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6 de dez. de 2022

Astra / Japi

           A fabricante de assentos sanitários, banheiras e utilidades domésticas Astra, foi fundada pelo avô 
da atual CEO do grupo, Ana Oliva.
          A Astra é a primeira empresa do grupo, que foi fundado em 1957. Uma das principais empresas do grupo é a Japi, com fábrica em Jundiaí, fabricante de louças sanitárias e acessórios para jardinagem. A Japi foi criada em 1992 e começou como importadora dos produtos que fabrica hoje. O nome Japi foi dado em homenagem à Serra do Japi, localizada nas cercanias de Jundiaí. O grupo tem também uma 
construtora e uma empresa de serviços financeiros.
          Em fins de 2022, a Japi prepara-se para inaugurar sua primeira unidade no exterior, na República Dominicana. A fábrica está prevista para começar a operar em março de 2023, disse Ana Oliva, diretora da Japi e presidente da Astra.
          Primeira unidade no exterior, a fábrica está prevista para começar a operar em março de 2023 para facilitar a logística de exportação para Américas, Europa e África; produção prevista é de 40 toneladas por mês O investimento inicial para a unidade caribenha é de US$ 5 milhões, e a meta é
ampliar a base de países atendidos pelas exportações do Japi, que hoje somam 35 nações.
          Como explica a senhora Oliva, um dos produtos mais vendidos pela Japi para outros países é a linha de vasos de jardim de plástico que imitam a cerâmica. “Eles são extremamente leves. Temos vasos inteligentes para jardins verticais e também vasos assinados por designers”, disse. A produção dominicana será voltada para artigos de jardinagem.
          A planta dominicana também ajudará a expandir a produção nacional, liberando espaço na planta de Jundiaí. Atualmente, a empresa ocupa uma área fabril de 20 mil metros quadrados na cidade localizada a 50 quilômetros de São Paulo. A Astra também tem uma unidade fabril em Pernambuco.
          Juntas, as receitas do Astra e do Japi devem chegar a R$ 1 bilhão em 2022, o mesmo valor do ano de 2021.
          Os produtos da Astra e da Japi são voltados principalmente para o segmento econômico, embora ambas as empresas também tenham linhas premium. “Estamos trabalhando para diversificar o mix de produtos, com uma linha assinada por arquitetos, e itens de design, mas é uma parcela menor dos produtos. Nosso forte é o público de baixa renda”, afirmou Ana Oliva.
(Fonte: jornal Valor - 05.12.2022)

5 de dez. de 2022

Livraria / Editora Martins Fontes

          A Livraria Martins Fontes foi inaugura em Santos em 1960 por Waldir Martins Fontes, nascido em 1934. Waldir largou um emprego na Petrobras para vender livros de porta em porta. Aos 27 anos de idade, abriu a livraria com seus dois irmãos como sócios. No início da década de 1970, Waldir criou a Editora Martins Fontes na cidade de São Paulo.
          Alexandre Martins Fontes, filho mais velho de Waldir, entrou na empresa em 1992. Entre 1986 e 1990, morou em Nova York, para onde foi após terminar a faculdade. Tinha em NY um ateliê onde pintava, fazia projetos gráficos e ilustrações a guache e aquarelas.
          Desde meados dos anos 1990, a unidade de Santos, que deu origem ao grupo, passou a pertencer aos irmãos de Waldir e descendentes.
          Em 2000, com a morte de Waldir, a editora passou a ser administrada por Evandro M. Martins Fontes e Alexandre Martins Fontes, herdeiros do fundador. Sua sócia majoritária passou a ser a viúva Norma Martins Fontes.
          Em novembro de 2000, Evandro, filho mais novo de Waldir, criou um departamento editorial independente, o qual chamou de "selo Martins", em homenagem à Livraria Martins Fontes Livraria Martins Editora (criada em 1937 e fechada em 1974), fundada por José de Barros Martins, editor que ajudou a construir a história do livro no Brasil.
          Nos anos 2000, foram criadas duas novas empresas, que passaram a dar continuidade ao projeto editorial da Martins Fontes: em 2005, o antigo selo editorial Martins passou a ser uma nova casa editorial, a "Martins Fontes - selo Martins", inicialmente também chamada Martins Editora', de Evandro.
          Em 2005, os irmãos Alexandre e Evandro fizeram a cisão da empresa. Evandro ficou com a livraria do Rio de Janeiro e a unidade da Alameda Jaú, em São Paulo. Alexandre ficou com a livraria da Avenida Paulista, centro financeiro de São Paulo, e da rua Dr. Vila Nova, na Vila Buarque, região central da cidade. A unidade da Avenida Paulista hoje está ocupando uma área de 700 metros quadrados, onde estão expostos mais de 80 mil títulos, entre nacionais e importados. A livraria Martins Fontes Paulista é hoje uma referência no cenário livreiro nacional.
          Em 2009, Alexandre, fundou a Editora WMF Martins Fontes.
          Notar que o também santista José Martins Fontes (1884-1937), médico e poeta brasileiro, e sua respectiva família não têm absolutamente nada a ver com a editora Editora Martins Fontes brasileira, segundo seu biógrafo, Rui Calisto, o qual, aliás, é proprietário da Editora Martins Fontes Portugal, sem relação com a empresa brasileira.
          Norma Martins Fontes veio a falecer em 23 de julho de 2018.
          As livrarias Martins Fontes contam com um vasto acervo nas áreas das Ciências Humanas, Artes, Arquitetura, Psicologia, Literatura Infantil e Juvenil, além de livros para o ensino de idiomas. Estas três livrarias são administradas pelo herdeiro Evandro M. Martins Fontes.
          O grupo WMF Martins Fontes, sob o comando de Alexandre, tem 130 funcionários, uma editora e três livrarias (Paulista, Vila Nova e internet).
(Fonte: jornal Valor - 02.10.2020 / Wikipédia)

