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8 de fev. de 2023

Nissan

          O círculo do logo da Nissan representa o Sol, enquanto a barra ao meio é usada para expressar características de força e sucesso. A palavra Nissan corresponde a uma abreviatura. O nome da marca tem origem de duas palavras, Nippon Sangyo”, que significa “Indústrias Japonesas”.
          Em meados de 1999, a Nissan, segunda maior montadora de automóveis do Japão, era uma empresa semimorta. Tinha dívidas de 13 bilhões de dólares e participações de mercado decrescentes.
          Foi quando o brasileiro Carlos Ghosn, nascido em 1954, um ex-vice-presidente da Renault, recebeu a missão - considerada impossível por muitos especialistas - de reerguer a empresa. O clima era de desconfiança. A Nissan manteve uma tradição de anunciar programas que nunca chegaram a dar resultados. A Ghosn, também, foi entregue a responsabilidade de enfrentar as rígidas estruturas da cultura corporativa japonesa.
          Num país conhecido pela tradição de emprego vitalício, Ghosn anunciou a demissão de 21.000 funcionários e o fechamento de 5 das 14 fábricas da empresa. É uma fórmula ocidental, dolorosa, traumática. Mas aparentemente inevitável diante da competição global. Os próprios japoneses sabem disso. A profundidade das mudanças anunciadas por Ghosn surpreendeu a indústria. Mais surpreendente ainda foi a adesão dos japoneses aos planos de um executivo gaijin, a palavra usada para definir os estrangeiros.
          Ghosn chegou ao posto de principal executivo de operações da Nissan em junho de 1999, indicado pela francesa Renault, dona de 37% do capital da montadora japonesa. Ele então passou a buscar um senso de urgência que a Nissan perdera ao longo do tempo. O senso de urgência pelo resultado. A montadora teve prejuízo nos sete anos anteriores. De acordo com seus planos, a empresa voltaria a ganhar dinheiro a partir do ano 2000. Sua carreira dependia disso. Nos primeiros dias de novembro (1999), Ghosn deu uma prova pública de confiança em seu projeto para a Nissan. Em caso de fracasso, ele e toda a cúpula da empresa pediriam demissão de seus cargos. "As pessoas têm o direito de duvidar do sucesso da reestruturação", disse Ghosn. "Eu não."
(Fonte: revista Exame - 17.11.1999)

ATG (Americas Trading Group)

