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4 de jul. de 2022

Higer

          A fabricante chinesa de ônibus elétricos Higer foi fundada em 1998. É uma empresa jovem quando comparada aos concorrentes, principalmente os europeus.
          A Higer montou um plano de negócios para sair às ruas no Brasil e fazer do país a porta de entrada para seus vizinhos da América do Sul e Central, como Peru e Colômbia. A empresa pretende disputar espaço com grandes marcas que dominam o mercado brasileiro, algumas das quais atuam no país há mais de 60 anos.
          O plano de negócios prevê que os operadores do sistema de transporte, sejam eles privados ou públicos, não precisarão comprar os veículos nem se preocupar com a infraestrutura de recarga. Tudo será alugado. O ônibus elétrico é 2,5 vezes mais caro que um movido a diesel. “Um ônibus a combustão custa cerca de R$ 900 mil. O elétrico chega a R$ 2,6 milhões”, disse Marcelo Barella, executivo chefe da Higer para a América Latina. Barella trabalha na Higer desde 2004 em diversos países. No Brasil, a empresa chinesa atuará com a TEVx Motors, que importará e distribuirá os veículos.
          Em São Paulo, a Higer assinou um acordo com a Enel para disputar o fornecimento de ônibus elétricos na cidade, que é o maior mercado do Brasil – e o lugar perfeito para estrear no país, na visão da empresa chinesa. A empresa italiana de energia detém a concessão de distribuição de energia na capital paulista e em outras 22 cidades da região metropolitana ao seu redor. A Enel concorrerá em licitações para o fornecimento dos veículos. Se vencer, a Enel comprará os veículos da Higer, montará a infraestrutura de recarga e alugará o pacote completo para as operadoras. A Higer fará manutenção de ônibus e treinamento de motoristas, o que inclui ter seu próprio pessoal dentro das garagens dos operadores. Barella lembrou que São Paulo tem 14.000 ônibus e planeja chegar a 12.000 ônibus elétricos até 2028. Desse total, 2.600 estariam rodando até 2024 e 600 entre 2022 e 2023. A empresa pretende ganhar espaço em São Paulo, por ser um dos sistemas de transporte urbano mais complexos do mundo. Se conseguir atender aos padrões da SPTrans, que administra o sistema da cidade, a empresa poderia atender qualquer outra cidade do país.
          A princípio, os veículos movidos a bateria serão importados inteiros, mas a empresa está negociando com o governo cearense uma área no porto para instalar uma linha de montagem, com investimento estimado em R$ 20 milhões. Com a unidade local, a ideia é importar os ônibus em sistema PKD (Partial Knock-Down). A estrutura do carro viria pronta e aqui seriam colocadas as janelas, bancos e motor.
          Em um segundo momento, seria adotado o sistema SKD (Semi Knock-Down), com maior valor agregado. Barella explica que boa parte dos fornecedores da montadora na China já estão no Brasil e podem atender às necessidades da Higer no Ceará. São fornecedores globais, como Siemens e Dana, para motores; ZF para suspensão; Bosch para caixas de direção; ou Wabco para freios. As baterias são da CATL, que assinou um acordo com a fabricante brasileira de baterias Moura para serviços de pós-venda. A unidade cearense também será a base de exportação da região.
          A escolha do Ceará revela o próximo passo na estratégia da montadora para o Brasil: os ônibus movidos a hidrogênio. O estado possui uma grande oferta de energia limpa e diversos projetos para produção de hidrogênio verde no médio prazo. A Higer já tem 400 ônibus a hidrogênio rodando na China. Mas é um projeto de longo prazo no Brasil.
          Bem antes do uso do hidrogênio, o grupo asiático planeja entrar no segmento de furgões e caminhões elétricos de passageiros e cargas no Brasil. As vans devem chegar ainda em 2022 e exigirão uma rede de revendedores. Por outro lado, Barella reconheceu que a concorrência por caminhões provavelmente será acirrada.
          A Higer tem quatro fábricas na China e faturou US$ 5,5 bilhões em 2021. Já tem 50.000 ônibus elétricos nas ruas – principalmente na China, mas também na Europa.
(Fonte: jornal Valor - 04.07.2022)

