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6 de jun. de 2021

Pilgrim's Pride

          Antes de 2007, o maior dos abatedouros americanos, o Pilgrim’s Pride, se viu em dificuldades. No processamento dos frangos, eles faturavam mais de 2 bilhões de dólares por ano.
          Isso graças a vultosos empréstimos bancários, tornando a empresa extremamente alavancada. Outro expediente foi comprar concorrentes. Ao adquirir a Gold Kist, por exemplo, adicionaram 2.300 criadores aos milhares que já tinham em sua rede de fornecedores.
          Veio então a recessão de 2007, causada pela crise das hipotecas (subprime crisis). A Pilgrim’s simplesmente não aguentou a queda no volume de vendas de frangos para os varejistas.
          Não teve outra alternativa a não ser a de declarar falência. Restava-lhe agora fechar plantas industriais e vender ativos os mais diversos.
          Eis que surgem dois personagens completamente desconhecidos no negócio americano de carne. Tratavam-se dos irmãos brasileiros Wesley e Joesley Batista, donos da JBS. Eles eram simplesmente os maiores produtores de proteína animal do planeta. Só que seu negócio, até então, era pecuária de corte.
          Decididos a explorar um ramo novo, e num país que não era o deles, os Batista entraram para valer. De um dia para o outro, ao adquirir a Pilgrim’s, por nada menos do que 2,8 bilhões de dólares, passaram a deter 20% da produção de frangos nos Estados Unidos.
          Em 17 de junho de 2021, a Pilgrim's Pride anunciou a aquisição do negócio de alimentos preparados que a Kerry Consumer Foods — uma das maiores empresas de ingredientes do mundo — tem no Reino Unido, por US$ 952 milhões. A Pilgrim's está pagando um múltiplo (EV/Ebitda) de 8,5 vezes pela divisão da Kerry. O negócio, que faturou 725 milhões de libras esterlinas no ano passado, é um dos maiores do segmento de alimentos preparados à base de carnes do Reino Unidos. Em nota, a Pilgrim’s destacou a liderança da divisão de alimentos preparados da Kerry em marcas próprias e private label (no Reino Unido, as marcas próprias são relevantes no varejo). A divisão também lançou recentemente uma marca de produtos plant based. Na avaliação de uma fonte próxima à companhia, a compra da divisão da Keery dotará a Pilgrim’s de uma espécie de Seara no Reino Unido. No país, a companhia já era dona da Moy Park, de carne de frango, e da Tulip, de carne suína.
          Com a aquisição da operação da Kerry no Reino Unido, o número de funcionários da Pilgrim’s passará de 58 mil para 62,5 mil. A expectativa é que a transação seja concluída no quarto trimestre.
(Fonte: Mercadores da Noite - Ivan Sant'Anna - 05.05.2019 / Valor - 17.06.2021 - partes)