          O Americas Trading Group (ATG), uma plataforma de negociação de ativos financeiros, foi fundado por Arthur Machado, que sempre buscou transformar a empresa na nova bolsa de valores do país, chegando a fechar uma parceria com a New York Stock Exchange (NYSE) anos atrás. O plano há
anos é se tornar concorrente da bolsa brasileira B3.
          No entanto, o empresário foi preso por volta de 2019 por suspeita de envolvimento em fraudes contra fundos de pensão. O Postalis, fundo de pensão dos Correios, foi um dos primeiros investidores na ATS e um dos responsáveis pelo déficit do fundo. Nesse ponto, a ATG teria começado a procurar um comprador.
          Em 7 de fevereiro de 2023, vem a lume que a gigante de Abu Dhabi, Mubadala Capital, concordou em comprar o Americas Trading Group (ATG), com planos de lançar nova bolsa de valores no Brasil.
          O movimento ocorre logo após fundo de Abu Dhabi fechar rodada de investimentos na Cerc, fintech que registra ativos financeiros. No final de 2021, a Cerc já havia pedido autorização ao Banco Central para abrir uma central depositária de ativos, passo necessário para ter uma bolsa de valores.
          O projeto do fundo é reviver os antigos planos da ATG de criar uma nova bolsa de valores no Brasil, dizem as fontes, reacendendo uma questão que paira sobre a bolsa de valores brasileira há anos.
          “O cenário global é desafiador, mas vemos potencial de crescimento e um mercado de capitais maduro. Um de nossos objetivos é promover, por meio de nossos investimentos, maior acesso a mercados e ferramentas para execução otimizada de ordens para grandes corretoras, investidores institucionais e gestores de recursos”, disse Oscar Fahlgren, chefe do escritório da Mubadala Capital no Brasil, em comunicado.
          O acesso ao depositário central já gerou uma batalha entre a ATG e a B3 no passado. A ATS, empresa do ATG, entrou em arbitragem contra a B3 há alguns anos, alegando que a bolsa havia estipulado preços altos para o contrato de prestação de serviços para utilizar sua compensação. Argumentou na época que os preços inviabilizavam o projeto de uma nova bolsa no país. Além do Mubadala, alguns fundos brasileiros também teriam analisado o ativo.
          Após a fusão entre BM&FBovespa e Cetip, em 2017, o regulador antitruste CADE estabeleceu que a B3 deveria disponibilizar sua infraestrutura de mercado para terceiros e que, caso não houvesse acordo entre as partes, a arbitragem seria o foro para eventuais discussões.
          Em 2019, as partes chegaram a um acordo sobre o preço e um pedido à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para a criação de uma bolsa ainda estava aberto, mas foi indeferido na época por não atender a todos os requisitos. Um novo pedido ainda não foi apresentado.
          Em janeiro de 2023, durante almoço com jornalistas, o CEO da B3, Gilson Finkelsztain, disse que a concorrência era um tema recorrente nas discussões da empresa. “Já estamos preparados há algum tempo para todo tipo de concorrência”, disse o executivo, lembrando que já lida com concorrentes no mercado de balcão. A concorrência também deve aparecer no mercado listado, depois que a CVM permitiu a negociação em bloco nos mercados de balcão organizados.
          Para o Sr. Finkelsztain, ter outros players competindo no mesmo mercado é um fator positivo para “desencadear criações”. “Mas será difícil competir com a B3 porque ela é eficiente no que faz”, disse. “Costumávamos temer que a tecnologia tornasse possível algo que não tínhamos visto, mas o tempo mostrou que na maioria das vezes os concorrentes tentam copiar o que fazemos.”
          A B3 tem apostado em dados para diversificar suas fontes de receita. Em 2021, comprou a empresa de big data Neoway, a maior aquisição desde a fusão da BM&FBovespa com a Cetip. Em 
2022, adquiriu a Neurotech, confirmando sua estratégia de avançar em tecnologia e análise de dados.
          A ATG está conversando (junho de 2024) com grandes investidores institucionais no exterior e no Brasil para garantir liquidez à sua Bolsa de Valores mobiliários, concorrente da B3 e que deve operar a partir do segundo semestre de 2025. Como contrapartida, esses agentes – a maioria grandes bancos e empresas de tecnologia especializadas em transações de alta frequência – terão acesso a uma participação acionária. “Vários acordos de confidencialidade foram firmados”, disse o presidente da ATG, Claudio Pracownick. “O passo seguinte será o Mubadala definir quanto será a participação colocada à disposição destes investidores”, acrescenta
          A Mubadala Capital, que tem como principal investidor o fundo soberano de Abu Dhabi, adquiriu em 2023 pouco mais de 70% da ATG, dando início à constituição de uma segunda Bolsa no Brasil. O restante está em um fundo de investimento em participações (FIP) sob gestão da Angra Partners e executivos da ATG.
(Fonte: jornal Valor - 07.02.2023 / Estadão  - 07.06.2024)

