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13 de dez. de 2021

Tambasa

          A atacadista Tecidos e Armarinhos Miguel Bartolomeu S.A. (Tambasa), foi fundada pela família Bartolomeu em 1949, em Ponte Nova, Minas Gerais.
          O foco da companhia está no comércio de itens como materiais de construção, do lar, produtos automotivos, higiene, limpeza e ainda para animais domésticos.
          Em 2009, a companhia atingiu o faturamento anual de R$ 1 bilhão.
          A Tambasa é o terceiro maior atacadista do Brasil, atrás do Atacadão e Grupo Martins, de acordo como o ranking por faturamento da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad) em parceria com a consultoria Nielsen. O grupo mineiro, porém, não é atacadista do setor de alimentos, como os dois líderes.
          Além de centro de distribuição em Contagem, Minas Gerais, a Tambasa conta com 22 centros logísticos pelo país, com acesso a 5.308 cidades brasileiras, um alcance de mais de 95% das municípios do país. Quase 800 caminhões atendem a essa rede.
          Em 2020, a receita anual foi de R$ 4 bilhões, mesmo ano em que o lucro líquido somou R$ 1 bilhão.
(Fonte: MSN/Estadão - 13.12.2021)

12 de dez. de 2021

Beretta

          Num apertado vale do norte da Itália, nas proximidades da cidade de Gardone, encontra-se uma fábrica de armas denominada Fabbrica D'Armi Pietro Beretta. Ela não é particularmente ampla nem muito vistosa, mas o minério de ferro que se encontra nas montanhas próximas justifica a sua localização.
          O curioso dessa fábrica não é o que faz (armas), nem como faz (através de processos industriais avançados), nem o mercado que atende (muitos usuários no mundo inteiro) - é a sua idade.
          Afirmam seus donos, orgulhosamente, que é a dinastia industrial mais antiga do mundo, o que pode ser absoluta verdade, pois a empresa foi criada no ano de 1526 como fornecedora de armas da República Veneziana e ainda hoje prospera nas mãos da mesma família que a criou mais de 500 anos atrás. Pode ser considerado um milagre, pois atualmente a expectativa de vida das empresas familiares no mundo não passa de 24 anos (contra os 45 para empresas de capital aberto). A maioria sucumbe durante os primeiros cinco anos. Das sobreviventes, somente três em dez passam para a próxima geração e somente uma entre dez se aguenta até a terceira geração.
          A que atribuir a extraordinária longevidade da fábrica Beretta? Em primeiro lugar e acima de tudo, à capacidade (ou sorte) da família de nunca ter tido desentendimentos graves a ponto de colocar em risco a própria organização; e à felicidade de ter encontrado sempre alguém da família que se prontificasse e tivesse condições de administrá-la sem que isso causasse conflito sério entre os seus membros.
          Essa unidade familiar era necessária para a sobrevivência da empresa, mas não era o suficiente. Ademais, havia dois fatores decisivos para sobreviver e crescer: a contínua inovação tecnológica, que assegurou uma excelente qualidade a seus produtos, condizente com a tecnologia da época e a existência de um mercado quase sempre crescente.
          Todas as gerações de dirigentes da empresa souberam tirar proveito da tecnologia mais avançada de seu tempo. Como, por exemplo, a automação do ferramental após a II Guerra Mundial; a introdução de ferramentas numericamente controladas por computadores quando eles se tornaram disponíveis: e o uso de robôs industriais, o que permitiu à Beretta fabricar armas a preço relativamente baixo, mas de alta precisão, devido às constantes inovações nos processos em série.
          A família encontrou, quase sempre, um mercado que lhe era favorável. Mas seu sucesso não teria sido possível se não soubesse tomar decisões tanto na área tecnológica quanto mercadológica, com seus riscos típicos associados à insegurança do futuro.
          Hoje a empresa fabrica espingardas, rifles de caça, pistolas e submetralhadoras. A Beretta é uma exportadora agressiva. Na década de 1980 ganhou um contrato com o Exército americano para substituir o venerável Colt 45. No Brasil, no final de 1972, começaram a chegar metralhadoras Beretta no Exército brasileiro para substituir as horríveis e ineficazes INA - Indústria Nacional de Armas.
          Sentado em sua sombria mansão de pedra, Ugo Gussalli Beretta, nascido em 1938 (então com 58 anos), dono da empresa, diz: "Os americanos produzem máquinas de atirar. Nós fabricamos obras de arte".
(Fonte: revista Exame - 17.01.1996 / Exame - 22.05.1996 (1996, Forbes) - partes)