30 de mai. de 2021

Moinho Cruzeiro

          O Moinho Cruzeiro Ltda foi fundado em 24 de outubro de 1946. Sua atividade principal sempre foi a moagem de trigo e fabricação de derivados. Foi construído por Aristides Araldi na década de 1940, com o nome Moinho Ipiranga. Mais tarde foi vendido e passou a se chamar Cruzeiro.
          O moinho, localizado na rua Serafim de Moura, no centro de Lages, região serrana de Santa Catarina, fazia concorrência firme com empresas de fora com sua marca de trigo Caturrita, que por certo vendia mais que, por exemplo, a farinha da Nordeste Alimentos, do Rio Grande do Sul, que caprichosamente foi fundada no mesmo ano de 1946, também por imigrantes italianos, capitaneado por Valdomiro Bocchese e recebeu esse nome por ter sido fundada na região nordeste gaúcha.
          A Moinho Cruzeiro atravessou décadas e acompanhou o desenvolvimento da Princesa da Serra, assim como muitos lageanos o guardam na memória como ponto de referência da sua infância.
          Após 75 anos de história, um dos prédios mais antigos e icônicos da região iniciou o processo de demolição cujo início aconteceu em abril de 2021. Depois de fechado por algum tempo, os proprietários não viram ocupação para a estrutura e optaram pela demolição. O trabalho de demolição foi autorizado pela Secretaria Municipal de Planejamento e Obras e está sendo executado pela empresa Escala Engenharia. Todo o processo está sendo acompanhado pela Defesa Civil de Lages para não causar riscos a terceiros.
          O prédio de cinco andares foi demolido por etapas. O barracão e a cobertura foram retirados e então as equipes passaram a focar  a parte dos prédios. A última estrutura derrubada foram os silos, que eram usados no armazenamento dos produtos.
          Um registro importantíssimo da história e da economia de Lages, que poderia ter ganhado novos usos mantendo a estrutura da edificação em art déco. Poderia abrigar um centro cultural aos moldes do SESC Pompéia de São Paulo, uma escola de ofícios, um centro comercial, um espaço de coworking e salas executivas, etc… tantas possibilidades, com as devidas adequações. Mas a agonia do lageano por ”modernizar” a cidade a qualquer custo e apagar tudo o que remete ao passado, infelizmente, fala mais alto, e assim a cada edificação histórica demolida a cidade e região perde mais um pedaço de sua memória e identidade. E em quase 100% dos casos para dar lugar a estacionamentos ou edificações genéricas pré-moldadas. Essa é a grande doença cultural de Lages, e pelo visto infelizmente não tem cura.
          Moinho não é prédio histórico, mas faz parte da história de Lages. A demolição do prédio do velho moinho e de outras construções antigas em Lages tem aflorado o debate sobre preservação de patrimônio. É apresentada a lei complementar 22/95 assinada pelo então prefeito Coruja, que estabelece parâmetros sobre preservação arquitetônica na cidade. Profissionais, especialmente arquitetos, observam certa indiferença do poder público (prefeitura) em relação à questão. Faltaria um debate mais aprofundado e normatizações sobre o tema. Enquanto isso, velhas casas, como canta Chico Saratt, seguem ameaçadas pelo progresso.
          E a cidade de Lages, esquecida pelos governadores, inclusive os (governadores) lageanos, desde os tempos dos Ramos no Palácio Cruz e Souza em Florianópolis, como salienta o professor Guilherme Krautler, em seu livro Dos Alpes Austríacos ao Xingu e à Serra Catarinense, até mais recentemente Raimundo Colombo, além de não conseguir engrenar um desenvolvimento minimamente satisfatório, cada vez mais deixa de ser lembrada pela sua história.
(Fonte: Edson Varela - 23.05.2021 / blog Olivete Salmória - 01.04.2021 - partes)

24 de mai. de 2021

TNG

          A rede de moda TNG foi fundada em 1984.
          Em 2019, a empresa tinha pouco menos de 170 lojas. Fechou 60 desde o início da pandemia, e também demitiu cerca de 600 pessoas no período. A varejista chegou a faturar anualmente R$ 400 milhões alguns anos antes, e em 2020 a receita somou aproximadamente R$ 150 milhões. A receita de lojas com mais de um ano de operação caiu cerca de 30% em 2020, e começou 2021 com queda entre 25% e 30%.
          Em 21 de maio de 2021 a TNG pede recuperação judicial no Tribunal de Justiça de São Paulo. O pedido de recuperação judicial da rede do empresário Tito Bessa Jr foi encaminhado após tentativas de renegociação de dívidas de cerca de R$ 200 milhões com bancos e shoppings, que acabaram não avançando.
          A crise afetou diretamente os negócios da TNG, que além de fechar lojas, cortou despesas e demitiu empregados para reverter perdas, mas a forte queda na receita e a pressão maior das dívidas impediu melhora dos números.
          "Do total de 400 dias [desde o início do fechamento das lojas com a pandemia] trabalhamos 200 dias. Como você trabalha assim? Impossível. Sabemos que precisamos de um, dois anos de fôlego, esse é o tempo que preciso. Seis meses só não deu para nos recuperarmos. É uma reconstrução, um recomeço. A recuperação judicial não dá certo quando você pede na hora errada, não é o nosso caso. Estamos pedindo com condições de sairmos dessa situação, buscando um tempo maior para renegociarmos as dívidas e focarmos no negócio só", disse Bessa Jr.
          O setor de moda foi um dos mais afetados pela crise após 2020, por conta da interrupção na operação e lentidão no retorno do fluxo de clientes às lojas. As grandes cadeias têm relatado um reaquecimento mais acelerado em 2021 — especialmente redes de capital aberto e com centenas de lojas, como Renner e Marisa.
          A consultoria que já estava trabalhando desde meados de 2020 com a TNG, e continua no processo de reestruturação, é a Siegen, e a Moraes Jr é o escritório de advocacia da empresa.
(22/05/2021)

