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6 de fev. de 2023

Banco/Financeira Cédula

          Michael Stivelman, nascido em 1928, sua mãe, Riva, uma tia e três primos foram os únicos sobreviventes de uma família de 79 pessoas nos horrores da Segunda Guerra Mundial. Os nazistas invadiram sua cidade, Secureni, na Bessarábia, atualmente território da república da Moldávia.
          Stivelman chegou ao Brasil em 1948 com 100 dólares no bolso doados pelos parentes. Já no ano que chegou começou a dar aula particular de matemática no Rio de Janeiro. Logo em seguida, em 1949 e 1950, foi vendedor ambulante de relógios. Chegou a vender 300 somente no então Ministério da Guerra. Também trabalhava na joalheria dos tios. Juntou dinheiro e, com um sócio, abriu uma fábrica de joias, que passou a fornecer no atacado para outras lojas.
          Em 1963, resolveu arriscar-se na bolsa de valores e no mercado paralelo do dólar, deixando o comércio de joias. Stivelman administrava seus próprios investimentos e de clientes. Também revendia platina tanto para joalheiros quanto para uso industrial.
          Conseguiu multiplicar seu patrimônio e, em 1964, abriu a financeira Cédula, aproveitando a experiência que desenvolveu com vendas a prazo desde o tempo que chegara no Brasil.
          Um ano depois de abrir a financeira, 1965, uma nova oportunidade surgiu para Stivelman. O banco Moscoso Castro, que pertencia a um grupo de joalheiros, estava sob intervenção do Banco Central. Junto com alguns sócios, ele se comprometeu a reestruturar a instituição e renegociar suas dívidas, desde que ficasse com a propriedade do banco. Depois de um ano, 1966, com as contas saneadas, revendeu o Moscoso Castro ao Banco Mineiro do Oeste, que mais tarde, em 1970,  foi incorporado pelo Bradesco.
          A financeira Cédula (transformada em banco múltiplo em 1989) pegou carona no crescimento do Brasil e chegou a ser a segunda maior do mercado, com agências em vários estados.
          No início dos anos 1990, contudo, os seus filhos Jacques Cláudio e Eduardo decidiram fazer carreira no exterior. Sem a participação dos herdeiros, Stivelman optou por encolher os negócios, até limitar a atuação da Cédula apenas ao mercado do Rio de Janeiro. Em meados de 1998, trabalhava para cerca de 80 pequenos e médios comerciantes, financiando compras a prazo. A Cédula passou a fazer uma média de 4.000 contratos de crédito mensais, cerca de um décimo do que fazia quando era uma empresa nacional. O banco administra recursos da família, que é dona também de uma imobiliária.
          Nessa época (meados de 1998) o banco tinha patrimônio de 25 milhões de dólares. Stivelman sempre optou por investir os lucros em outros negócios. Passou a ter, por exemplo, participações acionárias em outras instituições financeiras, como BCN e Mercantil de São Paulo.
          Sentindo-se perseguido pelos fantasmas do passado durante mais de 50 anos, resolveu exorcizá-los: escreveu, com ajuda da mulher, Raquel, o livro A Marcha, lançado em maio de 1998 pela editora Nova Fronteira. "A Marcha" vem do fato de Stivelman e sua mãe, Riva, terem percorrido 1.500 em marchas forçadas. Num dos piores momentos, sua mãe, com tifo, perdeu as forças e eles conseguiram se esconder em uma vala ao lado da estrada, já em território da Ucrânia.
(Fonte: revista Exame - 03.06.1998)

Bulgari

           A joalheria italiana Bulgari SpA foi fundada em 1884. No mercado de ações a empresa estreou em 
1995, quando a família Bulgari ofereceu ao público 36% de seu negócio
          Em 1984, assume a empresa Francesco Trapani, nascido em 1957, sobrinho dos acionistas 
principais, os irmãos Paolo e Nicola Bulgari.
          Uma vez no comando, Trapani sugeriu ampliar o catálogo de produtos da esnobe joalheria. Seus tios não concordaram. Eles preferiam ficar fieis à sua estratégia de sempre. Mas em 1992 as vendas caíram e a Bulgari conseguiu passar, raspando, com um lucro perto do zero. Trapani aproveitou para insistir: a Bulgari deveria seguir o exemplo da Cartier e da Tiffany, abarcando outros artigos de luxo. 
Alarmados, Paolo e Nicola cederam.
          Além de gravatas e relógios sofisticados, a Bulgari também lançou perfumes. Nessa área, o convencional seria licenciar a marca a um grande fabricante. Mas Trapani não agiu assim. Em 1992 sua equipe criou perfumes como o Bulgari pour Homme e começou a vender vidro de 50 ml a 390 dólares, preço superior ao de opções mais sofisticadas. A seguir, ofereceu acordos exclusivos de distribuição a lojas cuidadosamente selecionadas. Em pouco tempo os perfumes Bulgari passaram a figurar entre os mais vendidos em pontos charmosos de Londres, Tóquio e Paris.
          Com mais produtos para oferecer, a Bulgari tinha espaço para mais lojas. Partindo de 19 em 1994, Trapani montou uma rede de 64 lojas considerando até meados de 1998. O período de 1992 a 1998 foi particularmente auspicioso para a Bulgari, quando a empresa quadriplicou suas vendas, com fortíssimo crescimento de seu lucro líquido.
(Fonte: revista Exame - 03.06.1998)

