Total de visualizações de página

30 de nov. de 2020

Vibra Energia (antiga BR Distribuidora)

          A Petrobras Distribuidora, mais conhecida como BR Distribuidora, é uma subsidiária da Petrobras que, desde 1971, atua no segmento de distribuição e comercialização de combustíveis.
          Em 2004, então sob o comando do executivo Rodolfo Landim, a Petrobras Distribuidora comprou os ativos brasileiros da italiana Agip e passou a deter 25% de participação de mercado, ultrapassando pela primeira vez, a parcela que chegou a ter em 1998, quando começou a perder espaço para a informalidade.
          A privatização da BR Distribuidora, em julho de 2019, colocou no caixa da Petrobras pelo menos R$ 8,56 bilhões e deve duplicar a liquidez em bolsa da líder do mercado de combustíveis e lubrificantes. 
          O Conselho de Administração da Petrobras aprovou, na noite de 24 de novembro de 2020, a venda de ações correspondentes a ao menos 30% do capital da BR Distribuidora. Um dispositivo no acordo pode elevar a venda a 35% do capital da empresa e os valores da operação podem chegar a 9,6 bilhões de reais.
          Com a conclusão do processo, a companhia deixará de ser controlada majoritariamente pela estatal, que teve 100% das ações até 2017, quando comercializou parte da subsidiária ao setor privado pela primeira vez.
          O negócio fechado nesta terça-feira foi precificado a 24,50 reais por ação da BR Distribuidora e rendará ao menos 8,5 bilhões de reais para a Petrobras. O valor se refere a um mínimo de ações estipulado na venda, que garante a comercialização de 30% do capital da companhia, deixando a estatal com 41,5% de participação.
          A venda faz parte do programa de desinvestimentos promovido pela estatal nos últimos anos. De acordo com a Petrobras, a venda de ativos de subsidiárias visa “reduzir o endividamento e focar em negócios com menor risco e maior rentabilidade”.
          A empresa informou, no dia 26 de novembro de 2020, que assinou contrato para comprar 70% de participação na Targus Energia. O negócio foi fechado por R$ 62,1 milhões. O objetivo da BR é atuar no mercado de comercialização de energia elétrica em todo o território nacional. A transação prevê ainda mecanismos de earn-out e opções de compra e venda dos 30% restantes. A companhia pretende oferecer energia elétrica à sua rede de clientes, utilizando sua capilaridade comercial e estrutura financeira, aliados à expertise e capacidade de execução dos sócios da Targus Energia, que permanecerão na operação.
          Na primeira semana de julho de 2021 a Petrobras vendeu suas ações da BR Distribuidora na oferta follow on que marcou a saída definitiva da petroleira do capital da BR. Com a venda dos 37,5% que detinha, a Petrobras arrecadou 11,36 bilhões de reais, ou 2,3 bilhões de dólares.
          Em 19 de agosto de 2021, a BR Distribuidora anunciou que mudou seu nome para Vibra Energia. O movimento ocorre pouco mais de um mês depois de a Petrobras, ex-controladora da empresa, ter zerado sua participação.
          A Vibra Energia adquiriu 50% da Comerc, holding de comercialização e gestão de energia, atravessando a oferta pública de ações da empresa. O valor do negócio foi 3,25 bilhões de reais. A estrutura permite uma injeção rápida de capital na empresa de energia, mas dá espaço para diligências por parte da Vibra. A Comerc tinha estreia na B3 prevista para 13 de outubro de 2021.
          Em 23 de janeiro de 2023, a distribuidora de combustíveis Vibra anunciou que decidiu encerrar a parceria com a Americanas destinada à exploração do negócio de lojas de pequeno varejo, dentro e fora de postos de combustíveis. As duas empresas formaram uma Joint Venture chamada “Vem Conveniência”, com 50% do capital social de cada uma no negócio em fevereiro de 2022. Em nota, a Vibra declarou que a Vem Conveniência poderia sofrer com potenciais impactos da dívida de R$ 43 bilhões da Americanas.
          A Vibra recebeu carta da geradora de energia Eneva, propondo uma fusão entre as duas. Pela proposta apresentada no domingo, 26 de novembro de 2023, as duas teriam participações iguais na nova empresa combinada, operação conhecida como “fusão de iguais”. A ideia da transação foi apresentada pela gestora de recursos Dynamo, que é acionista das duas empresas. A notícia da proposta foi publicada pela primeira vez pelo Brazil Journal.
          A nova empresa teria capitalização de mercado de quase R$ 50 bilhões e se tornaria a terceira maior empresa de energia de capital aberto, atrás apenas da Petrobras e da Eletrobras. A relação de troca proposta de 50% para cada lado está em linha com a média negociada pelas empresas nos últimos seis meses.
          A Dynamo, que tem participação de 10,28% na Vibra e 10,06% na Eneva, viu o mérito da transação, pois a empresa de energia é vista como tendo crescimento relevante, capacidade de investimento comprovada, altos retornos e fluxos de caixa previsíveis. A Vibra, por outro lado, apresenta forte geração de caixa.
          Em 28 de novembro de 2023, a Vibra informou ao mercado que considera “injustificável” a troca de ações indicada na proposta de fusão com a Eneva. Ela afirmou ainda que “está claro que os termos de troca propostos para a proposta de fusão não são atrativos para os acionistas da Vibra”.
(Fonte: revista Exame - 16.03.2005 / relatório Abrasca - 30.11.2020 / Capital Aberto - 04.07.2021 / Valor - 19.08.2021 / 13.10.2021 / CNN - 24.01.2023 / Valor - 27.22.2023 / 29.11.2023  - partes)

Nenhum comentário: