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22 de mar. de 2024

Tirolez

          Foi em Tiros, pequena cidade do interior de Minas Gerais, que os jovens engenheiros Cícero e Carlos Hegg viram a oportunidade de empreender e, em 1980, começa uma história de amor pelo queijo.
          Os irmãos adquiriram a indústria de laticínios Franco, fabricante do queijo Mineirão, e logo começaram a busca por leite de qualidade na região, que é conhecida como uma das bacias leiteiras mais importantes do país. 
          Os primeiros produtos produzidos naquela época foram o queijo prato e a manteiga. Em 1981, o carinho pela cidade que tão bem os acolheu levou à mudança do nome Mineirão para Tirolez. Uma homenagem à cidade de Tiros.
          Aqui, um parênteses: a criação do nome provavelmente foi criatividade/sagacidade/marketing dos fundadores, pois o gentílico de Tiros é tirense. Também o "z" no final, foi criatividade, já que tirolês, do Tirol (Áustria) seria com "s" pela regra gramatical. O "pulo do gato", porém, pode estar no fato de na língua alemã haver muitas cidades (e países) cujos nomes terminam com "z", como Bregenz, capital de Vorarlberg, estado que faz divisa com o Tirol, Schweiz (Suíça, em alemão), Bludenz, Linz, Sulz (cidades da Áustria), Hörbranz, Meckatz, Riedholz (cidades alemãs, próximas à Áustria) e Vaduz, capital de Liechtenstein.
          A década de 1990 foi marcante para a Tirolez. As vendas, que antes se concentravam no Sudeste do país, ganharam o Brasil. Em 1992, foi lançada a primeira linha de queijos especiais produzidos no país (Queijos Gouda, Suíço, Estepe, Emmental) e, em 1994, foi introduzido no mercado brasileiro a primeira linha de queijos light, como o queijo mussarela, queijo prato e o queijo minas padrão light. Em 1999, a expanção alcançou o mercado externo, levando os queijos Tirolez para diversos países dos cinco continentes.
          Acompanhando as necessidades do mercado e dos consumidores, em 2008, foi inaugurada a categoria de cremes no país, com o lançamento do Creme de Ricota Tirolez, produto que é sucesso na mesa dos brasileiros. Dois anos mais tarde, a Tirolez foi pioneira em mais um lançamento, o Creme de Minas Frescal.  
          Em 2010, a Tirolez adquiriu uma pequena fábrica no município de Caxambu do Sul, em Santa Catarina.. A construção de uma nova fábrica no local começou nos últimos meses de 2021.
          Em 2015, lançamos a linha Zero Lactose Tirolez, que chegou ao mercado contando com os queijos Mussarela, Prato, Minas Frescal, Minas Padrão e Cottage.
          Em 2023, a empresa lançou o Tirolez Stick, um palito de Mussarela com 7,5 de proteínas, prático, saboroso, saudável, e perfeito para qualquer momento do dia.
          Em janeiro de 2024, chega à empresa o executivo Marcel de Barros, que entra como CEO da empresa. Os irmãos fundadores tornaram-se então conselheiros estratégicos. É a Tirolez apostando em gestão profissional para impulsionar o crescimento.
          Em sua primeira entrevista como CEO da Tirolez, Marcel de Barros disse esperar que sua experiência de mais de 20 anos no setor de laticínios contribua para o crescimento contínuo da empresa. O executivo, que passou 24 anos na Nestlé no Brasil e em outros países da América Latina, tem a tarefa de fortalecer a governança de Tirolez.
          Barros, que liderou a divisão de Laticínios e Produtos Culinários da Nestlé no Brasil, também quer se concentrar em processos em seu novo cargo. “A Tirolez é uma empresa inovadora e ágil. Por outro lado, trago a experiência administrativa de uma empresa multinacional. Na minha opinião, é uma boa combinação”, disse ele.
          O foco da Tirolez está na nova fábrica em Caxambu do Sul, inaugurada em março de 2024, que deverá ser um pilar de progresso ao impulsionar as vendas em até 20% em três anos. Segundo Barros, a fábrica fortalecerá a posição da empresa na região Sul e permitirá chegar também às demais regiões.
          Nesta nova fase, o crescimento orgânico deverá continuar a ser a prioridade da empresa, mas “as potenciais oportunidades de M&A serão analisadas caso a caso”. “Se for algo que possa acelerar a execução da nossa estratégia, vamos analisar”, acrescentou.
          Além de Caxambu do Sul, a Tirolez também investiu nos últimos anos em uma unidade de produção de brie e camembert em Tiros, Minas Gerais, e na modernização da fábrica de gorgonzola e queijo azul na mesma cidade. Na fábrica de Lins, em São Paulo, a linha de cream cheese foi ampliada e automatizada. No total, foram investidos R$ 300 milhões em cinco anos. 
          Com uma capacidade de produção de 5.000 toneladas de mussarela por mês, a empresa dispõe de “tecnologias muito avançadas em termos de produção de queijo”, o que deverá “aumentar a nossa competitividade no mercado e ajudar a apoiar o crescimento”. A planta deverá atingir plena capacidade em 2025.
          Os produtos são feitos nas cinco fábricas localizadas nos estados de Minas Gerais (Tiros e Arapuá), São Paulo (Monte Aprazível e Lins) e Santa Catarina (Caxambu do Sul).
          Considerando números de 2023, a Tirolez já ultrapassou R$ 1 bilhão de faturamento
Fonte: site da empresa / jornal Valor/Globo Rural - 22.03.2024)

