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15 de fev. de 2024

AmPm

          Os 11 primeiros pontos da franquia am/pm no Brasil foram herdados pela distribuidora de combustíveis brasileira Ipiranga quando esta comprou, em 1993, a Atlantic do Brasil, então a 13ª maior companhia privada do país, num negócio de 265 milhões de dólares. Eles não foram comprados pela Ipiranga e continuaram pertencendo à americana Arco, antiga controladora da Atlantic. Na expansão para outros postos, a marca seria usada com pagamento de royalties.
          O nome da rede vem da maneira de dizer as horas em inglês: am = abreviação de ante meridiem = (latim), antes do meio-dia, usado após os números que expressam as horas / pm = abreviação de post meridiem = (latim), depois do meio-dia, usado após os números expressando as horas.   
          No início de fevereiro de 2024, a rede de lojas de conveniência AmPm assinou acordo para criar uma joint venture com a americana Krispy Kreme para vender donuts, as rosquinhas de massa açucarada frita e cobertura variada, nos postos Ipiranga. O contrato de associação entre as partes foi assinado nos Estados Unidos.
           A previsão é de que a operação tenha início entre o fim de 2024 e o início de 2025. A parceria vai começar por São Paulo para, em seguida, alcançar outros estados. O modelo será semelhante ao operado pela Krispy Kreme em outros países com redes de varejo como 7Eleven, Tesco e Walmart. No Brasil, portanto, seus donuts estarão disponíveis somente na rede de lojas próprias e nas lojas AmPm (que tem hoje 1,5 mil unidades em postos Ipiranga no país). Em comunicado sobre o acordo nos Estados Unidos, a Krispy Kreme diz que o Brasil representa um mercado de crescimento prioritário para a empresa e que essa expansão sucede à chegada da marca em Paris, em dezembro de 2023. Com sede em Charlotte, na Carolina do Norte (EUA), a empresa foi fundada em 1937 e hoje tem mais de 13 mil pontos de venda em mais de 35 países do mundo, mas principalmente nos Estados Unidos e no Canadá.
(Fonte: Estadão - 12.02.2024)

31 de out. de 2011

Atlantic (distribuidora de combustíveis)

          No final de abril de 1993, então a quinta maior distribuidora de petróleo do país, com 2.700 postos e um faturamento de 1,5 bilhão de dólares anual, a distribuidora americana Atlantic do Brasil assinou um acordo com a Good Good, uma rede carioca de fast food, para a instalação de pequenas pizzarias em seus postos de serviços. As pizzarias da Good Good seriam as âncoras dos chamados centros de conveniência que a Atlantic pretendia criar em sua rede.
          No final do ano de 1993, a Atlantic do Brasil, então a 13ª maior companhia privada do país, foi comprada pela Ipiranga, num negócio de 265 milhões de dólares. A Atlantic exigia garantias para se certificar de que o grupo brasileiro honraria o vultoso compromisso financeiro envolvido na transação. Mesmo tendo o JP Morgan como coordenador da operação, João Pedro Gouvêa, da Ipiranga, acabou batendo à porta do Bradesco, na Cidade de Deus, para tratar do assunto num almoço com Lázaro Brandão. Ao recebê-lo, Brandão não economizou palavras. Foi logo dizendo: "De quanto vocês estão precisando para fechar o negócio com a Atlantic? Podem contar com a gente".
          A conclusão do negócio foi levada a cabo no início de 1994.
          Na ocasião, a Ipiranga herdou 11 pontos da franquia am/pm. Eles não foram comprados pela Ipiranga e continuaram pertencendo à americana Arco, antiga controladora da Atlantic. Na expansão para outros postos, a marca seria usada com pagamento de royalties.
          De acordo com o jornal O Globo, a compra da Atlantic foi a maior negociação até então realizada por uma empresa privada nacional.
          No início de setembro de 1994, a composição da diretoria foi anunciada aos funcionários da nova empresa. Dos seis escolhidos, apenas um era oriundo da Atlantic: Fernando Guimarães, responsável pela área de recursos humanos. Os demais diretores sofreram o que se chama de downgrading - ou seja, foram rebaixados a cargos de gerentes. Ao presidente da Atlantic, James Robertson, foi reservado o cargo de assessor da Isapar, a holding que controla a Ipiranga.
          O prédio onde funcionava a Atlantic na Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro, foi esvaziado aos poucos.
          Com essa aquisição, a Ipiranga consolidou sua posição entre as maiores empresas de distribuição de combustíveis do país.
(Fonte: revista Exame - 12.05.1993 / 05.01.1994 / 20.07.1994 / 28.09.1994 - partes )

