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6 de out. de 2011

Danone

          A primeira receita de "danone", como o produto ficou conhecido, era vendida unicamente em farmácias. O fundador Isaac Carasso, membro de uma família judia de origem espanhola, cresceu na Grécia. Mas foi em Barcelona que se estabeleceu e começou a produzir o que na época era considerado um alimento exótico em boa parte da Europa: o iogurte. A motivação inicial era dar uma opção saudável ao filho Daniel, apelidado de Danon, em catalão, de onde saiu o nome do produto/empresa. Uma outra versão é que Carasso juntou as três primeiras letras de Daniel e acrescentou a palavra one, pois o menino era seu primogênito. Carasso estava fora de questão - parecia nome de revolucionário russo assassinado. Mais tarde a sede da companhia se mudou para Paris, onde, aliás, Daniel morreu aos 103 anos em 2009.
          A Danone iniciou suas atividades no Brasil em 1970, com o lançamento do primeiro iogurte com polpa de frutas. A empresa lançou um comercial protagonizado por um garoto bilíngue, cujo sucesso foi tanto que a Danone teve de tirá-lo do ar: o iogurte esgotou nas prateleiras dos supermercados.
          Nos últimos anos da década de 1990, a Danone comprou duas marcas para se fortalecer no setor de biscoitos: a Mineira Aymoré e a Campineira. A Campineira, fabricante dos biscoitos Triunfo e Ritz, foi comprada 1997 do imigrante português Armindo Dias.
          Em dezembro de 2000, a empresa adquire a Leite Paulista. A Danone buscava reforçar sua posição no mercado de produtos lácteos frescos. A união das marcas fez da Danone a maior empresa do segmento de lácteos frescos do Brasil e consolidou a sua posição no mercado brasileiro.
          Em 1º de abril de 2004, a Danone, juntamente com a Arcor, anunciaram uma fusão na área de biscoitos, criando a maior empresa do ramo na região meridional da América do Sul. A operação combina os ativos das duas companhias na Argentina (marca Bagley), Brasil e Chile, somando uma receita líquida de cerca de US$ 300 milhões. A marca LU de biscoitos, pertencente à Danone, não entrou no negócio.
     A fabricante argentina, responsável pela gestão da nova empresa, ficou com participação majoritária na nova sociedade, com 51%. Os demais 49% ficarão nas mãos da companhia francesa. O acordo foi assinado em Buenos Aires pelos presidentes dos dois grupos, Franck Riboud (Danone) e Luis Pagani (Arcor).
     A Arcor Brasil, que com isso reforça sua atuação com a produção de biscoitos, absorveu as duas fábricas em que a Danone possui participação: a unidade industrial de Contagem (MG), que produz os biscoitos Aymoré, e a fábrica de Campinas (SP), da marca Triunfo. A marcas Aymoré, Triunfo e mais a Bagley na Argentina haviam sido compradas pela Danone nos anos 1990.
          Em 2016, a Danone comprou, por 10 bilhões de dólares, a americana White Waves, fabricante de produtos orgânicos e opções de base vegetal para iogurtes tradicionais. Um exemplo é a bebida Silk, à base de amêndoa. A marca entrou no Brasil em 2017. 
          A Danone é proprietária também da marca de laticínios Shefa, da água mineral Bonafont e da marca de probióticos naturais Activia. 
          Em setembro de 2018, a Danone lança produtos naturais desenvolvidos para o mercado brasileiro. As bebidas são à base de água gaseificada e suco de fruta, sem adoçantes nem conservantes. Para o lançamento, a companhia criou nova marca. Há dois sabores para esse tipo de bebida e duas opções de chá com frutas sob o nome 4U (pronuncia-se for you).
          Em 2023, a Danone, numa revisão de portfólio, deixou de operar diretamente a marca de leite Paulista no Brasil e decidiu licenciá-la para a empresa catarinense Tirol.
(Fonte: livro Casa da Mãe Joana (Reinaldo Pimenta) / revista Exame - 17.05.2000 / 04.10.2000 / 12.12.2018 / 18.09.2019 / Valor - 17.06.2024 - partes)


English version:
          With its mission to bring health through food to as many people as possible, Danone is a world leading food company built on four business lines: Fresh Dairy Products, Early Life Nutrition, Waters and Medical Nutrition. Through its dual economic and social project, and its mission, the company aims to create shared value for all its stakeholders: its 100,000 employees, consumers, customers, suppliers and shareholders.
     Present in over 130 markets, the company generated sales of €21.1 billion in 2014, with more than half in emerging countries. The company's brand portfolio features international brands (Activia, Actimel, Danette, Danonino, Danio, Evian, Volvic, Nutrilon/Aptamil, Nutricia) and local brands (Prostokvashino, Aqua, Bonafont, Mizone, Blédina, Cow & Gate, Dumex).
     Listed on Euronext Paris and on the OTCQX market via an ADR (American Depositary Receipt) program, Danone is a component stock of leading social responsibility indexes including the Dow Jones Sustainability Indexes, Vigeo and the Ethibel Sustainability Index. Danone is also ranked no. 1 in the 2013 ATNI index.
     This is in keeping with a business model that aims to create value shared among all stakeholders—not only shareholders, but also employees, business partners, public authorities and local communities.
(Fonte: Linkedin - parte)

31 de out. de 2011

Arcor

     A Arcor foi uma das empresas pioneiras na produção de guloseimas. Fundada em 5 de julho de 1951, em Arroyito, na cidade de Córdoba, Argentina, a Arcor nasceu sob a liderança de Fulvio Salvador Pagani, com o apoio de um grupo de empreendedores. O nome da marca vem da junção das primeiras letras de Arroyito e Cordoba, cidades importantes no nascimento do grupo Arcor. O objetivo era instalar uma fábrica com capacidade de produção de 10 toneladas diárias de caramelos. Este volume, aparentemente ambicioso, foi rapidamente superado. Em 1958, a Arcor já produzia mais de 60 toneladas diárias de balas e de outros itens, revelando desde cedo sua vocação para expansão e diversificação.
     O ano de 1981 marcou o início da história do Grupo Arcor no Brasil, com a aquisição da Nechar Alimentos Ltda, uma pequena fábrica de balas no interior paulista. Com apenas 60 funcionários e três linhas de produção, a Arcor fincou seus alicerces no mercado de guloseimas.
     Os chocolates foram lançados em 1995 com a linha Tortuguita. Novas marcas, linha e produtos vieram e a chegada das Balas Butter Toffees em 1996 consolidou sua posição no mercado brasileiro. Em 1999, começou a produção nacional de chocolates, com a inauguração da planta de Bragança Paulista.
     Em 2001, a Arcor aumentou seu portfólio e seus negócios com a aquisição de marcas de guloseimas já conhecidas pelo consumidor brasileiro, como Kid's, Poosh, Amor, Pirapito e 7 Belo.
     Em 1º de abril de 2004, a Arcor, juntamente com a Danone, anunciaram uma fusão na área de biscoitos, criando a maior empresa do ramo na região meridional da América do Sul. A operação combina os ativos das duas companhias na Argentina (marca Bagley), Brasil e Chile, somando uma receita líquida de cerca de US$ 300 milhões. A marca LU de biscoitos, pertencente à Danone, não entrou no negócio.
     A fabricante argentina, responsável pela gestão da nova empresa, ficou com participação majoritária na nova sociedade, com 51%. Os demais 49% ficarão nas mãos da companhia francesa. O acordo foi assinado em Buenos Aires pelos presidentes dos dois grupos, Franck Riboud (Danone) e Luis Pagani (Arcor).
     A Arcor Brasil, que com isso reforça sua atuação com a produção de biscoitos, absorveu as duas fábricas em que a Danone possui participação: a unidade industrial de Contagem (MG), que produz os biscoitos Aymoré, e a fábrica de Campinas (SP), da marca Triunfo. A marcas Aymoré, Triunfo e mais a Bagley na Argentina haviam sido compradas pela Danone nos anos 1990.
     A Arcor Brasil possui uma estrutura que conta com 4 mil colaboradores, 5 plantas industriais (Contagem, Campinas, Rio das Pedras (SP) , Bragança Paulista (SP) e Recife), 4 centros de distribuição, 6 escritórios regionais de vendas e 130 distribuidores.
     O grupo tem mais de 39 plantas industriais, espalhadas pela América Larina, 29 na Argentina, 5 no Brasil, 3 no Chile, 1 no México, e 1 no Peru.
     Hoje são produzidos mundialmente mais de 1.500 itens nas quatro categorias em que a empresa atua: alimentos, guloseimas, biscoitos, chocolates e sorvetes - totalizando mais de 1.500 toneladas diárias. O leque de marcas abrange: os biscoitos Aymoré, Triunfo, breakUP e Danix; os chocolates Tortuguita, tabletes Arcor Familiar e Impulso; os caramelos Butter Toffees; as balas 7 Belo e Arcor Kid's, os chicles Bigi Big, Poosh! e Plutonita e a Paçoca Amor.
(Fonte: Linkedin / UOL Economia - 02.04.2004 - partes)