10 de dez. de 2021

Brass Brew

          A história da Brass Brew começa em 2016, quando o cervejeiro Omar Sabbag criou sua primeira cerveja, do tipo IPA, no sítio de seu primo. “Era só um teste, mas ficou muito boa! Abandonei o escritório e a ideia de ter uma empresa convencional para me especializar e perseguir receitas especiais e tradicionais”, lembra. Henrique Mazzei seguiu Sabbag na empreitada, tornando-se sócio.
          Logo surgiria a cerveja Haux, uma referência à tribo indígena kaxinawá, do Acre. “Esse nome significa ‘em busca da cura’ e era isso que queríamos com a marca. Buscávamos uma cerveja que fosse viva, respeitando suas propriedades, receitas originais e o próprio tempo. A Brass é a evolução 
comercial dessa bebida que surgiu na figueira do sítio”, revela.
          "Quando o sonho de fazer nossa cerveja ficou pequeno para a garagem que ocupávamos no Morumbi, passamos a procurar um lugar antigo em São Paulo para revitalizar e trazer mais vida. Nada seria tão sob medida quanto este patrimônio cultural" diz Sabbag. A fábrica, a que Sabbag se refere, pertencia ao Grupo Matarazzo, foi construída nos anos 1920.
          “Temos um compromisso de preservar o patrimônio cultural e valorizar a importância histórica desse lugar. Sempre fomos apaixonados pela Casa das Caldeiras e sentimos orgulho de sermos conhecidos como a marca de cerveja do espaço. Estar em um lugar tão icônico para São Paulo é engrandecedor”, reflete Sabbag, ao lado de Mazzei.
          Hoje a marca fabrica vários estilos de cerveja: IPA, APA, Pale Ale Inglesa, Blondie Ale, Stout, 
Witbier Hibisco, Lager, Porter, Red Ale, Special Ipa, Weissbier, Golden Ale e Kellerbier.
          Lá na Casa das Caldeiras, onde a marca vende cerca de 5 mil litros de cerveja artesanal por mês, pode-se experimentar todos esses rótulos. A Brass Brew ainda divide o espaço com o bar Nu I Cru, especializado em drinks autorais.
          A cervejaria montou no quintal da fábrica um espaço bem gostosinho para aqueles que levam o happy hour muito a sério e estão sempre à procura de um local descolado para descomprimir a pressão da metrópole. O Achado Elo é justamente essa experiência mágica de confraternizar com a galera emum lugar tão especial.
          Com um chão de pedrinhas, a área externa tem mesinhas, mesões para compartilhar, bancos, guarda-sóis, jogo de dardos e até buracos no chão para montar fogueiras nos dias mais frios.
          E toda a produção acontece no ICB – Instituto de Cerveja do Brasil, em Indaiatuba (SP), onde Sabbag se especializou. “Somos fiéis às receitas originais de cada cerveja, por isso usamos apenas 
insumos trazidos de seus países de origem”, esclarece.
          A Casa das Caldeiras fica na avenida Francisco Matarazzo, 1650, Água Branca, na capital paulista.
          A programação cultural do espaço, conforme conta o mestre cervejeiro, é decidida por um coletivo que administra a fábrica. “Nada pode ferir a identidade e a história da Casa das Caldeiras e da comunidade.
          Recentemente, uma nova casa da Brass Brew foi inaugurada no térreo do edifício Virgínia, na região do Baixo Augusta, comandada por Henrique Mazzei. O prédio, projetado em 1951, passa por uma readequação arquitetônica para viabilizar habitações democráticas no centro de SP, e a cervejaria participa da ocupação desse espaço junto com várias outras marcas de economia criativa.(Fonte: Catraca Livre)

Cervejaria artesanal Brass Brew ocupa a encantadora Casa das Caldeiras, uma fábrica dos anos 20!

© Luiz Costa - Achados EloCervejaria artesanal Brass Brew ocupa a encantadora Casa das Caldeiras, uma fábrica dos anos 20!