10 de mar. de 2024

André Amaggi Participações

          A holding André Amaggi Participações registrou faturamento de R$ 47,3 bilhões em 2022.
          Amaggi - A Amaggi, maior empresa de grãos e fibras do Brasil, faz parte da holding André 
Amaggi Participações.
          Em meados de fevereiro de 2024, a Amaggi adquiriu participação na Milhão Ingredientes, empresa goiana que produz ingredientes a partir do milho convencional, como parte de seus esforços de diversificação de negócios. O valor específico do negócio e o percentual de participação que a Amaggi 
terá no Milhão não foram divulgados.
          Os clientes da Milhão Ingredientes incluem grandes empresas como Nestlé, Kellogg’s, PepsiCo, Mars, Royal Canin, General Mills, BRF, M. Dias Branco, Heineken e Ajinomoto. Foi fundada na década de 2000 em Inhumas pelos irmãos Leandro e Luciano Carneiro.
          A Amaggi tem alguns negócios em nutrição animal e agora também venderá produtos para consumo humano, concorrendo com multinacionais como ADM e Cargill.
(Fonte: jornal Valor - 16.02.2024)

21 de nov. de 2023

DPA Brasil

          A DPA Brasil foi criada em 2003 e é controlada pelas multinacionais Nestlé e Fonterra. A DPA afirma ser a maior empresa de iogurtes, sobremesas lácteas e requeijão do Brasil, detendo marcas como Chambinho, Molico e Chandelle. 
          Em 11 de outubro de 2023, o Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, com a imposição de remédios, a compra da DPA Brasil pela francesa Lactalis.
          Entre as restrições, disse o relator do caso, está a obrigação de que marcas vinculadas à Batavo, da Lactalis, sejam adquiridas pela Tirol Lacticínios, de Santa Catarina.
          “Acordo preza pela transferência de marcas bastante valiosas. A consumação da operação depende de efetiva conclusão do contrato de licenciamento”, afirmou o relator Victor Oliveira, que foi acompanhado por unanimidade pelos outros conselheiros do tribunal.
          O negócio foi anunciado no final de 2022, com a imprensa local citando valor de R$ 700 milhões.
          A DPA tem duas fábricas, uma em Pernambuco e outra em São Paulo. Enquanto isso, no Brasil, a Lactalis possui 13 marcas, incluindo Parmalat, Batavo, Itambé e Poços de Caldas.
(Fonte: Reuters/InfoMoney - 11.10.2023)

