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5 de fev. de 2023

OpenAI / OpenAI LP

          OpenAI é um laboratório de pesquisas em inteligência artificial (IA). Foi fundado em São Francisco, Califórnia no final de 2015 por Elon Musk, Sam Altman, Peter Thiel, Reid Hoffman, Jessica Livingston, Greg Brockman e outros, que coletivamente prometeram US$ 1 bilhão. Musk renunciou ao conselho em 2018, mas permaneceu como doador.
          A companhia é subsidiária e constituída pela empresa com fins lucrativos OpenAI LP e a empresa matriz sem fins lucrativos OpenAI Inc.
          A OpenAI conduz pesquisas no campo de inteligência artificial (IA) e tem como objetivo promover e desenvolver IA amigável, de tal forma a beneficiar a humanidade como um todo.
          Em 2019, a Microsoft forneceu à OpenAI LP um investimento de US$ 1 bilhão e um segundo investimento plurianual em janeiro de 2023 relatado em US$ 10 bilhões.
          O ChatGPT, lançado em 30 de novembro de 2022, é um protótipo de um chatbot com inteligência artificial desenvolvido pela OpenAI especializado em diálogo. O chatbot é um modelo de linguagem ajustado com técnicas de aprendizado supervisionado e por reforço.
          O modelo chamado ChatGPT interage de forma conversacional. O formato de diálogo permite que o ChatGPT responda a perguntas de acompanhamento, admita seus erros, conteste premissas incorretas e rejeite solicitações inadequadas. O ChatGPT é um modelo irmão do InstructGPT, que é treinado para seguir uma instrução em um prompt e fornecer uma resposta detalhada.
          Em meados de novembro de 2023, atraiu a atenção do mercado o movimento promovido pelo conselho de administração da OpenAI, a empresa por trás do ChatGPT. Em uma reviravolta surpreendente, o então CEO e principal porta-voz da empresa, Sam Altman, foi demitido. Dada a sua posição como um dos executivos de tecnologia mais proeminentes do mundo, a notícia reverberou globalmente.
          O Conselho alegou que Altman não mantinha uma consistência de sinceridade em suas comunicações, o que levou à perda de confiança na sua capacidade de liderança. Uma reviravolta inimaginável. Por enquanto, a CTO Mira Murati ocupará interinamente o cargo de CEO.
          Mas a trama não se encerrou por aí. Tudo indica que o movimento foi liderado por Ilya Sutskever, o cientista-chefe da OpenAI, em uma verdadeira tentativa de golpe dentro da empresa. A ameaça de demissões em massa começou a pairar, especialmente após a renúncia de Greg Brockman, outro fundador da empresa, ao seu cargo no conselho. O grande dilema é que a OpenAI recebeu investimentos massivos da Microsoft, totalizando US$ 13 bilhões, avaliando a empresa em US$ 86 bilhões.
          Diante desses acontecimentos, um grupo de executivos e investidores da OpenAI tentou, durante o final de semana, restaurar Sam Altman como CEO. No entanto, essa tentativa foi mal-sucedida. Em resposta, a Microsoft acolheu tanto Altman quanto Brockman dentro de sua estrutura, transmitindo uma mensagem clara de que os US$ 13 bilhões estavam investidos neles, e não diretamente na OpenAI.
          Não demorou muito para o conselho nomear Emmett Shear – o ex-presidente-executivo da Twitch, uma empresa de transmissão ao vivo – para ser o segundo CEO interino da OpenAI, em apenas alguns dias. (Mira Murati, diretora de tecnologia, recebeu o cargo, apenas para perdê-lo após sinalizar seu apoio a Altman.)
          Em resposta, a Microsoft – o maior investidor da OpenAI e um importante parceiro estratégico – ofereceu-se para dar a Altman e ao seu principal tenente, Greg Brockman, um cargo de gestão de um novo sistema de IA. laboratório. Quase todos os cerca de 770 funcionários da OpenAI assinaram uma carta ameaçando pedir demissão e ir trabalhar para a nova equipe da Microsoft, a menos que o conselho da start-up renunciasse e trouxesse Altman e Brockman de volta.
          Em outra reviravolta surpresa, Sutskever então mudou de idéia. Ele escreveu em um post no X na segunda-feira que se arrependia profundamente de ter participado da demissão e que “nunca teve a intenção de prejudicar a OpenAI”. Ele também assinou a carta prometendo seguir Altman e Brockman para a Microsoft, a menos que o conselho revertesse sua decisão.
          As lutas internas corporativas não são novas. Mas o que faz a história da OpenAI se destacar são os riscos. OpenAI não é uma empresa comum. Ela construiu o ChatGPT, um dos produtos de tecnologia de crescimento mais rápido de todos os tempos, e emprega muitos dos principais pesquisadores de IA.
          A empresa também é extraordinariamente ambiciosa e considerou o seu papel a construção de uma superinteligência digital que acabaria por se tornar mais poderosa que os humanos. Além disso, Altman era um líder querido e uma figura de proa da indústria de IA., tornando a decisão do conselho de destituí-lo ainda mais misteriosa.
          Num sentido mais amplo, o que está acontecendo na OpenAI é um proxy para uma das maiores lutas na economia global hoje: como controlar o crescente poder das ferramentas de IA  e se podemos confiar nas grandes empresas para desenvolvê-las de forma responsável.
          Durante a noite do dia 21 para 22 de novembro de2023, a OpenAI anunciou que tem um “acordo principal” para recolocar Sam Altman como CEO, enquanto os membros do conselho que o expulsaram estão saindo. A notícia foi recebida com entusiasmo pelos funcionários do criador do ChatGPT, a maioria dos quais ameaçou pedir demissão e ingressar em Altman na Microsoft.
(Fonte: Wikipédia / Empiricus - 17.11.2023 / NY Times - 21.11.2023 / 22/11/2023 - partes)