6 de out. de 2011

Leite Paulista

     Em 1933, oito cooperativas se associaram e fundaram a Cooperativa Central de Laticínios do Estado de São Paulo - CCL, dando origem à marca Paulista. No início, a Paulista trabalhava com a distribuição de porta a porta de leite em garrafas de vidro esterilizadas e lacradas com tampa de metal.
     Isso ocorreu logo depois da crise de 1929 e, na sequência, a revolução de 1932. A cidade de São Paulo se recuperava rapidamente. O cenário exigia que os fornecedores de alimentos se organizassem para abastecer uma área cada dia maior.
     Pouco depois da metade da década de 1950, a CCL construiu o primeiro caminhão tanque para o transporte de leite. Nos anos 1960 a CCL admitiu mais nove cooperativas e na década seguinte, 1970, outras 15, o que proporcionou uma grande expansão territorial. Com cooperativas associadas em Minas Gerais, Goiás e Paraná, a marca Paulista se fortaleceu e ganhou abrangência nacional.
     Em dezembro de 2000, a Paulista foi comprada pela francesa Danone, que buscava reforçar sua posição no mercado de produtos lácteos frescos. A união das marcas fez da Danone a maior empresa do segmento de lácteos frescos do Brasil e consolidasse a sua posição no mercado brasileiro. A Danone iniciou suas atividades no Brasil em 1970, com o lançamento do primeiro iogurte com polpa de frutas. É proprietária também da marca de laticínios Shefa e da água mineral Bonafont.
(Fonte: Wikipedia / site da empresa - partes)

5 de set. de 2021

Aymoré (biscoitos)

          A Arcor Brasil,  reforça sua atuação com a produção de biscoitos, absorvendo as duas fábricas em que a Danone possui participação: a unidade industrial de Contagem (MG), que produz os biscoitos Aymoré, e a fábrica de Campinas (SP), da marca Triunfo. As marcas Aymoré, Triunfo e mais a Bagley na Argentina haviam sido compradas pela Danone nos anos 1990.
          Pelos anos 1993, a Aymoré, de MG, foi colocada à venda. O principal interessado foi a RJR Nabisco, dona da Fleischmann Royal, mas não houve acordo com a família Ballesteros, controladora da Aymoré. No final de 1992, Severino Ballesteros, dono da Aymoré, já afirmava que negociava com uma multinacional instalada no Brasil, cujo nome mantinha em sigilo.
(Fonte: exame 23.12.1992 / 18.08.1993 - partes)

6 de out. de 2011

Evian Affinity

          A linha Evian Affinity de cremes para o rosto é resultado da associação firmada entre o laboratório americano Johnson & Johnson e a francesa Danone, fabricante de iogurtes.
          Lançada no início da década de 2000, possui mais de 20 itens. A lógica da extensão foi ter transferido para a imagem dos cosméticos os benefícios de pureza da água Evian, engarrafada pela Danone.
          Com essa parceria, a J&J ingressou no mercado premium, que passou a disputar com a Revlon e a L'Oréal.
(Fonte revista Exame - 17.08.2005)

8 de nov. de 2022

Harrogate Spring Water

          A Harrogate Spring Water foi fundada pela família Cain em 16 de agosto de 2000 e engarrafa água de nascente localizada em Harrogate, North Yorkshire, Inglaterra. As águas termais foram descobertas pela primeira vez em Harrogate no século XVI, mais precisamente em 1571. Em 1740 teve início o engarrafamento da água apenas para distribuição na cidade.
          A fonte principal localiza-se em um aquífero abaixo do Harrogate Pinewoods. Inicialmente sob o nome HSW Limited, o produto foi lançado em janeiro de 2002.
          Em 2020 o controle da empresa deixa de pertencer à família Cain e passou para as mãos da Danone que tornou-se o acionista majoritário.
          A empresa era anteriormente propriedade da Harrogate Water Brands, que também possuía a instituição de caridade Thirsty Planet, produzindo sua própria marca de água engarrafada.
          Em 2021, um plano para expandir a unidade de engarrafamento sobre uma área de floresta foi criticado pelos moradores de Harrogate porque a Harrogate Spring Water tinha projeto para  destruir uma área de floresta estabelecida e habitat natural plantado anteriormente por voluntários e crianças de escolas primárias locais.
          A Harrogate Spring Water é uma marca popular no Reino Unido. Todas as principais companhias aéreas britânicas (British Airways, Virgin Atlantic, Jet2.com, TUI Airways e Easyjet) fornecem Harrogate Water em seus voos e, no caso da British Airways, em seus lounges premium no Heathrow Airport, em Londres.
          A Harrogate Spa Water fornece água não só no Reino Unido mas também distribui suas garrafas em várias partes do mundo, inclusive para locais distantes como a Austrália. A Harrogate Spring Water também fornece água para a destilaria Masons Gin em Aiskew, North Yorkshire.
(Fonte: Wikipédia)

2 de out. de 2011

Tostines

          As famílias Pires, Féria e Pereira Lopes eram as controladoras da Confiança, de São Paulo, então a terceira maior fabricante de biscoitos, dona das marcas Tostines e Kid's.
          Não se tem notícia de a empresa ter informado a origem do nome "Tostines" ou alguma coisa sobre o momento da escolha do nome. Mas, uma explicação possível, seria de o termo ser simplesmente proveniente de "tostar", o que faz um produto ficar crocante e com aspecto (e gosto) de "fresquinho".
          Em 1992, a LPC-Danone mostrou interesse pela Confiança e ofereceu cerca de 120 milhões de dólares pela fabricante de biscoitos, mas o negócio não avançou.
          A Nestlé Brasil, então sob o comando do executivo suíço Roland Meyes, também estava interessada e em 1993, adquire a Confiança por preço que oscilou entre 150 e 160 milhões de dólares. Em julho, a documentação do negócio já havia sido enviada pela Nestlé ao Cade, para dar o parecer sobre o assunto, uma vez que com a operação a Nestlé passou a deter 50% do mercado brasileiro de biscoitos populares.
           E o destino é cruel para nostálgicos e saudosistas. A marca de biscoitos São Luiz, por exemplo, adquirida pela Nestlé em 1967, sumiu do mercado. A Tostines pode não ter o mesmo fim, mas passou a ter presença discretíssima, quase melancólica, nas gôndolas. A campeã de vendas, a Tostines "quadradinha", de chocolate, simplesmente desapareceu. E não reaparecerá, pois seria canibalismo puro com a Negresco. E a expressão "vende mais por que é fresquinho ou é fresquinho por que vende mais?", citada até em livros, poderá até sobreviver, mas só os registros históricos de marketing mostrarão que se tratou de um reclame televisivo que ficou famoso durante um certo tempo.
          Pelo menos até 2007 a citação sobreviveu: na reportagem Pouco Navio e Muito Caminhão, da revista Exame (26.09.2007), as repórteres Fabiane Stefano e Paula Pavon citam: O fato é que o setor de cabotagem vive uma espécie de dilema Tostines: faltam navios porque não há demanda ou não há demanda por que faltam navios?
(Fonte: revista Exame - 04.08.1993 / 26.09.2007 - parte)