5 de fev. de 2023

OpenAI / OpenAI LP

          OpenAI é um laboratório de pesquisas em inteligência artificial (IA). Foi fundado em São Francisco, Califórnia no final de 2015 por Elon Musk, Sam Altman, Peter Thiel, Reid Hoffman, Jessica Livingston, Greg Brockman e outros, que coletivamente prometeram US$ 1 bilhão. Musk renunciou ao conselho em 2018, mas permaneceu como doador.
          A companhia é subsidiária e constituída pela empresa com fins lucrativos OpenAI LP e a empresa matriz sem fins lucrativos OpenAI Inc.
          A OpenAI conduz pesquisas no campo de inteligência artificial (IA) e tem como objetivo promover e desenvolver IA amigável, de tal forma a beneficiar a humanidade como um todo.
          Em 2019, a Microsoft forneceu à OpenAI LP um investimento de US$ 1 bilhão e um segundo investimento plurianual em janeiro de 2023 relatado em US$ 10 bilhões.
          O ChatGPT, lançado em 30 de novembro de 2022, é um protótipo de um chatbot com inteligência artificial desenvolvido pela OpenAI especializado em diálogo. O chatbot é um modelo de linguagem ajustado com técnicas de aprendizado supervisionado e por reforço.
          O modelo chamado ChatGPT interage de forma conversacional. O formato de diálogo permite que o ChatGPT responda a perguntas de acompanhamento, admita seus erros, conteste premissas incorretas e rejeite solicitações inadequadas. O ChatGPT é um modelo irmão do InstructGPT, que é treinado para seguir uma instrução em um prompt e fornecer uma resposta detalhada.
          Em meados de novembro de 2023, atraiu a atenção do mercado o movimento promovido pelo conselho de administração da OpenAI, a empresa por trás do ChatGPT. Em uma reviravolta surpreendente, o então CEO e principal porta-voz da empresa, Sam Altman, foi demitido. Dada a sua posição como um dos executivos de tecnologia mais proeminentes do mundo, a notícia reverberou globalmente.
          O Conselho alegou que Altman não mantinha uma consistência de sinceridade em suas comunicações, o que levou à perda de confiança na sua capacidade de liderança. Uma reviravolta inimaginável. Por enquanto, a CTO Mira Murati ocupará interinamente o cargo de CEO.
          Mas a trama não se encerrou por aí. Tudo indica que o movimento foi liderado por Ilya Sutskever, o cientista-chefe da OpenAI, em uma verdadeira tentativa de golpe dentro da empresa. A ameaça de demissões em massa começou a pairar, especialmente após a renúncia de Greg Brockman, outro fundador da empresa, ao seu cargo no conselho. O grande dilema é que a OpenAI recebeu investimentos massivos da Microsoft, totalizando US$ 13 bilhões, avaliando a empresa em US$ 86 bilhões.
          Diante desses acontecimentos, um grupo de executivos e investidores da OpenAI tentou, durante o final de semana, restaurar Sam Altman como CEO. No entanto, essa tentativa foi mal-sucedida. Em resposta, a Microsoft acolheu tanto Altman quanto Brockman dentro de sua estrutura, transmitindo uma mensagem clara de que os US$ 13 bilhões estavam investidos neles, e não diretamente na OpenAI.
          Não demorou muito para o conselho nomear Emmett Shear – o ex-presidente-executivo da Twitch, uma empresa de transmissão ao vivo – para ser o segundo CEO interino da OpenAI, em apenas alguns dias. (Mira Murati, diretora de tecnologia, recebeu o cargo, apenas para perdê-lo após sinalizar seu apoio a Altman.)
          Em resposta, a Microsoft – o maior investidor da OpenAI e um importante parceiro estratégico – ofereceu-se para dar a Altman e ao seu principal tenente, Greg Brockman, um cargo de gestão de um novo sistema de IA. laboratório. Quase todos os cerca de 770 funcionários da OpenAI assinaram uma carta ameaçando pedir demissão e ir trabalhar para a nova equipe da Microsoft, a menos que o conselho da start-up renunciasse e trouxesse Altman e Brockman de volta.
          Em outra reviravolta surpresa, Sutskever então mudou de idéia. Ele escreveu em um post no X na segunda-feira que se arrependia profundamente de ter participado da demissão e que “nunca teve a intenção de prejudicar a OpenAI”. Ele também assinou a carta prometendo seguir Altman e Brockman para a Microsoft, a menos que o conselho revertesse sua decisão.
          As lutas internas corporativas não são novas. Mas o que faz a história da OpenAI se destacar são os riscos. OpenAI não é uma empresa comum. Ela construiu o ChatGPT, um dos produtos de tecnologia de crescimento mais rápido de todos os tempos, e emprega muitos dos principais pesquisadores de IA.
          A empresa também é extraordinariamente ambiciosa e considerou o seu papel a construção de uma superinteligência digital que acabaria por se tornar mais poderosa que os humanos. Além disso, Altman era um líder querido e uma figura de proa da indústria de IA., tornando a decisão do conselho de destituí-lo ainda mais misteriosa.
          Num sentido mais amplo, o que está acontecendo na OpenAI é um proxy para uma das maiores lutas na economia global hoje: como controlar o crescente poder das ferramentas de IA  e se podemos confiar nas grandes empresas para desenvolvê-las de forma responsável.
          Durante a noite do dia 21 para 22 de novembro de2023, a OpenAI anunciou que tem um “acordo principal” para recolocar Sam Altman como CEO, enquanto os membros do conselho que o expulsaram estão saindo. A notícia foi recebida com entusiasmo pelos funcionários do criador do ChatGPT, a maioria dos quais ameaçou pedir demissão e ingressar em Altman na Microsoft.
(Fonte: Wikipédia / Empiricus - 17.11.2023 / NY Times - 21.11.2023 / 22/11/2023 - partes)