4 de fev. de 2023

VirtusPay

          A VirtusPay é uma fintech que permite compras parceladas no boleto: o cliente faz a compra de um produto em uma das lojas parceiras e emite o boleto para pagamento. Depois, no site da VirtusPay o usuário envia o boleto e escolhe em quantas vezes deseja parcelá-lo. A empresa irá fazer uma análise de crédito e, se estiver tudo certinho, o boleto é autorizado e o cliente, que poderá pagar em até 12x com acréscimo de juros. A Fintech usava o limite de cartões de crédito de clientes, que acumulavam milhas.
          O presidente da VirtusPay é Gustavo Câmara, que foi um dos sócios-fundadores do aplicativo de transporte 99.
          Em outubro de 2019 o jornal Valor Econômico noticiou que a VirtusPay estava prestes a receber R$ 6 milhões em investimentos dos fundos de capital de risco Vox Capital e Kviv Ventures, da família Klein.
          Em julho de 2021, a fintech levantou R$ 25 milhões em uma emissão privada e em novembro fez a emissão de R$ 100 milhões em debêntures, ativos que foram comprados por gigantes do mundo dos investimentos, como Verde Asset, Schroders, Ibiuna, Augme, entre outros.
          Dez em cada dez consultores financeiros são unânimes em dizer "jamais empreste seu cartão de crédito". A chance da outra parte, que não tem compromisso nenhum com a fatura, não dar o dinheiro referente ao pagamento de suas contas antes da data de vencimento é enorme. Mas e quando o empréstimo é para uma startup com investidores de nomes tradicionais no mercado financeiro?
          Foi com essa confiança que milhares de pessoas emprestaram o limite de seu cartão de crédito para a fintech VirtusPay com o objetivo de ficar com as milhas geradas pelos gastos em seu nome. O combinado era de que a VirtusPay enviaria o dinheiro para o cliente que emprestou o limite do cartão até o vencimento da fatura.
          Em meados de julho de 2022, entretanto, o combinado foi descumprido e o valor em aberto chegava a quase R$ 17 milhões, segundo informações reunidas por parte dos (ex)clientes que estão em um grupo do Telegram e que somava quase 1.700 pessoas até a tarde do dia 25 daquele mês. A maior parte (34,2%) dos clientes deste grupo está em São Paulo, mas há outros grupos no Telegram com clientes atrás de soluções divididos por estados.
          O calote veio a público em uma reportagem da Agência Estado em 12 de julho de 2022, mas a falta de pagamentos pode ter iniciado bem antes disso, segundo informações reunidas pelo grupo do Telegram de ex-clientes.
          Em 9 de junho (2022) alguns pagamentos já teriam atrasado e a VirtusPay teria alegado aos clientes estar passando por "problemas sistêmicos", que teriam sido resolvido em 13 de junho, com os pagamentos realizados. No dia 23 daquele mês a opção de cadastrar novo cartão sumiu do site e a companhia teria alegado estar fazendo melhorias nos sistemas, segundo informações dos clientes.
          Depois, os pagamentos referentes a faturas de 1º de julho (2022) teriam começado a atrasar e no dia seguinte a fintech teria anunciado a descontinuidade do serviço. Em 6 de julho a empresa teria dado o prazo de 20 dias corridos para a regularização dos pagamentos. Em 22 de julho começaram a ser feitos estornos nos cartões dos clientes que fizeram as solicitações junto às empresas de cartão de crédito com a alegação de desacordo comercial.