7 de fev. de 2023

Teuto Brasileiro

          O laboratório Teuto (Deutsch, em português) foi fundado em São Paulo, após a Segunda Guerra, pelo imigrante alemão Adolfo Krumeir, que depois o transferiu para Belo Horizonte.
          Ao se aposentar Krumeir vendeu a empresa a representantes comerciais do próprio Teuto. Muitos anos depois, em 1986, a distribuidora já havia se tornado a segunda maior de Centro-Oeste. O crescimento chamou a atenção dos proprietários do Teuto, que queriam se desfazer do laboratório.
          Foi aí que entrou o vendedor Walterci de Melo, nascido em 1959. "Nas condições em que o negócio me foi oferecido, eu não podia deixar de comprar", disse Melo. O Teuto Brasileiro foi vendido por 2 milhões de dólares, pagos em cruzados, a moeda da época, em dez prestações sem juros ou correção monetária. Goiano de nascimento, Melo é um empreendedor típico. Aos 18 anos foi morar na cidade gaúcha de Bagé, onde iniciou um nunca terminado curso de direito. No Rio Grande do Sul ele iniciou sua carreira de vendedor.
          Walterci e seu irmão Lucimar criaram em sociedade uma distribuidora de medicamentos. Na ocasião, o Teuto necessitava de vendedores para o Centro-Oeste e para o Norte do país. Os dois se candidataram e inicialmente ganharam a área de Goiás. "No início dos anos 1980 ninguém queria rodar nas estradas de terra do Centro-Oeste", disse Melo. Mais três anos e a representação virou a Organização Melo, uma distribuidora de remédios.
          Em 1992, brigado com Lucimar, seu irmão decidiu mudar o Teuto de Minas para Goiás, mais precisamente para Anápolis. Desde então, ele profissionalizou a direção e, contando com generosos incentivos fiscais concedidos pelo governo goiano, injetou 80 milhões de dólares nas instalações da empresa.
          As vendas acompanharam na mesma proporção. De 5 milhões de dólares em 1992, elas passaram a 65 milhões em 1998. Então, turbinado pela lei dos genéricos e com a elevação da capacidade produtiva em curso, o Teuto começou a avançar em direção ao mercado dos laboratórios multinacionais. Embalado pelo crescimento das vendas, o laboratório passou a lançar cada vez mais produtos. Em 1992, eles eram apenas 40. Em novembro de 1999, eram 320 em 450 apresentações. O laboratório funcionava 24 horas por dia e tinha 1.100 funcionários.
(Fonte: revista Exame - 17.11.1999)

Soma (bolsa eletrônica)

          A Soma é uma bolsa eletrônica nos moldes da Nasdaq americana. Foi criada em 1996, no Rio de 
Janeiro.
          Por volta de outubro de 1999, a Soma realizou uma reunião no Rio de Janeiro para discutir oportunidades de negócio na Internet e a organização do mercado de capital de risco para bancar as novas 
empresas do setor. Faltou cadeira para os mais de 40 participantes do encontro.
          Seis grandes investidores mandaram representantes: Stock Maxima, Albion Alliance, Venture 
Partners, Dynamo Venture Capital, Latinvest e WorldInvest.
          Considerando dados de novembro de 1999, a Soma negociava os papeis de 119 empresas, com 
valor mercado de 39 bilhões de reais.
(Fonte: revista Exame - 17.11.1999)

Walkers

          A fábrica de biscoitos escocesa Walkers foi fundada pelo patriarca da família Walker, Joseph Walker, em 1898.
          Várias gerações depois, hoje, segundo a empresa, ainda se cozinha seguindo sua visão original de criar os melhores biscoitos amanteigados, e outras especialidades escocesas.
          A fábrica fica na pequena vila de Aberlour, na pitoresca região de Speyside, nas Highlands escocesas. A empresa afirma que garante que os produtos são confeccionados com ingredientes da mais alta qualidade, sem corantes, aromatizantes ou conservantes artificiais.
          Entre os produtos que chegam no Brasil estão os biscoitos de aveia em flocos (Oatflake & Cranberry Biscuits). A importação é feita pela Companhia Brasileira de Distribuição - CBD.
          A sede da empresa Walker's Shortbread Ltd fica em Aberlour-on-Spey, Escócia, Reino Unido e sua sede na União Europeia fica em Heilbroonn, na Alemanha.
(Fonte: caixa do biscoito Oatflake & Cranberry Biscuits)