29 de nov. de 2022

Latasa / Aluar

          A empresa fabricante de latas Latasa era uma associação da Reynolds Metals com o JP Morgan e o Bradesco.
          Em meados de 1994, quando produzia cerca de 1,8 bilhão de latas ao ano, a Latasa acertou uma parceria com a argentina Aluar para a construção de uma fábrica em Buenos Aires com capacidade para produzir anualmente 750 milhões de latas.
          O investimento na nova empresa, que foi denominada Reynolds Latas de Alumínio Argentina, foi de 46 milhões de dólares. A Aluar teria 30% de participação na nova empresa e a Reynolds Metals, controladora da Latasa, 70%.
(Fonte: revista Exame - 08.06.1994)

21 de nov. de 2022

Gucci

          A casa de moda de luxo italiana Gucci foi fundada por Guccio Gucci (1881-1953) em 1921. Tem sede em Florença, na Itália.
          Suas linhas de produtos incluem bolsas, roupas, calçados e acessórios, maquiagem, fragrâncias e decoração de casa.
          Com a direção de Aldo Gucci (filho de Guccio), a Gucci tornou-se uma marca de grife mundialmente conhecida. No ano de 1999, foi adquirida pelo conglomerado francês Pinault Printemps Redoute, que mais tarde tornou-se a Kering.
          Como outras grandes marcas, a Casa Gucci começou com a fabricação de peças de couro feitas artesanalmente pela família.
Bolsa Gucci vendida entre 1960 e 1965
          Em 27 de março de 1995, o então herdeiro do império, Murizio Gucci, neto dos fundadores e então já afastado da administração, foi assassinado a mando de sua ex-esposa, Patrízia Reggiani.
          Nos anos 1990, a empresa foi à falência e a direção artística da marca italiana foi entregue a Tom Ford, que lhe atribuiu uma nova imagem, mais jovem e chic, popularizando a marca por todo o mundo. Provavelmente devido a conflitos internos, Tom Ford retirou-se da Gucci em 2005 e assumiu uma marca própria.
          Durante a década de 2010, a marca tornou-se uma marca icônica "geek-chique".
          "Nos últimos anos, após uma reformulação inspirada pelo diretor criativo Alessandro Michele, a Gucci se tornou extremamente popular, principalmente em centros turísticos como Londres, Paris e Milão", escreveu a Forbes em fevereiro de 2021. (...) A influência de Michele colocou a Gucci em uma trajetória ascendente a partir de 2015 - e em 2019 a marca respondia por 60% da receita do grupo Kering".
          Em 2019, a Gucci operou 487 lojas para 17.157 funcionários e gerou €9,628 bilhões em vendas. Marco Bizzarri é o CEO da Gucci desde dezembro de 2014 e Alessandro Michele diretor criativo desde janeiro de 2015.
          Em 2020, devido à pandemia de Covid-19, que afetou a ida de turistas a suas lojas, a empresa teve uma queda de 23% em suas vendas.
          O Brasil, com nove lojas e o Chile, com uma loja, são os únicos países da América do Sul que possuem lojas físicas da Gucci.
(Fonte: Wikipédia)

