Foi ainda menino, aos 12 anos, que ele começou a sair de bicicleta pelas ruas de Lins, no interior paulista, vendendo coxinhas feitas pela mãe. Com o dinheiro, pagou um curso de computação – que lhe
valeu o primeiro emprego, aos 15 anos. E, aos 23, já havia fundado uma escola de computação.
Na outra ponta dessa história, José Carlos Semenzato passou essa empresa adiante quando ela já controlava 750 escolas frequentadas por 500 mil alunos em 500 cidades do país.
E o que a sucedeu foi a SMZTO Holding de Franquias Setoriais. “Ao comprar uma franquia, em vez de abrir uma empresa, o investidor reduz em mais de 50% o risco de quebrar o negócio”, resume o executivo, para quem “o franchising é hoje um setor maduro no mundo todo”. “No Brasil, ele cresce
25% ao ano e tem muitas marcas grandes como Boticário, Bobs.”
Semenzato revela: “Nosso foco é o Brasil. Quero comprar umas oito empresas nos próximos 5 anos, o que vale dizer que vamos chegar a um total de 10 mil franquias”. Segundo o empresário, o franchising é um setor já maduro no mundo todo, em especial nos EUA e na Índia. No Brasil, ele se expandiu nos últimos 30 anos. Gerou sucessos como as marcas O Boticário e Bobs, e vive um processo de consolidação. Mas existem bons e maus operadores. Franqueadores que trabalham com governança e ética, dando bom suporte aos franqueados, vendem de fato um bom know-how.
O executivo diz que pode afirmar com segurança que, ao comprar uma franquia, o investidor reduz em mais de 50% o risco de quebra do negócio. Exemplo prático: vou investir R$ 500 mil para abrir minha própria padaria. Há vários riscos: a escolha de um ponto errado, comprar os equipamentos inadequados, as chances de erro e de fechar no primeiro ano são grandes. Mas se você opta por abrir uma franquia, reduz esse risco. Eu costumo dar uma garantia de 75% de sucesso, os outros 25%
dependem do compromisso e empenho do franqueado na loja.
Há, entretanto, os que têm um negócio ainda em fase experimental e já tentam licenciar franquias. Se você está franqueando algo não testado, está replicando algo que pode dar errado. E quais os truques para a franquia dar certo? Primeiro, escolher uma marca que já tenha entre 20 e 30 franquias com pelo menos dois anos de operação. Significa que essa marca já passou por erros e ajustes, já tem certa maturidade. Também é bom contatar outros franqueados para ter um raio X completo do negócio. Eu analiso a escala daquele negócio, seu potencial de crescimento. E convém avaliar a liquidez, para
saber se poderei vender a um terceiro.
Semenzato não entra como controlador da franquia. Ele ntra como sócio minoritário com direito a vetos importantes, em decisões estratégicas. Tem aproximadamente 50 sócios hoje (início de 2024). Segundo ele, respeita e é respeitado por eles. Seu nível de briga judicial é zero. Normalmente, assume a parte financeira ou nomeia um CFO para a empresa. São estratégias nas quais ele não preciso controlar. Os valores em jogo nessas compras são a partir de R$ 50 mil, para uma microfranquia. A Associação Brasileira de Franchising tem um portfólio extenso de microfranquias com investimentos abaixo de R$ 90 mil. Acima disso, já são chamadas de franquias. Os investimentos do portfólio da
SMZTO vão de R$ 90 mil a R$ 1,5 milhão. Um restaurante pode chegar a esse valor.
O foco da SMZTO é o Brasil. A holding quer comprar sete a oito empresas nos próximos cinco anos, o que equivale a dizer que chegaria a 10 mil franquias até lá. No início de 2021, a empresa comprou uma participação na Oral Sin, uma companhia especializada em implantes. Na época, eram cento e poucas clínicas; hoje, são 500 em operação no Brasil. Ela cresceu 20 vezes nesse período em termos de faturamento. A última aquisição do grupo foi na área de harmonização facial, a Royal Face.
Eram 250 clínicas, um negócio já grande. A meta é chegar a 700 clínicas em quatro anos.
A holding destaca que tem uma preocupação muito grande com a questão ambiental. Com o Peça Rara, um brechó, colocam mais de 3 milhões de roupas e acessórios de segunda mão de volta no mercado. Uma economia absurda no meio ambiente. Uma outra, a Oakberry Açaí, está transformando a vida dos ribeirinhos na Amazônia. Nós incentivamos e homologamos essas cooperativas – e essas pessoas estão compreendendo que a floresta viva vale mais do que se for derrubada. Com a HCC – Energia Solar, que é uma das investidas do grupo, é gerada energia para abastecer uma cidade de 200 mil habitantes. E isso equivale à retirada de 25 mil toneladas por ano de CO2 por ano.
