., em 1883.
          A L.E.B. era especializada em embalagem e venda por atacado de manteiga, numa época em que 
caminhões frigoríficos eram praticamente inexistentes.
          Bruun nasceu em Ulvemose Huse, na paróquia de Havdrup, em 1852. Ele foi aprendiz de comerciante em Holbæk a partir de 1867 e estudou na academia de negócios de Grüner antes de trabalhar para várias grandes companhias. Mais tarde fundou sua própria empresa (1883). A  L. E. B. 
expandiu-se enormemente nos anos seguintes através da aquisição de empresas concorrentes.
          Hoje, porém, Lars E. Bruun, além de conhecido como o magnata da manteiga, é mais conhecido pelo fato de ter sido um grande numismata. Sua coleção de moedas e medalhas, avaliada em 500 milhões de coroas dinamarquesas, ou 73 milhões de dólares, é mantida no Museu Nacional da Dinamarca, mas será vendida em leilão 100 anos após sua morte.
          Bruun colecionou moedas desde cedo e com sua crescente riqueza sua coleção se tornou uma das maiores coleções privadas de moedas e medalhas dinamarquesas, norueguesas, suecas e britânicas de sua época. Em 1914 e 1918, ele vendeu a parte sueca de sua coleção. Em 1922, pouco antes de sua morte, ele adquiriu uma extensa coleção de moedas que pertencera aos condes de Brahesminde. A parte britânica de sua coleção foi vendida em leilão em Londres após sua morte, exceto pelas moedas de Northumberland, East Anglia e Irlanda, que foram doadas à Royal Danish Coin and Medal Collection no National Museum.
          A coleção de moedas mais valiosa do mundo, que reúne cerca de 20 mil itens, começará a ser leiloada em setembro de 2024, após uma proibição de qualquer transação envolvendo os itens que durou mais de 100 anos.
          A coleção é composta por moedas, notas e medalhas acumuladas ao longo de mais de seis décadas.
          Bruun morreu em 1923, mas seus herdeiros ficaram proibidos de vender os itens até 2023 devido a uma cláusula deixada por Bruun em seu testamento: a coleção deveria ser mantida como reserva de emergência para a coleção nacional da Dinamarca, caso fosse destruída, e só poderia beneficiar seus 
descendentes após 100 anos, se tudo ocorresse bem com a coleção oficial dinamarquesa.
          Bruun fez essa exigência após presenciar a destruição causada pela Primeira Guerra Mundial, o que o fez temer um potencial bombardeio ou saque da Coleção Real Dinamarquesa de Moedas e 
Medalhas.
          O período de 100 anos terminou em 2023, mas o primeiro conjunto da “Coleção L.E. Bruun” só será leiloado no próximo dia 14 de setembro (2024), pela leiloeira especializada em moedas raras, 
Stack’s Bowers.
          Serão ofertados mais de 280 lotes, que incluem moedas de ouro e prata da Dinamarca, Noruega e Suécia, datadas do final do século XV até os últimos anos da vida de Bruun, avaliadas em mais de US$ 
10 milhões no total.
          Os lances iniciais vão variar entre 900 euros e 250 mil euros, dependendo da moeda.
          Segundo a Stack’s Bowers, a “Coleção L.E. Bruun” inteira foi segurada por 500 milhões de coroas dinamarquesas (US$ 72,5 milhões).

(Fonte: Wikipedia / InfoMoney - 27.08.2024 - partes)

Moedas (Foto por Stack's Bowers Galleries)

Moedas (Foto por Stack's Bowers Galleries)

28 de ago. de 2024

Veuve Clicquot Ponsardin (Champanhe)

          Veuve Clicquot Ponsardin (pronúncia em francês: [Vœv kliko põsaʁdɛ̃]) é uma casa de champanhe de Reims, na França. Esse champanhe é facilmente reconhecido pelo distinto rótulo laranja em sua garrafa.
          Fundada em 1772 por Philippe Clicquot-Muiron, a empresa que mais tarde viria a se chamar Veuve Clicquot desempenhou um importante papel no estabelecimento do champanhe como bebida escolhida pela nobreza e pela rica burguesia europeia.
          Nicole-Barbe Ponsardin, nascida em 16 de dezembro de 1777, casou-se com François Clicquot, filho de Philippe Clicquot-Muiron, em 10 de junho de 1798. Mas seu marido morreu em 23 de outubro de 1805, deixando-a viúva (veuve em francês)  no controle da companhia. Até aquele momento, a companhia dividia suas atividades entre a produção de champanhe, serviços bancários e comercialização de lã. Sob comando de Madame Clicquot, a companhia concentrou seu foco inteiramente na produção de champanhe.


Garrafa de Veuve Clicquot em mesa de degustação.
          O processo de industrialização da produção de champanhe é creditado a Madame Clicquot no início do século XIX. Com a ajuda de seu mestre de adega, Antoine de Müller, Clicquot inventou o riddling rack (inclinação gradual das garrafas até a vertical), que permitia o dégorgement (degolação, eliminação) de restos de levedura e sedimentos do vinho num processo de purificação da bebida.        
          A invenção de Clicquot compunha-se de uma mesa de madeira com buracos circulares nela perfurados, que permitia à garrafa de vinho ser presa sur point (de ponta-cabeça após centrifugação manual). Todo dia, um ajudante de mestre de adega cuidadosamente sacudia e girava (remuage) a garrafa para conduzir os restos de levedura e sedimentos acumulados no gargalo. Uma vez acumulados, a tampa era congelada. Após a retirada da rolha, os sedimentos eram expulsos naturalmente pela expansão dos gases. O vinho, purificado, era novamente lacrado com rolha.
          Durante as Guerras Napoleônicas, a empresa foi bem sucedida exportando seu champanhe (ao Império Russo em 1814, entre outros) e estabelecendo-o nas cortes reais. Na corte imperial brasileira, remessas deste champanhe foram enviadas por encomenda ao imperador Pedro II.
          Madame Clicquot morreu em 29 de julho de 1866, deixando uma bem estabelecida marca de champanhe. 
          O champanhe Veuve Clicquot tem o selo de autorização real, dada por Elizabeth II para comercialização no Reino Unido.
          Situada em Reims, Veuve Clicquot faz parte do grupo Louis Vuitton Moët Hennessy (LVMH) de artigos de luxo, do investidor francês Bernard Arnault, desde 1987.
          A vida de Nicole-Barbe Ponsardin, que abrange a história do champanhe Veuve Clicquet Ponsardin, é retratada no filme A Viúva Clicquot - A Mulher que Formou um Império (Widow Clicquot) - EUA, 2024.
         
(Fonte: Wikipédia)