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14 de set. de 2021

Marcos Marcelino (grupo)

          Neto de banqueiro, filho de pai rico, mas feirante na juventude, o paraibano Marcos Marcelino de Oliveira, nascido em 1942, literalmente construiu tudo o que tem pelas própria mãos. Aconselhado pelo pai a seguir carreira solo, Marcelino seguiu à risca o conselho.
          No início da adolescência, vendeu roupas nas feiras livres paulistanas. Depois, ingressou no laboratório Pfzer. Poderia ter feito uma bela carreira no laboratório multinacional. Preferiu ter um negócio próprio. Em 1960, desembarcou em Belém, como representante do laboratório. "Fui o primeiro vendedor itinerante de produtos veterinários na região amazônica", disse.
          Sua carreira brilhante de empreendedor foi construída num estado pobre, Pará, a partir de uma pequena cidade, Ananindeua, nos arredores de Belém.
          Para distribuir os produtos, usava os pouco confiáveis barcos que serviam a região. Conquistou a confiança de clientes e foi nomeado representante da Le Petit. Depois ganhou a representação da Ciba-Geigy e da Nitrosin, fabricante gaúcha de formicidas. Da soma de todas essa representações, surgiu sua primeira empresa a Marcos Marcelino.
          "Trabalhamos e crescemos muito por estar longe dos olhos da concorrência, que não nos notou." Como exemplo, cita o caso da CBA, Companhia Brasileira de Asfalto, uma das empresas do grupo. O Pará não tinha nenhuma empresa desse setor. Marcelino achou que podia ser um bom negócio, apesar de ele depender do Conselho Nacional de Petróleo. Às escondidas, preparou durante três anos todos os papéis necessários para abrir o negócio.
          Além do sigilo, Marcelino vale-se de um apurado faro para expandir seus negócios. Ao longo dos anos, aproveitou oportunidades e carências da região para criar novas divisões no grupo. A primeira foi a de alimentos, transformada anos depois na EBD - Empresa Brasileira de Distribuição. Depois, veio a divisão de máquinas pesadas, responsável pela comercialização de tratores da J.I.Case e motores da Cummins, entre outros produtos. Em seguida, foi a vez da divisão de importação, responsável pela chegada ao país das minivans Lumina, entregues para os concessionários da General Motors. As empresas foram surgindo em cascata.
          Muitas dessas companhias já não estão sob o comando de Marcelino. Quando inaugurou o grupo ele tinha um sócio, Luis Soares. Um ano depois, Djalma Bezerra se juntou aos dois. Na ocasião, os três fizeram um pacto sui generis. Combinaram que, aos dezoito anos da sociedade, sairia o primeiro sócio e, três anos depois, o segundo. Eles não queriam ter problemas de sucessão. "Imaginamos que nossos filhos poderiam não ser como nós. Até hoje somos muito unidos e nos ajudamos mutuamente", afirma. O pacto foi cumprido à risca. O primeiro a sair foi Djalma Bezerra. Três anos depois foi a vez de Soares, que ficou com a CBA e dono da Diagro Agropecuária, da Elo Transportadora e da Muirakitã Turismo.
          Tomando-se um panorama do final de 1992, o grupo Marcos Marcelino era formado por oito empresas espalhadas por várias áreas - comércio importador, montagem e consórcio de produtos eletrônicos e agropecuária, por exemplo. É na parceira com multinacionais que seus negócios expandiam. É o caso da Xerox, para quem fabricava - e vendia parte da produção com sua própria marca - fax, impressora a laser e copiadora em sua unidade próxima a Belém. Com a IBM acertou a fabricação de circuitos integrados e produtos para exportação.
          Um de seus passatempos são as fazendas. Tem um carinho especial por gado importado e melhoramentos genéticos através de transplantes de embriões. Numa das fazendas, localizada às margens da Belém-Brasília, tinha 10.000 hectares, onde criava 10.000 cabeças de gado. Um plantel que eram as meninas dos olhos de Marcelino era formado por 600 cabeças de gado das raças limousine, cimental e jersey.
(Fonte: revista Exame - 22.07.1992 / 23.12.1992 - partes)