6 de fev. de 2023

Banco Mineiro do Oeste

          O Banco Mineiro do Oeste surgiu como um estabelecimento bancário em Visconde do Rio Branco, Minas Gerais, fundado por  João do Nascimento Pires. Em meados de 1965, o banco se instalou em Belo Horizonte.
          Em 1966, o Mineiro do Oeste comprou o banco Moscoso Castro, com sede no Rio de Janeiro, de Michael Stivelman, dono da financeira Cédula.
          Através de seu banco, Pires também apoiou muitas produções de filmes brasileiros como A Hora e Vez de Augusto Matraga, A Vida Provisória, Garota de Ipanema, além filmes produzidos por Júlio Bressane, Paulo César Saraceni e outros.
          Quando o banco estava no auge de seu crescimento, uma política de concentração do sistema bancário brasileiro foi implantada por Delfim Netto, em 1969. Delfim era ligado aos interesses de bancos paulistas, e o Banco Mineiro do Oeste foi absorvido pelo banco Bradesco, em 1970.
(Fonte: Wikipédia / revista Exame - 03.06.1998 - partes)

Banco/Financeira Cédula

          Michael Stivelman, nascido em 1928, sua mãe, Riva, uma tia e três primos foram os únicos sobreviventes de uma família de 79 pessoas nos horrores da Segunda Guerra Mundial. Os nazistas invadiram sua cidade, Secureni, na Bessarábia, atualmente território da república da Moldávia.
          Stivelman chegou ao Brasil em 1948 com 100 dólares no bolso doados pelos parentes. Já no ano que chegou começou a dar aula particular de matemática no Rio de Janeiro. Logo em seguida, em 1949 e 1950, foi vendedor ambulante de relógios. Chegou a vender 300 somente no então Ministério da Guerra. Também trabalhava na joalheria dos tios. Juntou dinheiro e, com um sócio, abriu uma fábrica de joias, que passou a fornecer no atacado para outras lojas.
          Em 1963, resolveu arriscar-se na bolsa de valores e no mercado paralelo do dólar, deixando o comércio de joias. Stivelman administrava seus próprios investimentos e de clientes. Também revendia platina tanto para joalheiros quanto para uso industrial.
          Conseguiu multiplicar seu patrimônio e, em 1964, abriu a financeira Cédula, aproveitando a experiência que desenvolveu com vendas a prazo desde o tempo que chegara no Brasil.
          Um ano depois de abrir a financeira, 1965, uma nova oportunidade surgiu para Stivelman. O banco Moscoso Castro, que pertencia a um grupo de joalheiros, estava sob intervenção do Banco Central. Junto com alguns sócios, ele se comprometeu a reestruturar a instituição e renegociar suas dívidas, desde que ficasse com a propriedade do banco. Depois de um ano, 1966, com as contas saneadas, revendeu o Moscoso Castro ao Banco Mineiro do Oeste, que mais tarde, em 1970,  foi incorporado pelo Bradesco.
          A financeira Cédula (transformada em banco múltiplo em 1989) pegou carona no crescimento do Brasil e chegou a ser a segunda maior do mercado, com agências em vários estados.
          No início dos anos 1990, contudo, os seus filhos Jacques Cláudio e Eduardo decidiram fazer carreira no exterior. Sem a participação dos herdeiros, Stivelman optou por encolher os negócios, até limitar a atuação da Cédula apenas ao mercado do Rio de Janeiro. Em meados de 1998, trabalhava para cerca de 80 pequenos e médios comerciantes, financiando compras a prazo. A Cédula passou a fazer uma média de 4.000 contratos de crédito mensais, cerca de um décimo do que fazia quando era uma empresa nacional. O banco administra recursos da família, que é dona também de uma imobiliária.
          Nessa época (meados de 1998) o banco tinha patrimônio de 25 milhões de dólares. Stivelman sempre optou por investir os lucros em outros negócios. Passou a ter, por exemplo, participações acionárias em outras instituições financeiras, como BCN e Mercantil de São Paulo.
          Sentindo-se perseguido pelos fantasmas do passado durante mais de 50 anos, resolveu exorcizá-los: escreveu, com ajuda da mulher, Raquel, o livro A Marcha, lançado em maio de 1998 pela editora Nova Fronteira. "A Marcha" vem do fato de Stivelman e sua mãe, Riva, terem percorrido 1.500 em marchas forçadas. Num dos piores momentos, sua mãe, com tifo, perdeu as forças e eles conseguiram se esconder em uma vala ao lado da estrada, já em território da Ucrânia.
(Fonte: revista Exame - 03.06.1998)