5 de dez. de 2021

Viveo

          A Viveo, fabricante e distribuidora de materiais e medicamentos, com produtos e soluções para todo o Brasil, foi fundada em 1996.
          Com o propósito de cuidar de cada vida, a Viveo atua de forma completa no mercado da saúde, da fabricação à entrega final aos pacientes. Essa atuação, segundo a empresa, reforça o compromisso em oferecer soluções confiáveis, ágeis e inovadoras para hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias e atacados. Busca encontrar e viabilizar as inovações que definirão como cuidar das pessoas amanhã. 
          Em agosto de 2021, a Viveo anunciou a compra da Profarma Specialty, incluindo a compra da Cirúrgica Mafra, por R$ 900 milhões.
          Para dar vida a todo o ecossistema, a Viveo é composta pelas empresas Mafra Hospitalar, HealthLog, Tecnocold Vacinas, Diagnóstica Cremer, Byogene, Biogenetix, Vitalab, Cremer, Flexicotton e Far,me e dona de marcas conhecidas como Cremer, Topz, Embramed e Salvelox.
          Em 3 de dezembro de 2021, a Viveo concluiu a aquisição da Cirúrgica Mafra, que engloba a CM Medicamentos Especiais, CM Campinas Medicamentos Especiais e o CMI Hospital, após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovar a operação, anunciada pela companhia em agosto de 2021.
          Em 21 de dezembro de 2021, a Viveo anunciou a compra da Azimute Med por R$ 38 milhões.
          Em 20 de abril de 2022, a Viveo comunicou que adquiriu a Boxifarma, primeira empresa da América Latina a prestar serviços farmacoterapêuticos de unitarização automatizada (preparo de doses unitárias de remédios). De acordo com o comunicado, a startup gaúcha usa robôs e inteligência artificial desde a prescrição médica até a entrega e acompanhamento farmacêutico do paciente. A tecnologia já é utilizada na Europa e nos Estados Unidos. A Viveo afirma ainda que a aquisição fortalece a estratégia de interação direta com paciente e permite a unitarização de hospitais e clínicas.
          Em junho de 2022, a Viveo lançou a marca Prevena, integrando as sete empresas que atuam no segmento de laboratórios. A companhia afirma que a Prevena conectará fabricantes, fornecedores e laboratórios.
          Em fins de julho de 2022, a Viveo concluiu a aquisição da Famap Nutrição Parenteral e Aporte Nutricional. Com aquisição, a Viveo passa a atuar no segmento de soluções estéreis e amplia os serviços oferecidos aos clientes adultos e pediátrico.
          Em 30 de novembro de 2022, a Viveo informou que o preço da aquisição da Nutrifica, especializada em nutrição enteral e parenteral, passou de R$ 25 milhões para R$ 16,9 milhões, após o cumprimento de condições previstas no contrato de compra firmado em 22 de agosto de 2022. A redução visa a manter o múltiplo negociado. Com isso, a Nutrifica passa a fazer parte do ecossistema Viveo.
          Em 26 de agosto de 2024, a Viveo comunicou a criação da Insuma, nova marca da companhia que abrange as farmácias de manipulação de soluções injetáveis que passaram por um processo de esterilização. Serão englobadas as farmácias Famap, Nutrifica, Proinfusion, Life, Hospharma, Sollus, Aporte e Seven.
          Com capital 100% nacional, a empresa tem a própria frota, mais de 20 unidades operacionais e centros de distribuição em todas as regiões do Brasil. Possui aproximadamente 3.500 colaboradores diretos.
(Fonte: site da empresa / jornal Valor - 03.12.2021 / 21.01.2022 / 20.04.2022 / 02.06.2022 / 21.06.2022 / 01.08.2022 / 30.11.2022 / 27.08.2024 - partes)

Cremer
Há mais de 80 anos como referência em qualidade, a Cremer é uma das maiores empresa do Brasil na fabricação e fornecimento de itens de primeiros socorros, cirurgia, tratamento, higiene e bem-estar.


Mafra Hospitalar
Distribuidora de materiais e medicamentos hospitalares, a Mafra Hospitalar é líder no mercado brasileiro e pioneira da Viveo.

Health Log
Especializada em saúde, a Health Log oferece uma plataforma de serviços e soluções que otimizam a cadeia de suprimentos. Com frota e equipe própria são mais de 900 mil quilômetros/mês e entregas em todo o Brasil.