          Em comunicado em seu site em meados de julho de 2022, a VirtusPay dizia que "segue incansável em solucionar todas as questões que envolvem o pagamento dos valores em aberto nos cartões de crédito de seus clientes e que, felizmente, após muito empenho, alguns de vocês já estão recebendo o estorno em suas faturas de cartão de crédito. O processo dos estornos demanda tempo, mas já está ocorrendo e ganhará ainda mais celeridade nos próximos dias. A VirtusPay preza pela transparência, por isso, segue trazendo atualizações para vocês. Trabalhamos avidamente para normalizar os pagamentos que não foram efetuados aos nossos clientes. Alguns trâmites em relação ao pagamento de parcelas em atraso e cancelamentos de parcelas futuras ainda estão em processo de conclusão junto aos credenciadores do arranjo de pagamentos. Em breve esperamos equalizar todos os pagamentos vencidos. Prezamos pela transparência e os manteremos atualizados".
          Ainda que os valores sejam plenamente ressarcidos, vários ex-clientes planejavam entrar com uma ação contra a VirtusPay por danos morais, segundo Pedro Henrique Romanelli Sampaio, sócio da Romanelli Sampaio Advocacia, e que devia representar alguns desses clientes.
          Apesar dos estornos que estavam sendo realizados, muitas pessoas tiveram que pegar empréstimos para pagar a fatura que já venceu para não lidar com os juros avassaladores do rotativo do cartão de crédito. "O limite das pessoas que cederam seu crédito foi aumentando, porque o banco criou confiança naquela pessoa", afirma Romanelli Sampaio, apontando o que pode ter sido o inicio de uma bola de neve para os donos dos cartões de crédito.
(Fonte: ValorInveste - 25/07/2022)

3 de fev. de 2023

Grupo Raymundo da Fonte

          A Indústrias Reunidas Raymundo da Fonte S.A., fundada em 1947, possui plantas industriais em Minas Gerais, Ceará, Bahia, Pará, além da matriz em Paulista - região metropolitana do Recife (PE).
          O portfólio da empresa é composto, entre outras, pelas marcas Brilux, Minhoto, Sonho, Even, Tubarão, Olimpo, Cloral, Muriongo, Filgueira, Alerta e Sentinela. 
          Em 2 de fevereiro de 2023 a Raymundo da Fonte anunciou que concluiu a aquisição da Iplasa Indústria e Comércio, proprietária da marca Candura, líder no segmento de limpeza doméstica no interior de São Paulo. A aquisição foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) em janeiro de 2023.
          O processo de integração será conduzido por um time de representantes do Grupo Raymundo da Fonte em conjunto com a Candura.
          Por ocasião do negócio, a Candura conta com 182 funcionários e uma sede com área total de 22 mil metros quadrados, sendo 11 mil metros quadrados de área construída. No portfólio da fábrica existem mais de 40 produtos, divididos entre as categorias de limpeza de banheiro, cozinha, lavanderia e multi superfícies, com produtos clorados e não clorados.
          Em cumprimento ao seu plano estratégico, além da aquisição da Candura, a Raymundo da Fonte planeja, em 2024, disponibilizar ao mercado nacional uma planta de sabão em pó com as diversas marcas do grupo, e aumentar sua atuação geográfica, oferecendo aos clientes e consumidores um número crescente de opções para o mercado de limpeza doméstica e higiene pessoal.
(Fonte: Diário de Pernambuco - 03.02.2023)