6 de out. de 2011

Cervejaria Heineken

          A estrela vermelha do logotipo da Heineken é um dos mais antigos e misteriosos símbolos na fabricação de cerveja. Cervejeiros medievais penduravam esse símbolo nos barris para proteger a bebida em preparo e garantir sua qualidade com o poder das cinco pontas que simbolizam: terra, fogo, vento, água e um quinto elemento desconhecido, que eles acreditavam que era mágico.       
          A história da Heineken se iniciou em 1864, quando Gerard Adriaan Heineken adquiriu uma pequena cervejaria em Amsterdã, no coração da Holanda. Cinco anos depois, em 1869, Gerard decidiu mudar o processo de produção, adotando o método alemão de baixa fermentação. O resultado foi uma cerveja de altíssima qualidade, apreciada em todo o mundo há mais de um século e meio.
          A pequena cervejaria conquistou respeito e não parou de crescer: ainda na primeira metade do século XX, a Heineken se internacionalizou e expandiu seus negócios a mercados até então improváveis, como a Ásia. Nos Estados Unidos, foi a primeira cerveja importada depois do fim da Lei Seca, em 1933. A partir da década de 1950, a estratégia global da Heineken se intensificou e, por meio de aquisições, a cervejaria holandesa conquistou o mundo.
          Em 1952, a Heineken passou a ser administrada pela Heineken N.V., uma holding nada comum, que tem o objetivo de manter a estabilidade, a independência e o renome do Grupo Heineken, qualidades que se consolidaram ao longo do tempo por quatro gerações da mesma família, e de criar as condições adequadas para um crescimento constante e seguro.
          Em 1968, assumiu a Amstel, e as aquisições prosseguiram nas décadas seguintes.
          No início da década de 1990, a Heineken fez acordo com a Kaiser para a fabricação da cerveja no Brasil. Além de fabricar, a cervejaria brasileira ficou responsável pela distribuição da Heineken.
          A Heineken estabeleceu presença mais forte no Brasil através da aquisição, em maio (janeiro?) de 2010, do negócio de fabricação de cerveja da mexicana Femsa, com cinco cervejarias. Sua cerveja principal era a Kaiser. Fabricava também a Bavaria, Xingu, Sol e a própria Heineken. A distribuição era feita pelas engarrafadoras da Coca-Cola. O negócio envolveu um montante de 7,6 bilhões de dólares.
          Em fevereiro de 2012, a Heineken teria feito um lance pela brasileira Petrópolis, disse o jornal holandês Het Financieele Dagblad, citando fontes não identificadas de um jornal brasileiro.
          Em 13 de fevereiro de 2017, a Heineken anunciou a compra da Brasil Kirin, controlada pelo grupo japonês Kirin, por 664 milhões de euros (R$ 2,2 bilhões). Com a aquisição, a Heineken se torna a segunda maior cervejaria do Brasil, com 17,4% de market share. Após a conclusão do negócio, a Brasil Kirin será consolidada com a Heineken. A operação avalia a Brasil Kirin em 1,025 bilhão de euros (R$ 3,3 bilhões), incluindo dívidas.
          A Brasil Kirin foi criada em 2012 após a compra da Schincariol pela japonesa Kirin Holdings Company (em 2011), por 2,6 bilhões de dólares. Tem 12 fábricas e rede própria de distribuição. A empresa possui presença particularmente forte no Norte e Nordeste, onde a Heineken tem menos exposição. A carteira de cervejas, que inclui marcas provenientes da Schincariol como Schin, Devassa, No Grau, Baden Baden, Eisenbahn, Cintra e Glacial, tem participação de mercado de 9,9% (dados de janeiro de 2017). A Brasil Kirin também tem uma linha de refrigerantes, com participação de mercado de 2% na categoria, entre os quais as também provenientes da Schincariol como a Itubaína, criada em 1954, e outros refrigerantes, sucos, energéticos e águas das marcas Schin, Fibz, Ecco, Skinka e Viva Skin. A conclusão da compra foi aprovada sem restrições pelo Cade em maio de 2017. 
          Com essa aquisição, a Heineken dobrou de tamanho. E pagou um preço atrativo - 65% menos do que os japoneses da Kirin haviam pago seis anos antes. Mas, junto com as 12 fábricas, que elevaram a capacidade de produção de 20 milhões de hectolitros para 50 milhões, os holandeses herdaram processos judiciais complexos, que se arrastam há anos, e levam o comando da Heineken a avaliar a possibilidade de fechar fábricas no Nordeste.
          A Heineken passa a ter seu próprio sistema de distribuição, utilizando a estruturada da Brasil Kirin. O acordo com a Coca-Cola, porém, tem contrato para distribuição até 2022. Esse assunto está no meio de uma batalha judicial que envolve 1 milhão de pontos de venda. No início de julho de 2017, a Heineken oficializou em comunicado aos distribuidores da Coca-Cola sua intenção de pôr fim à parceria.
          Em 2017, a Heineken adquire a cervejaria Lagunitas, que se tornara uma das cervejas artesanais mais populares e de crescimento mais rápido nos Estados Unidos.
          Em meados de 2018, a Heineken (mundial) participa de processo de aquisição de uma participação de US$ 3,1 bilhões da China Resources Beer, a maior cervejaria da China. Concluída a compra, terá uma participação de 40% da China Resources Beer Holdings, fabricante da Snow, a marca mais vendida do país.
          Com sede em São Paulo, a Heineken atua no Brasil com as marcas Heineken, Sol, Bavaria, Kaiser, Xingu, Amstel e Lagunitas. Importa a famosíssima cerveja austríaca Edelweiss, que faz parte de seu portfólio europeu. Da Brasil Kirin a Heineken herdou as marcas Schin (Nova Schin), Devassa, Baden Baden, Eisenbahn, Kirin Ichiban, No Grau, Cintra e Glacial. No conjunto, são 14 marcas, que agora estão sob o guarda-chuva da Heineken. O portfólio de não alcoólicos inclui Água Schin, Schin Tônica, Skinka e os refrigerantes Itubaína, FYs e Viva Schin.
          Em março de 2019, a Heineken Brasil troca de comando: entra o executivo Mauricio Giamellaro, que substituiu Didier Debrose.
          O Grupo gera mais de 13 mil empregos e tem 15 unidades no país, sendo 12 cervejarias, localizadas em Alagoinhas (BA), Alexânia (GO), Araraquara (SP), Benevides (PA), Caxias (MA), Igarassu (PE), Igrejinha (RS), Itu (SP), Jacareí (SP), Pacatuba (CE), Ponta Grossa (PR) e Recife (PE), duas microcervejarias, em Campos do Jordão (SP) e Blumenau (SC), e uma xaroparia, em Manaus (AM).
          No segundo semestre de 2019, a Heineken investe R$ 985 milhões para dobrar a capacidade de produção nas fábricas paulistas de Araraquara, Itu e Jacareí, Alagoinhas (BA) e Ponta Grossa (PR).
          Em dezembro de 2020, a  Heineken Brasil comunicou que realizará investimento de R$1,8 bilhão para construir uma nova fábrica no Brasil no estado de Minas Gerais. A unidade ficará localizada na cidade de Pedro Leopoldo, pertencente a região metropolitana de Belo Horizonte, e tem previsão de gerar mais de 350 empregos diretos. 
          Hoje, a Heineken é a cervejaria número 1 na Europa, a segunda maior do mundo em rentabilidade no setor e a terceira em volume de vendas, com mais de 250 marcas, mais de 85 mil funcionários, 165 cervejarias e atuação em mais de 70 países. E a Heineken chega a 192 países.
          No Brasil, a Heineken responde por mais de 10 mil empregos e é o segundo player no mercado brasileiro. Possui 15 unidades de produção no Brasil. Todas foram adquiridas durante a compra da Brasil Kirin em 2017, que por sua vez possuía as cervejarias que uma vez já pertenceram a Schincariol. Logo, a fábrica em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, será a primeira da multinacional totalmente construída no Brasil.
          Em 24 de fevereiro de 2021, o Grupo Heineken, The Coca-Cola Company e Sistema Coca-Cola Brasil chegaram a um acordo para redesenhar sua parceria de distribuição no Brasil. O contrato, que deve entrar em vigor a partir da metade de 2021, define que as partes iniciarão uma "suave transição das marcas Heineken e Amstel para a rede de distribuição do Grupo Heineken no Brasil". O Sistema Coca-Cola continuará a oferecer Kaiser, Bavaria e Sol. Este portfólio ainda será complementado com a marca premium Eisenbahn e outras marcas internacionais.
          No início de março de 2021, após anunciar uma mudança de contrato de distribuição com o Sistema Coca-Cola, o Grupo Heineken no Brasil passou a realizar uma parceria com a Danone Águas para a venda e distribuição dos produtos da marca Bonafont nas regiões Sul e Sudeste. Assim, Bonafont Água Leve fortalecerá o portfólio de bebidas não-alcoólicas do Grupo Heineken.
          Desde julho de 2021, a Heineken passou a distribuir sozinha seus principais rótulos, como as cervejas Heineken e Amstel. Os engarrafadores da Coca-Cola ficaram com Kaiser, Bavaria e Sol, e conseguiram encontrar outras cervejas para distribuir.
          Em 27 de abril de 2022, a Heineken divulgou que vai construir uma nova fábrica no Brasil, a 15ª no país. A unidade ficará localizada na cidade mineira de Passos, Minas Gerais. A cidade foi escolhida em detrimento de Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte, depois que as obras da cidade foram embargadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em setembro de 2021.
          Em fevereiro de 2023, Bill Gates comprou uma participação de 3,76% na Heineken, no valor de US$ 939 milhões – apesar de ter dito anteriormente que não gostava muito de cerveja. Essa compra foi feita junto à Femsa que fez um desinvestimento total na Heineken, vendendo as outras ações que possuía para a própria Heineken por 292 milhões de euros.
          Somente em agosto de 2023, a Heineken vendeu as operações da empresa na Rússia. O negócio inclui a propriedade de sete fábricas, que empregam 1,8 mil trabalhadores. Mesmo assim, a Heineken decidiu vender tudo por 1 euro (pouco mais de R$ 5). A Heineken disse que sofre um prejuízo de 300 milhões de euros com a venda da divisão, que está sendo transferida para a empresa russa Arnest, fabricante de latas de aerossóis. Com a decisão, a cervejaria vai finalmente cessar suas operações na Rússia, quase um ano e meio após ter se comprometido a deixar aquele mercado.
(Fonte: Portal Terra - 20.02.2012 / porta copo da Heineken / jornal Valor online - 08.05.2017 / 23.08.2017 / site da empresa / Notícias RSS - 03.08.2018 / jornal Valor - 10.08.2018 / 28.10.2019 revistabeerart.com / Catalisi - 21.12.2020 / Eleven Financial- 25.02.2021 / Exame - 06.03.2021 / Valor - 25.11.2021 / 27.04.2022 / NY Times - 23.02.2023 / Época Negócios 28.08.2023 - partes)

