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6 de ago. de 2024

SMZTO

          Foi ainda menino, aos 12 anos, que ele começou a sair de bicicleta pelas ruas de Lins, no interior paulista, vendendo coxinhas feitas pela mãe. Com o dinheiro, pagou um curso de computação – que lhe 
valeu o primeiro emprego, aos 15 anos. E, aos 23, já havia fundado uma escola de computação.
          Na outra ponta dessa história, José Carlos Semenzato passou essa empresa adiante quando ela já controlava 750 escolas frequentadas por 500 mil alunos em 500 cidades do país.
          E o que a sucedeu foi a SMZTO Holding de Franquias Setoriais. “Ao comprar uma franquia, em vez de abrir uma empresa, o investidor reduz em mais de 50% o risco de quebrar o negócio”, resume o executivo, para quem “o franchising é hoje um setor maduro no mundo todo”. “No Brasil, ele cresce 
25% ao ano e tem muitas marcas grandes como Boticário, Bobs.”
          Semenzato revela: “Nosso foco é o Brasil. Quero comprar umas oito empresas nos próximos 5 anos, o que vale dizer que vamos chegar a um total de 10 mil franquias”. Segundo o empresário, o franchising é um setor já maduro no mundo todo, em especial nos EUA e na Índia. No Brasil, ele se expandiu nos últimos 30 anos. Gerou sucessos como as marcas O Boticário e Bobs, e vive um processo de consolidação. Mas existem bons e maus operadores. Franqueadores que trabalham com governança e ética, dando bom suporte aos franqueados, vendem de fato um bom know-how.
          O executivo diz que pode afirmar com segurança que, ao comprar uma franquia, o investidor reduz em mais de 50% o risco de quebra do negócio. Exemplo prático: vou investir R$ 500 mil para abrir minha própria padaria. Há vários riscos: a escolha de um ponto errado, comprar os equipamentos inadequados, as chances de erro e de fechar no primeiro ano são grandes. Mas se você opta por abrir uma franquia, reduz esse risco. Eu costumo dar uma garantia de 75% de sucesso, os outros 25% 
dependem do compromisso e empenho do franqueado na loja.
          Há, entretanto, os que têm um negócio ainda em fase experimental e já tentam licenciar franquias. Se você está franqueando algo não testado, está replicando algo que pode dar errado. E quais os truques para a franquia dar certo? Primeiro, escolher uma marca que já tenha entre 20 e 30 franquias com pelo menos dois anos de operação. Significa que essa marca já passou por erros e ajustes, já tem certa maturidade. Também é bom contatar outros franqueados para ter um raio X completo do negócio. Eu analiso a escala daquele negócio, seu potencial de crescimento. E convém avaliar a liquidez, para 
saber se poderei vender a um terceiro.
          Semenzato não entra como controlador da franquia. Ele ntra como sócio minoritário com direito a vetos importantes, em decisões estratégicas. Tem aproximadamente 50 sócios hoje (início de 2024). Segundo ele, respeita e é respeitado por eles. Seu nível de briga judicial é zero. Normalmente, assume a parte financeira ou nomeia um CFO para a empresa. São estratégias nas quais ele não preciso controlar.           Os valores em jogo nessas compras são a partir de R$ 50 mil, para uma microfranquia. A Associação Brasileira de Franchising tem um portfólio extenso de microfranquias com investimentos abaixo de R$ 90 mil. Acima disso, já são chamadas de franquias. Os investimentos do portfólio da 
SMZTO vão de R$ 90 mil a R$ 1,5 milhão. Um restaurante pode chegar a esse valor.
          O foco da SMZTO é o Brasil. A holding quer comprar sete a oito empresas nos próximos cinco anos, o que equivale a dizer que chegaria a 10 mil franquias até lá. No início de 2021, a empresa comprou uma participação na Oral Sin, uma companhia especializada em implantes. Na época, eram cento e poucas clínicas; hoje, são 500 em operação no Brasil. Ela cresceu 20 vezes nesse período em termos de faturamento. A última aquisição do grupo foi na área de harmonização facial, a Royal Face. 
Eram 250 clínicas, um negócio já grande. A meta é chegar a 700 clínicas em quatro anos.
          A holding destaca que tem uma preocupação muito grande com a questão ambiental. Com o Peça Rara, um brechó, colocam mais de 3 milhões de roupas e acessórios de segunda mão de volta no mercado. Uma economia absurda no meio ambiente. Uma outra, a Oakberry Açaí, está transformando a vida dos ribeirinhos na Amazônia. Nós incentivamos e homologamos essas cooperativas – e essas pessoas estão compreendendo que a floresta viva vale mais do que se for derrubada. Com a HCC – Energia Solar, que é uma das investidas do grupo, é gerada energia para abastecer uma cidade de 200 mil habitantes. E isso equivale à retirada de 25 mil toneladas por ano de CO2 por ano.
          A SMZTO Holding é hoje é um dos maiores grupos desse setor no país, vendendo marcas e representações de outras empresas – o franchising. Em 2020, a SMZTO faturou R$ 3,3 bilhões.
(Fonte: Estadão - Sonia Racy - 24.01.2024)

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