6 de out. de 2011

Ipiranga

          Era o mês de novembro de 1934 quando um grupo de brasileiros e argentinos fundaram em Uruguaiana (RS), cidade que faz divisa do Brasil com a Argentina, a Destilaria Rio-Grandense de Petróleo S.A. que originou a Companha Brasileira de Petróleo Ipiranga. A destilaria produzia em alta escala gasolina, querosene, óleo diesel e óleo combustível. Em agosto de 1936, os donos da Destilaria Rio-Grandense uniram interesses e capitais com um grupo de investidores uruguaios e criaram a Ipiranga S.A., Companhia Brasileira de Petróleos. A nova empresa foi constituída na cidade portuária de Rio Grande (RS).
          Em 7 de setembro de 1937 foi fundada a Refinaria de Petróleo Riograndense, na cidade de Uruguaiana e que marcou também a fundação da Petróleo Ipiranga. Fundada pelos empresários Eustáquio Ormazabal e João Francisco Tellechea em associação com investidores uruguaios e argentinos, a Ipiranga logo adquiriu um longeva composição acionária.
          Em 1939, com a nacionalização da produção de petróleo imposta pelo governo Vargas, os sócios estrangeiros foram alijados. Em seu lugar, entraram os também gaúchos Carlos Fagundes de Mello e Francisco Martins Bastos e o carioca João Pedro Gouvêa Vieira. Em 1938, a Ipiranga inaugurou o primeiro posto de combustíveis com a bandeira da empresa na cidade de Rio Grande. No mesmo ano, o presidente Getúlio Vargas assinou um decreto que nacionalizou a indústria de refinação de petróleo. As ações controladas por estrangeiros foram, então, negociadas entre brasileiros que já tinham um vínculo com a refinaria.
          Na década de 1940, a Ipiranga ampliou a sua gama de produtos, passando a produzir solventes, asfalto, lubrificantes e inseticidas no Brasil, pois as importações desses e outros produtos foram restritas, com a Segunda Guerra Mundial. A refinaria chegou a parar suas atividades durante a guerra, porém retomou-as com o seu fim. Mais tarde, em 1953, entraram em funcionamento as unidades de craqueamento térmico, adquiridas nos Estados Unidos, que permitiram a fabricação de novos combustíveis.
          Em 1957, a Ipiranga dividiu suas operações de distribuição de combustíveis em duas empresas, a Distribuidora de Produtos de Petróleo Ipiranga S.A. (DPPI), responsável pela Região Sul e a Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga (CBPI), abrangendo todas as outras regiões.
Dois anos depois, em maio de 1959, a Ipiranga comprou a Gulf Oil Brasil, ampliando sua atuação no território brasileiro. A Gulf, então com 400 postos de serviço, resolveu deixar o Brasil. Essa aquisição, comandada pelo advogado João Pedro Gouvêa Vieira, um dos controladores da Ipiranga, catapultou a então pequena Ipiranga, que só atuava no Sul, para os grandes centros. Juntas, a CBPI e a DPPI passaram a representar 10% do mercado nacional. O negócio despertou certa suspeita. Era uma operação inédita no Brasil: pela primeira vez uma companhia estrangeira passava para o controle de um grupo nacional. Houve acusações de que a Ipiranga não passaria de um mero testa-de-ferro da Gulf. "O presidente Juscelino Kubitschek negou-se a inaugurar o primeiro posto Ipiranga no Rio", disse Gouvêa Vieira.
          A partir da década de 1960, a Ipiranga iniciou a sua diversificação em outros setores, como pavimentação, química, petroquímica, fertilizantes, insumos agrícolas, pesca, agricultura, reflorestamento, administração e hotelaria. Essa estratégia ajudou a companhia a resistir ao "choque do petróleo" de 1973.
          A atividade no setor petroquímico começou tímida dentro do grupo, com a formação da Polisul em sociedade com a Hoechst alemã e a estatal Petroquisa, no final dos anos 1970.
Em 15 de maio de 1992, após um leilão disputado, realizado na Bolsa do Rio de Janeiro, o grupo Ipiranga alcançou uma posição cobiçada no setor petroquímico. Através da Polisul, da qual detém um terço do capital, e junto com a PPH e a Poliolefinas, arrematou 30% do capital da Copesul.