5 de jun. de 2022

SIG

          A SIG, empresa especializada em soluções de envase e embalagens cartonadas, foi fundada em 1853 e tem sua sede em Neuhausen, na Suíça. No Brasil, a empresa atua desde 2003, atendendo a gigantes como Nestlé, Pepsico e Vigor.
          Para ampliar sua capacidade produtiva no país, a companhia assinou, no início de junho de 2022, a compra de 100% da Scholle IPN, empresa brasileira com sede em Vinhedo, interior de São Paulo, que produz sistemas e soluções para embalagens sustentáveis de bebidas e outros líquidos.
          O valor da compra supera 1 bilhão de euros. “A aquisição da Scholle IPN consolida a SIG como líder mundial em embalagens inovadoras e sustentáveis”, afirmou o presidente e gerente geral das Américas da SIG Combibloc, Ricardo Rodriguez. “Ela é consistente com nossa estratégia de expansão geográfica e de categoria, acompanhada de ganhos de participação em mercados-chave.”
          Considerando dados de maio de 2022, a capacidade produtiva no Brasil é de 4,5 bilhões de embalagens por ano. A empresa está presente em 70 países.
(Fonte: IstoÉDinheiro - 03.06.2022)

7 de jan. de 2022

Kit kat (Rowntree)

          O chocolate Kit Kat foi criado em 1935 pela empresa britânica chamada Rowntree Limited of York.. Ela lançou um wafer coberto com chocolate. Inicialmente, o nome do produto era Rowntree's Chocolate Crisp, que posteriormente veio a ser chamado de Kit Kat Chocolate Crisp.
          Desde 1988, é produzido pela Nestlé - exceto nos Estados Unidos, cuja produção é da Hershey's.
          Em fins de 1994, o Kit Kat, um dos chocolates mais populares da Nestlé, chega ao Brasil. O teste de mercado foi feito em Porto Alegre, com direito a campanha publicitária.
          A Rowntree, criadora do Kit Kat e Aero, foi vendida para a Nestlé, em 1998.
          Em 2002 a Nestlé requisitou junto das autoridades europeias a proteção intelectual do design da marca KitKat. O estatuto foi atribuído, mas contestado pela Cadbury Schweppes, em 2007, dando início a uma batalha legal. Em 25 de Julho de 2018, o Tribunal Europeu de Justiça considerou que o formato das quatro barras de chocolate não é uma característica distintiva do KitKat e, portanto, não merece ser protegido dessa forma.
          Chocolate mais vendido da companhia, o Kit Kat é feito com tecnologia usada para detectar tumores e drone limpa torres de secagem de leite em pó.
(Fonte: revista Exame - 07.12.1994 / Wikipédia / Valor - 30.11.2023 - partes)


5 de out. de 2021

Alvoar (Betânia Lácteos / Embaré)

Betânia          
          A laticínios Betânia tem o empresário Bruno Girão como acionista majoritário da Betânia Lácteos, que tem sede no Ceará.
          A Betânia foi recomprada da Parmalat no ano 2000.
          Em 2017, a empresa de private equity americana Arlon, comprou uma fatia societária de 20% na Betânia.
          A Betânia capta 1,1 mil litros de leite por dia de centenas de pequenos produtores regionais, em 130 cidades nordestinas, de acordo com informações que constam em seu site. Pelo dado, é possível estimar que a captação anual da empresa está em cerca de 400 milhões de litros de leite.
          Com cinco fábricas no Nordeste e 12 centros de distribuição, a Betânia é líder na categoria longa-vida (UHT) e iogurte na região. Em outubro de 2021, a empresa iniciou as operações da sua primeira fábrica de leite em pó, localizada em Morada Nova, no Ceará.

Embaré
          A Embaré é dona da marca Camponesa e tem sede em Minas Gerais. É controlada pelas famílias Antunes e Schimdt. Tem sede em Lagoa da Prata e possui, ainda, fábricas em Santo Antônio do Monte e Patrocínio, também em Minas Gerais, 
          A empresa foi criada em 1969, a partir da união das empresas Laticínios Lagoa da Prata e Produtos Alimentícios Embaré. 
          A Embaré é a quinta maior marca em leite em pó, com 4% de participação de mercado, de acordo com a Euromonitor. À frente da empresa nesta categoria estão a Nestlé (43%), a francesa Lactalis (26,3%), a Laticínios Bela Vista, (11,2%) e a Italac (4,5%).
          Os produtos lácteos com o rótulo Camponesa representam 95% da receita da companhia mineira, e o restante corresponde a vendas de caramelos com marca Embaré.
          Com sede em Lagoa da Prata, a Embaré possui, ainda, fábricas em Santo Antônio do Monte e Patrocínio, também em Minas Gerais. 
          A Embaré tem capacidade de processamento de 2,8 milhões de litros de leite por dia. Para ampliar a produção de leite em pó, a companhia arrendou uma fábrica da Quatrelati, em Patrocínio.
          Em 2020, a companhia faturou R$ 1,65 bilhão