Confiança (biscoitos Tostines)

          Em 1935, os portugueses Manoel Pires e Fernando Gonçalves Féria fundaram a padaria Confiança, ponto de partida de uma fábrica de biscoitos. Treze anos depois, em 1948, entrou um terceiro sócio, Júlio Pereira Lopes. A empresa tem sede no bairro do Pari, na Zona Leste de São Paulo.
           A empresa era dona da marca Tostines. Não se tem notícia de a empresa ter informado a origem do nome "Tostines" ou alguma coisa sobre o momento da escolha do nome. Mas, uma explicação possível, seria de o termo ser simplesmente proveniente de "tostar", o que faz um produto ficar crocante e com aspecto (e gosto) de "fresquinho".
          A empresa ia bem. Mas, surgiu uma pedra no meio do caminho: a segunda geração da família. Prevendo turbulências na passagem do comando, Pires e Féria havia muitos anos decidiram que apenas dois herdeiros de cada família entrariam nos negócios - o terceiro sócio não deixou filhos, e a viúva mantinha-se à margem do dia-a-dia da empresa.
          O clima começou a pesar depois que os filhos dos fundadores entraram na Confiança. "Os herdeiros não se entendiam e os pais acabaram brigando", disse um amigo das duas famílias.
          Por volta de 1987 inicia-se um conflito entre os Pires e os Féria que acirrou-se a partir de 1991. A velha amizade que uniu os fundadores no passado começou a ser minada com a entrada da segunda geração das duas famílias na empresa.
          As desavenças afetaram os negócios, e a Tostines foi perdendo espaço nas prateleiras dos supermercados. Seu faturamento caiu de 102 milhões de dólares em 1991 para 94 milhões em 1992. O lucro também encolheu. E, de líder, caiu para terceiro lugar no ranking dos biscoitos, atrás da Triunfo e Nestlé.
          Além de conflituosa, a direção da empresa mantinha métodos de gestão que ainda lembravam os tempos em que Féria e Pires dirigiam a padaria Confiança. Eram inflexíveis, por exemplo, quando se tratava de negociar preços. No início de 1993, a Confiança teve uma renhida queda-de-braço com o Carrefour. Resultado: seus produtos foram exilados das prateleiras da rede. Quem conquistou espaço foi a Campineira, do empresário Armindo Dias, nascido em 1933, proprietário da empresa fabricante dos biscoitos Triunfo, com preços mais baratos.
          Com o surgimento dos supermercados boa parte do velho comércio fechou as portas, e os fabricantes foram obrigados a efetuar uma correção de rota. A saída foi tentar conquistar o novo canal. Nessa fase, os donos da Confiança valeram-se de sua amizade com Valentim dos Santos Diniz, fundador do grupo Pão de Açúcar, para escoar boa parte de sua produção pela rede. Se tal estratégia foi válida no passado, com o fim do subsídio ao trigo, eliminado no início do governo Collor, a situação mudou. Os custos explodiram, os preços tornaram-se intragáveis para o consumidor, e as velhas amizades da rede de distribuição já não valiam nada. Desde o Plano Collor os supermercados  passaram a pressionar o setor para baixar preços. Quem conseguiu, como a Campineira, que assumiu a liderança do mercado, deu-se bem. Os que ficaram presos aos métodos empoeirados do passado, como a Confiança, começaram a ser tragados pelos gigantes estrangeiros.
          Depois de uma união que durou 58 anos e milhares de toneladas de rosquinhas fabricadas, após viver momentos turbulentos nos últimos sete anos, depois de muitas brigas e, depois de os fundadores Manoel e Fernando, ambos com mais de 80 anos, mal se falarem, apesar de trabalharem em salas contíguas na sede da companhia, a jornada chegou ao fim. A iniciativa da venda da empresa partiu da família Féria e da viúva do sócio Júlio Pereira Lopes.
          Em maio de 1993, a Confiança foi adquirida pela gigante suíça Nestlé, numa operação avaliada entre 150 e 160 milhões de dólares. No pacote, estava uma rede de distribuição composta de 300 caminhões que entregavam os produtos de porta em porta no pequeno varejo; uma marca, a Tostines, que detinha 7,4% do mercado nacional de biscoitos, incluindo a linha de biscoitos água e sal e cream-cracker, principal filão do mercado; e uma linha de confeitos, na qual se incluíam as balas Kid's e Sing's. Havia outro concorrente interessado na Confiança. Durante o ano de 1992, a LPC, dona da marca Danone, vinha negociando a aquisição da Confiança, que foi levada pela Nestlé.
          O desembarque dos grandes nomes internacionais no mercado brasileiro parecia irreversível - de preferência mediante a incorporação de marcas já estabelecidas. Pressionadas pelos custos altos na linha de produção e pela exigência de preços baixos no varejo, elas tinham pouco espaço para mover-se. Com esse pano de fundo, a venda da Confiança à Nestlé, mais do que um ponto final na briga entre os sócios, pode ter sido um grande negócio para os Féria, Pires e Lopes.
(Fonte: revista Exame - 22.12.1992 / 18.08.1993 - partes)

10 de ago. de 2021

Guaraci Agropastori

          A produtora de leite orgânico Guaraci Agropastorial foi fundada por Luis Fernando Laranja com o compromisso de produzir leite orgânico, a Guaraci Agropastoril aplica um modelo de produção chamado sistema agrosilvopastoril, que se baseia em agricultura regenerativa, com integração de lavoura, pecuária e florestas, desmatamento zero, produção neutra em carbono, liberdade e conforto para os animais e
apoio, treinamento e geração de renda para os parceiros fornecedores (agricultores de pequeno porte).
          Desde 2019 é uma das fornecedoras de leite da Danone e, desde 2020, também comercializa produtos lácteos com a marca própria NoCarbon. Tem o Certificado Orgânico do IBD, Certified Humane - Raised & Handlend, que certifica que o alimento é proveniente de instalações que cumprem com padrões específicos de tratamento de animais de produção e a certificação carbon free, dada às 
empresas cujas emissões de carbono são neutralizadas com o plantio local de árvores nativas.
          Em agosto de 2021, a Sitawi Finanças do Bem fecha parceria com governo alemão e abre nova rodada de captação para projetos de impacto, cuja rodada será voltada unicamente para levantar recursos para a Guaraci Agropastoril. A Sitawi é uma organização sem fins lucrativos que busca 
mobilizar capital para impacto socioambiental positivo.
          A Guaraci Agropastoril é a primeira fazenda produtora de leite do mundo com certificação orgânica, carbono neutro, com princípios de cuidados com o bem-estar animal e contribui para cinco dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU (Organização das Nações Unidas). Esta é a primeira vez que a Sitawi realiza uma rodada de investimento para somente um negócio.
(Fonte: Valor Investe - 10.08.2021)