4 de fev. de 2023

VirtusPay

          A VirtusPay é uma fintech que permite compras parceladas no boleto: o cliente faz a compra de um produto em uma das lojas parceiras e emite o boleto para pagamento. Depois, no site da VirtusPay o usuário envia o boleto e escolhe em quantas vezes deseja parcelá-lo. A empresa irá fazer uma análise de crédito e, se estiver tudo certinho, o boleto é autorizado e o cliente, que poderá pagar em até 12x com acréscimo de juros. A Fintech usava o limite de cartões de crédito de clientes, que acumulavam milhas.
          O presidente da VirtusPay é Gustavo Câmara, que foi um dos sócios-fundadores do aplicativo de transporte 99.
          Em outubro de 2019 o jornal Valor Econômico noticiou que a VirtusPay estava prestes a receber R$ 6 milhões em investimentos dos fundos de capital de risco Vox Capital e Kviv Ventures, da família Klein.
          Em julho de 2021, a fintech levantou R$ 25 milhões em uma emissão privada e em novembro fez a emissão de R$ 100 milhões em debêntures, ativos que foram comprados por gigantes do mundo dos investimentos, como Verde Asset, Schroders, Ibiuna, Augme, entre outros.
          Dez em cada dez consultores financeiros são unânimes em dizer "jamais empreste seu cartão de crédito". A chance da outra parte, que não tem compromisso nenhum com a fatura, não dar o dinheiro referente ao pagamento de suas contas antes da data de vencimento é enorme. Mas e quando o empréstimo é para uma startup com investidores de nomes tradicionais no mercado financeiro?
          Foi com essa confiança que milhares de pessoas emprestaram o limite de seu cartão de crédito para a fintech VirtusPay com o objetivo de ficar com as milhas geradas pelos gastos em seu nome. O combinado era de que a VirtusPay enviaria o dinheiro para o cliente que emprestou o limite do cartão até o vencimento da fatura.
          Em meados de julho de 2022, entretanto, o combinado foi descumprido e o valor em aberto chegava a quase R$ 17 milhões, segundo informações reunidas por parte dos (ex)clientes que estão em um grupo do Telegram e que somava quase 1.700 pessoas até a tarde do dia 25 daquele mês. A maior parte (34,2%) dos clientes deste grupo está em São Paulo, mas há outros grupos no Telegram com clientes atrás de soluções divididos por estados.
          O calote veio a público em uma reportagem da Agência Estado em 12 de julho de 2022, mas a falta de pagamentos pode ter iniciado bem antes disso, segundo informações reunidas pelo grupo do Telegram de ex-clientes.
          Em 9 de junho (2022) alguns pagamentos já teriam atrasado e a VirtusPay teria alegado aos clientes estar passando por "problemas sistêmicos", que teriam sido resolvido em 13 de junho, com os pagamentos realizados. No dia 23 daquele mês a opção de cadastrar novo cartão sumiu do site e a companhia teria alegado estar fazendo melhorias nos sistemas, segundo informações dos clientes.
          Depois, os pagamentos referentes a faturas de 1º de julho (2022) teriam começado a atrasar e no dia seguinte a fintech teria anunciado a descontinuidade do serviço. Em 6 de julho a empresa teria dado o prazo de 20 dias corridos para a regularização dos pagamentos. Em 22 de julho começaram a ser feitos estornos nos cartões dos clientes que fizeram as solicitações junto às empresas de cartão de crédito com a alegação de desacordo comercial.
          Em comunicado em seu site em meados de julho de 2022, a VirtusPay dizia que "segue incansável em solucionar todas as questões que envolvem o pagamento dos valores em aberto nos cartões de crédito de seus clientes e que, felizmente, após muito empenho, alguns de vocês já estão recebendo o estorno em suas faturas de cartão de crédito. O processo dos estornos demanda tempo, mas já está ocorrendo e ganhará ainda mais celeridade nos próximos dias. A VirtusPay preza pela transparência, por isso, segue trazendo atualizações para vocês. Trabalhamos avidamente para normalizar os pagamentos que não foram efetuados aos nossos clientes. Alguns trâmites em relação ao pagamento de parcelas em atraso e cancelamentos de parcelas futuras ainda estão em processo de conclusão junto aos credenciadores do arranjo de pagamentos. Em breve esperamos equalizar todos os pagamentos vencidos. Prezamos pela transparência e os manteremos atualizados".
          Ainda que os valores sejam plenamente ressarcidos, vários ex-clientes planejavam entrar com uma ação contra a VirtusPay por danos morais, segundo Pedro Henrique Romanelli Sampaio, sócio da Romanelli Sampaio Advocacia, e que devia representar alguns desses clientes.
          Apesar dos estornos que estavam sendo realizados, muitas pessoas tiveram que pegar empréstimos para pagar a fatura que já venceu para não lidar com os juros avassaladores do rotativo do cartão de crédito. "O limite das pessoas que cederam seu crédito foi aumentando, porque o banco criou confiança naquela pessoa", afirma Romanelli Sampaio, apontando o que pode ter sido o inicio de uma bola de neve para os donos dos cartões de crédito.
(Fonte: ValorInveste - 25/07/2022)