Roi Méditerranée

          O restaurante Roi Méditerranée, no estilo francês, resulta de uma parceria do restaurateur carioca Leonardo Rezende, do Grupo 14zero3, no Rio de Janeiro, com o empresário de moda pernambucano Lucas Albuquerque.
          Foi criado em 2020, em São Paulo, na Rua Haddock Lobo, nos Jardins, com capacidade total para 
100 pessoas.
          Leonardo Rezende que é quem toma a frente no restaurante, largou a música para virar dono de restaurantes. Ele vai abrir segundo endereço do Roi Méditerranée em São Paulo e prevê R$ 160 milhões de receita para 2023.
(Fonte: Veja SP / Valor - 03.02.2023 - partes)



2 de fev. de 2023

Catena-X

          Catena-X é uma joint venture global formada pelo grupo de montadoras e fornecedores de peças e serviços alemães Volkswagen, BMW, Mercedes-Benz, Basf, Henkel, SAP, Schaeffler, Siemens, T-Systems e ZF para criar uma organização de cooperação tecnológica e inovação.
          O negócio já foi aprovado pelos órgãos reguladores no Chile, Coreia do Sul, Polônia, Ucrânia,
Alemanha e Comissão Europeia, faltando apenas a aprovação brasileira.
          As empresas argumentaram que o projeto serve para tornar a experiência do cliente mais segura, 
além de apoiar o processo de descarbonização ao possibilitar a troca de informações.
          No Brasil, o grupo está acusando o regulador antitruste CADE de inviabilizar uma operação global focada em práticas ambientais, sociais e de governança (ESG), argumentando que o órgão fiscalizador determinou a aplicação de leis “inviáveis, inconstitucionais e condições ilegais” ao acordo que tornariam o projeto impossível. A agência viu problemas de concorrência, exigiu condições para aprovar a operação e nega irregularidades.
          Em 8 de fevereiro de 2023 o CADE reprovou a criação da plataforma Catena-X. Também decidiu que sua superintendência geral (SG) avaliará a possível violação da ordem econômica neste caso. A 
decisão desaprova a operação no Brasil.
          O relator do processo, conselheiro Gustavo Augusto, disse que a negociação dos recursos cabíveis ao processo foi “ampla, transparente e aberta”. Segundo ele, as empresas apresentaram um acordo que, embora incluísse os principais remédios pactuados, excluiu da minuta final, “sem prévia negociação ou comunicação” ao Conselho, diversas obrigações acessórias que seriam essenciais para a aprovação, e que são comumente incluídos em operações semelhantes. Entre elas, está a necessidade de o auditor independente (fiscal fiduciário) não ter conflito de interesses com as empresas.
          O CADE também passou a exigir que as empresas forneçam as mensagens trocadas em sistemas de informática, caso haja abertura formal de procedimento investigatório e se solicitado pelo Conselho. Para isso, teriam que manter essas mensagens em seus servidores por cinco anos.
          “A remoção dessa obrigação impossibilitaria o CADE de monitorar o cumprimento e verificar se os requerentes não estão trocando informações competitivamente sensíveis”, disse ele.
          “A alegação, feita de forma irresponsável pelos requerentes, de que os remédios incluídos no voto não foram discutidos com as partes, ou mesmo que inviabilizariam a operação, está longe de ser verdade”, disse o conselheiro. “É falsa, fantasiosa e irresponsável a alegação de que a redação final dos recursos foi concebida unilateralmente, sem qualquer discussão prévia com as partes, e é desconcertante que empresas do porte e da seriedade dos requerentes se coloquem nesta indigna papel."
(Fonte: jornal Valor - 02.02.2023 / 09.02.2023 - partes)