1 de jul. de 2022

Simec

          O grupo mexicano, de Guadalajara, Simec, começou a produzir aço no Brasil no final de 2015 após investir US$ 300 milhões em um projeto greenfield no país.
          Três anos após iniciar a produção no Brasil, a Simec tornou-se a terceira maior fabricante de aços longos (vergalhões, fio-máquina, barras e perfis) do mercado brasileiro. Está atrás da líder ArcelorMittal e Gerdau. Também concorre com a AVB (Aço Verde), Sinobras e o negócio de aços longos da CSN.
          Esse salto, em maio de 2018, foi resultado da aquisição de duas unidades siderúrgicas da ArcelorMittal (uma em Cariacica e outra em Itaúna, Minas Gerais) por imposição do CADE, órgão antitruste do país, em razão da compra dos ativos da Votorantim Siderurgia no Brasil.
          No Brasil, a Simec já atende os mercados das regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste e parte do Nordeste, por meio de siderúrgicas localizadas em São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. O grupo Simec é o terceiro maior produtor de aços longos do Brasil.
          Em 30 de junho de 2022 o grupo Simec divulgou um investimento de US$ 300 milhões para duplicar sua siderúrgica localizada em Pindamonhangaba, a 140 quilômetros de São Paulo.
          A expectativa é que a expansão esteja pronta em meados de 2024, com obras de construção e montagem começando no segundo semestre do ano, disse Jaime Moncada Ramos, presidente-executivo da empresa no Brasil. O investimento consiste em uma nova aciaria elétrica e um novo laminador, com tecnologia alemã de última geração. O equipamento será enviado da China em julho.
          Com a duplicação, a capacidade instalada da siderúrgica de Pindamonhangaba aumentará para 1 milhão de toneladas de aço bruto (tarugos) por ano. Atualmente, a capacidade é de 500 mil toneladas por ano.
          A unidade de Pindamonhangaba vai ampliar a oferta ao mercado de vergalhões retos e laminados – produto utilizado para construção civil e projetos imobiliários – e fio-máquina, para diversas aplicações industriais, como arames e pregos.
          Segundo Moncada, grande parte da infra-estrutura para expansão já existe no local, próximo à atual linha de produção, facilitando a instalação da nova planta. A localização, próxima à Rodovia Presidente Dutra, na região São Paulo-Rio de Janeiro, é uma vantagem logística para a aquisição de sucata de ferro e aço e para a distribuição dos produtos ao mercado.
          De acordo com a empresa, serão gerados 1.200 empregos durante as obras e contratados 450 funcionários para operar a nova linha em Pindamonhangaba. A geração de empregos e impostos adicionais faz parte do programa do governo do estado de São Paulo para estimular novos investimentos no estado.
(Fonte: jornal Valor - 30.06.2022)