A SMZTO Holding é hoje é um dos maiores grupos desse setor no país, vendendo marcas e representações de outras empresas – o franchising. Em 2020, a SMZTO faturou R$ 3,3 bilhões.
(Fonte: Estadão - Sonia Racy - 24.01.2024)
O blog "Origem das Marcas" visa identificar o exato momento em que nasce a marca, especialmente na definição do nome, seja do produto em si, da empresa, ou ambos. "Uma marca não é necessariamente a alma do negócio, mas é o seu nome e isso é importante", (Akio Morita). O blog também tenta apresentar as circunstâncias em que a empresa foi fundada ou a marca foi criada, e como o(a) fundador(a) conseguiu seu intento. Por certo, sua leitura será de grande valia e inspiração para empreendedores.
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6 de ago. de 2024
SMZTO
5 de ago. de 2024
Fulwood
A empresa de galpões logísticos brasileira Fulwood foi fundada pelo empresário Gilson Schilis, que ocupa o cargo de presidente.
Nos últimos anos, o crescimento da Fulwood se deu em parceria com a gestora de recursos Vinci Partners. Pouco antes de meados de 2021, as empresas se uniram em um plano de investimentos conjuntos de R$ 1 bilhão para desenvolver galpões em São Paulo e Minas Gerais. Desde então, as entregas da parceria somaram 395 mil metros quadrados.
Então já como uma das maiores empresas de galpões logísticos do Brasil, a empresa começou o ano de 2024 em rota de crescimento, otimista com as perspectivas do setor. A companhia inaugurou, no início de 2024, seu 18.º empreendimento. Trata-se de um galpão de 44 mil metros quadrados, equivalente a seis campos de futebol, na cidade de Betim, em Minas Gerais. Havia conversas em andamento com empresas de varejo, farmacêutica, alimentos e bebidas, autopeças, entre outras. Em seguida, a ideia é erguer mais 68 mil m² no polo de Betim até 2025, com investimento total de R$ 170 milhões
Estão previstas ainda as entregas de um galpão de 55 mil metros quadrados em Guarulhos (SP) em outubro de 2024, e outro de 42 mil metros quadrados, em Extrema (MG), em março de 2025. O portfólio deve crescer de 850 mil para cerca de 1 milhão de metros quadrados de área bruta locável (ABL) até março de 2026. A GLP, maior do segmento no País, soma 4 milhões de metros quadrados de ABL, considerando números de março de 2024..
Schilis diz acreditar que o mercado ainda tem muitas oportunidades, mesmo depois do ciclo de crescimento dos últimos anos. Um ponto importante é a melhora da economia. “A demanda por galpões segue forte, e prevemos que continuará crescendo por, pelo menos, mais dois anos. O aquecimento aumenta à medida que a taxa de juros cai”, afirma
Outro ponto é que o comércio eletrônico ainda está se expandindo, puxado por setores que estão dando os primeiros passos nas vendas online, como farmácias, alimentos, autopeças e materiais de construção. Por fim, há necessidade de condomínios logísticos fora de São Paulo, onde há concentração desses ativos.
Atualmente (março de 2024), 94% dos imóveis da Fulwood estão ocupados, e ela tem terrenos já negociados onde poderiam ser construídos mais 600 mil metros quadrados de galpões. As áreas estão em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Para acelerar o crescimento, a ideia é fazer uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão, assim que houver
apetite de investidores.
A Fulwood tentou IPO em 2021, mas recuou diante da piora do mercado na época. Desde então, segue trabalhando como uma companhia aberta, contando com conselho de administração com membros independentes e comitês de auditoria e compliance.
(Fonte: Estadão - 13.03.2024)
4 de ago. de 2024
Padaria Ceci
(Fonte: Estadão - 15.12.2023)
3 de ago. de 2024
Affinity Partners
A Affinity Partners ganhou os holofotes por ter sido fundada, em 2021, pelo genro do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o investidor Jared Kushner.
Peixe pequeno perto de pesos pesados de Wall Street e com recursos captados em sua maioria na Arábia Saudita, a discreta gestora americana, tem US$ 3 bilhões em ativos, considerando números de
meados de 2024.
A gestora é uma das mais novas investidoras no Brasil. e chega, em abril de 2024, ao conselho de administração da Zamp, a holding brasileira que controla as franquias de fast-food Burger King e Popeyes no mercado local. O seu desembarque coincide com a negociação da primeira aquisição da Zamp: as operações da rede Starbucks no Brasil. O investimento da Affinity na Zamp, de US$ 200 milhões, é o primeiro da gestora na América Latina.