2 de out. de 2011

Tirol

          Duas famílias, os Dresch e os Rofner, se uniram e, em 26 de setembro de 1974 compraram a massa falida da empresa Tirol, de uma antiga cooperativa, em Treze Tílias (Dreizehn Linden), no oeste catarinense. Com a base desse negócio que deu errado, os novos administradores pagaram dívidas antigas, mudaram valores, a forma de gestão e construíram, desde então, uma das maiores empresas de Santa Catarina. Com um mercado consumidor focado no Sul, mas com relevância e marcas conhecidas em todo o país.
         O símbolo da marca Tirol é um chapéu tirolês, usado pelos moradores do estado austríaco do Tirol, nas cores verde, vermelha e branca (estas duas últimas, as cores da bandeira da Áustria).
          O estado do Tirol tem uma rica história, mas perdeu parte de seu território após a I Guerra Mundial, como citado no livro Dos Alpes Austríacos ao Xingu e Serra Catarinense, de Guilherme Krautler:  "Em junho de 1919, a Alemanha assinou o Tratado de Versalhes, e aliados da Alemanha, assinaram tratados complementares. O Tratado de Saint-Germain-en-Laye, assinado em setembro de 1919 na cidade francesa do mesmo nome, levou à dissolução do Império Austro-Húngaro, criado em 1867 e é reconhecida a independência da Hungria, Tchecoslováquia, Polônia e do Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos (futura Iugoslávia). As regiões do Trieste, Sul do Tirol, Trentino e a Península da Ístria passaram para a Itália. A Áustria, agora como República, passou a ser um pequeno Estado, sem poder significativo e, na terra cedida, ainda viu uma de suas províncias ser dividida em duas partes. O Tirol cedeu parte do sul (Südtirol), hoje no norte da Itália. Foi a separação de um povo até então unido por tradições características e cultura milenar".
          A empresa iniciou suas atividades com industrialização de leite pasteurizado, manteiga e nata. Inicialmente a produção era de 200 litros de leite por dia, captados em municípios da região de Treze Tílias.
          A Tirol é capitaneada por diretores das duas famílias: Adalberto Rofner, diretor executivo industrial, Fábio César Dresch, diretor de logística e suprimentos, André Rofner, diretor administrativo financeiro e mais um diretor pertencente à família dos Dresch.
          O modelo de produção da Tirol não é de gigantes fazendas de produção leiteira, mas comprar sempre de pequenos produtores. Essa é uma característica que foi moldada lá em 1974 e até hoje opera dessa maneira. A empresa não é de comprar de cooperativas ou de associações. Vai na casa do produtor, justamente para ter contato direto. E pretende continuar assim. Não compra leite de estoque. Todo o leite da empresa é direto do produtor, inclusive onde tem as fábricas terceirizadas. São mais de 10 mil famílias de quem a Tirol compra o produto.
          Em 2023, a francesa Danone, numa revisão de portfólio, deixou de operar diretamente a marca de leite Paulista no Brasil e decidiu licenciá-la para a Tirol.
          São duas fábricas próprias em Santa Catarina, Treze Tílias e Chapecó, e três fábricas terceirizadas nos estados de Goiás e Paraná. Hoje a produção diária da Tirol está acima de um milhão de litros por dia, com produtores nesses estados e no Rio Grande do Sul. Líder na comercialização de leite no Brasil, a Lacticínios Tirol é uma empresa emergida com abrangência regional, mas que se expandiu e se tornou uma marca expressiva no âmbito nacional.
          Hoje a Tirol tem produtos em mais de dez diferentes categorias de alimentos lácteos, como iogurtes, requeijão, queijos etc, com forte penetração na região Sul (a partir de 2016, o leite Tirol chega com certa frequência à capital paulista). Ao todo, são 214 produtos. A empresa tem hoje pouco mais de 1500 funcionários.
(Fonte: jornal Diário Catarinense - 25.10.2015 / Valor - 17.06.2024- parte)

6 de out. de 2011

Edson Queiroz (grupo)

          O Grupo Edson Queiroz, com sede em Fortaleza (CE), é um conglomerado familiar de empresas, em sua maioria fundada pelo empresário brasileiro Edson Queiroz. O grupo surgiu com a aquisição da empresa Ceará Gás Butano, em 1951. O empresário Edson Queiroz morreu aos 52 anos, em 1982, em um acidente com o voo da Vasp
          O grupo opera diversos negócios, como gás butano (com a marca Nacional Gás), fogões e geladeiras (com a marca Esmaltec), tintas e agronegócio. O grupo possui de um dos maiores bancos de terrenos do país. Na área de comunicação, o grupo é dono de duas afiliadas da Rede Globo, rádios em Fortaleza, Ceará e Rio, além do jornal impresso Diário do Nordeste. Os veículos ficaram sob comando de Edson Queiroz Neto, que é também diretor executivo do grupo.
          No setor de água mineral, o grupo Edson Queiroz opera com as marcas Indaiá e Minalba. Tem uma alta penetração nos pontos de venda e mantém uma sólida posição de mercado há muitos anos. A companhia também tem um grande número de fontes, o que garante uma boa logística em todo o país.
          De acordo com dados da Euromonitor International, considerando fevereiro de 2018, a Edson Queiroz lidera o mercado brasileiro de água engarrafada, com 10,7% de participação de mercado. A Coca-Cola é a vice-líder, com 3,5%, seguida pela Pepsico, com 3%, e pela Danone, com 2%. A Nestlé é a quinta colocada, com 1,9% de participação de mercado.
          Em 27 de março de 2018 o Grupo Edson Queiroz fechou a compra do negócio de água no Brasil da Nestlé. A transação envolve as marcas Petrópolis e São Lourenço e as fábricas localizadas nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. A Nestlé foi assessorada pelo Bradesco, e o Edson Queiroz pelo Santander.
          Pelo acordo firmado, além da aquisição das marcas São Lourenço e Petrópolis, a Indaiá/Minalba vai produzir e distribuir a marca Nestlé Pureza Vital, a partir de um acordo de licenciamento. A empresa também terá a concessão de distribuição das marcas globais premium Perrier, S. Pellegrino e Acqua Panna, que são importadas. Sobre o motivo da negociação, a Nestlé explica que prefere se dedicar mais às regiões onde ela exerce liderança na distribuição de água.
Abelardo Gadelha Rocha Neto, um dos netos do empresário Edson Queiroz, assumiu, aos 41 anos o comando da empresa em meados de 2017, após o a morte do tio Aírton Queiroz que estava à frente dos negócios.
          O grupo está deixando de atuar em negócios menores que estavam dando prejuízo, como a fabricação da tintas imobiliárias (Hipercor) e o beneficiamento de castanhas.
          No final de janeiro de 2020, a Minalba lança a água mineral em lata. Para marcar o lançamento, na sexta, 31, a Minalba fez uma promoção junto a consumidores numa ação de live marketing em grandes clientes estratégicos da marca na Zona Sul do Rio de Janeiro.
          Está presente no país com 182 filiais, tem 12 mil funcionários e faturamento anual em torno de R$ 7 bilhões considerando o ano de 2018.
(Fonte: jornal valor - 28.03.2018 / 10.12.2018 / site da empresa / Notícias RSS - 30.01.2020)