O setor petroquímico passou a representar cerca de 30% de seus negócios. A área química do grupo Ipiranga era comandada pelo engenheiro carioca Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, nascido em 1948, filho de João Pedro, o patriarca de uma das cinco famílias que então controlavam o grupo e presidente do conselho de administração.
          A aposta no setor petroquímico foi ratificada em julho de 1992: junto com a Shell, Suzano e Petroquisa, o grupo Ipiranga inaugurou em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, a Braspol, uma fábrica de polipropileno que mais tarde seria incorporada à holding Polibrasil.
          Em 1993, a Ipiranga demorou seis meses para comprar a rede de postos Atlantic no Brasil. Nomes fictícios (com o código Med) foram criados para manter o sigilo, montou-se uma grande operação financeira para levantar o dinheiro envolvido e todas as idas e vindas dos executivos foram reservadas. Um roteiro típico de espionagem. A Ipiranga consolidou sua posição entre as maiores empresas de distribuição de combustíveis do país. De acordo com o jornal O Globo, a compra da Atlantic foi a maior negociação até então realizada por uma empresa privada nacional. Na ocasião, a Ipiranga herdou 11 pontos da franquia am/pm. Eles não foram comprados pela Ipiranga e continuaram pertencendo à americana Arco (Atlentic Richfield Company), antiga controladora da Atlantic. Na expansão para outros postos, a marca seria usada com pagamento de royalties. A Atlantic era a 13ª maior companhia privada do país. O negócio, de 265 milhões de dólares, também teve Gouvêa Vieira, presidente do conselho de administração, como um dos comandantes, e a Ipiranga passou a dominar 19,7%% do mercado nacional de derivados de petróleo, com perto de 5.800 postos de gasolina. Acrescentou à sua rede de 3.125 postos mais 2.650. Somadas, as duas companhias faturavam 4,3 bilhões de dólares, ocupando a terceira colocação no mercado brasileiro de distribuição de derivados. O negócio, selado em 19 de outubro de 1993, deu origem àquele que se tornou o maior grupo privado nacional. O grupo removido do topo foi o Garantia (Brahma, Lojas Americanas, Banco Garantia) do banqueiro Jorge Paulo Lemann. O número de funcionários passou de 6.350 para 7.800 com a aquisição da Atlantic. No ano seguinte, a empresa lançou a Jet Oil, franquia de serviços automotivos e troca de óleo.
          Em 2001, as famílias donas da Ipiranga concordaram em vender a empresa a um grupo formado por Petrobras, fundos de pensão e outros investidores. No início de 2002, porém, parte dos controladores teria mudado de ideia e estaria então interessada em passar para a frente apenas a área petroquímica.
          Em março de 2007 o controle acionário do Grupo Ipiranga foi vendido para as empresas Petrobras, Ultra e Braskem. A operação foi considerada, na época, o maior negócio já realizado no Brasil. Com a venda, o Ultra assumiu a rede de distribuição de combustíveis da Ipiranga nas regiões Sul e Sudeste, bem como a marca Ipiranga. Já a Petrobras ficou com a parte do grupo nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O grupo Ultra continuou operando com a marca Ipiranga, mas a Petrobras só pôde utilizar o nome Ipiranga por até cinco anos, enquanto substituiu gradualmente os postos pela sua marca, a BR. Já o controle da Refinaria Ipiranga no Rio Grande do Sul foi dividido em partes iguais pela Petrobras, Grupo Ultra e Braskem que se comprometeram em manter as atividades.
          Em 2008, o Ultra comprou a distribuição de combustíveis da Texaco no Brasil, com bandeira presente em 1986 postos no país. Com isso, a Ipiranga assumiu os postos da marca e voltou a ter presença com rede própria nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. De acordo com o contrato, o Ultra poderia manter a marca Texaco por cinco anos, devendo substituí-la posteriormente pela bandeira Ipiranga. Com a compra, o Ultra passou a deter 23% do mercado brasileiro de combustíveis transformando-se na segunda maior companhia de distribuição de combustíveis do Brasil.