A gestora ganhou ampla repercussão na imprensa americana, em meio às eleições presidenciais nos EUA, com Trump de novo na disputa. Kushner é casado com a filha do ex-presidente, Ivanka Trump, e foi conselheiro sênior da Casa Branca na gestão do sogro. Nascido em 1981, ele diz que não pretende voltar a ocupar cargo público.
Apesar de ser americana, 99% dos recursos captados vêm do exterior, conforme comunicado enviado à Securities and Exchange Commission (a comissão de valores mobiliários dos EUA) em março de 2024. Boa parte vem de contatos que Kushner fez quando estava na Casa Branca, em especial com investidores do Oriente Médio.
Além de fundador, Kushner é o presidente da Affinity, que tem 40 funcionários. Entre as áreas de interesse, o genro de Trump está especialmente focado em inteligência artificial e na infraestrutura necessária para permitir que essa tecnologia avance, além de energia e mudanças nas cadeias de suprimento globais por causa de questões geopolíticas, como o “nearshoring”.
Os EUA são o principal foco da Affinity, mas a América Latina está no radar. O Oriente Médio também é uma das prioridades da gestora, que já investiu em Israel. Na Zamp, o fundo soberano árabe Mubadala é o maior investidor, com quase 60%, porcentual alcançado nos meses finais de 2023, após compras no mercado, em um ruidoso esforço para chegar ao controle da holding, retirar a empresa do Novo Mercado da B3 e ser mais agressivo em fusões e aquisições, movimento que causou a objeção de alguns investidores minoritários.
(Fonte: Estadão - 02.05.2024)
2 de ago. de 2024
Puig (grupo)
O grupo Puig, da Espanha, é dono de marcas de perfume como Paco Rabanne e Carolina Herrera e
no Brasil é sócio da Granado.
Em 2016, a Puig comprou 35% do grupo brasileiro Granado. Na época, a transação foi estimada em R$ 500 milhões, o que avaliou a Granado em R$ 1,43 bilhão e ajudou a empresa a quitar títulos que pagavam cerca de 20% de juros ao ano.
A Puig estreou na bolsa espanhola em 2 de maio de 2024, vendendo suas ações no topo da faixa sugerida e movimentando 3 bilhões de euros. O IPO superou o até então maior do ano, o da empresa suíça Galderma, de produtos dermatológicos. A oferta chegou a US$ 2,6 bilhões em março, com preço saindo também no topo da faixa.
(Fonte: Estadão - 08.05.2024)
1 de ago. de 2024
Sindona
Em 2002, a mãe de Bruno vendeu a herança de um terreno em Osasco. A vocação desse terreno era fazer moradia popular assim como fazem hoje, segundo Bruno. Mas a empresa faliu e não os pagou. Para a família, segundo Bruno "é como se tivéssemos ganhado na loteria e perdido o bilhete".
Em 2008, a família conseguiu recuperar o terreno e decidiu construir ela mesma (pai, mãe e irmã) 32 apartamentos no local com financiamento da Caixa Econômica no comecinho do programa Minha Casa, Minha Vida. Na época, Sindona não era uma empresa, foi criada para resolver apenas o problema da herança. Com o tempo, a empresa foi se profissionalizando. Compraram móveis para o escritório, contrataram funcionários e começaram a estruturar a empresa. Acabou comprando outra construtora no meio da caminho.
31 de jul. de 2024
Mundo Marcas
A empresa fabricante de produtos de limpeza Mundo Marcas foi fundada em 2011, em Santa Bárbara d'Oeste, interior de São Paulo, por Marcelo Lopes, nascido em 1970.
A empresa tem em seu portfólio as marcas Ares, PraPiso Casa e Washing, de amaciantes,
detergentes para louças, sabão em pó e sabão líquido.
Essas marcas fizeram a Mundo Marcas se destacar no mercado de limpeza doméstica,
especialmente entre os públicos das classes C e D.
“No nosso segmento, chamamos os produtos de primeiro preço e focamos nossa estratégia nisso, oferecendo produtos de qualidade a preços justos”, diz o fundador. Uma pesquisa rápida na internet indica uma embalagem de sabão em pó Ares de 1 kg por R$ 5,62, enquanto o OMO sai por R$ 9,89 em
valores de meados de 2024.