Sigma Lithium

          A empresa canadense de lítio Sigma Lithium, com sede em Vancouver, foi fundada em 2011. A companhia é controlada por brasileiros e é listada na Bolsa de Toronto, com ações negociadas na Nasdaq.
          A Sigma Lithium está construindo uma planta de operações no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, para beneficiamento de lítio extraído nas cidades de Itinga e Araçuaí. Em Araçuari também há investimentos da americana Atlas Lithium
          Essa fábrica fará o beneficiamento do mineral de forma a torná-lo um insumo pré-químico com alto teor de pureza, o que faz com que o preço da tonelada seja multiplicado por 100 – de cerca de 60 dólares a tonelada para um valor ao redor de 6 mil dólares. Para as duas cidades, os ganhos são enormes, uma vez que a empresa pagará royalties sob seu faturamento e 60% do valor arrecadado fica com as próprias cidades.
          O lítio é um elemento essencial na fabricação de baterias para veículos elétricos. A China concentra as instalações de refino industrial que o convertem em hidróxido e carbonato e os fabricantes de baterias. Há uma corrida no mundo pelo fornecimento de lítio para garantir a expansão dos veículos elétricos.
          Com investimento de R$ 1,2 bilhão, todo o financiamento necessário para a operação já está garantido e a empresa já tem acordos firmados com alguns dos maiores players do mercado mundial para a produção das baterias, como a LG, empresa coreana que fornece peças para indústrias automobilísticas como Volkswagen, GM, Fiat Stellantis, Audi e Porsche, e as prospecções já realizadas pela empresa, auditadas externamente, estimam uma perspectiva de produção de até US$ 5,1 bilhões em lítio apenas nas duas primeiras das três fases de exploração.
          Para Ana Cabral-Gardner, CO-CEO da Sigma Lithium, o Brasil está em uma posição estratégica para liderar a transição energética no mundo. “Nosso gás é natural, a energia é renovável, barata e abundante. Estamos em uma localização privilegiada, no Oceano Atlântico e com um ambiente regulador modernizado”, diz. Tudo isso, afirma Gardner, deve empurrar o país para o centro da cadeia produtiva de carros elétricos.
          A executiva observou que havia três empresas cotadas para começar a produzir o lítio no início de 2023: a Sigma Lithium, a Core Lithium e a Lithium Americas.
          A Sigma atua em Itinga desde 2014, em uma posição estratégica para toda a cadeia de insumo de transição energética. Além da extração mineral, a empresa gera benefícios à comunidade por meio de iniciativas socioambientais. Sua planta verde não possui rejeitos e barragem, garantindo 100% de fonte de energia limpa. A empresa investiu cerca de R$ 195 milhões em pesquisa, avaliação de reservas e desenvolvimento de rota tecnológica para extração de lítio.
          Considerando dados de novembro de 2022, a empresa tem 750 funcionários.
          A empresa começou a produzir lítio em abril. Em 28 de julho de 2023, a Sigma faz sua primeira exportação. Foram 15 mil toneladas de espodumênio e 15 mil toneladas de rejeitos, de onde a tecnologia chinesa é capaz de encontrar lítio. A exportação foi feita pelo porto de Vitória, no Espírito Santo.
          Sua capacidade atual é de 270 mil toneladas de concentrado de lítio (equivalente a 36,7 mil toneladas de carbonato de lítio) por ano. A previsão da empresa para este ano é atingir produção e embarques de 130 mil toneladas do metal.
(Fonte: InfoMoney - 07.10.2022 / Agência Minas - 27.07.2023 / Folha de S.Paulo - 02.08.2023 / Valor - 14.09.2023 - partes)

19 de nov. de 2022

Vemax

          A Vemax Usinagem, antiga MCA, teve como fundador o Sr. Mauro Costa de Abreu que, com o auxílio de três funcionários, iniciou suas atividades no ano de 1999 realizando serviços de usinagem para a empresa NEIVA. A Vemax tem sede no Jardim Santa Eliza, em Botucatu, interior de São Paulo.
          No ano de 2009, uma nova gestão foi implantada na empresa e iniciou um trabalho de expansão junto com sua equipe.
          Olhando para uma nova estratégia, em 2011, a empresa mudou o nome da empresa de MCA (iniciais de Mauro Costa de Abreu) para VEMAX Usinagem.
          Ao definir o novo nome, a empresa caprichou. O objetivo dessa alteração foi trazer para o nome da empresa aquilo que dela se esperava:

VEMAX
Velocidade máxima no
atendimento aos clientes

xima qualidade dos produtos
entregues aos clientes

X - Número 10 em algarismo romano, que representa para a empresa, a excelência no atendimento ao cliente.