Em outubro de 2010, o Ultra adquiriu 100% da Distribuidora Nacional de Petróleo (DNP), ampliando, com os 110 postos adquiridos, o volume da Ipiranga em 40% nos estados de Amazonas, Rondônia, Roraima, Acre, Pará e Mato Grosso.
          Em junho de 2016, o grupo Ultrapar adquire, através de sua subsidiária Ipiranga, por 2,168 bilhões, a Alesat Combustíveis, com sede em Natal (RN), dona da rede de postos Ale. São 2 mil postos e 260 lojas de conveniência, além de uma infraestrutura composta por 10 bases logísticas. A rede Ale tem forte presença no Nordeste e complementa geograficamente a rede de postos da Ipiranga, que possui menor participação. Mas, esse negócio ainda está sendo analisado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica - Cade.
          No segmento de lubrificantes, a Ipiranga celebra, em agosto de 2016, acordo com a maior empresa petrolífera americana, a Chevron, para unir seus ativos de lubrificantes em uma nova companhia que já nasce vice líder do mercado com vendas anuais de pelo menos R$ 2 bilhões. A integração da terceira (Chevron) e quarta (Ipiranga) maiores produtoras de lubrificantes no Brasil resultará numa participação de mercado de 22,5%. As companhias vão operar independentes até aprovação do Cade. A Chevron Lubrificantes ficará com 44% da nova empresa e espera se beneficiar com a rede de distribuição da Ipiranga. A Ipiranga, por sua vez, ficará com 56% e ganhará acesso à tecnologia da Chevron.
          Em outubro de 2010 a varejista (lojas de conveniência) do grupo am/pm tinha 1013 pontos de venda. As padarias am/pm somavam 49 unidades. O embrião da rede ocorreu em 1993 quando a Ipiranga comprou a Atlantic do Brasil e herdou 11 pontos da franquia am/pm.
          No fim de 2021 assume o comando da empresa o administrador de empresas Leonardo Linden. A pandemia de covid19 ainda era uma realidade e além desse desafio, o executivo também se deparou com uma empresa com margens descoladas das principais concorrentes.
          Em março de 2023 a empresa divulga que os postos Ipiranga vão passar por uma reformulação, que inclui a mudança de logomarca. A implementação seria feita de forma gradativa à medida que haja renovação ou expansão da rede Ipiranga no Brasil. Os consumidores terão uma “experiência integrada” de jornadas física e digital, que englobam AmPm, Jet Oil, Abastece Aí, Km de Vantagens e pista de abastecimento. O novo posto Ipiranga iria apresentar também uma setorização por cores: o amarelo será predominante na cobertura do complexo, o azul vai indicar os produtos à venda, e o laranja pretende sinalizar áreas de ofertas de serviços gratuitos. Haverá pisos diferenciados para sinalizar o espaço para pedestres, parklets onde as pessoas poderão descansar após uma refeição na AmPm, guardar suas bikes, por exemplo; e até bebedouros convencionais e para pets.
          Sob o comando de Linden, a Ipiranga limpou perto de mil postos, e ficou com cerca de 6 mil postos (bandeira Ipiranga). Esse processo corretivo terminou no terceiro trimestre de 2023. Segundo Linden há uma cultura no setor de medir crescimento por número de postos. É um elemento, mas esquecemos de olhar produtividade da rede e qualidade dos investimentos.
          Considerando números de dezembro de 2023, a Ipiranga tem cerca de 6.000 postos, 1,6 mil lojas de conveniência e 1,1 mil Jet Oil, a maior franquia de serviços automotivos do País.
          Em maio de 2024, Ipiranga e Chevron assinaram acordo de licenciamento de marca para Texaco no mercado varejista de combustíveis no Brasil. A iniciativa marca o retorno da marca ao país após um hiato de 16 anos, após a venda da rede de postos de combustíveis da multinacional ao grupo Ultrapar, dono da distribuidora de combustíveis. Pelo acordo, a Ipiranga será licenciada pela Chevron para vender combustíveis Texaco, com foco em uma rede de postos da marca, além de lojas de conveniência Star Mart. Os combustíveis vendidos nos postos Texaco contarão com tecnologia Techron, informaram as empresas em comunicado à imprensa. Chevron e Ipiranga também são sócias da Iconic, fabricante de óleos lubrificantes, fluidos e graxas.
Posto Ipiranga – Foto: Divulgação