3 de fev. de 2023

Grupo Raymundo da Fonte

          A Indústrias Reunidas Raymundo da Fonte S.A., fundada em 1947, possui plantas industriais em Minas Gerais, Ceará, Bahia, Pará, além da matriz em Paulista - região metropolitana do Recife (PE).
          O portfólio da empresa é composto, entre outras, pelas marcas Brilux, Minhoto, Sonho, Even, Tubarão, Olimpo, Cloral, Muriongo, Filgueira, Alerta e Sentinela. 
          Em 2 de fevereiro de 2023 a Raymundo da Fonte anunciou que concluiu a aquisição da Iplasa Indústria e Comércio, proprietária da marca Candura, líder no segmento de limpeza doméstica no interior de São Paulo. A aquisição foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) em janeiro de 2023.
          O processo de integração será conduzido por um time de representantes do Grupo Raymundo da Fonte em conjunto com a Candura.
          Por ocasião do negócio, a Candura conta com 182 funcionários e uma sede com área total de 22 mil metros quadrados, sendo 11 mil metros quadrados de área construída. No portfólio da fábrica existem mais de 40 produtos, divididos entre as categorias de limpeza de banheiro, cozinha, lavanderia e multi superfícies, com produtos clorados e não clorados.
          Em cumprimento ao seu plano estratégico, além da aquisição da Candura, a Raymundo da Fonte planeja, em 2024, disponibilizar ao mercado nacional uma planta de sabão em pó com as diversas marcas do grupo, e aumentar sua atuação geográfica, oferecendo aos clientes e consumidores um número crescente de opções para o mercado de limpeza doméstica e higiene pessoal.
(Fonte: Diário de Pernambuco - 03.02.2023)

Roi Méditerranée

          O restaurante Roi Méditerranée, no estilo francês, resulta de uma parceria do restaurateur carioca Leonardo Rezende, do Grupo 14zero3, no Rio de Janeiro, com o empresário de moda pernambucano Lucas Albuquerque.
          Foi criado em 2020, em São Paulo, na Rua Haddock Lobo, nos Jardins, com capacidade total para 
100 pessoas.
          Leonardo Rezende que é quem toma a frente no restaurante, largou a música para virar dono de restaurantes. Ele vai abrir segundo endereço do Roi Méditerranée em São Paulo e prevê R$ 160 milhões de receita para 2023.
(Fonte: Veja SP / Valor - 03.02.2023 - partes)