Alvoar (Betânia/Embaré)
          A Alvoar Lácteos é resultado da fusão entre a cearense Betânia Lácteos e a mineira Embaré Indústrias Alimentícias, Foi no início de outubro de 2021 que Betânia e a Embaré se uniram e criaram uma gigante do leite. A fusão das operações tinha o objetivo de ganhar fôlego para uma expansão nacional no segmento de produtos lácteos.
          A união resultaria em uma companhia com faturamento de mais de R$ 3 bilhões por ano, que vai disputar o segundo lugar no ranking das maiores empresas do país em captação de leite com a suíça Nestlé. A liderança entre as companhias com números conhecidos é da Laticínios Bela Vista, dona da Piracanjuba.
          A Alvoar Lácteos é propriedade da família Girão, fundadora da Betânia Lácteos; pela família Antunes, fundadora da Embaré; e pelo fundo de private equity Arlon Latam. A fusão foi concluída em outubro de 2021. Cada sócio detém cerca de um terço do capital da empresa. A empresa já nasceu como o quinto maior laticínio do país, atrás de Nestlé, Lactalis, Italac e Laticínios Bela Vista (dona da Piracanjuba), segundo estimativas do mercado. Bruno Machado Girão é o presidente da Alvoar Lácteos.
          O Grupo Alvoar já tem um conselho de administração com sete membros — dois da família Antunes, dois da família Girão, dois da Arlon e um membro independente, que é o diretor-presidente da Mantiqueira Brasil, Márcio Utsch. Os relatórios financeiros foram auditados por cinco anos.
          Juntas, Betânia e Embaré processaram pouco mais de 1 bilhão de litros de leite em 2020. A companhia resultante da fusão deverá acirrar a disputa com Nestlé, que está segundo lugar no ranking após encolher entre 2019 e 2020.
          Com fortes presenças regionais, Betânia e Embaré devem manter suas marcas.
          Para suportar o aumento das vendas, a Alvoar Lácteos abrirá quatro centros de distribuição no Nordeste, com investimento de R$ 100 milhões. O objetivo é ampliar a capilaridade da marca Betânia no Nordeste e manter a liderança da marca Camponesa no Sudeste.
          A companhia pretende investir este ano cerca de R$ 100 milhões na construção de quatro centros de distribuição e na ampliação da capacidade de produção.
          A Alvoar também pretende entrar em segmentos como o de queijos. A empresa investiu R$ 25 milhões na linha de queijos da marca Camponesa (produzidos na fábrica de Lagoa da Prata, em Minas Gerais)
          A empresa contratou a consultora Ana Couto Branding para avaliar a estratégia de lançamento de produtos e posicionamento da marca. A Alvoar é proprietária das marcas Betânia, Bat Gut, Betânia Kids, YoBem, Embaré e Camponesa. A empresa lançou uma linha de lácteos com mais proteína sob a marca YoBem no Nordeste.
          A Alvoar possui nove fábricas em Minas Gerais, Ceará, Pernambuco, Sergipe e Bahia, e 13 centros de distribuição, com 4.000 funcionários. A capacidade de processamento é de 4,8 milhões de litros de leite por dia.
          Em 2022, a Alvoar Lácteos teve receita líquida de R$ 4,3 bilhões. 
(Fonte: Guialat / Jornal Valor - 05.10.2021 / 26.02.2023 - partes)