1 de fev. de 2023

Garde

          A gestora Garden foi fundada em 2013 pelos sócios Marcelo Giufrida, Carlos Calabresi, Marcio Georgetti e Rodrigo Pagnani, todos com anos de experiência no setor.
          A Garde começou com estratégia macroeconômica, com fundos multimercados, que era a expertise dos sócios.
          Considerando dados de setembro de 2020, a Garde tinha 41 profissionais (25 engenheiros da Poli-USP) e R$ 4,5 bilhões sob gestão. A meta era chegar a R$ 5,5 bilhões até o fim de 2021.
          Iniciada antes da pandemia, pela qual a gestora por sinal passou bem em seus primeiros meses, a estratégia da gestora foi partir para parcerias estratégias e a criação de fundos sob demanda. Foi a partir de conversas com gestoras de fundos e private banking que surgiu a ideia de lançar no fim de fevereiro (2020) um fundo alavancado, o Garde Porthos (todos os nomes dos fundos da casa estão relacionados à história dos Três Mosqueteiros), inspirado na estratégia de seu fundo mais conhecido, o Garde D'Artagnan FIM, mas com o dobro de risco.
          Além do Porthos, outros três produtos já saíram do papel em meados de 2020, todos frutos de parcerias. Um deles, em agosto (2020), um fundo que tem apenas a estratégia de renda fixa do D'Artagnan e foi destinado exclusivamente para um grande banco e destinado para compor suas carteiras de fundos de fundos.
          O segundo, o multimercado Vallon FIC FIM, foi desenvolvido a partir de um pedido da XP Investimentos, que queria oferecer em sua prateleira um fundo que tivesse a estratégia do D'Artagnan, mas mais arriscado – um intermediário de risco entre o D'Artagnan e o Porthos. O produto, que começou a ser vendido em 15 de setembro de 2020.
          “Em 2020 aceleramos os lançamentos por uma combinação de fatores. Investimos na parte de tecnologia, automação, processamentos internos, controle de riscos, tudo para deixar a infraestrutura mais robusta e estarmos mais preparados e com mais recursos para lidar com ampliação da oferta de fundos”, explicou Giufrida CEO da empresa..
          Outra frente de expansão foi a ampliação da presença de fundos em plataformas de investimento. Além de aumentar os produtos da prateleira da XP com o novo fundo (Vallon FIC FIM) também criou um fundo espelho do D'Artagnan para vender na Ágora.
          Em setembro de 2020 eram seis pessoas exclusivamente dedicadas à análise de empresas de capital aberto e à composição das carteiras de ações dos fundos – desde 2016, o time atua de forma independente, em uma outra gestora do grupo, a Garde Equity.
(Fonte: Valor Investe - 28.09.2020)

Macro Capital

          A Macro Capital é uma gestora de recursos criada em 2019, tendo sido idealizada por Nilson Teixeira e Mauro Bergstein, profissionais com mais de 30 anos de experiência de mercado e que 
trabalharam juntos no Credit Suisse e Garantia por 12 anos.
          A gestora é uma partnership, onde todos do time são sócios e que preza por um modelo meritocrático, com foco em resultado e no relacionamento com seus investidores, de forma transparente e ética. A equipe conta com mais de 15 associados, dos quais vários sócios com mais de 25 anos de mercado e atuações muito complementares.
          A Macro foca em Multimercados e hoje conta com dois fundos. A gestão é baseada em profunda análise fundamentalista e conta com modelagem quantitativa para ajudar na formulação dos cenários macroeconômicos. Há um trabalho constante na busca por uma otimização do portfólio de acordo com os limites de risco da gestora. Definidos os cenários, a gestora avalia quais os mercados que melhor os traduzem, e seleciona os ativos de cada um desses mercados que farão parte do portfólio. Combina posições estruturais de médio/longo prazos com posições táticas compradas e/ou vendidas de mais curto prazo. O fundo seleciona, com base em análise fundamentalista, ações de Brasil e América Latina, bem como índices e opções nos mercados de renda variável no resto do mundo, mais especificamente nos 
EUA, Europa e Ásia.
          Em fins de janeiro de 2023 vem a lume que a Macro Capital vai encerrar as suas atividades. A asset fechou 2022 com cerca de R$ 80 milhões sob seu guarda-chuva, volume considerado insuficiente para manter a estrutura robusta que marcou a operação e reter bons profissionais. A decisão vem após um ano em que os multimercados e fundos de ações apresentaram resgates expressivos, com a fuga do investidor para alternativas de renda fixa.
          Segundo Teixeira, que antes da Macro Capital passou quase 20 anos no Credit Suissse, a performance nesse período deixou a desejar em relação ao que a casa tinha como meta. E as condições para captar recursos no mercado ficaram mais complexas em meio ao aumento do custo de oportunidade, com a Selic em 13,75% ao ano, e com a concorrência de gestoras com bilhões de reais 
sob o seu guarda-chuva.
          "Quando a gente olha para frente, nosso cenário não é de um recuo importante, de forma rápida [dos juros], pelo contrário, tende a ficar estável nesse patamar por um período prolongado e isso faz com que aplicações de renda fixa, como LCI e LCA [letras de crédito imobiliário e do agronegócio, isentas de imposto de renda para a pessoa física] paguem até mais que o CDI, e a competitividade de um produto como o nosso fique menor."
(Fonte: site da empresa / ValorInveste - 30.01.2023 - partes)

28 de jan. de 2023

RenauxView

          A história da RenauxView iniciou em 1892, quando o cônsul Carlos Renaux fundou uma das primeiras fábricas de tecidos de Santa Catarina. Três décadas mais tarde, identificando uma oportunidade na produção de tecidos para decoração, o filho Otto Renaux, juntamente com Otto Neitsch, engendra um spinoff da fábrica mãe.
          Surge assim, em 27 de abril de 1925, e contando com 18 colaboradores, as Industrias Renaux S.A.
          Até o final da década de 1960, a empresa foi uma das principais fornecedoras nacionais de tecidos para estofamentos, cortinas, toalhas de mesa e outras aplicações domésticas.
          A partir dos anos 1970, a empresa passa a produzir tecidos para vestuário, voltados principalmente para a camisaria masculina. Desde a década de 1980, quando já empregava mais de 1.000 profissionais, a empresa figura entre as melhores empresas para se trabalhar na região.
          Levando a empresa para além da camisaria masculina, uma nova orientação estratégica é estabelecida a partir de 2006. Com foco em “soluções de moda” para os segmentos feminino, infantil e masculino, a nova estratégia contempla grandes investimentos em novas tecnologias de produção e beneficiamento.
          Em 2007, refletindo essa mudança, a empresa agrega a nova visão ao seu nome e passa a chamar-se RenauxView.
          Atualmente a empresa é reconhecida como uma das mais criativas fornecedoras de tecidos para a indústria da moda com soluções de coleção e exclusivas em tecidos de algodão, tecidos de viscose, tecidos de linho e tecidos com diferentes blends de fibras. Os artigos RenauxView são oferecidos em quatro linhas de produtos: tecidos fio tinto, tecidos estampados, tecidos em Jacquard e tecidos.
          Hoje, tendo sido reconhecida por seis vezes consecutivas pelo instituto Great Place to Work® como uma das melhores empresas para se trabalhar em Santa Catarina, é uma empresa alegre e criativa que oferece uma rica gama de tecidos para o vestuários em quatro linhas de produtos: unicolor, fio tinto, estampado e Jacquard.

A RenauxView não quer apenas produzir tecidos e fios, por isso, dá ênfase na criatividade, inovação e design. Busca uma vertente artística em tudo o que faz, pelo simples fato de ter vontade de produzir arte. Abastece, a cada coleção, os mercados nacional e internacional com soluções para atender à necessidade de cada cliente, sempre sob rígidos padrões de qualidade e respeito ambiental.