2 de fev. de 2023

Catena-X

          Catena-X é uma joint venture global formada pelo grupo de montadoras e fornecedores de peças e serviços alemães Volkswagen, BMW, Mercedes-Benz, Basf, Henkel, SAP, Schaeffler, Siemens, T-Systems e ZF para criar uma organização de cooperação tecnológica e inovação.
          O negócio já foi aprovado pelos órgãos reguladores no Chile, Coreia do Sul, Polônia, Ucrânia,
Alemanha e Comissão Europeia, faltando apenas a aprovação brasileira.
          As empresas argumentaram que o projeto serve para tornar a experiência do cliente mais segura, 
além de apoiar o processo de descarbonização ao possibilitar a troca de informações.
          No Brasil, o grupo está acusando o regulador antitruste CADE de inviabilizar uma operação global focada em práticas ambientais, sociais e de governança (ESG), argumentando que o órgão fiscalizador determinou a aplicação de leis “inviáveis, inconstitucionais e condições ilegais” ao acordo que tornariam o projeto impossível. A agência viu problemas de concorrência, exigiu condições para aprovar a operação e nega irregularidades.
          Em 8 de fevereiro de 2023 o CADE reprovou a criação da plataforma Catena-X. Também decidiu que sua superintendência geral (SG) avaliará a possível violação da ordem econômica neste caso. A 
decisão desaprova a operação no Brasil.
          O relator do processo, conselheiro Gustavo Augusto, disse que a negociação dos recursos cabíveis ao processo foi “ampla, transparente e aberta”. Segundo ele, as empresas apresentaram um acordo que, embora incluísse os principais remédios pactuados, excluiu da minuta final, “sem prévia negociação ou comunicação” ao Conselho, diversas obrigações acessórias que seriam essenciais para a aprovação, e que são comumente incluídos em operações semelhantes. Entre elas, está a necessidade de o auditor independente (fiscal fiduciário) não ter conflito de interesses com as empresas.
          O CADE também passou a exigir que as empresas forneçam as mensagens trocadas em sistemas de informática, caso haja abertura formal de procedimento investigatório e se solicitado pelo Conselho. Para isso, teriam que manter essas mensagens em seus servidores por cinco anos.
          “A remoção dessa obrigação impossibilitaria o CADE de monitorar o cumprimento e verificar se os requerentes não estão trocando informações competitivamente sensíveis”, disse ele.
          “A alegação, feita de forma irresponsável pelos requerentes, de que os remédios incluídos no voto não foram discutidos com as partes, ou mesmo que inviabilizariam a operação, está longe de ser verdade”, disse o conselheiro. “É falsa, fantasiosa e irresponsável a alegação de que a redação final dos recursos foi concebida unilateralmente, sem qualquer discussão prévia com as partes, e é desconcertante que empresas do porte e da seriedade dos requerentes se coloquem nesta indigna papel."
(Fonte: jornal Valor - 02.02.2023 / 09.02.2023 - partes)

1 de fev. de 2023

Garde

          A gestora Garden foi fundada em 2013 pelos sócios Marcelo Giufrida, Carlos Calabresi, Marcio Georgetti e Rodrigo Pagnani, todos com anos de experiência no setor.
          A Garde começou com estratégia macroeconômica, com fundos multimercados, que era a expertise dos sócios.
          Considerando dados de setembro de 2020, a Garde tinha 41 profissionais (25 engenheiros da Poli-USP) e R$ 4,5 bilhões sob gestão. A meta era chegar a R$ 5,5 bilhões até o fim de 2021.
          Iniciada antes da pandemia, pela qual a gestora por sinal passou bem em seus primeiros meses, a estratégia da gestora foi partir para parcerias estratégias e a criação de fundos sob demanda. Foi a partir de conversas com gestoras de fundos e private banking que surgiu a ideia de lançar no fim de fevereiro (2020) um fundo alavancado, o Garde Porthos (todos os nomes dos fundos da casa estão relacionados à história dos Três Mosqueteiros), inspirado na estratégia de seu fundo mais conhecido, o Garde D'Artagnan FIM, mas com o dobro de risco.
          Além do Porthos, outros três produtos já saíram do papel em meados de 2020, todos frutos de parcerias. Um deles, em agosto (2020), um fundo que tem apenas a estratégia de renda fixa do D'Artagnan e foi destinado exclusivamente para um grande banco e destinado para compor suas carteiras de fundos de fundos.
          O segundo, o multimercado Vallon FIC FIM, foi desenvolvido a partir de um pedido da XP Investimentos, que queria oferecer em sua prateleira um fundo que tivesse a estratégia do D'Artagnan, mas mais arriscado – um intermediário de risco entre o D'Artagnan e o Porthos. O produto, que começou a ser vendido em 15 de setembro de 2020.
          “Em 2020 aceleramos os lançamentos por uma combinação de fatores. Investimos na parte de tecnologia, automação, processamentos internos, controle de riscos, tudo para deixar a infraestrutura mais robusta e estarmos mais preparados e com mais recursos para lidar com ampliação da oferta de fundos”, explicou Giufrida CEO da empresa..
          Outra frente de expansão foi a ampliação da presença de fundos em plataformas de investimento. Além de aumentar os produtos da prateleira da XP com o novo fundo (Vallon FIC FIM) também criou um fundo espelho do D'Artagnan para vender na Ágora.
          Em setembro de 2020 eram seis pessoas exclusivamente dedicadas à análise de empresas de capital aberto e à composição das carteiras de ações dos fundos – desde 2016, o time atua de forma independente, em uma outra gestora do grupo, a Garde Equity.
(Fonte: Valor Investe - 28.09.2020)

