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31 de out. de 2011

Audi

          Em 1899 surgiu na Alemanha a fábrica de automóveis Horch, utilizando inicialmente um estábulo desativado. August Horch, seu fundador, trabalhou dois anos até obter o primeiro automóvel com ótima qualidade, mas também muito caro. Um outro modelo mais barato foi construído, mas Horch, descapitalizado, foi obrigado a procurar investidores para continuar o projeto.
          Entre sucessos e fracassos, Horch acabou sendo afastado de seu negócio. Em 1909 ele formou outra empresa e usou novamente seu nome na razão social, gerando uma grande confusão que terminou no tribunal. O nome já estava sendo usado por um terceiro. A situação obrigou a mudança de nome da nova fábrica para Audi, uma tradução pura e simples de Horch (ouvir, em alemão) para o latim.
          Em 1910 os primeiros Audi já podiam ser vistos. Dois anos mais tarde quatro modelos já estavam disponíveis. Os Audi começaram a fazer sucesso também em provas automobilísticas, vencendo por três anos consecutivos o Giro dos Alpes, com percurso de mais de 2 mil quilômetros, o que servia para desenvolvimentos de engenharia e também para o prestígio da marca. Isso era importante para o empresário separar bem a imagem da Horch, que continuava sua produção.
          O período pós-guerra (Primeira Guerra Mundial) foi marcado por muitas dificuldades para a retomada da produção, com o mercado muito debilitado. Em 1928, a Audi foi unida à DKW. Os modelos tinham alto padrão, com motor de 100 CV e quase 5.0 litros. Em 1932 foi formada a Auto Union, que depois passaria a se chamar apenas Audi, composta pela Audi, DKW, Wanderer e a própria Horch. Os anéis representam pela ordem: Audi, DKW, Horch e Wanderer. O logotipo da Auto Union, os quatro anéis entrelaçados, era aplicado somente aos veículos de corrida, sendo que as outras identidades foram mantidas nos automóveis de passeio.
          Na fusão foi determinado que a Horch continuaria com o segmento de veículos de luxo, cabendo à Audi modelos mais simples e ainda o desenvolvimento da tração dianteira. O último Audi desta fase foi o 225, com motor seis cilindros. Este modelo foi produzido também em uma versão esportiva de 1936 a 1939.
          Depois da Segunda Guerra, a marca Audi voltou a figurar somente em meados dos anos 1960, quando a Auto Union foi adquirida pela Volkswagen junto à Daimler-Benz. Após o relançamento da marca Audi com a introdução da série F103 em 1965, a Volkswagen fez a fusão da Auto Union com a NSU em 1969, criando assim a forma atual da empresa.
          Nos anos 1980, Ferdinand Piëch, neto de Ferdinand Porsche, que desenhou o legendário fusquinha, foi o maior responsável pela virada ocorrida com a marca Audi. Engenheiro austríaco, nascido em 1938, Piëch era dono de 10% da Porche, na qual trabalhou como chefe do setor de pesquisa e desenvolvimento. Passou por Citroën, Renault e Ford europeias, verdadeiras escolas, antes de se juntar à Volkswagen. Considerada ultrapassada, a Audi estava mais para automóvel de vovô quando Piëch decidiu pelo rejuvenescimento. A Audi passou a ser considerada marca-símbolo do jovem esportivo e bem sucedido.
          Com mais de 250 mil visitas por ano, o Audi Museum Mobile em Ingolstadt, na Alemanha, conta com mais de 50 carros, 30 motocicletas e bicicletas. O museu conta toda a história da montadora alemã (são mais de cem anos) e das marcas que formaram a companhia e representam cada uma das quatro argolas, logotipo da empresa: Audi, Horch, DKW e Wanderer, que formaram a companhia predecessora Auto Union.
(Fonte: revista Exame - 29.04.1992 / GZM - 29.08.2001 (parte) - Ricardo Bock - professor FEI USP / Wikipédia - partes)

English version
          The company name is based on the Latin translation of the surname of the founder, August Horch. "Horch", meaning "listen" in German, becomes "audi" in Latin.

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