(Fonte: revista Exame - 10.06.1992 / 27.10.1993 / 05.01.1994 / 28.09.1994 / 23.01.2002 / 24.11.2004 / jornal Folha de S.Paulo - 19.03.2007 / informativo Espresso Financista - 13.06.2016 / jornal Valor Internacional - 05.08.2016 / MotorShow - 14.03.2023 / Estadão - 18.12.2023 / Valor - 14.05.2024 - partes).

2 de out. de 2011

Ultrapar (Grupo Ultra)

          Para se ter uma visão completa do grupo Ultra, ou da holding Ultrapar, é recomendada a leitura, neste blog, das seguintes marcas:
     Ultragaz, que se confunde com a história do próprio grupo Ultra;
     Ipiranga, comprada em 2007, que marcou a entrada do grupo Ultra no mercado de combustíveis.   A Ipiranga é responsável por 80% do faturamento anual de R$ 90,7 bilhões do grupo. A franquia am/pm, de lojas de conveniência está presente em 2.500 postos, ou seja, aproximadamente um terço do total. 
     Ultracargo - a empresa de logística do grupo Ultra já opera terminais de granéis líquidos em sete portos no Brasil. No Porto de Santos, a Ultracargo tem capacidade de 307 mil metros quadrados
     Oxiteno - multinacional química, que se fundiu com a Ultraquímica em 1992. Em meados de agosto de 2021, a Ultrapar vende a empresa química Oxiteno para o grupo Indorama Ventures, por US$ 1,3 bilhão. A Oxiteno é um das maiores empresas de especialidades químicas do país, com atuação na América do Sul, México e Estados Unidos.
     Extrafarma - comprada em 2013, marcando a entrada do grupo Ultra no mercado farmacêutico, a Ultrafarma tem 430 lojas, em 12 estados, considerando meados de 2019. Na noite do dia 17 de maio de 2021, a  rede rival de varejo de farmácias Pague Menos fechou a compra da Extrafarma por 600 milhões de reais. A compra da Extrafarma elevará em mais de um terço o número de lojas da Pague Menos, para 1.503 unidades. O negócio torna a empresa a segunda maior varejista de drogarias do Brasil, atrás apenas da RD, dona das bandeiras Raia Drogasil (RADL3) e Droga Raia.
     Km de Vantagens / Abastece Aí! - Em final de julho de 2020, o Ultra informa que está entrando em um novo mercado, o de serviços financeiros. Com foco em pagamentos digitais, a sexta empresa do grupo nasce ancorada no programa de fidelidade Km de Vantagens e no aplicativo Abastece Aí!, ambos de sua distribuidora de combustíveis, a Ipiranga, e oferecerá, além de uma conta de pagamentos digitais, descontos e “cashback” também fora dos postos da rede.
          Em 28 de junho de 2021, a Ultrapar informou que vendeu 50% de sua participação na ConectCar, empresa de meios de pagamento, para a Portoseg, da Porto Seguro, por R$ 165 milhões. No início de outubro de 2021, a Ultrapar concluiu a venda de sua participação de 50% na ConectCar.
          Em meados de agosto de 2021, a Ultrapar vende a empresa química Oxiteno para o grupo Indorama Ventures, por US$ 1,3 bilhão. A Oxiteno é um das maiores empresas de especialidades químicas do país, com atuação na América do Sul, México e Estados Unidos. A conclisão da venda dá-se no início de abril de 2022, com o recebimento da primeira parcela de US$ 1,32 bilhão. O pagamento final, de US$ 150 milhões, será realizado em abril de 2024.