29 de jun. de 2022

Telefunken

          A fabricante de rádios, televisores e componentes eletrotécnicos Telefunken foi fundada em 1903 em Berlim, na Alemanha, como Gesellschaft für drahtlose Telegraphie m.b.H., System Telefunken. Foi fundada por Karl Ferdinand Braun, Georg Graf von Arco e Adolf Slaby. Além de Berlim, a empresa tem unidade em Frankfurt, também na Alemanha. A empresa pertence ao grupo AEG.
          Os televisores sob a marca Telefunken são produzidos pela empresa turca Profilio-Telra. Enquadra-se no segmento de produtos simples, uma vez que são utilizados componentes baratos no processo de montagem.
          A Telefunken desembarcou no país nos anos 1940 e chegou a ter fábrica por aqui. Deixou de ser comercializada a partir de 1989, mas sua marca foi negociada com a Gradiente.
          Em 2009, ao ter os direitos da marca adquiridos por uma investidora alemã, a Telefunken Licenses começou o processo de volta ao mercado – tinha parado completamente a produção em 1997 -, por meio de licenciamento da marca, que leva o nome da empresa.
          Quem não lembra de ter assistido às primeiras imagens em uma televisão Telefunken? Pois a marca está de volta. Depois do ressurgimento da Mesbla, agora é a vez da até então fabricante de televisores voltar ao mercado brasileiro. E isso acontece na Eletrolar Show 2022, que acontece de 11 a 14 de julho, em São Paulo.
          Apesar de ter ficado mais de 30 anos fora do mercado, a marca ainda tem uma memória afetiva muito forte entre os brasileiros.
          Mas os consumidores não devem esperar uma revolução em termos de televisores ou imagem. A marca vai reaparecer com uma linha de eletrodomésticos e eletroportáteis, e é representada no Brasil pela empresa de capital argentino Someco, e que atua por aqui há 25 anos.
          O primeiro passo foi ingressar nas principais bandeiras do e-commerce. Depois de ganhar visibilidade, agora está chegando a 600 lojas físicas de 50 redes regionais de eletrodomésticos e móveis espalhadas pelo país.
          A gama de produtos é extensa. São cerca de 90, entre eletroportáteis, como cafeteiras e batedeiras; itens de cuidados pessoais, que incluem secadores e aparadores de pelos; e a linha de áudio, com fones de ouvido e caixas de som para home theater.
          Embora a marca esteja muito associada aos televisores – por ter ganhado notoriedade no Brasil com o lançamento do sistema PAL-M de transmissão colorida, nos anos 1970 -, a decisão de não ter TVs agora foi orientada pelas condições do mercado, diz Marcelo Palacios, diretor da Someco.
          Os eletros da marca Telefunken serão fabricados na China e vendidos por meio do comércio eletrônico e em lojas físicas de varejistas.
          Segundo Palacios, hoje a marca está presente em 120 países. Destes, o grupo Someco, familiar e de capital fechado, é o licenciador na América do Sul. Operando na Argentina, no Chile e no Brasil, a marca chega, em breve, ao Peru e à Bolívia. Palacios comanda a Someco no Brasil desde 2004.
          No Brasil, a companhia adquiriu o direito da Telefunken Licenses de explorar a marca por dez anos, com possibilidade de renovar o contrato. Os produtos Telefunken vendidos no Brasil são fabricados na Ásia e importados pela Someco. A empresa argentina, fundada em 1947, está no Brasil desde 1997. A Someco atua no Brasil com as marcas próprias Novik, SKP Pro Audio e Probass, de equipamentos de áudio profissional e para o consumidor final. Também é distribuidora das marcas americanas de instrumentos musicais Peavey e Fender.
(Fonte: Wikipédia - Blog do Almir Freitas - 29.06.2022 / OESP - 31.08.2022 - partes)

28 de jun. de 2022

Vivix (Grupo Cornélio Brennand)