(Fonte: site da empresa - parte)

18 de nov. de 2022

Caninha Pelé



          A história da Caninha Pelé, a cachaça que morreu antes de ter nascido, tem detalhes bem reveladores. O episódio parece ter sido uma grande lição para Edson Arantes do Nascimento, então com 18 anos.
          Pelé voltara da Copa de 1958 como revelação; o Brasil fora campeão mundial de futebol pela primeira vez; o velho complexo de vira-lata parecia estar com seus dias contados.
          O jovem que despontava no Santos não era ainda o incontestável Rei do Futebol que se tornaria, mas tornara-se, sem dúvida, um astro pop, com seu sorriso e jeito de bom garoto.
          Com isso, claro, muitas empresas se interessaram em ligar seus produtos à marca do astro. Uma dessas empresas foi a Chiabrando & Amandola Ltda.
          A empresa fora fundada em 1954, em Guarulhos, na grande São Paulo, por dois imigrantes italianos: Franco Chiabrando e Vincenzo Amandola.
          A empresa não contava com um portfólio de grande destaque. Tinha como carro-chefe o conhaque de ameixas – bebida em voga na São Paulo daquela época – com a marca Alba.
          O nome Alba também batizava um “vinho superior”, com uma embalagem caprichada, empalhada, típíca dos vinhos chianti.
          Ao longo da década de 1950, o casal Jan Bastiaan e Ana Margaret associou-se aos italianos e a empresa cresceu, aumentando seu capital e se mudando para uma sede maior, na Avenida Emílio Ribas, em Guarulhos.
          Com a vitória na Copa de 1958, veio a ideia de ligar o nome Pelé a uma bebida popular, a cachaça.
          O nome cachaça, na época, não era dos mais utilizados nos rótulos de bebidas. Os mais comuns eram “aguardente de cana”, “cana” ou “caninha”, muitas vezes acompanhados de adjetivações como “fina”, “finíssima” ou “superior”. Daí a opção por Caninha Pelé para batizar a cachaça do atleta.
          Os sócios procuraram o pai de Pelé, o ex-jogador Dondinho, e propuseram o negócio. Segundo informações da Folha de São Paulo, o valor negociado foi multiplicado por dez ao longo das tratativas e alcançou uma cifra que seria equivalente hoje a R$ 366 mil, por um contrato de dez anos.
          Nada mal para quem, naquele momento, ainda era o nono maior salário do clube que defendia, o Santos. E era mais do que Dondinho, atacante especialista em cabeceio que teve a carreira abreviada por uma entrada dura que lesionou seu joelho, recebera em toda a sua jornada por clubes de futebol de Minas Gerais e São Paulo.
          O pai do craque topou e a cachaça começou a ser produzida, em Piracicaba, interior de São Paulo.
           A bebida ganhou um belo rótulo em que a figura de Pelé, voltando da Suécia, com o paletó azul, após ter conquistado o mundo com seu futebol, se destacava. No rótulo, constava ainda a graduação alcoólica: “até 54º GL”.
          Aí entra na história um personagem importante: Zito, o capitão do Santos. Mas, antes dele, há uma outra figura que exerceu um papel indireto nessa história: Vasconcelos, o antecessor de Pelé na artilharia do Peixe.
          Vasconcelos estava presente quando Dondinho, vindo de Bauru (SP), entregou Pelé, então com 15 anos, aos cuidados dos jogadores mais experientes do Santos. E se comprometeu a cuidar do garoto.
          Boêmio inveterado, frequentador dos cabarés santistas, era o menos talhado para a tarefa. Mas cumpriu-a com denodo. Em episódio lendário, viu o garoto Pelé com um copo de bebida na mão na festa de aniversário do goleiro Manga e cruzou o salão resoluto, arrancando o copo da mão do garoto e lhe passando uma reprimenda. Desde então, o moleque não se atreveria mais a se aproximar de bebida.
          Vasconcelos acabou se contundindo seriamente pouco depois do episódio, abrindo espaço para Pelé, poucos meses depois, assumir a camisa 10.
          Zito já era o capitão do Santos, aonde chegara em 1952. O volante marcador era chamado “Gerente” e tinha forte influência sobre toda a equipe, não poupando de suas broncas nem Pelé, nem nenhum outro atleta.
          Em 1958, embarcara para a Copa da Suécia levando Pelé, então com 17 anos, sob suas asas. "Era
uma figura paterna para mim, quando entrei para o Santos e, ao longo dos anos, tornou-se um grande mentor e um ótimo amigo. Representamos o Brasil em todos os lugares”, lembraria Pelé quando da morte do amigo, em 2015.
          Pelé, vacinado pelas broncas de Vasconcelos, contou para Zito sobre a jogada do pai com Franco Chiabrando e seus sócios.
          O "gerente" percebeu que não seria uma boa ideia ligar o nome de um atleta tão jovem a uma marca de bebida alcoólica, sobretudo uma bebida que não tinha, naquele momento, um status social dos mais elevados, sofrendo constantemente limitações ao seu consumo por parte das autoridades. Declarou-se contra e ainda convocou Pepe para opinar. O ponta concordou com o capitão.
          Pelé desfez o acordo e a empresa teve que recolher o primeiro lote, que já começava a circular pelo comércio. É claro que algumas garrafas acabaram espalhadas, adquirindo imediatamente o status de raridade que só cresceu com o tempo.
          Pelé, à época, aproveitou a deixa para prometer que jamais faria propaganda de cigarros e bebidas. Em 1961, registrou seu apelido-marca junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e, desde então, vende café, chocolate, pilha, cartão de crédito e o escambau.
          Já virou até personagem de quadrinhos. Mas, seguindo os conselhos de Vasconcelos, o craque-boêmio, e de Zito, o “gerente”, ficou longe da cachaça.
          Quanto à empresa Chiabrando & Amandola, os sócios acabaram se separando. Franco Chiabrando seguiu atuando na década de 1970 como distribuidor, expandindo seu negócio para alimentos e para o mercado pet. E, provavelmente, sempre lamentando a perda do negócio que idealizou de forma pioneira nos anos dourados do futebol brasileiro.
           Caninha Pelé, a cachaça lendária do Rei – é aquela que foi sem nunca ter sido. A história da Cachaça Pelé, ou mais exatamente, Caninha Pelé, a lendária bebida se transformou em um dos grandes fetiches do colecionismo cachaceiro. Hoje, existem poucas unidades da Caninha Pelé. Giovani Moser, um dos maiores colecionadores do país, calcula – segundo declarou ao Mapa da Cachaça, em 2019 – a existência de 25 unidades espalhadas em museus e coleções, como a de Pedro de Alcântara e a da Cachaça Paratiana.
(Fonte: Devotos da Cachaça - novembro/2022 - autor: Dirley Fernandes)