Bulgari

           A joalheria italiana Bulgari SpA foi fundada em 1884. No mercado de ações a empresa estreou em 
1995, quando a família Bulgari ofereceu ao público 36% de seu negócio
          Em 1984, assume a empresa Francesco Trapani, nascido em 1957, sobrinho dos acionistas 
principais, os irmãos Paolo e Nicola Bulgari.
          Uma vez no comando, Trapani sugeriu ampliar o catálogo de produtos da esnobe joalheria. Seus tios não concordaram. Eles preferiam ficar fieis à sua estratégia de sempre. Mas em 1992 as vendas caíram e a Bulgari conseguiu passar, raspando, com um lucro perto do zero. Trapani aproveitou para insistir: a Bulgari deveria seguir o exemplo da Cartier e da Tiffany, abarcando outros artigos de luxo. 
Alarmados, Paolo e Nicola cederam.
          Além de gravatas e relógios sofisticados, a Bulgari também lançou perfumes. Nessa área, o convencional seria licenciar a marca a um grande fabricante. Mas Trapani não agiu assim. Em 1992 sua equipe criou perfumes como o Bulgari pour Homme e começou a vender vidro de 50 ml a 390 dólares, preço superior ao de opções mais sofisticadas. A seguir, ofereceu acordos exclusivos de distribuição a lojas cuidadosamente selecionadas. Em pouco tempo os perfumes Bulgari passaram a figurar entre os mais vendidos em pontos charmosos de Londres, Tóquio e Paris.
          Com mais produtos para oferecer, a Bulgari tinha espaço para mais lojas. Partindo de 19 em 1994, Trapani montou uma rede de 64 lojas considerando até meados de 1998. O período de 1992 a 1998 foi particularmente auspicioso para a Bulgari, quando a empresa quadriplicou suas vendas, com fortíssimo crescimento de seu lucro líquido.
(Fonte: revista Exame - 03.06.1998)