Brenco

          A empresa de energia Brenco-Companhia Brasileira de Energia Renovável era comandada pelo ex-presidente da Petrobras Henri Philippe Reichstul, foi fundada em 2006 e tem sua sede na cidade de São Paulo. A empresa opera nos ramos de cultivo de cana-de-açúcar e produção de bioenergia.
          A Brenco trouxe para seus quadros pesos altos executivos da Petrobras. Hildo Henz, ex-presidente da Refinaria Alberto Pasqualini, no Rio Grande do Sul, tinha 27 anos de casa, quando foi para a Brenco. 
Rogério Manso, ex-gerente executivo de comercialização e marketing de gás natural, com 28 anos de Petrobras, também foi para a Brenco. Ambos faziam parte do quadro da empresa em setembro de 2007.
Em 2010, a Brenco e a ETH Bioenergia, uma empresa da Organização Odebrecht, concluíram o processo de combinação de ativos. No acordo, a Odebrecht S.A., em associação com a Sojitz Corporation, passa a deter 65% do capital da ETH Bioenergia, e os acionistas da Brenco participam com 35%.
          A partir de 5 de fevereiro de 2013, a ETH Bioenergia assume uma nova marca e passa a se chamar Odebrecht Agroindustrial. A empresa está atualmente em recuperação judicial.
(Fonte: revista Exame - 12.09.2007 / EMIS - 03.12.2021 - partes)

Cerveja Wienbier 54 Bock

          A marca Wienbier, da Cervejaria NewAge, de Leme, interior de São Paulo, ampliou a sua linha de cervejas em lata de 710ml que já possui as cerveja Wienbier 55, 56, 57, 58 e 59 IPA.
          A novidade é a Wienbier 54 Bock. Inspirada na tradicional escola cervejeira alemã, os criadores desse estilo, a Wienbier 54 Bock é uma cerveja de coloração acobreada com destaque para o sabor marcante dos maltes especiais e levemente lupulada, com graduação alcoólica de 5%.
          Tradicionalmente o estilo é mais apreciado nas épocas de temperatura mais baixa no ano. A Wienbier 54 Bock harmoniza com carnes de caça e porco, queijo gruyére, batata e salsichas alemãs.

3 de dez. de 2021

Forin

          A fabricante paulista de autopeças Forin foi fundada em 1959.
          Em 1991, o empresário Alfredo Samson, proprietário da empresa, estava ciente de que, embora saudáveis, companhias carregam o vírus da morte, que pode se manifestar no momento da sucessão. O antídoto seria a profissionalização da gestão.
          Às vésperas de completar 64 anos, pai de quatro filhas, Samson não via na família alguém em condições de suceder-lhe. A solução foi contratar no mercado um executivo para substituí-lo no comando dos negócios.
          Um ano depois, em 1992, Samson estava arrependido amargamente dessa decisão. Metade dos itens produzidos pela Forin era entregue com atraso. Pior, Samson teve de colocar do próprio bolso 1 milhão de dólares para reforçar o caixa da empresa, algo inédito nos então 34 anos de vida da Forin.
          Samson tentou, então, uma segunda cartada, mais radical. Chamou uma consultoria - a escolhida foi a Nova Gestão -, entregou-lhe o comando, deu-lhe carta branca e foi passar vinte dias na Áustria.
          Fazendo o dever de casa no tocante a cortes e mudanças de procedimentos, em dois anos a empresa fechou seu balanço no breakeven.
(Fonte: revista Exame - 03.03.1993)

1 de dez. de 2021

Carol Bassi

          A marca de luxo Carol Bassi foi criada pela estilista paulista Anna Carolina Bassi em 2014, dentro da loja da empresa de sua família, Guaraná Brasil. Seus produtos são destinados às classes A e B, ou seja, com renda média que varia de R$ 10,5 mil a R$ 23 mil, considerando números de fins de 2021.
          Em novembro de 2021 eram duas lojas, em São Paulo e no Rio de Janeiro, e presença em 90 pontos multimarcas em mais de 20 estados. O faturamento mensal das lojas próprias chega a R$ 3,5 milhões. Para 2021, a projeção é de faturamento de R$ 58 milhões, sendo R$ 36 milhões vindo somente da loja de São Paulo, no badalado Shopping Cidade Jardim.
          Na manhã do dia 30 de novembro de 2021, o grupo Arezzo & Co anunciou a compra da Carol Bassi por R$ 180 milhões - valor que pode chegar a R$ 220 milhões se as metas de desempenho forem cumpridas até 2025. O pagamento da operação será ser parcelado, a maior parte em dinheiro e também em ações.
(Fonte: jornal Valor - 01.12.2021)