27 de set. de 2021

Stella Barros

          A a agência de turismo paulista da Vovó Stella Barros foi a primeira a criar pacotes para crianças 
desacompanhadas para a Disney, em 1957.
          Em 1984, a Stella Barros contratou Tia Augusta e Tio Fortunato. O casal foi especialmente contratado para cuidar dos roteiros e pacotes para o parque da Disney. Na nova situação, puderam padronizar o atendimento. Criaram cursos de aprimoramento e treinamento de guias, que deveriam seguir um manual.
          Stella Barros, Augusta e Fortunato faziam a ponte entre o exterior desconhecido dos brasileiros e a fascinação de conhecer o maravilhoso mundo de Walt Disney. Não é à toa que usaram os epítetos, vovó, tia e tio.
          Em 1992, Tia Augusta e Tio Fortunato saíram da Stella Barros e se ligaram à operadora de turismo Turávia, de onde surgiu a Tia Augusta Turismo. A nova agência ampliou os pacotes, além de 
viagens à Disney.
          Em 1994, mesmo como uma das maiores operadoras Disney do Brasil, a Stella Barros tinha boa parte de seu faturamento de 50 milhões de dólares que não tinha nada a ver com Mickey Mouse. Tratava-se da promoção de viagens de incentivo, que respondiam por 25% da receitas da empresa. As viagens eram oferecidas como prêmios para funcionários ou clientes. A carteira de clientes da Stella Barros incluía empresas como Philips, Nestlé e Xerox do Brasil. A General Motors, por exemplo, levou mais de 700 representantes de concessionárias para São Francisco, durante a Copa do Mundo.
          Stella Barros morreu em 2004, um ano depois da falência de sua empresa.
(Fonte: revista Exame - 16.08.1995 / jornal O Estado de S.Paulo - 05.12.2012)

15 de ago. de 2021

Simas

          A Simas Industrial é uma empresa familiar de Natal, no Rio Grande do Norte, produtora de balas, pirulitos e doces em geral.
          Em 1977, por necessidade, segundo Thiago Simas, a empresa começou a exportar. O caminho seguido, no início, foi o de parcerias com fabricantes dos Estados Unidos. A Simas passou então a produzir sob encomenda e, em contrapartida, era beneficiada com a transferência de tecnologia em produção e controle de qualidade por seus clientes americanos.
          Era, em 1998, administrada pelos três irmãos Simas: Thiago Simas, diretor-superintendente, Washington Luiz Simas, diretor comercial, e Eduardo Simas, diretor financeiro.
          Num setor onde apareciam nomes de peso da indústria internacional de alimentos, como a Lacta Suchard Kraft, a Nestlé e a Warner Lambert (Adams), a Simas Industrial era a campeã de vendas no exterior, segundo os números da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Balas e Derivados. Na exportação de balas e pirulitos de 1997, a Simas contribuiu com 21% do total, com suas marcas Sam's, Sam Blue, Cherry Pop mais as marcas licenciadas Pateta e Donald, da Disney.
          Um ponto a favor da Simas foi a rapidez com que os três irmãos ocuparam os espaços deixados pelos concorrentes. Com recursos próprios, eles adquiriram a maquinaria de todas as fábricas de balas falidas do Nordeste. Além disso, compraram toda a linha de produção de balas da Garoto, quando foi desativada.
(Fonte: revista Exame - 02.12.1998)

29 de set. de 2020

Vtex

          A VTEX é uma fornecedora de sistemas para comércio eletrônico. Foi fundada em 2000.
          A Riverwood, fundo americano, comprou 25% na VTEX em 2015 e permanece como sócio.
          Em dezembro de 2019, a VTEX recebe um aporte de US$ 140 milhões liderado pelo SoftBank. Participaram também as gestoras de private equity Gávea Investimentos e a Constellation Asset.
          No final de setembro de 2020 a empresa tornou-se o mais novo unicórnio brasileiro. A VTEX concluiu uma nova rodada de investimentos de US$ 225 milhões e passou a ser avaliada em US$ 1,7 bilhão. A nova rodada contou com a participação dos fundos e gestores de investimentos Tiger Global, Lone Pine Capital, Constellation, Endeavor Catalyst e Softbank.
          A valorização da VTEX também foi impulsionada pela corrida do varejo para as plataformas on-line por conta da pandemia. Com a valorização, a empresa entra para a crescente lista dos unicórnios brasileiros, que inclui empresas como 99, iFood, Loft, Loggi, NuBank e Quinto Andar.
          Em comunicado, a VTEX comentou que usará fundos da última rodada para fazer aquisições, contratar talentos adicionais, inovar sua plataforma e acelerar o crescimento nos mercados dos Estados Unidos, Europa e Ásia-Pacífico.
          Considerando dados de setembro de 2020, a empresa conta com 600 funcionários e atende a 3 mil clientes em 28 países, incluindo AB InBev, Coca-Cola, Nestlé e Walmart.
(Fonte: ValorInveste - 29.09.2020)