          Em setembro de 2022, a Ultrapar Participações comprou 100% das quotas da Stella GD Intermediação de Geração Distribuída de Energia, marcando a entrada da Ultragaz no segmento de energia elétrica. O valor total da empresa é de R$ 63 milhões, com pagamento inicial de R$ 7,560 milhões. O valor remanescente da aquisição será quitado em 2027.
          O grupo Ultrapar anunciou em 21 de novembro d 2022, a assinatura de compra da totalidade da transportadora de gás natural comprimido (GNC) NEOgás por 165 milhões de reais. O negócio marca a entrada da Ultragaz, empresa distribuição de gás natural da Ultrapar, no segmento GNC. “A NEOgás é uma plataforma ideal para viabilizar oportunidades de distribuição do biometano”, afirmou a Ultrapar no comunicado. A NEOgás foi criada em 2000 e é pioneira no segmento de transporte de GNC no Brasil, segundo a Ultrapar. A empresa atende mercados industriais, veicular e parcerias com distribuidoras de gás natural. A companhia possui seis bases de compressão nas regiões Sul e Sudeste e 149 semi-reboques para distribuição de GNC. Em 2021, a NEOgás distribuiu mais de 100 milhões de metros cúbicos, afirmou a Ultrapar.
          Em 19 de abril de 2023, a Ultrapar, por meio da sua subsidiária Ultracargo, assinou um contrato para a aquisição de 50% de participação na Opla, detidos pela Copersucar, pelo valor de R$ 237,5 milhões. A aquisição marca a entrada da Ultracargo no segmento de armazenagem e logística de granéis líquidos de interior, integrado a terminais portuários. Segundo a Ultrapar, a Opla é “um ativo estratégico na cadeia de distribuição de etanol e derivados, com alto potencial de crescimento e geração de valor pela abertura do terminal para terceiros e ganhos relevantes de produtividade no uso do ativo”. Localizada em Paulínia (SP), a Opla é o maior terminal independente de etanol no Brasil e conta com capacidade de tancagem estática de 180 mil m³ e oferece soluções integradas de armazenagem e logística por meio dos modais ferroviário, dutoviário e rodoviário. Atualmente, é controlada em conjunto pela Copersucar e pela BP Biofuels Brazil Investments, com 50% de participação cada uma.
          Em 16 de agosto de 2023, o Tribunal Administrativo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou os contratos de consórcio celebrados entre a Cia Ultragaz e a Supergasbrás Energia, para o compartilhamento de parte de suas operações e infraestrutura de bases de armazenagem e envase de GLP. O aval à operação foi condicionado à celebração e cumprimento de um Acordo em Controle de Concentrações (ACC), que prevê medidas para preservar a concorrência no mercado. A Ultragaz e a Bahiana são subsidiárias integrais da Ultrapar (UGPA3), que atua no mercado de GLP através da Ultragaz nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, enquanto a Bahiana está presente nas regiões Norte e Nordeste. Já a Supergasbras e a Minasgás são empresas do Grupo SHV. Ambas atuam em conjunto em todo o território nacional, com exceção dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Roraima e Rondônia.
          Hoje, a distribuidora conta com 19 unidades de negócio em todo país e uma ampla rede de distribuição através de revendedores autorizados.
(Fonte: ValorInveste - 29.07.2020 / Empiricus - 18.05.2021 / Eleven Financial - 28.06.2021 / Valor - 04.40.2022 / 13.09.2022 / IstoÉDinheiro - 21.11.2022 / MoneyTimes 19.04.2023 / Dica de Hoje - 17.08.2023 - partes)