20 de mai. de 2021

Allied

          A Allied (pronuncia-se "aláidi") foi fundada em 2001 como Allied SA, pela família Radomysler, com foco em distribuição de produtos eletrônicos. Apesar de ter "tecnologia" no nome é apenas uma distribuidora de celulares e notebooks presa no meio da cadeia alimentar do varejo.
          Em 2011, a companhia recebeu um aporte de valor desconhecido de um fundo de private equity (PE) do Banco JP Morgan. Pouco se sabe sobre o período, mas sabe-se que não foi lucrativo.
          Em 2014, o Fundo (de PE) Advent International comprou 75 por cento da companhia por 1 bilhão de reais, o equivalente a 30 por cento do faturamento da Allied. 20% foram comprados da família Radomysler e os 55% do One Equity Partners, braço de investimentos do banco JP Morgan, que assessorou a transação. Os irmãos Marcelo e Ricardo Radomysler mantiveram 25% das ações e permaneceram à frente do negócio. 
          A promessa do fundo da Advent International, dona da companhia até hoje, era de expansão da 
companhia para outros países, iniciando na Colômbia.
          A Allied Tecnologia (ALLD3) fez um IPO só para Institucionais. Em 12 de abril de 2021 estreou na Bolsa com um "IPO escondidinho", um IPO 476. O IPO 476 é um processo mais rápido e menos burocrático, do qual só participam investidores Institucionais.
          Cerca de 75 por cento da receita da companhia vêm da distribuição de produtos, 15 por cento das vendas no varejo físico e 10 por cento no varejo digital.
          Na distribuição, Allied é uma extensão dos estoques das grandes varejistas – Magalu e B2W –, comprando e importando das fabricantes e entregando às varejistas. No varejo físico, Allied opera metade das lojas e quiosques da Samsung no Brasil. No varejo digital, Allied é "seller" das grandes varejistas e opera os sites das operadoras de telefonia Claro, Vivo, Tim e Oi para vender os planos de telefone. Não tem nada de tecnologia na distribuição de tecnologia.
          A Allied é a única distribuidora das marcas GoPro, Google, Microsoft e Amazon Kindle e uma das 5 oficiais da Apple. Cerca de 15 por cento dos celulares, notebooks e videogames do Brasil são distribuídos pela companhia.
          Com 1.800 funcionários, 256 pontos de vendas em 15 estados brasileiros, Allied compra, estoca e revende mais de 9 mil SKUs (eu também “googlei”: SKU significa "stock keeping unit" ou cada tipo de produto estocado). Sua logística é terceirizada, mas a Allied possui 5 centros de distribuição para atender mais de 3 mil varejistas.
          Cerca de 55 por cento das vendas são para grandes varejistas (MGLU é seu principal cliente), 25 por cento para médios varejistas e 20 por cento para os pequenos.
(Fonte: Nord Research / Exame - 24.12.2022 - partes)