30 de set. de 2023

Liquid Death

          O primeiro esboço do que viria ser a Liquid Death surgiu em 2014, enquanto o empreendedor americano Mike Cesario trabalhava em uma campanha publicitária para conscientização do público sobre os riscos do consumo excessivo de bebidas com açúcar. Assim surgiu a primeira versão da água enlatada "Morte Líquida", em uma espécie de chacota às marcas já existentes. O slogan também tem propósito igual: "Mate sua sede".
          A abertura de um novo negócio passa pela difícil etapa de escolha do nome. Uma árdua decisão e que muitas vezes pode deixar os empreendedores de cabelo em pé. Afinal, como definir o nome e slogan perfeitos para um novo empreendimento e que possam ser originais, criativos e, ao mesmo tempo, memoráveis?
          Para Mike Cesario, a irreverência respondia parte desta questão. Ele é criador da Liquid Death (morte líquida, na tradução livre), marca de água enlatada popular entre os jovens e que hoje compete num disputado mercado de 350 bilhões de dólares ao lado de gigantes como Danone, PepsiCo e Coca-Cola.
          A inspiração para o negócio veio após Cesario, um designer e profissional de marketing, perceber que músicos careciam de opções saudáveis durante shows. Um admirador do estilo musical punk-rock, era comum encontrá-lo acompanhando shows pelos Estados Unidos, especialmente em grandes festivais.
          Em uma dessas ocasiões, Cesario percebeu que era comum que marcas de bebidas energéticas fossem os principais patrocinadores de eventos desse tipo, o que tornava comum o consumo de energéticos, refrigerantes e outras bebidas açucaradas — entre os visitantes e também pelos próprios músicos. O que ele também reparou, porém, era que os músicos estavam substituindo os energéticos por água para se manterem hidratados durante os shows.
          Dessa análise surgiu o incômodo de Cesario em criar uma alternativa saudável, mas com embalagens igualmente coloridas, chamativas e irreverentes — assim como a dos energéticos. “Isso começou a me fazer pensar: por que não existem produtos mais saudáveis ​​que ainda tenham marcas engraçadas, legais e irreverentes? A maior parte do marketing de marca mais engraçado, memorável e irreverente é todo para junk food”, disse Cesario à CNBC.
          Ao que tudo indica, muitas pessoas não temem ingerir uma bebida com o nome de morte. A inspiração, segundo ele, veio do desejo de pensar no nome mais "idiota possível" para o negócio e assim, passar longe da associação do público a marcas de sucesso. “Funciona muito bem porque você começa a pensar: ’Oh, qual é o nome mais idiota possível para uma bebida super saudável e segura possível? Morte Líquida", disse.
          Cesario registrou a marca em 2017, e dois anos depois, lançou sua primeira linha de produtos. O que o empresário não esperava, contudo, era que o sucesso da marca se daria de forma tão repentina. Em apenas três anos, as vendas da Morte Líquida saltaram de US$ 2,8 milhões para US$ 130 milhões.
          Parte do crescimento da marca se deve ao sucesso do combo nome engraçado e design das latas que foge à regra dos típicos desenhos de montanhas e alpes, nas redes sociais. Por lá, postagens da marca viralizaram não apenas entre os fãs de música punk-rock, mas também entre o público mais jovem até mães que precisam convencer seus filhos a beber mais água no dia a dia.
          A marca também atraiu a atenção de investidores dispostos a injetar capital para fazê-la crescer. Em três anos, a Liquid Death já recebeu cerca de 195 milhões de dólares. Atualmente, o valor de mercado da marca é de 700 milhões de dólares, (algo como 3 bilhões de reais), segundo o fundador.
          A ascensão meteórica da Liquid Death em apenas três anos torna a empresa mais do que apenas um nome inteligente, mas um exemplo de boas práticas de diálogo com o publico por meio da internet.
          Depois de um tempo restrito ao e-commerce próprio, a Liquid Death passou a vender seus produtos em redes de varejo pelos Estados Unidos, como Whole Foods, 7-Eleven e Publix, que juntas somaram vendas de 45 milhões de dólares em 2022. O preço médio de venda das latas é US$ 1,89.
          Para Cesario, a única maneira de manter os bons resultados da Liquid Death em meio à dura concorrência com líderes no mercado de bebidas enlatadas é continuar apostando no humor e na identificação do público. "A única maneira de a marca ter uma chance de sobrevivência é se o produto em si seja incrivelmente interessante, com grande parte do marketing embutido no produto”, disse.          Considerando dados de janeiro de 2023, a Liquid Death tem mais de 1,5 milhão de seguidores no Instagram. A marca é vendida em mais de 60.000 pontos de venda no país, incluindo as lojas de departamento Kroger e Target. Segundo a CNBC, a Liquid Death é a marca de água sem gás mais vendida da Amazon.
(Fonte: Exame - 28.01.2023)

6 de out. de 2011

General Mills

          A General Mills começou nos estados Unidos com moinhos de farinha nas barrancas do rio Mississippi, em Minneapolis, Minnesota, onde está sua sede. Era o ano de 1866 e foi fundada por Cadwallader C. Washburn e James Ford Bell.
          No Brasil, em maio de 2012, a General Mills comprou a brasileira Yoki (vide origem da marca Yoki neste blog), por quase R$ 2 bilhões. Isso fez suas vendas na América Latina mais que dobrarem. Na Yoki, as facções familiares não se entendiam e disputavam o controle da empresa. Esse teria sido o principal motivo do negócio com os americanos. Junto com a marca Yoki, vieram as marcas Kitano e Mais Vita, esta, lançada pela Yoki alguns anos antes. A Yoki fabrica produtos como pipocas, temperos, chás, misturas para bolo, sobremesas, sopas e cereais. Por ocasião do negócio, atuava em 21 categorias, com 120 produtos e exportava para 10 países.
          Também no Brasil, a empresa anuncia, em 23 de dezembro de 2015, a aquisição da fabricante de iogurtes Carolina, empresa familiar sediada em Ribeirão Claro, no Paraná. A Carolina é uma empresa de laticínios conhecida por marcas regionais, como os iogurtes VeryGurt e Gluck, derivada do alemão "Glück" que significa felicidade. Foi fundada, em 1969, por Geraldo Araújo e seu filho Maurício Geraldo Araújo, vindos de São João Del Rey (MG). Por ocasião da negociação, a empresa empregava 500 pessoas. Essa aquisição marca a entrada da General Mills no mercado brasileiro de iogurte, disputado por gigantes como Danone, Nestlé, Lactalis (Batavo) e Vigor.
          No portfólio global de iogurtes a companhia há três marcas: Yoplait, Mountain High e Liberté. A General Mills comprou a marca Yoplait em 2011 e, na época, foi cogitada a volta da marca ao mercado brasileiro. O iogurte Yoplait há 20 anos era vendido no Brasil em parceria com a Companhia Brasileira de Laticínios, que foi comprada pela italiana Parmalat e, então, saiu do mercado.

          A gigante da alimentação tem marcas consagradas como as sobremesas Betty Crocker e as massas refrigeradas Pillsbury, para ficar em apenas alguns exemplos. É dona da marca de sorvetes Häagen-Dazs (vide origem da marca Häagen-Dazs neste blog). É dona também das marcas Annie's, Yoplait, Lin Tea (chás), Nature Valley, Old El Paso, Wanchai Ferry, Yoki, Blue entre outras.
          Os alimentos da empresa são comercializados em mais de 100 países, nos cinco continentes. Cerca de metade dos 42 mil empregados trabalham fora dos Estados Unidos. 
No ano fiscal de 2018, a General Mills consolidou vendas líquidas de US$ 15,7 bilhões, bem como outro US$ 1,1 bilhão proveniente de suas participações em joint ventures.
          A General Mills vem fomentando a agricultura regenerativa e de baixo carbono na sua cadeia de fornecimento no Brasil. As práticas, largamente utilizadas para soja, são levadas pela empresa, a partir do final de 2023, para batata, mandioca, milho, amendoim e especiarias. Por aqui, a fabricante prevê alcançar 26 mil hectares com agricultura regenerativa até junho de 2024, conta Franciele Caixeta, coordenadora de Desenvolvimento Agro da empresa para América Latina. “O projeto está no terceiro ano, concentrado hoje no Centro-Oeste e no Sudeste, mas queremos expandi-lo. Produtores já veem maior produtividade e lucro no uso dessas práticas”, diz.
          No Brasil, a General Mills detém as marcas Yoki, Kitano e Häagen-Dazs.
(Fonte: revista Amanhã online / jornal Valor 23.12.2015 / LinkedIn / Wikipedia / Estadão - 18.12.2023 - partes)

German Version:
          Der sechstgrößte Lebensmittelhersteller der Welt vertreibt über 100 Marken in mehr als 100 Ländern auf allen Kontinenten. Zum Portfolio von General Mills zählen Knack & Back (Backwaren), Cheerios (Cerealien), Annie‘s (Pasta und Pizza), Cascadian Farm (Obst und Gemüse) sowie Häagen-Dazs (Eiscreme).
(Fonte: Europas Erstes Finanzportal Boerse.de)
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A General Mills vem fomentando a agricultura regenerativa e de baixo carbono na sua cadeia de fornecimento no Brasil. As práticas, largamente utilizadas para soja, são levadas pela empresa, a partir do final de 2023, para batata, mandioca, milho, amendoim e especiarias. Por aqui, a fabricante prevê alcançar 26 mil hectares com agricultura regenerativa até junho de 2024, conta Franciele Caixeta, coordenadora de Desenvolvimento Agro da empresa para América Latina. “O projeto está no terceiro ano, concentrado hoje no Centro-Oeste e no Sudeste, mas queremos expandi-lo. Produtores já veem maior produtividade e lucro no uso dessas práticas”, diz. No Brasil, a companhia detém as marcas Yoki, Kitano e Häagen-Dazs.