English version:
     Ultrapar, is a holding company which operates in such segments as fuel distribution (Ipiranga and Ultragaz), specialty chemicals (Oxiteno), liquid bulk storage (Ultracargo), and pharmaceutical retail (Extrafarma).

Ultralar

          A loja de departamentos Ultralar foi fundada em 1956 pela família Igel, dona do grupo Ultra, dono da Ultragaz e que hoje tem também sob seu guarda-chuva, empresas como Ipiranga, am pm, Extrafarma e Ultracargo.
          É que o Brasil era um país agrário e o que valia aqui eram os fogões a lenha. A Ultragaz então montou o que seria uma “loja de fábrica” para vender fogões a gás e alavancar o negócio de GLP, o gás liquefeito de petróleo, popularmente chamado de gás de cozinha.
          A rede de lojas de eletrodomésticos Ultralar cresceu e se diversificou, passando a vender de tudo e nos anos 1970 abriu inclusive, em São Paulo, um hipermercado, o Ultracenter, na Marginal Pinheiros, que mais tarde foi comprado pela rede Carrefour.
          A rede se popularizou nas décadas de 1970 e 1980. Seu público era formado por consumidores de baixa renda.
          Em 1988, já sob o guarda-chuva da Susa, holding que reunia a Vendex e o grupo Malzoni, a empresa fechou as portas de suas lojas paulistas, início de um processo de encolhimento. O objetivo era revitalizar a rede e tornar seus balanços mais atraentes, mas não adiantou. No início da década de 1990 as receitas eram decrescentes.
         Quando visitou o Brasil, em outubro de 1992, o holandês J. Hessels, presidente mundial do grupo Vendex, recebeu uma carta datilografada em quatro laudas. No texto, três executivos da rede de lojas Ultralar, um dos negócios da Vendex no Brasil, faziam uma proposta de compra da empresa, num caso típico de management buyout. A surpresa e o pioneirismo não impediram a agilidade na decisão. Em 30 de dezembro (1992), Carlos Henrique Bocayuva Carvalho, Luiz Carlos Silva e João Saborido Vicente, os três executivos, assinaram o contrato de compra. O negócio foi fechado por 2 milhões de dólares, em condições facilitadíssimas. A Vendex, por sua vez, abriu mão de um negócio incômodo, desfocado de sua estratégia para os anos seguintes. Foi mais um passo também no encolhimento da subsidiária brasileira. Em anos anteriores, a Vendex, então dona do Bob's, na época com 83 lojas, livrou-se de vários negócios no país, entre eles a Sears.
          No ano 2000 foi decretada a falência da Ultralar e a maioria das lojas foi comprada pelo grupo Casas Bahia.
(Fonte: revista Exame - 06.01.1993 / Desafio Mundial - msn - 29.07.2018 / 28.09.2018 - partes)