Jodaf

          A empresa de publicidade Jodaf foi criada pelo publicitário João Daniel Tikhomiroff, nascido em 1951 no coração de Copacabana, mas que virou paulista convicto por gostar da "ideologia de trabalho que 
existe em São Paulo".
          Com os olhos o mercado internacional, João Daniel partiu em 1990 para Barcelona, disposto a conquistar novos mundos. Estacas da Jodaf foram sendo fincadas em variadas partes. João Daniel abriu escritório em Lisboa em setembro de 1992, estabeleceu representações em Nova York e na Suécia.
          A Jodaf de São Paulo passou a ser monitorada a distância, sem perder a qualidade nem o número de 
clientes.
(Fonte: revista Exame - 23.12.1992)

13 de set. de 2021

Maybach

          A Maybach foi ressuscitada em 1997 par rivalizar com a Rolls Royce.
          Em 2012, após sucessivos anos de resultados deficitários, a Maybach, divisão de luxo da Mercedes, deixa de existir.
         Atualmente, a Maybach é administrada pela alemã BMW.

Gontijo

           A Empresa Gontijo de Transportes Ltda., foi fundada em Carmo do Paranaíba, Minas Gerais, por Abílio Gontijo, em 1943, durante a Segunda Grande Guerra Mundial.
          Em fevereiro de 2004, então com mais de mil ônibus em sua frota, comprou a São Geraldo, com frota de 800 veículos.
(Fonte: Gazeta Mercantil - 11.02.2004)

ENBpar

          Em meados de setembro de 2021, o governo federal criou a Empresa Brasileira de Participação em Energia Nuclear e Binacional, a ENBpar, como parte do processo de privatização da Eletrobras.
          A nova estatal, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, terá um modelo de holding e vai deter o capital social e a comercialização da usina hidrelétrica de Itaipu, além de ser sócia majoritária na Eletronuclear, ativos que não serão privatizados.
          Ela é necessária porque o Tratado de Itaipu não permite mudanças sem aprovação do Paraguai, que detém metade da Usina, enquanto a exploração nuclear é atividade exclusiva da União, conforme determina a Constituição.
(Fonte: jornal Valor - 13.09.2021 / Eleven Financial - 13.09.2021  - partes)

12 de set. de 2021

Casa Geraldo (vinícola)

          A vinícola Casa Geraldo é tocada por três irmãos, que desempenham funções complementares na empresa. Carlos Geraldo Marcon, o Carlinhos, é o enólogo; Michel Marcon, o administrador e Luís Henrique Marcon, administrador.
          A São Geraldo está instalada num trecho privilegiado da Serra da Mantiqueira, na região de Andradas, sul de Minas Gerais.
          Casa Geraldo é um desdobramento da marca popular Campino. Elaborada com uvas americanas a linha Campino é um sucesso com seus respeitáveis 2 milhões de litros por ano, contra 200 mil a 300 mil litros da Casa Geraldo. Este vinho é feito com as cepas Bordô, Isabel, Niágara e Jacques.
          O Campino conta a história da família, todos os perrengues vividos pelo senhor Geraldo (o avô, que batiza a vinícola), os esforços para edificar uma marca de respeito e, mais importante, as vinhas.
          Ao abrir mão desse patrimônio, a família entende que o vinho fino, não o de mesa, é a vocação daquela região, em que vicejam também cafés especiais e oliveiras. Um dos sacrifícios a ser considerado na conversão dos vinhedos é a extinção da uva Jacques, cada dia mais rara no país, e que é parte do acervo botânico relacionado ao desenvolvimento do vinho brasileiro.
          Da década de 1980, quando começou o projeto dos vinhos finos, até hoje, a evolução foi relativamente rápida. Chama a atenção a variedade de rótulos e produtos da Casa Geraldo. Entre as cepas cultivadas destacam-se Shiraz (a estrela da Mantiqueira), Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Tannat, Moscato Giallo, Tempranillo, Pinot Noir, Merlot, Sauvignon Blanc, Chardonnay e Prosecco.
(Fonte: campinas.com (Suzamara Santos) - 25.09.2018)

Vinícola Guaspari

          A Vinícola Guaspari, de Espírito Santo do Pinhal, na Serra da Mantiqueira em São Paulo, teve suas primeiras videiras plantadas em 2006, mudas de diversas variedades francesas, escolhidas em virtude das características do terroir da região. O primeiro rótulo - apenas 30 garrafas - foi produzido em 2008, de maneira artesanal. 
          A Guaspari traduz a paixão e o espírito empreendedor de uma família que se dedicou a transformar uma antiga fazenda de café em uma bela e instigante vinícola. Foi a pioneira na produção de vinhos na Serra da Mantiqueira, na divisa entre São Paulo e Minas Gerais. A fazenda de café onde se estabeleceu fica entre 1.000 metros e 1.300 metros de altitude, em que a insolação durante o dia e as noites fresquinhas garantem um produto similar às regiões europeias produtoras.
          A primeira safra comercial foi produzida em 2014. Hoje são 50 hectares de vinhedos próprios a partir dos quais todo o vinho é produzido.
(Fonte: Brasil de Vinhos / Portal de Pinhal - 26.06.2021 - partes)