          O grupo Cornélio Brennand é formado por parte da família Brennand, cuja fortuna se originou no setor sucroalcooleiro.         
          A fabricante de vidros planos Vivix pertence ao grupo Cornélio Brennand, foi fundada em 2014 e está instalada no município de Goiana, em Pernambuco. Esse empreendimento marca o retorno do grupo Cornélio Brennand ao ramo de vidros, com a inauguração da primeira fábrica da Vivix. Em 2010, o grupo havia vendido a CIV, uma fábrica de embalagens de vidro, para a multinacional americana Owens Illinois.
          O mercado de vidro plano é atualmente dominado por três multinacionais: Cebrace, Agc e Guardian.
          A empresa considera que o consumo de vidro per capita no Brasil ainda é baixo se comparado aos Estados Unidos e Europa, o que indica um grande potencial para ampliar a demanda pelo produto, utilizado principalmente na construção civil, móveis e decoração.
          Em fins de junho de 2022, sob o comando do CEO Henrique Lisboa, a Vivix informou que vai investir R$ 1,3 bilhão em uma nova fábrica no município de Goiana, onde está instalada desde sua fundação. A construção da unidade terá início em dezembro e o start-up está previsto para meados de 2025.
          O investimento aumentará a participação do grupo Cornélio Brennand no mercado de vidro plano de 13% para 30%, ampliando sua distribuição fora da região Nordeste. A capacidade de produção da nova planta será de 1.000 toneladas por dia, mais que o dobro da capacidade atual da empresa.
          Considerando os números de meados de 2022, a Vivix tem 13% de participação de mercado, com capacidade de 900 toneladas/dia e faturamento de R$ 900 milhões em 2021. A empresa comercializa metade de sua produção fora da região Nordeste, com distribuição rodoviária e marítima.
          O novo forno terá capacidade para produzir 1.000 toneladas por dia e a empresa projeta aumentar sua participação no mercado para 30% dos atuais 13%, ampliando a distribuição fora da região Nordeste, que passaria para 70%.
          O forno será praticamente todo importado. Será abastecido principalmente com gás natural. Uma parte residual usará eletricidade. O grupo possui minas de minério para abastecer a usina em região próxima.
          Com a nova fábrica, a Vivix, a única 100% brasileira, espera se tornar a segunda empresa do país no ranking.
          A unidade empregava, em meados de 2022, 360 ​​pessoas. Quando o novo forno estiver totalmente operacional, a expectativa é que a força de trabalho ultrapasse 600 pessoas.
          Em novembro de 2022 o Cornélio Brennand informa que vai investir R$ 200 milhões em um parque solar para abastecer a nova fábrica de vidros em Goiana, com investimento de R$ 1,3 bilhão. A fazenda será construída pela subsidiária de energia limpa do grupo, Atiaia Renováveis, que normalmente opera pequenas centrais hidrelétricas.
          O CEO da Atiaia, Rodrigo Assunção, disse que o empreendimento terá capacidade de 55 MW de potência instalada, suficiente para atender 100% das necessidades energéticas da primeira usina da Vivix, inaugurada em 2014 no mesmo município. A fazenda ocupará uma área de 85 hectares e está programada para começar a operar em janeiro de 2024.
          O projeto em Goiana é o primeiro da Atiaia no segmento solar. A empresa opera pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) com capacidade de 30 MW. No total, possui 220 MW de energia hidrelétrica já em operação e 100 MW contratados na região Centro-Oeste, com previsão de entrada em operação entre 2023 e 2025.
          O vidro voltou a ser o maior negócio do grupo, com faturamento de R$ 900 milhões em 2021. Atuando também no setor imobiliário (Casa de Ferro), energia renovável (Atiaia) e cimento (Cimento Bravo), o grupo Cornélio Brennand teve um faturamento aproximado de R$ 1,6 bilhão em 2021.(Fonte: jornal Valor - 27.06.2022 / 08.11.2022 - partes)

26 de jun. de 2022

Laticínios Gege / Pantalat

           A Laticínios Gege Ltda. foi fundada em 11 de maio de 1988 por Domingos dos Santos Pantaleão que, além de sócio, era o administrador da empresa.
          O laticínio está localizado no centro de Pardinho, a 200 quilômetros da capital paulista. Na capital, a empresa tem seu endereço à Avenida Flamingo, 102, na Vila Nova Curuçá.
          Diariamente, o trabalhador do campo entrega e confia sua produção em um dos laticínios da empresa. A Laticínios Gege, além de produzir leite integral, semi-desnatado e desnatado, produz também 
iogurtes, creme de leite, queijos, achocolatado e outros, sempre com a marca Gege.
          O leite integral é produzido também com a marca Pantalat. A empresa não divulga, mas, Pantalat provavelmente empresta as primeiras duas sílabas do sobrenome do fundador, Pantaleão, mais o sufixo "lat" de laticínios.
          Na manhã de 28 de junho de 2021, o empresário Domingos dos Santos Pantaleão, sócio-diretor da Laticínios Gege, morre de Covid-19, em São Paulo.