5 de out. de 2011

Nestlé

          A Nestlé foi criada modestamente pelo químico Henri Nestlé, em 1866, que produzia uma farinha láctea nos fundos de uma farmácia em Vevey na Suíça. Foi para salvar uma criança que Henri criou uma fórmula de alimento infantil misturando leite de vaca, farinha de trigo e açúcar. Nascia assim a Farinha Láctea, o primeiro produto da empresa que, anos mais tarde, se tornaria uma das líderes do setor de alimentação.
          O nome da Nestlé e o desenho da marca foram inspirados no nome do fundador, Henri Nestlé, e no significado da palavra "Nestlé" derivada da palavra nest, ninho em inglês. Nestle (sem acento) quer dizer aninhar-se, abrigar-se, aconchegar-se, em inglês. Nestlé também significa "pequeno ninho" no dialeto alemão da Suábia, região de origem da família de Henri Nestlé.
          Um brasão da família Nestlé com um ninho de pássaro ao centro foi o primeiro logotipo da marca. Depois, foi estilizado e mudou para uma mãe-pássaro alimentando os filhotes. A ideia foi deixá-lo mais cativante e, assim, firmar uma conexão com a atividade da empresa no ramo de alimentos.
          Um momento decisivo na história da marca aconteceu em 1915, quando a Nestlé uniu-se à Anglo-Swiss Condensed Milk, que também atuava no mercado de comida à base de leite para bebês. Da fusão surgiu a Nestlé and Anglo-Swiss Condensed Milk Company - abreviada depois para Nestlé.
          No cotidiano brasileiro a Nestlé entrou em 1921 quando foi construída a primeira fábrica (com a produção do Leite Moça) em Araras, interior de São Paulo, que hoje emprega mais de 1000 pessoas. Mas, a Nestlé está de fato no Brasil desde 1876, quando iniciou a importação da Farinha Láctea.
          Em 1967, a Nestlé adquire a indústria de biscoitos São Luiz que foi fundada pelo italiano Romeo Colombo, com outros sócios.
          A mais importante alteração da marca desde 1875 (quando passou do brasão para o ninho) aconteceu em 1985, quando o número dos filhotes diminuiu de três para dois dentro do ninho, um sinal dos tempos - a diminuição da prole. 
          Dentro do leque de marcas fortíssimas, pertencentes à Nestlé, uma foi identificada (no Brasil) como substituível pela marca Nestlé: a marca de iogurtes Chambourcy. No início de 1993 as campanhas publicitárias passaram a dar ênfase para o nome Nestlé. A inspiração teria vindo da irretorquível força apresentada pelas marcas concorrentes Danone (da LPC) e Paulista. A marca-mãe aparece junto às marcas que permaneceram como Chambinho, Chamyto e Chandelle.
          Em 1993, a Nestlé Brasil, então sob o comando do executivo suíço Roland Meyes, adquire a fábrica de biscoitos e confeitos Confiança, de São Paulo, fundada em 1935, então terceira maior fabricante de biscoitos, dona da marca Tostines e das balas Kid's e Sings, numa operação avaliada entre 150 e 160 milhões de dólares. Com a compra da Confiança, a Nestlé passaria a deter 17,9% do mercado. Marca bem próxima do limite legal (20%) e que pode até ultrapassá-lo, já que as pesquisas não consideram as vendas dos biscoitos Ailiram, a linha popular da Nestlé.
          Com a compra da Confiança, a Nestlé queimaria etapas e complementaria sua linha rapidamente sem ter de partir do zero. Forte em biscoitos recheados, poderia de um só golpe expandir sua participação no mercado de cream cracker, no qual os fresquinhos da Tostines são imbatíveis. Estima-se que com a aquisição a Nestlé passe a deter 65% desse mercado. De quebra, ela expandiria também sua área de confeitos, em que só tem o Mentex. Também em 1993, a Nestlé adquire empresas produtoras de leite das bacias do Espírito Santo e Goiás.
          Em 1998, a Nestlé adquire a britânica Rowntree, criadora do Kit Kat e Aero.
          Em 2000, a marca de sorvete Yopa, pertencente à Nestlé, desapareceu do mercado brasileiro. Ela é originária da Alemanha e foi lançada no Brasil em 1972. Pesquisas efetuadas durante o ano mostraram que, aos olhos dos consumidores, a marca Nestlé exibia mais força e eficiência. No final do ano de 2000, a Nestlé passou a assinar as embalagens dos sorvetes com sua própria marca corporativa. Outras marcas regionais de sorvete da Nestlé, em outros países da América Latina, foram mantidas: Savory, no Chile, Frigor, na Argentina e Donofrio, no Peru.
          Em 2002, a Nestlé adquire a Hot Pockets por 2,6 bilhões de dólares. A empresa, que produz um novo tipo de refeição congelada, foi criada pelos irmãos Paul e David Merage, imigrantes do Irã.
          A Nestlé comprou a Garoto em 2002, mas a operação acabou vetada pelo Cade dois anos mais tarde. Na época, os julgamentos eram feitos após o negócio ter sido concretizado. No segmento de chocolates sobre todas as formas, por exemplo, a Nestlé tinha 30,8% e a Garoto 24,4%, conforme levantamento da ACNielsen citado em nota técnica do Cade de março de 2002. Outros levantamentos foram feitos nos meses seguintes, por consultoria e pelo própria autarquia, com algumas diferenças pontuais. A Nestlé recorreu à Justiça e conseguiu, em 1ª instância, suspender a decisão em 2005. Em 2009, porém, a Justiça anulou a decisão da 1ª instância e determinou que o órgão de análise concorrencial julgasse o negócio novamente. A Nestlé voltou a recorrer da decisão em diferentes instâncias para manter a anulação do primeiro julgamento e a aprovação automática da operação. Só em 2018 o Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF1) negou recurso da Nestlé e, em abril de 2021, um novo recurso no mesmo processo. Na prática, a decisão manteve a determinação judicial de 2009, que ordenou novo julgamento pelo Cade.
          Em dezembro de 2015, com investimento de 220 milhões de reais, a Nestlé inaugura em Montes Claros (MG), a primeira fábrica de Nescafé Dolce Gusto - sua linha de cafés em cápsulas - fora da Europa. Deu a lógica: o Brasil é o maior produtor de café do mundo e o segundo país que mais consome a bebida. Junte-se a isso o crescimento das vendas de cápsulas de café. O novo empreendimento foi instalado no mesmo terreno onde há uma fábrica de Leite Moça. Como a fabricação de leite condensado exige a retirada da água do leite, todo o líquido extraído nesse processo é reutilizado na fábrica de Dolce Gusto. A fábrica abastece também outros mercados da região, como Argentina e Uruguai.
          A Nestlé tem também forte presença na alimentação de animais de estimação. Possui marcas como Purina, Proplan, Dog Chow, Catchow, Revena e Friskies. Em fevereiro de 2017, a empresa inaugura uma planta em Ribeirão Preto, São Paulo, com foco na produção de alimentos umedecidos para cachorros e gatos. A capacidade anual de produção alcança 30.000 toneladas.
          Famoso no mundo, principalmente nos EUA e Reino Unido, o cereal matinal Cheerios finalmente chegou ao Brasil em março de 2017. Ele traz quatro cereais integrais (milho, trigo, arroz e aveia) com sabor mel. A marca existe desde 1943 e é vendida em 45 países.
          Em 16 de janeiro de 2018, a Nestlé confirma a venda da unidade de doces nos Estados Unidos à Ferrero, pelo valor de 2,8 bilhões de francos suíços, equivalente a US$ 2,91 bilhões. O segmento inclui marcas populares de chocolate, como Butterfinger, Crunch, BabyRuth, 100Grand, Raisinets, Chunky, OhHenry! e SnoCaps; assim como marcas locais de balas, como SweeTarts, LaffyTaffy, Nerds, FunDip, PixStix, Gobstopper, BottleCaps, Spree e Runts.
          A Nestlé produz celebridades como o Leite Moça, a Farinha Láctea, o leite em pó Ninho, o Molico, o Nescau, o Neston, a Nesfit, o Mocilon, o complemento alimentar Nutren, os biscoitos Passatempo, Bono, Tostines e Negresco (no Brasil desde 1989, é concorrente do Oreo, da Mondelez), o caldo Maggi, as cápsulas de Nescafé Dolce Gusto, Nespresso e o Nescafé (vide origem das marcas Leite Moça e Nescafé neste blog). Possui outras marcas celebradíssimas (são 29 no total), entre as quais, a água Perrier e o Kit Kat. Possui ainda as águas Pureza Vital, S. Pellegrino e São Lourenço. Na área de chocolates e bombons possui marcas como Suflair, Surpresa, Lollo, Prestígio, Charge, Alpino (criado lá pelos idos de 1968), Crunch, Galak, Chokito, Sensação, Garoto, Baton, Talento, entre outros.
          Em 27 de março de 2018, a Nestlé fechou a venda do negócio de água no Brasil para o Grupo Edson Queiroz. A transação envolve as marcas Petrópolis e São Lourenço e as fábricas localizadas nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. A Nestlé foi assessorada pelo Bradesco e o Edson Queiroz pelo Santander.
          Pelo acordo firmado, além da venda das marcas São Lourenço e Petrópolis, a Indaiá/Minalba vai produzir e distribuir a marca Nestlé Pureza Vital, a partir de um acordo de licenciamento. A Nestlé passa também para a Edson Queiroz a concessão de distribuição das marcas globais premium Perrier, S. Pellegrino e Acqua Panna.
          Essas marcas estão sob o guarda-chuva da Nestlé Waters, criada em 1992, que está presente em mais de 150 países, com mais de 49 marcas e 30 mil colaboradores. No Brasil, comercializa as marcas Nestlé Pureza Vital, Petrópolis, São Lourenço, Perrier, S. Pellegrino e Acqua Panna, sendo as três últimas importadas.
          Em 7 de maio de 2018, a Nestlé e a Starbucks anunciaram um acordo de marketing global, no qual a Nestlé comercializará os produtos de consumo e serviços alimentícios da empresa de café. O acordo concede à Nestlé "direitos perpétuos" para vender produtos Starbucks globalmente fora de suas cafeterias, e pagará à Starbucks US$ 7,15 bilhões como parte do acordo. Cerca de 500 funcionários da Starbucks se juntariam à Nestlé como parte do acordo, que deve ser fechado até o fim de 2018.
          Em 13 de fevereiro de 2019 a Nestlé informa que passa a vender a partir daquele mês o café da marca Starbucks em lojas e pela internet na Europa, Ásia e América Latina, à medida que busca aumentar sua liderança sobre rivais como a JAB. Após um acordo (de US$ 7,15 bilhões em dinheiro) no ano passado pela exclusividade na venda de cafés e chás da companhia dos EUA, a Nestlé começará a vender grãos de café rotulados pela Starbucks, torrados e moídos e cápsulas de dose única para suas cafeteiras Nespresso e Nescafé Dolce Gusto. Estes estarão disponíveis na Bélgica, Brasil, Chile, China, México, Holanda, Coreia do Sul, Espanha e Grã-Bretanha.
          No Brasil, Nestlé oficializou em 23 de abril de 2019, a chegada da linha de cafés "Starbucks At Home", com café em cápsulas e em pó, à venda em supermercados. A linha é composta por 15 produtos: seis variedades de cápsulas para o sistema Nespresso, seis para o sistema Nescafé Dolce Gusto e três opções de café torrado e moído.
          Dez anos após construir sua primeira fábrica de leite longa vida no Brasil, a Nestlé deixa a atividade no país. A empresa anunciou em 7 de agosto de 2019 a venda de unidades à Laticínios Bela Vista, dona da marca Piracanjuba. Paralelamente, licenciou as marcas Ninho e Molico para a empresa goiana, pelas quais receberá royalties. O negócio faz parte de um movimento mais amplo da Nestlé, que vem revisando seu portfólio global em busca de operações mais rentáveis. A Nestlé não divulgou os dados financeiros da transação, mas estima-se que as operações de leite longa vida da empresa faturam cerca de R$ 500 milhões por ano, montante pequeno para seu tamanho. A Nestlé não figura entre as dez principais produtoras. As captações para a produção de longa vida foram de apenas 170 milhões de litros em 2018. Na área de lácteos como um todo, porém, a multinacional suíça é gigante - sobretudo devido à produção de leite em pó. Trata-se da segunda maior compradora de leite do Brasil, só atrás da francesa Lactalis. Em 2018, a Nestlé captou 1,7 bilhão de litros de leite no país. Com a venda, a Nestlé passa ao grupo goiano as fábricas de leite longa vida que possui em Araraquara (SP) e Três Rios (RJ). Uma terceira unidade, localizada em Carazinho (RS), será compartilhada pelas duas companhias.
          Em dezembro de 2019, a Nestlé  vende suas operações de sorvetes nos Estados Unidos, que incluem a marca Häagen-Dazs, por US$ 4 bilhões em dinheiro à Froneri, criando um concorrente mais forte para enfrentar a Unilever.
          Em junho de 2021, a Nestlé anunciou a construção de sua segunda fábrica da Purina no Brasil e injetou R$ 1 bilhão para ampliar a produção de alimentos úmidos a partir de 2023.
          Em 2 de fevereiro de 2022, a Nestlé lançou seu primeiro alimento de impacto social: uma barra de cereais com os lucros da venda destinados integralmente à ONG Gerando Falcões, que combate a pobreza em 1.700 bairros pobres do Brasil. Batizado de Gerando Falcões bar, o produto é uma novidade global da multinacional, presente em 83 países, e será vendido inicialmente apenas pela internet, nas plataformas Mercado Livre e Empório Nestlé. “Este é o primeiro de muitos. Meu sonho é um dia ver, nos supermercados, gôndolas exclusivas com todos os tipos de produtos, chocolates, biscoitos, cafés, cujos lucros sejam revertidos para a transformação social”, disse Marcelo Melchior, CEO da Nestlé
          No Brasil, entre as várias unidades de produção estão as de Araras, Caçapava, Ribeirão Preto, no interior de São Paulo e Montes Claros em Minas Gerais.
          Em 23 de maio de 2022, a Nestlé Brasil comprou a Puravida, uma marca independente de produtos de nutrição, saúde e bem-estar que faturou R$ 300 milhões em 2021. O fundador, Flávio Passos, e o CEO e sócio da empresa brasileira, Adrian Franciscono, vão continuar na Nestlé como executivos à frente do negócio.
          A Nestlé está presente hoje na cozinha de uma parte considerável da humanidade. Seu faturamento mundial anual atinge os US$ 90 bilhões, com mais de 339 mil funcionários espalhados por 81 países em suas 479 fábricas, onde são produzidos cerca de 12 mil produtos (2 mil marcas) em que alimentos e bebidas representam 94% das vendas. No Brasil, teve uma receita líquida de R$ 14 bilhões em 2017.
          Em 7 de junho de 2023, o Cade aprovou o acordo com a Nestlé que libera, depois de mais de 20 anos, a compra da Garoto pela empresa. O caso é emblemático no Cade, tanto pelo tempo que tramita na autarquia como pelos episódios que marcaram o processo, com idas e vindas e decisões judiciais que impuseram a reanálise do negócio pelo conselho. A negociação prevê que a Nestlé adote compromissos comportamentais para preservar a concorrência no mercado. Uma das cláusulas estabelece a não aquisição de ativos de terceiros (como marcas, conjunto de marcas ou empresas) que representem conjuntamente participação de mercado, medida pelo faturamento no ano anterior a cada operação, igual ou superior a 5% do mercado relevante nacional de chocolates sob todas as formas, por cinco anos.
(Fonte: revista Exame - 06.01.1993 / 18.08.1993 / revista Veja - 25.07.2001 - Pág. 118 - Jornalista: Ruth de Aquino / revista Exame - 06.09.2000 / 30.08.2006 / 12.09.2007 / revista Mundo Estranho - abril 2015 / revista Exame - 23.11.2016 / Exame.com - 16.03.2017 / jornal Valor - 16.01.2018 / revista Forbes - 30.01.2018 / Valor - 07.05.2018 / Forbes - 13.02.2019 / Economia UOL - 23.04.2019 / Valor - 08.08.2019 / MilkPoint - 12.12.2019 / Valor - 02.02.2022 / Braziljournal - 23.05.2022 / Valor - 31.08.2022 / InfoMoney - 07.06.2023 - partes).