8 de nov. de 2022

Harrogate Spring Water

          A Harrogate Spring Water foi fundada pela família Cain em 16 de agosto de 2000 e engarrafa água de nascente localizada em Harrogate, North Yorkshire, Inglaterra. As águas termais foram descobertas pela primeira vez em Harrogate no século XVI, mais precisamente em 1571. Em 1740 teve início o engarrafamento da água apenas para distribuição na cidade.
          A fonte principal localiza-se em um aquífero abaixo do Harrogate Pinewoods. Inicialmente sob o nome HSW Limited, o produto foi lançado em janeiro de 2002.
          Em 2020 o controle da empresa deixa de pertencer à família Cain e passou para as mãos da Danone que tornou-se o acionista majoritário.
          A empresa era anteriormente propriedade da Harrogate Water Brands, que também possuía a instituição de caridade Thirsty Planet, produzindo sua própria marca de água engarrafada.
          Em 2021, um plano para expandir a unidade de engarrafamento sobre uma área de floresta foi criticado pelos moradores de Harrogate porque a Harrogate Spring Water tinha projeto para  destruir uma área de floresta estabelecida e habitat natural plantado anteriormente por voluntários e crianças de escolas primárias locais.
          A Harrogate Spring Water é uma marca popular no Reino Unido. Todas as principais companhias aéreas britânicas (British Airways, Virgin Atlantic, Jet2.com, TUI Airways e Easyjet) fornecem Harrogate Water em seus voos e, no caso da British Airways, em seus lounges premium no Heathrow Airport, em Londres.
          A Harrogate Spa Water fornece água não só no Reino Unido mas também distribui suas garrafas em várias partes do mundo, inclusive para locais distantes como a Austrália. A Harrogate Spring Water também fornece água para a destilaria Masons Gin em Aiskew, North Yorkshire.
(Fonte: Wikipédia)