Macro Capital

          A Macro Capital é uma gestora de recursos criada em 2019, tendo sido idealizada por Nilson Teixeira e Mauro Bergstein, profissionais com mais de 30 anos de experiência de mercado e que 
trabalharam juntos no Credit Suisse e Garantia por 12 anos.
          A gestora é uma partnership, onde todos do time são sócios e que preza por um modelo meritocrático, com foco em resultado e no relacionamento com seus investidores, de forma transparente e ética. A equipe conta com mais de 15 associados, dos quais vários sócios com mais de 25 anos de mercado e atuações muito complementares.
          A Macro foca em Multimercados e hoje conta com dois fundos. A gestão é baseada em profunda análise fundamentalista e conta com modelagem quantitativa para ajudar na formulação dos cenários macroeconômicos. Há um trabalho constante na busca por uma otimização do portfólio de acordo com os limites de risco da gestora. Definidos os cenários, a gestora avalia quais os mercados que melhor os traduzem, e seleciona os ativos de cada um desses mercados que farão parte do portfólio. Combina posições estruturais de médio/longo prazos com posições táticas compradas e/ou vendidas de mais curto prazo. O fundo seleciona, com base em análise fundamentalista, ações de Brasil e América Latina, bem como índices e opções nos mercados de renda variável no resto do mundo, mais especificamente nos 
EUA, Europa e Ásia.
          Em fins de janeiro de 2023 vem a lume que a Macro Capital vai encerrar as suas atividades. A asset fechou 2022 com cerca de R$ 80 milhões sob seu guarda-chuva, volume considerado insuficiente para manter a estrutura robusta que marcou a operação e reter bons profissionais. A decisão vem após um ano em que os multimercados e fundos de ações apresentaram resgates expressivos, com a fuga do investidor para alternativas de renda fixa.
          Segundo Teixeira, que antes da Macro Capital passou quase 20 anos no Credit Suissse, a performance nesse período deixou a desejar em relação ao que a casa tinha como meta. E as condições para captar recursos no mercado ficaram mais complexas em meio ao aumento do custo de oportunidade, com a Selic em 13,75% ao ano, e com a concorrência de gestoras com bilhões de reais 
sob o seu guarda-chuva.
          "Quando a gente olha para frente, nosso cenário não é de um recuo importante, de forma rápida [dos juros], pelo contrário, tende a ficar estável nesse patamar por um período prolongado e isso faz com que aplicações de renda fixa, como LCI e LCA [letras de crédito imobiliário e do agronegócio, isentas de imposto de renda para a pessoa física] paguem até mais que o CDI, e a competitividade de um produto como o nosso fique menor."
(Fonte: site da empresa / ValorInveste - 30.01.2023 - partes)