21 de jun. de 2022

Gerdau Graphene / Gerdau Next

           Em meados de 2021, o grupo Gerdau, presente essencialmente na siderurgia, chega ao mercado com materiais industriais à base de grafeno, através da controlada Gerdau Graphene, então recém 
criada.
          A empresa foi formada após anos de pesquisa para desenvolver aplicativos para grafeno na Universidade de Manchester, na Inglaterra. Faz parte da estratégia do grupo lançar negócios adjacentes ao aço. A nova área ficou sob a égide da Gerdau Next, inicialmente uma vice-presidência responsável por novos negócios que se tornará uma divisão.
          Um ano depois da fundação, em meados de 2022, a Graphene já produzia comercialmente aditivos à base de água que contêm grafeno para tintas domésticas. Foi o primeiro produto de um grupo destinado a diversas aplicações – plásticos, borrachas, cimentícios (concreto e argamassa), lubrificantes e tintas.
          O CFO da Gerdau Graphene, Alexandre Corrêa, disse ao jornal Valor que a empresa está trazendo ao mercado um produto inédito no mundo – um aditivo químico com grafeno embutido – e, ao mesmo tempo, uma tinta própria, a C-Fix. “É a primeira tinta à base de água do mundo que utiliza grafeno em escala comercial”, diz o executivo. Informa também que o produto é fruto de uma parceria com a fabricante de tintas Grafftex e Polystell, empresa de São Bernardo do Campo (SP) que pesquisa e desenvolve aditivos químicos. Entre as aplicações, o C-Fix pode ser aplicado em pisos de concreto, cimento, asfalto e metal, em áreas de tráfego leve, quadras esportivas, escadas, áreas de lazer, pisos comerciais, entre outros.
          Descoberto em 2004, o grafeno é uma das formas cristalinas do carbono, originário do mineral grafite. Segundo a Gerdau Graphene, “tornou-se o maior condutor elétrico, um dos melhores condutores térmicos e um dos materiais mais resistentes”. O grafeno também está sendo usado em pesquisas para fazer parte de baterias para carros elétricos.
          A Graphene informa que o C-Fix e suas tintas para pisos foram utilizados pela primeira vez na pintura de parte da siderúrgica da Gerdau em Pindamonhangaba (SP) e a meta é utilizá-lo em todas as siderúrgicas ao longo do ano. “É uma tinta mais resistente à abrasão e que forma uma barreira contra a umidade”.
          O C-Fix já está sendo vendido para clientes estratégicos da Gerdau na área de construção e setores industriais. A Graphene já trabalha com uma segunda linha de aditivos voltados para tintas anticorrosivas, redutoras de zinco, para aplicações industriais. O plano é colocá-lo no mercado em 2023. A linha automotiva, por sua complexa formulação, virá mais tarde.
          O foco da empresa é em aditivos químicos, minerais e master batch (este último para uso em resinas plásticas PE e PP na fabricação de embalagens) com grafeno. Para este ano, planeja lançar novos aditivos e seus primeiros master batches. Também iniciou a preparação de aditivos minerais (utilizados na indústria de cimento), instalando uma unidade fabril em Ouro Branco (MG), ao lado da siderúrgica da Gerdau.
          A empresa tem sede em São Paulo, uma filial em Tampa, nos Estados Unidos, um posto no Manchester Innovation Center, o compartilhamento de um centro de aplicação no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e laboratórios próprios em Mogi das Cruzes, na grande São Paulo.
          Em meados de 2022, a Graphene tinha aproximadamente 30 funcionários. No início de 2023, pretendia mudar para o prédio do IPT, que está em reforma e fica ao lado dos laboratórios que desenvolvem as aplicações.
          O grafeno é importado de vários fabricantes do Canadá, Inglaterra, Austrália e dos Estados Unidos.
          A Gerdau Next já reúne, além da Graphene, as empresas G2Base (obras fundamentais), Juntos Somos + (parceria para e-commerce de materiais de construção), Brasil ao Cubo (construtech), G2L 
(logística digital) e Parque Solar Aquarela (energia renovável, com Shell).
          Em novembro de 2022, a Gerdau fechou uma parceria com o Fundo Newave para investir até R$ 1,5 bilhão em energia solar e eólica. A siderúrgica explicou que sua controlada Gerdau Next e o Fundo assinaram com a Newave Energia instrumentos vinculantes para subscrição de participação societária no capital social da Newave.
          Em 15 de março de 2023, a Gerdau informou que ocorreu o fechamento da operação entre a Gerdau Next e o Fundo Newave Energia I Advisory Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia NW Capital. A transação visa a subscrição de participação societária no capital social da Newave Energia pela Gerdau Next e pelo NW Capital, nas proporções de 33,33% e 66,67%, respectivamente. A Gerdau informou ainda a aquisição de 30% da energia gerada pelos projetos de geração de energia detidos direta ou indiretamente pela Newave e suas controladas, em regime de autoprodução. Nesta primeira fase da operação, a Gerdau Next subscreveu R$ 500 milhões, que deverão ser integralizados no prazo de até 18 meses, conforme chamadas de capital e desde que 
atendidas as condições relativas aos aportes de capital acordadas com a Newave.
          Em 10 de outubro de 2023, vem a lume a informação que a Newave Capital comprou uma parte do cluster solar Arinos da Voltalia) seis meses depois de formar uma joint venture para adquirir um terço das ações da Newave Energia). O objetivo é desenvolver, construir e operar um novo parque de geração de energia solar na região de Arinos, norte de Minas Gerais. O valor do negócio não foi divulgado. Com 420 megawatts-pico (MWp) de capacidade instalada distribuídos em 820 hectares, a usina exigirá investimentos de R$ 1,4 bilhão e o início das operações está previsto para o final de 2024.
(Fonte: jornal Valor - 19.06.2022 / Finance News - 16.03.2023 ;/ Valor - 10.10.2023 - partes)