5 de nov. de 2022

Semco

          A Semco (o nome vem de Semler Company) era uma pequena fábrica de equipamentos industriais herdada do pai, por Ricardo Semler, o autor do livro Virando a Própria Mesa, aos 21 anos, portanto, em 1980.
          O negócio originalmente se amparava na manufatura de bombas hidráulicas, eixos e outros 
equipamentos para a combalida indústria naval.
          Os alicerces para que a Semco se transformasse numa usina de novos negócios, com receitas crescentes, começaram a ser construídos em 1980. Ao atingir a maioridade, Semler recebeu carta-branca do pai para tocar, à sua maneira, a companhia. A Semco, na época, passava por um período difícil. "Quero que você cometa todos os erros enquanto eu estiver vivo", disse-lhe o pai, falecido cinco anos mais tarde.
          O problema é que o herdeiro não demonstrava ter o menor pendor para os negócios. Aos 19 anos, Semler resolveu se envolver. Passou a vasculhar livros em busca de condições de concordata e abriu contas em vários bancos para manobrar os compromissos financeiros. Obtido um certo fôlego, tratou de buscar a diversificação da linha de produtos da Semco, até então muito dependente do setor naval. Em cinco anos, o sufoco ficara para trás. Para Semler esses tempos duros foram importantes para que criasse uma couraça.
          O panorama da empresa em 2001 era completamente diferente. A empresa atuava como uma espécie de holding que mantinha sob seu guarda-chuva cinco empresas de prestação de serviços variados. Os resultados da diversificação eram claros. Em 1993, a Semco tinha 99 funcionários em sua folha de pagamentos. Em meados de 2001, eram 2.140. Na época em que Semler começava a aparecer na mídia, as receitas não passavam de 4 milhões de dólares. Em 2001, o faturamento foi próximo ao
equivalente a 100 milhões de dólares.
          Empresas de serviços formam o grosso do grupo Semler. A Cushman & Wakefield Semler é a maior do grupo, com 1.360 funcionários. Associada ao grupo Rockefeller, atua na manutenção de edifícios e condomínios corporativos; a ERM Brasil, associada à americana Environmental Resources Management Group, presta serviços de consultoria em meio ambiente, segurança do trabalho e higiene industrial; a Semco Ventures é uma espécie de incubadora de novos negócios do grupo; a Semco Johnson Controls foi criada em 1994 em parceria com a americana Johnson Controls World Services e opera com serviços de quarteirização na área de administração e gerenciamento de prédios comerciais e industriais; a Semco Refrigeração, sob licença da americana Baltimore Aicoil, produz torres de resfriamento e condensadores, além de máquinas para produção de gelo; a Semco Processos fabrica equipamentos de mistura para as indústrias química, farmacêutica e de mineração; e a Semco RGIS é uma associação formada em 1997 com a americana Retail Grocery Inventory Service para executar tarefas de inventário em redes do comércio varejista.
          Enquanto na surdina remodelava a empresa, Semler protagonizou, no campo pessoal, outra mudança igualmente silenciosa. Sem que quase ninguém percebesse, seu nome firmou-se no exterior como um pensador requisitado do mundo corporativo.
          Em janeiro de 2006, quatro meses depois de anunciar a aposentadoria do diretor de recursos humanos Clóvis Bojikian, braço direito de Ricardo Semler na criação de um estilo de gestão de vanguarda -, a Semco finalmente encontrou um substituto para a vaga. O escolhido entre 500 candidatos foi o paulista Oscar Simões. Com passagens por companhias como Método Engenharia e Globo Cabo, Simões é sócio desde 2002 da empresa de serviços e ações promocionais Conectbus. O processo de seleção pouco convencional exigia que os candidatos enviassem cinco propostas inovadoras destinadas à área de recursos humanos da Semco. Simões enviou seis. Entre elas, a ideia de construir uma espécie de índice de felicidade que relacione a satisfação dos funcionários aos resultados da companhia. O que ficou evidente nesse episódio é que a Semco e Semler não conseguiram formar na própria empresa alguém com um perfil tão peculiar, à própria empresa, conforme carta de um leitor, publicada por Exame.
(Fonte: revista Exame - 22.08.2001 / 01.02.2006 - partes)