Ticket

          O grupo Accor chegou ao Brasil em maio de 1976.          
          A Ticket é o braço brasileiro do grupo francês Edenred. No ano de 1992, então comandada pelo português naturalizado francês Firmin António, a Ticket cravou seu oitavo ano consecutivo de crescimento. O quadro de funcionários era composto por 14.000 pessoas. A pérola do grupo, o Ticket Restaurante, brilhou com especial intensidade em 1992. Em média, 2,8 milhões de refeições por dia foram servidas, com as quais o Ticket Restaurante conquistou 53% de um dos mercados mais afluentes e disputados no país.
          Nos primeiros meses de 2001, se por um lado o grupo Accor Brasil estava em franco desenvolvimento na área de hotelaria, o Ticket Restaurante, a antiga menina-dos-olhos de Firmin, estava com o brilho ofuscado. Com cerca de 50.000 empresas como clientes dos populares Ticket Restaurante e Ticket Alimentação, a divisão ainda era responsável por mais da metade dos lucros da Accor. Mas ela teve em 2000 seu pior resultado desde que o grupo começou a operar no Brasil. Sua margem foi de apenas 1% sobre o volume total de dinheiro movimentado no negócio, da ordem de 3,4 bilhões de reais.
          A explicação para tamanha queda estaria ligada à estabilização da moeda. Nos tempos de inflação alta, os polpudos ganhos provenientes do giro de uma massa de dinheiro dos clientes no mercado financeiro representavam até 90% do lucro da Ticket. Desde que deixou de contar com a ciranda financeira, a empresa, que se transformou em sinônimo do negócio de vales-refeição, não conseguiu reproduzir aquele resultado.
          Mas transformar uma empresa que passou os últimos 17 anos vendendo basicamente o mesmo produto, o Ticket Restaurante e suas pequenas variações, como o Ticket Alimentação e o Ticket Transporte, não é fácil. Desde que o Plano Real vingou, em 1994, quatro novos produtos tinha sido criados, mas apenas um já conquistara relevância - o Ticket Car, que permite o gerenciamento de frotas por meio do uso de cartões magnéticos ou com chips no reabastecimento em postos de gasolina.
          Em agosto de 2006, então como braço de benefícios do grupo francês Accor, a Ticket comprou a carteira de clientes da seguradora sul-africana Alexander Forbes no Brasil. Com isso, 115 empresas passaram a ser atendidas pela Ticket nas áreas de seguro de saúde, vida e previdência. O objetivo da subsidiária brasileira era aumentar a participação da área de novos negócios, então com 30%.
          Considerando dados de 2017, a Ticket tem 130 mil empresas clientes no Brasil e 7 milhões de usuários. O Edenred está presente em 45 países e teve faturamento de 1,3 bilhão de euros em 2017.
(Fonte: revista Exame - 18.04.2001 / 16.08.2006 / Exame - Exame.com - msn - Dinheiro) 

Mister Pizza

          A rede Mister Pizza foi adquirida pelo empresário Zélio Bernardino, em 1987.
          Dois anos depois, 1989, uniu-se a ele sua filha, a engenheira civil Eliane Bernardino, nascida em 
1961, que deixou uma carreira na Arthur Andersen para se unir ao pai, presidente da rede.
          Eliane fez do marido, Paulo Cesar Barros Afonso e Silva, nascido em 1959, franqueado do negócio.
          Em 1992, ano em que a recessão cerrou muitas portas no mundo dos negócios, a Mister Pizza inaugurou dezoito lojas. Cinco delas foram no mais suculento mercado brasileiro, São Paulo, onde a rede não tinha nenhuma loja. Na tentativa de conquistar os paulistanos, Eliane trocou o Rio de Janeiro por São 
Paulo. Seu pai, a fez responsável pelo franchising e pelo marketing da empresa.
          De Caruaru, em Pernambuco, a Macaé, no estado do Rio de Janeiro, eram, em fins de 1992, 79 
Mister Pizza, espalhadas por 31 cidades em dezesseis estados.
(Fonte: revista Exame - 23.12.1992)