10 de jun. de 2022

Telegram

          O Telegram foi fundado em 2013 pelos irmãos Nikolai e Pavel Durov, os fundadores do VK, a maior rede social da Rússia. O Telegram é uma empresa independente, não ligada ao VK. Atualmente, encontra-se sediado em Dubai, Emirados Árabes Unidos.
          O Telegram é um serviço de mensagens instantâneas baseado na nuvem. Os usuários podem fazer chamadas com vídeo, enviar mensagens e trocar fotos, vídeos, autocolantes e arquivos de qualquer tipo. O Telegram também possui criptografia de ponta a ponta opcional. Os clientes do Telegram possuem código aberto, porém seus servidores são proprietários. O serviço também providencia APIs para desenvolvedores independentes.
          Nikolai criou o novo protocolo MTProto em que o mensageiro é baseado, enquanto Pavel forneceu apoio financeiro e de infraestrutura por meio de seu fundo da Digital Fortress. Concorrente de serviços de mensagens semelhantes, o Telegram precisa de um número de telefone para se usar e é multiplataforma, tem versões para ambiente de trabalho e aparelho móvel, como iOS, Android, Windows, além de uma versão para navegadores web.
          No início de junho de 2022, vem a lume que o Telegram vai lançar serviço pago de assinaturas. De acordo com Pavel Durov, fundador da empresa, os usuários que optarem pelo pacote Premium terão um limite maior para bate-papos, mídia e uploads de arquivos. O executivo disse ainda que a mudança serve para garantir que a plataforma continue sendo financiada principalmente por seus usuários, e não por anunciantes.
          Diferentemente do WhatsApp, que limita para até 256 pessoas em cada grupo, no Telegram o usuário pode criar um grupo com até 200.000 membros.
          No final de semanafr 24/25 de agosto de 2024, Pavel Durov, fundador e CEO do aplicativo de mensagens Telegram, foi preso na França. A detenção ocorreu em meio a uma investigação policial que apura a possível facilitação de atividades criminosas pelo aplicativo, devido à ausência de moderação de conteúdo. Durov, de 39 anos, bilionário e cidadão francês, foi preso em um aeroporto próximo a Paris como parte de uma investigação preliminar que busca esclarecer o suposto envolvimento de sua plataforma em atividades ilegais.
          No Brasil, o Telegram já enfrentou suspensões diversas vezes por decisões judiciais, após se recusar a cumprir ordens legais. Durov, que fundou o Telegram em 2013 na Rússia, seu país natal, com o objetivo de permitir a comunicação livre em um ambiente de censura, viu sua criação se transformar em uma ferramenta essencial, especialmente para aqueles que vivem sob regimes com forte controle da informação.
          Avaliado em mais de US$ 30 bilhões (meados de 2024), o Telegram tem sido alvo de controvérsias e ações legais, principalmente por sua política de não moderação de conteúdo.
(Fonte: Wikipédia / Época Negócios - 10.06.2022 / Empiricus - 26.08.2024 - partes)