Méliuz

          A companhia de serviços financeiros Méliuz foi fundada ainda em 2011, em Belo Horizonte, por Israel Fernandes Salmen, nascido em 1988 e Ofli Campos Guimarães, nascido em 1985. Os dois mineiros, desconfiados que são, estavam inconformados com as enormes dificuldades de utilizar suas milhas – nascia a startup do cupom de desconto e do cashback.
          O cashback já existia e se difundia rapidamente nos EUA, mas ainda era desconhecido por aqui. Olhando como ele se difundiu rapidamente nos EUA, entendemos o crescimento vertiginoso de CASH.            A companhia disponibiliza gratuitamente em sua plataforma cupons de desconto de lojas online e devolve ao consumidor, em dinheiro, parte do valor gasto nas compras.
          A atração das pessoas pelo dinheiro de volta é impressionante. É instantânea. É enorme. Nos EUA, hoje, até o vendedor de pipoca (ok, lá é hot dog) da esquina dá cashback (não é brincadeira!).
          A Méliuz saiu na frente. Fez parcerias com algumas das maiores companhias de e-commerce do Brasil, além de centenas de varejistas de vários setores. Roupas, eletrodomésticos… até sites de viagens e alimentação. O mercado em potencial é imenso. Ainda mais quando olhamos a minúscula representatividade do e-commerce no Brasil (3 por cento).
          A Méliuz opera sem fábricas, sem estoques, sem galpões, sem ativos. Méliuz é só uma plataforma e alguns milhares de usuários.
          A companhia crescia com suas parcerias no e-commerce até 2019 quando, em conjunto com o Banco Pan, lançou o cartão de crédito com cashback. O trabalho da Méliuz é conectar vendedores e compradores se utilizando de ofertas de cashback e de cupons de desconto.
          A empresa queria elevar suas barreiras de entrada oferecendo novos produtos financeiros a seus clientes. A capitalização via IPO fazia sentido. A Méliuz (CASH3 na B3) vendeu metade de suas ações ao mercado e levantou cerca de 662 milhões de reais no IPO. Metade para o caixa da empresa, metade para dar saída ao fundo de venture capital Monashees. A Méliuz, estreou na B3 no último dia 5 de novembro de 2020.
          Logo depois da IPO, a Méliuz informou que recebeu do Opportunity e da XP comunicados acerca de participação relevante em seu capital. Segundo a Méliuz, os fundos geridos pelo Opportunity passaram a deter 10 milhões de ações de emissão da companhia, representativas de 8,21% do seu capital social. Já a XP Gestão de Recursos informou que passou a deter 7,05 milhões de ações, que representam 5,79% do capital da Méliuz.
          O interessante é que os fundadores da empresa não venderam, se mantiveram firmes com suas participações. Capitalizada, CASH foi às compras.
A Méliuz atravessou o oceano Atlântico e adquiriu 51 por cento da plataforma de cupons de descontos e promoções polonesa "Picodi.com". A Picodi está presente em mais de 40 países e possui mais de 12 mil parceiros (Méliuz possui 800). Com a aquisição, a Méliuz reduz bastante sua dependência dos poucos parceiros que possui atualmente (grandes plataformas de e-commerce do Brasil). Além disso, Méliuz implantará o cashback nas operações da Picodi.
          A empresa percebeu que seus milhões de usuários recebiam o cashback e enviavam para suas contas bancárias. A oportunidade ficou clara – fazia sentido oferecer produtos bancários e, em maio de 2021, a Méliuz adquiriu o banco digital Acesso Bank. Comprou por 324,5 milhões de reais, e o pagamento será por troca de ações – os acionistas da Acesso Bank ficarão com cerca de 8 por cento das ações da Méliuz. A Méliuz assinou um acordo de associação com a Acessopar, fintech especializada em soluções de pagamento que opera utilizando as marcas Acesso, Acesso Bank, Bankly e Banco Acesso. A transação prevê a incorporação pela Méliuz de 100% da empresa.
          Agregando mais produtos à sua oferta, Méliuz adiciona valor ao seu negócio e cria barreiras de entrada a novos competidores. Atraindo o cliente com o cashback, Méliuz, hoje, tem grandes oportunidades oferecendo muitos outros serviços. Estão todos de olho no sucesso do cashback. Estão todos de olho no sucesso da Méliuz. Varejo, bancos, parceiros, amigos, inimigos… todos querem utilizar o cashback para fidelizar seus clientes.
          A Lojas Americanas, com o AME Digital, e a Magazine Luiza, com o SuperApp, entraram no cashback. O BTG entrou no cashback em parceria com a Mosaico (MOSI3).
Mas o maior concorrente da Méliuz no país hoje é o Banco Inter. Com mais de 10 milhões de clientes, o banco, além de ter um pequeno e-commerce, dá cashback até para quem faz investimentos na sua plataforma.
          O Méliuz, segundo a empresa, atingiu 20,8 milhões de contas aberta no terceiro trimestre de 
2021. Israel Fernandes Salmen é o CEO da companhia.
          A Méliuz informa que celebrou, em 1º de junho de 2023, o acordo de investimento definitivo para a venda ao Banco Votorantim S.A. (“banco BV”) da totalidade das ações de titularidade da companhia de emissão da Acesso Soluções de Pagamento S.A. (“Bankly”) e de até 100% das ações de emissão da Acessopar Investimentos e Participações S.A (“Acessopar”). A venda das ações de emissão do Bankly e de até 100% das ações de emissão da Acessopar, subsidiária integral da companhia (nos termos do artigo 252 e seguintes da Lei das S.A.) que detém 52,19% do capital social do Bankly será realizada com base em um enterprise value de R$ 210 milhões, sendo que o valor será pago em parcela única, em dinheiro, sujeito a determinados ajustes e correção pela variação positiva acumulada do CDI entre 30 de março de 2023, e a data do efetivo pagamento do preço pelo banco BV à companhia.
(Fonte: Valor investe - 11.11.2020 / Nord Research - partes)