25 de nov. de 2021

Elektra / Banco Azteca

          A rede de lojas de móveis e eletrodoméstico Elektra foi fundada em 1950 pelo avô do empresário mexicano Ricardo Salinas, nascido em 1956. Salinas herdou a Elektra do avô quando esta tinha 59 lojas. Ele foi responsável por transformar as lojinhas do pai num conglomerado que em 2007 somava oito empresas.
          O principal feito de Salinas foi - numa época em que ainda não estava na moda - descobrir o imenso potencial consumidor da baixa renda. Ele desenvolveu uma matadora combinação entre a venda de bens de consumo e a concessão de crédito pessoal. Nos fundos de 800 das quase 1.000 lojas do grupo Elektra (dados de setembro de 2007) há um caixa do banco Azteca, onde o cliente pode não apenas parcelar suas compras mas também abrir uma conta corrente e adquirir um cartão de crédito.
          As lojas da Elektra são instaladas em regiões de baixíssima renda e chamam a atenção pela simplicidade extrema: são pequenas, escuras e desorganizadas. Os produtos ficam amontoados nas prateleiras, dentro das caixas.
          Para ganhar dinheiro nesse ambiente, Salinas desenvolveu mecanismo de concessão de crédito que fazem o modelo da Casas Bahia parecer conservador. Como não há no México um sistema de proteção ao crédito e boa parte de seus clientes não tem como comprovar renda, a Elektra adotou como estratégia visitar cada um dos candidatos a crédito par conferir sua situação financeira. Um funcionário da rede vai até a casa do cliente e verifica quesitos como o número de cômodos, se há ou não luz elétrica e que bens a família possui. Além disso, os funcionários entrevistam vizinhos e tentam, assim, descobrir se o cidadão que quer comprar uma geladeira tem um histórico de calotes. Um processo semelhante acontece na hora da cobrança. O mau pagador recebe visitas de cobradores em casa. Se não pagar, o simpático funcionário da Elektra toma os produtos de volta. A empresa criou um inusitado mercado de "seminovos" - a Elektra tem lojas específicas onde vende os produtos que foram tomados de volta.
          De pouco depois de meados de 2005 a 2007, uma equipe de 20 executivos ligados ao grupo Salinas visita regularmente o Brasil a fim de conhecer as peculiaridades do mercado local. Foram esses estudos que determinaram a escolha das regiões Norte e Nordeste para a inauguração das primeiras lojas.
          As negociações para a entrada de Salinas no mercado brasileiro duraram cerca de cinco anos. No período, ele conversou com os controladores de diversas redes de varejo e esteve perto de fechar a compra da gaúcha Colombo, líder no sul do país. Em outra frente, os resultados também não eram animadores. Salinas pleiteava no governo a autorização para a abertura de seu banco no país, o Azteca, mas encontrou animosidade. Por dois anos, seus pedidos não foram atendidos, até que ele decidiu contratar o ex-deputado federal Delfim Netto para dar aquela providencial força em Brasília. Delfim marcou, então, uma audiência com o presidente Lula. Salinas voou do México e participou do encontro, que aconteceu no Palácio do Planalto no dia 30 de junho de 2007. Pelo resultado, pode-se deduzir que a conversa foi ótima: pouco mais de um mês depois, Lula assinou um decreto autorizando a entrada do banco Azteca no Brasil.
          A rede Ekektra chegou ao Brasil, via Pernambuco, em 2008. A estreia foi destaque nacional, quando o então presidente Luís Inácio Lula da Silva elogiou o sistema de parcelamento da rede, durante discurso na abertura do Fórum Brasil-México, no Recife.
          Em 2010, a Elektra foi levada à Justiça depois de diversas denúncias de clientes inadimplentes que foram abordados por "homens de preto" como ficaram conhecidos os motoqueiros que iam cobrar e ameaçar os clientes em suas casas. A rede também se envolveu com investigações sobre maus tratos de funcionários.
          Pouco antes de meados de maio de 2015, a notícia do encerramento das atividades no país foi dada ao mercado, em comunicado à Bolsa de Valores do México, em que não há explicações oficiais sobre a saída.
          Aqui, a rede tinha 35 lojas, número muito distante das 1.000 unidades anunciadas como meta, em 2008, para serem abertas até 2018.
          O banco Azteca, integrante do grupo Salinas e que funcionava dentro das lojas Elektra, manteve as operações por um certo tempo. A instituição financeira também passou por acusações em Pernambuco, por se apresentar como correspondente bancário em vez de banco.
          No México, a rede contava na época com 3924 unidades, além de outras 2934 nos Estados Unidos e mais 643 em outros países das Américas do Sul e Central.
(Fonte: revista Exame - 12.09.2007 / JC-UOL - 13.05.2015 - partes)