9 de jun. de 2022

Caledonian Brewery

          A Caledonian Brewery foi fundada em Edimburgo em 1869. O portfólio de marcas da Caledonian inclui também Deuchars e Edinburgh Castle.
          Em 2008, a Caledonian foi comprada pela Heineken, quando a Heineken e a Carlsberg adquiriram e dividiram os negócios da Scottish & Newcastle, que comprara a Caledonian em 2004.
          Em maio de 2022, a Heineken anuncia que está prestes a fechar a histórica Caledonian Brewery em Edimburgo.
          Como um dos principais argumentos, a Heineken disse que a produção da cervejaria “diminuiu constantemente nos últimos 10 anos”, à medida que a cervejaria evoluiu seu portfólio.
          A gama de marcas da Caledonian, que inclui Deuchars e Edinburgh Castle, continuará a ser vendida, mas as cervejas serão fabricadas sob licença pela Greene King assim que o período de consulta terminar, na Greene King’s Belhaven Brewery em Dunbar. A Cervejaria Caledonian continuará operando até então.
          O diretor da cadeia de suprimentos da Heineken UK, Matt Callan, disse que “O fato triste é que sua infraestrutura vitoriana significa ineficiências e custos significativos, principalmente porque está operando abaixo da capacidade”, disse Callan. “Para modernizar a cervejaria e cumprir nossos próprios compromissos de sustentabilidade, exigiria um investimento contínuo considerável, o que tornaria a operação da cervejaria economicamente inviável.”
          Callan disse que a empresa “não tomou essa decisão de ânimo leve” e estava “perfeitamente ciente do que a cervejaria representa em Edimburgo e seu papel na história e herança da fabricação de cerveja na Escócia – isso é algo de que estamos incrivelmente orgulhosos”.
          Mas a pergunta que se faz é: estão orgulhosos de que? De ter tido tão histórica cerveja em seu portfólio durante alguns anos? A Heineken também enfatiza que tem como “foco principal” os 30 funcionários da empresa. Para quem tem mais de 85.000 funcionários, tratá-los bem ao demiti-los não deve ser considerado como um esforço hercúleo.
          A notícia torna a Caledonian a mais recente de uma série de cervejarias a enfrentar o fechamento desde a pandemia em meio ao aumento da inflação. As baixas recentes incluem o London Fields, cuja proprietária, a Carlsberg fechou suas portas e o colocou à venda, bem como um punhado de independentes menores, como Fallen, Beatnikz Republic e Kelham Island. Enquanto isso, a gigante cervejeira australiana Lion está vendendo suas marcas Fourpure e Magic Rock e deixando o mercado do Reino Unido para se concentrar na América.
(Fonte: The Grocer - 25.05.2022 - parte)