5 de fev. de 2023

OpenAI / OpenAI LP

          OpenAI é um laboratório de pesquisas em inteligência artificial (IA). Foi fundado em São Francisco, Califórnia no final de 2015 por Elon Musk, Sam Altman, Peter Thiel, Reid Hoffman, Jessica Livingston, Greg Brockman e outros, que coletivamente prometeram US$ 1 bilhão. Musk renunciou ao conselho em 2018, mas permaneceu como doador.
          A companhia é subsidiária e constituída pela empresa com fins lucrativos OpenAI LP e a empresa matriz sem fins lucrativos OpenAI Inc.
          A OpenAI conduz pesquisas no campo de inteligência artificial (IA) e tem como objetivo promover e desenvolver IA amigável, de tal forma a beneficiar a humanidade como um todo.
          Em 2019, a Microsoft forneceu à OpenAI LP um investimento de US$ 1 bilhão e um segundo investimento plurianual em janeiro de 2023 relatado em US$ 10 bilhões.
          O ChatGPT, lançado em 30 de novembro de 2022, é um protótipo de um chatbot com inteligência artificial desenvolvido pela OpenAI especializado em diálogo. O chatbot é um modelo de linguagem ajustado com técnicas de aprendizado supervisionado e por reforço.
          O modelo chamado ChatGPT interage de forma conversacional. O formato de diálogo permite que o ChatGPT responda a perguntas de acompanhamento, admita seus erros, conteste premissas incorretas e rejeite solicitações inadequadas. O ChatGPT é um modelo irmão do InstructGPT, que é treinado para seguir uma instrução em um prompt e fornecer uma resposta detalhada.
          Em meados de novembro de 2023, atraiu a atenção do mercado o movimento promovido pelo conselho de administração da OpenAI, a empresa por trás do ChatGPT. Em uma reviravolta surpreendente, o então CEO e principal porta-voz da empresa, Sam Altman, foi demitido. Dada a sua posição como um dos executivos de tecnologia mais proeminentes do mundo, a notícia reverberou globalmente.
          O Conselho alegou que Altman não mantinha uma consistência de sinceridade em suas comunicações, o que levou à perda de confiança na sua capacidade de liderança. Uma reviravolta inimaginável. Por enquanto, a CTO Mira Murati ocupará interinamente o cargo de CEO.
          Mas a trama não se encerrou por aí. Tudo indica que o movimento foi liderado por Ilya Sutskever, o cientista-chefe da OpenAI, em uma verdadeira tentativa de golpe dentro da empresa. A ameaça de demissões em massa começou a pairar, especialmente após a renúncia de Greg Brockman, outro fundador da empresa, ao seu cargo no conselho. O grande dilema é que a OpenAI recebeu investimentos massivos da Microsoft, totalizando US$ 13 bilhões, avaliando a empresa em US$ 86 bilhões.
          Diante desses acontecimentos, um grupo de executivos e investidores da OpenAI tentou, durante o final de semana, restaurar Sam Altman como CEO. No entanto, essa tentativa foi mal-sucedida. Em resposta, a Microsoft acolheu tanto Altman quanto Brockman dentro de sua estrutura, transmitindo uma mensagem clara de que os US$ 13 bilhões estavam investidos neles, e não diretamente na OpenAI.
          Não demorou muito para o conselho nomear Emmett Shear – o ex-presidente-executivo da Twitch, uma empresa de transmissão ao vivo – para ser o segundo CEO interino da OpenAI, em apenas alguns dias. (Mira Murati, diretora de tecnologia, recebeu o cargo, apenas para perdê-lo após sinalizar seu apoio a Altman.)
          Em resposta, a Microsoft – o maior investidor da OpenAI e um importante parceiro estratégico – ofereceu-se para dar a Altman e ao seu principal tenente, Greg Brockman, um cargo de gestão de um novo sistema de IA. laboratório. Quase todos os cerca de 770 funcionários da OpenAI assinaram uma carta ameaçando pedir demissão e ir trabalhar para a nova equipe da Microsoft, a menos que o conselho da start-up renunciasse e trouxesse Altman e Brockman de volta.
          Em outra reviravolta surpresa, Sutskever então mudou de idéia. Ele escreveu em um post no X na segunda-feira que se arrependia profundamente de ter participado da demissão e que “nunca teve a intenção de prejudicar a OpenAI”. Ele também assinou a carta prometendo seguir Altman e Brockman para a Microsoft, a menos que o conselho revertesse sua decisão.
          As lutas internas corporativas não são novas. Mas o que faz a história da OpenAI se destacar são os riscos. OpenAI não é uma empresa comum. Ela construiu o ChatGPT, um dos produtos de tecnologia de crescimento mais rápido de todos os tempos, e emprega muitos dos principais pesquisadores de IA.
          A empresa também é extraordinariamente ambiciosa e considerou o seu papel a construção de uma superinteligência digital que acabaria por se tornar mais poderosa que os humanos. Além disso, Altman era um líder querido e uma figura de proa da indústria de IA., tornando a decisão do conselho de destituí-lo ainda mais misteriosa.
          Num sentido mais amplo, o que está acontecendo na OpenAI é um proxy para uma das maiores lutas na economia global hoje: como controlar o crescente poder das ferramentas de IA  e se podemos confiar nas grandes empresas para desenvolvê-las de forma responsável.
          Durante a noite do dia 21 para 22 de novembro de2023, a OpenAI anunciou que tem um “acordo principal” para recolocar Sam Altman como CEO, enquanto os membros do conselho que o expulsaram estão saindo. A notícia foi recebida com entusiasmo pelos funcionários do criador do ChatGPT, a maioria dos quais ameaçou pedir demissão e ingressar em Altman na Microsoft.
(Fonte: Wikipédia / Empiricus - 17.11.2023 / NY Times - 21.11.2023 / 22/11/2023 - partes)