German version:
     Nestlé ist der unangefochtene Weltmarktführer im Lebensmittelsektor. Das Unternehmen mit Schweizer Firmensitz verfügt über ein einmaliges Imperium von zirka 2000 Marken. Dazu gehören bspw. Nescafé, Maggi, Buitoni, KitKat und Mövenpick.

6 de out. de 2011

Campineira (biscoitos Triunfo)

          A paulista Campineira foi fundada em Campinas em 1964 pelo imigrante português Armindo Dias.
          A Companhia Campineira de Alimentos era fabricante dos biscoitos Triunfo e Ritz e, antes de meados de 1990, chegou a ser líder do mercado brasileiro. Durante o ano de 1992 pulou de terceiro para o primeiro lugar. Sua participação, que era de 16% em 1991, saltou para 18% no primeiro semestre de 1992 e, em outubro do mesmo ano, chegou a 21%. A Nestlé manteve-se em segundo lugar e a antiga líder Tostines caiu para o terceiro posto.
          A Campineira era fabricante do pirulito Zorro, provavelmente admirado (e degustado) por dez entre dez amantes de pirulitos.
          Em 1997, depois de 33 anos no comando, Armindo decidiu passar o controle da Campineira para os sócios franceses da Danone.
(Fonte: revista Exame - 23.12.1992 / 17.05.2000)