7 de jun. de 2022

Cellera / Ferring

          A Cellera Farma foi criada no início de 2017 por Omilton Visconde Junior (filho do fundador do laboratório Biosintética), em parceria com o fundo Victoria Capital Partners. A Cellera foi fruto da 
compra do Instituto Terapêutico Delta e da empresa MIP Brasil Farma.
          Omilton Visconde Junior é conhecido na indústria farmacêutica por sua capacidade de ganhar dinheiro montando ou comprando empresas que, após a expansão, são vendidas a múltiplos altos. Esse raciocínio norteia sua nova aposta. "Cellera será uma grande plataforma de negócios em sua área", diz o Visconde Junior.
          Visconde Júnior ficou conhecido por seus empreendimentos sequenciais no setor de saúde no país. Entre outras movimentações, vendeu a Biosintetica para o Aché em 2005 e, anos depois, vendeu a Segmenta, de soros hospitalares, para a Eurofarma. Complementa sua carteira de investimentos uma participação de 30% na rede ambulatorial Doutor Agora.
          Em abril de 2017, a Victoria Capital Partners e Visconde Junior concluíram a compra da planta de genéricos e similares do grupo canadense Valeant em Indaiatuba, São Paulo, por valor não divulgado. A aquisição da planta já foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e envolveu também a linha de produtos Caladryl, adquirida pela Valeant da Johnson & Johnson em 2012.
          Em 2012 Visconde Junior juntara-se ao fundador da Netshoes, Marcio Kumruiam, na Netfarma, a maior farmácia online do país, na qual detém uma fatia de 70% — Kumruiam vendeu sua participação em 2014. Além de manter essa participação, Visconde Junior constituiu a Mip Brasil Farma, que atua no mercado de medicamentos de venda livre (OTC), e agora será incorporada à Cellera Farma. A nova farmacêutica brasileira será comandada por Nelson Libbos, executivo com 45 anos de experiência no setor e com passagens pela presidência de laboratórios como Hoescht, Aventis Farma, Farmasa e Teva Farmacêutica. Sócio de Visconde Junior em outros negócios e ocasiões, o Libbos é sócio da Netfarma e atua como consultor do setor.
          A Victoria Capital Partners, por sua vez, tem em seu portfólio de investimentos, entre outros, o grupo argentino Los Grobo, a brasileira Elemidia, a rede chilena de academias Energy e é acionista controladora da Oncoclínicas, a maior rede privada de centros de oncologia da América Latina.
          Em junho de 2022, a Cellera Farma assinou um acordo com o laboratório suíço Ferring para a produção e comercialização de um medicamento inovador para a cura da gastroenterologia, no primeiro passo de uma parceria que pode ser mais abrangente no futuro. Para a Cellera, este primeiro projeto representa transferência de tecnologia, ocupação da capacidade instalada da planta de Indaiatuba, e novo salto de receita, com direito a de primeira escolha para a comercialização do novo medicamento.
          A Ferring, que está presente em 56 países, agora tem produção local de um de seus medicamentos e usará as amplas bases da Cellera para levá-lo a profissionais de saúde e farmácias de todo o país. A empresa biofarmacêutica, especializada em fertilidade, gastroenterologia e urologia, colocou um de seus 12 centros de inovação no Brasil e quer avançar em pesquisa e desenvolvimento localmente.
          A nova droga – um gel que combina duas moléculas existentes para acelerar o processo de cicatrização de fissuras anais e controlar a dor – foi desenvolvida no país, no centro de Ferring. Em projetos futuros, a Cellera pode até ingressar na multinacional nesta fase.
          O medicamento entrará na fase 3 de estudos clínicos em 2023 e poderá chegar ao mercado em meados de 2025. Até agora, os investimentos no produto atingiram entre R$ 15 milhões e R$ 17 milhões, e mais R$ 5 milhões devem ser gastos até o registro na Anvisa. Na fase de lançamento (“go-to-market”), os investimentos estão estimados em R$ 50 milhões. “O produto será importante para ambas as empresas”, disse Rafael Suarez, CEO da Ferring no Brasil e líder para a América Latina.
          Segundo a multinacional, a escolha da Cellera como parceira levou em consideração a qualidade de seus ativos produtivos, que atendem às exigências de agências internacionais, e a disposição de investir em inovação. Além disso, a proposta é que os medicamentos desenvolvidos pela parceria possam ser internacionalizados sem a necessidade de repetir estudos clínicos no exterior, disse Renato Faro, chefe de P&D e assuntos regulatórios da Ferring.
          A Ferring, formada em 1950, pertence a um único proprietário e está no Brasil desde 1985. Em todo o mundo, o grupo fatura US$ 2 bilhões e investe 20% de sua receita por ano em P&D, disse Suarez.
(Fonte: jornal Valor - 09.05.2017 / 06.06.2022 - partes)