16 de mai. de 2021

Quantum (Hedge) Fund

          Em 1979, George Soros renomeou seu fundo, passando a chamá-lo de Quantum Fund, em homenagem ao princípio de incerteza de Heisenberg, que basicamente trata da impossibilidade de se prever o comportamento de partículas subatômicas. A ideia estava perfeitamente alinhada à visão de Soros de que os mercados estavam sempre em estado de incerteza e fluxo, e que era possível ganhar dinheiro ao eliminar o óbvio e apostar no inesperado.
          Os fundos hedge, apesar do nome, são companhias de investimento de altíssimo risco, que investem montantes várias vezes superiores ao seu capital, e portanto ganham (ou perdem....) dinheiro a taxas estratosféricas. Na pilotagem dos Quantum Fund e de seus fundos-irmãos, Soros multiplicou o dinheiro de seus clientes como talvez nenhum outro financista - fato que lhe rendeu diversas alcunhas: "O maior investidor do mundo", "O homem que move os mercados", e o mais famoso, "O homem que derrotou a libra".
          Sim, foi Soros que, em setembro de 1992, apostou 10 bilhões de dólares contra a libra esterlina - e ganhou. Ganhou, nos dois sentidos: a Inglaterra deixou desvalorizar sua moeda e o Quantum Fund lucrou um total de 1 bilhão de dólares para seus clientes.
          À frente do Quantum Hedge Fund, Soros sempre reinvestiu os ganhos de capital anuais que recebia do fundo, permitindo que os juros compostos impulsionassem ainda mais a rentabilidade do capital que possuía investido.
          Stanley Druckenmiller é uma das lendas do mercado financeiro. Reconhecido por ter sido por mais de 12 anos o principal gestor do Quantum Fund de George Soros, guarda um “track record” invejável na condução de hedge funds: nada menos do que 30% ao ano em dólares durante 30 anos seguidos. Durante esse período, Druckenmiller nunca entregou um ano de retorno negativo e conseguiu realizar façanhas memoráveis, como por exemplo, o lucro de US$ 1 bilhão de dólares em uma única operação contra a libra esterlina em 1992 (foi o maior retorno da história obtido com uma operação de moedas fiduciárias).
          Com o bom desempenho do fundo, conseguia atrair novos clientes investidores. Tanto que, apesar dos altos e baixos provocados pelo risco sistemático, atualmente o fundo já possui bilhões de dólares em sua carteira de ativos e uma taxa de retorno média anual de 20%. Em 2011 foi fechado, passando a gerir apenas a fortuna da família Soros.
(Fonte: revista Exame - 02.06.1999 / Empiricus Daily PRO - Felipe Miranda - 14.12.2016 /TradersClub - partes)

8 de mai. de 2021

Renova Energia

          A Renova Energia, empresa de energia renovável, foi fundada em 2001 por Renato do Amaral 
Figueiredo e Ricardo Lopes Delneri.
          Em recuperação judicial, em 21 de dezembro de 2020, a empresa informou que Renato do Amaral Figueiredo comprou a fatia societária de Ricardo Lopes Delneri, que deixará de ser sócio da companhia. De acordo com o último relatório de referência enviado pela empresa à Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM), Figueiredo detinha 4,49% do total de ações da Renova.
          Além disso, os sócios detinham juntos 8,7 milhões ações ordinárias correspondentes a 20,82% da totalidade das ações (ordinárias e preferenciais) da empresa por meio CG II Fundo de Investimento Multimercado Crédito Privado.
          Segundo a Renova, Figueiredo irá comprar a participação societária do Delneri no CG II, que também irá transferir 1,6 milhão de ações ordinárias que detém individualmente para o CG II. De acordo com o último formulário de referência, além da participação no fundo, Delneri detinha sozinho 5,24% das ações ON e 3,94% do total de ações da Renova.
          Com a nova composição, Figueiredo teria 30,28% do capital total da companhia e 36,86% do capital votante.
(Fonte: valor - 21.12.2020)

Banco São Paulo S.A.