           Em 23 de janeiro de 2023, a RenauxView e a L.A. Administradora de Bens e Participações Eireli, divulgam Fato Relevante informando que decidiram realizar Oferta Pública de Aquisição de Ações (“OPA”) da Têxtil RenauxView S.A. com vistas ao cancelamento de registro de Companhia Aberta junto a Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”).
          Morreu em 2 de agosto de 2024 o gerente comercial da Renaux Walter Orthmann, que entrou para o Guinness Book, livro dos recordes, como a pessoa que trabalha há mais tempo em uma mesma empresa. Brasileiro, recordista mundial de tempo em um só emprego morre aos 102 anos. Orthmann, natural de Brusque (SC), trabalhava na loja de tecidos desde os 15 anos. Ele pediu um emprego no local em janeiro de 1938 e começou como empregado de expedição, trabalhando com etiquetagens, e mudou quatro vezes de cargo. Walter dedicou 86 anos de sua vida à empresa.
(Fonte: UOL - 02.08.2024 - parte)

26 de jan. de 2023

Dexxos (ex-GPC)

          O Grupo Peixoto de Castro - GPC, fundado pela família que lhe emprestou o nome, teve início de
suas atividades em 1997.
          Em abril de 2013 a Dexxos, então GPC, entrou em recuperação judicial — e permaneceria nela por sete anos. Uma estrutura de capital alavancada, com um nível de endividamento incompatível com a geração de caixa, levou a companhia a uma situação financeira crítica.
          Cerca de 39% dos papéis ON — os que dão direito a voto nas assembleias — estão nas mãos de membros da família Peixoto de Castro, que controla a empresa (daí o nome GPC).
          Dexxos é o novo nome da antiga GPC Participações — a mudança foi aprovada pelos acionistas
em 7 de junho de 2021.
          A troca da marca, nas palavras da própria empresa, trata-se de uma estratégia para a "modernização da identidade visual". Um rejuvenescimento à la Benjamin Button para um grupo que
está na ativa desde 1997.
          Uma das primeiras decisões, ainda em 2013, foi paralisar as operações no setor de Metanol, que demandavam recursos sem gerar um retorno atrativo. A partir daí, a empresa passou a focar nos segmentos químico, de aço e de óleo e gás, em que permanece até hoje.
          A recuperação judicial demorou longo tempo para ser concluída. Um dos motivos foi porque a venda do terreno da planta de metanol, no Rio de Janeiro, esbarrou em entraves burocráticos que atrasaram o processo em dois anos — o que travou o plano de recuperação, que atrelava a alienação
desse ativo à quitação de dívidas concursais.
          Em 2015, quando a venda finalmente foi liberada, o país encontrava-se em recessão econômica — e os potenciais compradores do terreno desapareceram. Foi necessária uma nova versão do plano, aprovada no ano seguinte, desta vez tendo fluxos de pagamento como base.
          Em 12 de novembro de 2020, pouco mais de sete anos e meio no limbo, a Dexxos conquistou um feito para poucos: conseguiu renascer das cinzas após um longo processo de recuperação judicial.
"Não dá pra fazer uma recuperação judicial somente para tratar do passivo, sem cuidar da operação. A estrutura estava inadequada, mas tinha bons ativos e negócios. Precisava de uma gestão melhor do portfólio, disse Rafael Alcides, CEO da Dexxos, E é claro que essa combinação entre recuperação judicial bem-sucedida e melhor ambiente de negócios não passou despercebida na bolsa: as ações da Dexxos (DEXP3) acumularam ganhos de 690% no período de um ano (parte de 2019 e 2020).
          A empresa hoje atua principalmente nos segmentos químico e de aço, sendo fornecedora importante para a indústria de óleo e gás. Ela também é sócia da Petrobras na Companhia Petroquímica do Nordeste (Copenor). Cada uma tem metade do ativo.
          Em maior ou menor escala, o aquecimento da construção civil dá forças a ambos os braços de atuação da Dexxos: as resinas químicas feitas pela empresa são vendidas principalmente à indústria de painéis de madeira; os tubos de aço também são demandados pelo mesmo setor.
          E a recuperação vista no setor de aço se deve também ao bom momento da cadeia de óleo e gás, em que a Dexxos é uma fornecedora reconhecida de tubos para campos terrestres — um segmento que 
possui contratos de prazos estendidos, dada a natureza dos projetos.
          A Dexxos aprovou, em assembleia geral extraordinária de 4 de junho de 2024, as incorporações das ações das suas controladas GPC Química e Apolo.
(Fonte: SeuDinheiro - 14.06.2021 / Valor - 05.06.2024 - partes)