A Mundo Marcas diz que tem uma relação de fidelização com atacadistas e distribuidores, o que fortalece sua presença no mercado. Lopes trabalha com supermercados menores, mas também está em redes grandes, como Assaí e Atacadão. Ele prefere vender em São Paulo, aproveitando a estabilidade do mercado, especialmente durante crises econômicas. “Qualquer lançamento demanda estratégia, e colocávamos demonstradoras nas lojas para garantir a aceitação dos novos produtos”, diz Lopes, que antes era professor de marketing. Seguindo essa estratégia, a empresa lançou com sucesso produtos
como amaciante concentrado e sabão líquido.
Recentemente, a entrada na sociedade de José Carlos do Nascimento e seu filho José Carlos do Nascimento Júnior, fundadores da Palmito Cristalina, marcou um novo capítulo para a empresa. Com
essa parceria, a Mundo Marcas planeja ganhar mercado e iniciar um programa de exportação.
Ao longo dos anos, a empresa tem registrado crescimento expressivo. Em 2022, alcançou faturamento de R$ 62 milhões, número que saltou para R$ 75 milhões em 2023. Com uma participação de 6% do mercado de sabão lavaroupas em São Paulo, a Mundo Marcas projeta expandir suas operações para Goiás, Minas Gerais e, internacionalmente, para o Paraguai.
(Fonte: Estadão - 31.07.2024)
30 de jul. de 2024
Hard Rock Cafe
Em 2007, a marca foi comprada pela Tribo Seminole da Flórida.
Em 2024, nem grandes metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro ou as capitais brasileiras: o Hard Rock Cafe escolheu a cidade de Itapema, no Litoral Norte Catarinense, para a sua nova unidade. O sétimo restaurante da franquia confirmado no Brasil ficará no Píer Oporto.
As empresas investidoras que viabilizaram a construção do Píer, MayBelly Incorporadora, R7 Participações, Pantanal Negócios Imobiliários uniram-se ao empresário do entretenimento paulista Marcelo Tobias e garantiram a ida do Hard Rock Cafe para Itapema. Segundo o grupo, a unidade terá 1.200 m² e ficará em um dos pontos mais deslumbrantes do Píer, com vista 360º para o mar, proporcionando uma experiência única para os clientes apaixonados pela marca. Afinal, em todo o mundo, será o único Hard Rock Cafe dentro da água.
A previsão é de que o restaurante seja inaugurado junto ao Píer, que está sendo construído em ritmo avançado. A obra começou em dezembro de 2023 após empresas assumirem a responsabilidade financeira e executiva, custeando a realização do projeto. Em 22 de maio, foi finalizada a cravação das estacas pranchas, uma das etapas mais complexas da obra do Píer Oporto. A partir de então, a construção passou para a fase de fundações.
No Brasil, apenas sete lugares foram escolhidos para receber o restaurante. Em território catarinense, além do anúncio em Itapema, a marca está também na capital Florianópolis. Com a chegada de uma nova unidade, Santa Catarina se iguala ao Rio Grande do Sul, os únicos estados brasileiros com mais de uma loja do Hard Rock Cafe.
29 de jul. de 2024
CashMe
O número de funcionários passou de 100 para 400 em 2021. Mas o retorno não veio. O prejuízo líquido chegou a R$ 49 milhões. “Havia pressão para crescer, vista a expansão explosiva do valuation de outras startups na época”, diz o presidente da CashMe, Juliano Bello.
Na ânsia de crescimento, a CashMe virou uma empresa que consumia capital de modo elevado para ofertar produtos com os quais batia de frente com bancos de grande porte, sem a mesma competitividade ou retorno.
O primeiro mantra de Horn para a direção da CashMe é que toda empresa precisa dar lucro. A frase pode soar óbvia, mas teve a função de brecar um plano de negócio baseado em crescimento das operações em um terreno incerto, com previsão de break even só nos anos seguintes.
A partir do fim de 2022 e começo de 2023, a CashMe passou a simplificar o negócio. O crédito consignado, por exemplo, foi cortado do portfólio. A operação se concentrou no financiamento para compra de moradias e no crédito para condomínios. A reestruturação cortou cerca de 100 dos 400 funcionários.
As mudanças surtiram efeito. A CashMe teve lucro líquido de R$ 70 milhões em 2023. A empresa conseguiu focar nos produtos certos, diferenciando-a dos bancos, gerando valor para o cliente e com rentabilidade.
Horn costuma dizer que a fintech é como sua “neta”. A “filha” é a Cyrela. “A CashMe é uma empresa nova e está no caminho certo para crescer”, comenta Horn. “É um negócio totalmente diferente da Cyrela. É pra ser uma ‘cash cow’ (geradora de caixa).”
(Fonte: Estadão - 28.07.2024)