          Em 5 de outubro de 1889, Dom Pedro II e o Visconde de Ouro Preto assinaram a carta de autorização para a constituição do primeiro Banco de São Paulo. Essa instituição financeira tornou-se uma das mais importantes nas primeiras décadas do século XX.
          Em 1909, comandado por capitalistas franceses, torna-se o Banco de São Paulo S.A.
          Dez anos depois, em 1919, portanto, na gestão Altino Arantes, o controle da empresa foi nacionalizado, assumindo o Estado a condição de acionista majoritário. Para atender o crescimento do banco, em 1935 é contratado o arquiteto Álvaro de Arruda Botelho para idealizar o projeto da nova sede situada na Praça Antônio Prado, no coração financeiro da cidade. O resultado, conhecido em 1938, é uma das mais belas construções em estilo art déco da arquitetura paulistana. A sede do estabelecimento de crédito acabaria se transformando num dos cartões postais da Capital. O saguão da antiga agência, no térreo do edifício, é um dos mais belos que existem em São Paulo por riqueza de detalhes, que vão desde os pisos em mosaico de pastilhas cerâmica, ao vitrais, lustres de alabastro e balcões de mármore de carrara.
          O imóvel foi tombado pelo patrimônio histórico e nele foram instalados elevadores feitos em bronze. Para o revestimento da fachada e das áreas internas foi usado mármore trazido de Portugal. A construção tem, ainda, no subsolo, uma casa forte dentro da qual fica o cofre encomendado à indústria bélica alemã Krupp. 
          Nos anos 1960, a rainha Elizabeth, da Inglaterra, visitou o Brasil e quis conhecer, em Campinas, o plantel de cavalos puro-sangue de propriedade dos Almeida Prado. Sabendo do banco, quis, também, conhecê-lo.
          A agência Sorocaba do Banco do Estado de São Paulo seria inaugurada em 1968, e ocupou o prédio de número 21, da rua São Bento, no centro da cidade.
          Em 1973, um acidente decretaria o que Otávio Teixeira, um dos mais antigos funcionários, chama de "começo do fim" da instituição. Durante sobrevoo pela serra do Japi, em Jundiaí, o avião a bordo do qual estavam Francisco de Almeida Prado e outros familiares, perdeu o controle e se chocou contra o paredão rochoso.
          Maiores detentores de ações do banco, João e Nelson de Almeida Prado perderam o ânimo de dar continuidade ao empreendimento, abrindo caminho para a venda do banco ao Banespa. A transação foi feita sob a condição de que o incorporador aproveitasse o quadro de funcionários existente, não dispensando ninguém.
          O mais antigo dos bancos paulistas, que foi incorporado pelo governo do Estado, o denominou Banespa e, depois, devolveu seu controle acionário à iniciativa privada. 
(Fonte: Revista Cruzeiro do Sul - Sorocaba 0 17.03.2014 - José Antonio Rosa / Otávio Teixeira)  
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    Consulado Mineiro

              A cachaçaria Consulado Mineiro foi fundada em 1991 por Geraldo Magela e seu irmão Fernando. Magela parou na região da avenida Paulista, em São Paulo, ao chegar de sua cidade, Senador Firmino, na Zona da Mata mineira, com seus cinco irmãos, entre eles Fernando, que começou a história do Consulado com ele.
              “Fiquei 20 anos morando lá! A Paulista é minha casa. Aos poucos, além dos mineiros, os amigos de São Paulo começaram a frequentar nossa casa. Adorávamos receber pessoas e meu irmão, Fernando, fazia almoços e jantares. Muitas vezes eu descia para ir ao Bar Riviera, que era embaixo do meu prédio, e encontrava amigos. Às vezes uma turma à meia-noite e outra às 3h. Em diversas ocasiões, após o bar, todos subiam ao nosso apartamento para prolongar a noite. Eram tantos amigos em nosso apartamento que começaram a dizer: ‘isso aqui parece um Consulado Mineiro’. O nome surgiu assim, de presente!
              Com casas na Praça Benedito Calixto e outra no mesmo bairro (Pinheiros), o restaurante acaba de abrir um terceiro endereço, também na capital paulista. Magela, feliz da vida, diz que o novo endereço na Paulista é uma espécie de retorno ao lar, já que ele parou por ali ao chegar de sua cidade.
              A casa fica na região da Paulista, mais exatamente em um casarão na Alameda Santos 1.107. No primeiro andar do Consulado fica o grande tesouro: a cachaçaria, que conta com cerca de 80 rótulos de cachaças mineiras, algumas delas difíceis de encontrar fora de suas regiões, como a deliciosa e mineral Vitorina, de Fortuna de Minas, e a doce e inebriante Tabaroa, de Bichinho. Quase todas as doses estão com preços entre R$ 8 e R$ 12 (preços de maio de 2021). Nessa época, o Consulado, devido às restrições impostas pelo combate à Covid., está funcionando com 25% da capacidade, que é de 100 lugares.
              Dá para almoçar, jantar ou apenas tomar uma cachacinha acompanhada de um torresminho. A casa tem ainda Caipirinha e suas variações, como a de Três Limões e a Brasileiríssima, que leva maracujá, limão e abacaxi.

    (Fonte: Direto do Alambique - 02.05.2021)