31 de out. de 2011

ADM (agronegócios)

          Centenária empresa americana de agronegócios, a Archer Daniels Midland (ADM) é uma das maiores empresas do setor do mundo, líder na produção de etanol nos Estados Unidos e, no Brasil, além de explorar a produção de óleo de palma, no estado do Pará, produz óleo de soja das marcas Concórdia e Corcovado, que antes pertenciam à Sadia. A ADM tem a segunda maior capacidade instalada de biodiesel do Brasil. Tem fábricas em Campo Grande (MS), Rondonópolis (MT) e Uberlândia (MG).
          Na matriz, em maio de 2006, a executiva Patricia Woertz assume o comando da empresa.
          De volta ao Brasil, em 2013 começa a ganhar corpo a produção de óleo de girassol com a aquisição de planta de esmagamento de grãos em Campo Novo do Parecis (MT), região em que a empresa passou a apostar no plantio e a concentrar a compra de matéria prima onde estão seus fornecedores incentivados pela companhia a aumentar o plantio.
          Presente no porto de Santos desde 1997, em 2016, a ADM investe R$ 287 milhões para minimizar os efeitos de poluição nas operações com grãos. O investimento também resultará em aumento da capacidade de seu armazém.
          Depois de quatro anos de trabalho e um investimento de R$ 240 milhões, a ADM inaugura, em junho de 2017, em Campo Grande (MS), sua terceira planta de proteína de soja, a primeira desse tipo no hemisfério sul.
          Em 16 de agosto de 2018, a ADM anuncia aos seus funcionários no país a conclusão da compra da Algar Agro, divisão agrícola da empresa brasileira de telecomunicações. 
          Em 11 de janeiro de 2019, a ADM anunciou a compra da unidade Florida Chemical, da Flotek Industries, por US$ 175 milhões. A empresa é especializada em sabores e fragrâncias baseadas em frutas cítricas.
          No início de janeiro de 2020, a ADM anunciou, em Chicago, a aquisição da Yerbalatina, fabricante de extratos e ingredientes à base de plantas com sede em Colombo, na região metropolitana de Curitiba.
          Com um faturamento global na faixa dos US$ 70 bilhões por ano, a Archer Daniels Midland é a segunda maior produtora de alimentos do mundo, só perdendo para a suíça Nestlé, e à frente da Bunge e da JBS.
(Fontes: revista Exame - 30.08.2006 / jornal Valor Econômico - 27.12.2014 / revista Época Negócios - outubro 2015 / jornal Valor International edition - 03.02.2016 / 08.06.2018 / 16.08.2018 / Época Negócios - 11.01.2019 / Valor - 07.01.2020 - partes).

Agropalma

          A Agropalma foi criada nos anos 1980 pelo banqueiro (ex-Real e Alfa) Aloysio de Andrade Faria e opera basicamente em tirar óleo de palmeiras no Pará para venda a clientes como Nestlé e General Mills, que o utilizam na produção de itens como batom, xampu e sorvete.
          No passado, a extração dependia do desmatamento de vastas áreas de vegetação nativa para abrir espaço para as palmeiras e de altas doses de pesticidas para garantir a produtividade.
          Na Agropalma, a abertura de novas lavouras cessou em meados dos anos 1990. De lá para cá, técnicas modernas de manejo, como o plantio de leguminosas para conter a erosão, e o uso de arapucas com feromônio para atrair e matar pragas permitiram aumentar a produtividade em quase 70% e fazer as pazes com os ambientalistas.
          Atualmente, a produção anual é certificada com o selo "Desmatamento zero", da ONG Greenpeace. A preocupação ambiental ampliou a demanda pelo óleo da Agropalma, que cobra até 10% mais do que a concorrência.
          Considerando dados de 2018, a empresa tem receitas que giram em torno de 1,2 bilhão de reais.
(Fonte: revista Exame - 20.12.2017)
      

Ailiram

     Ailiram é um anagrama (neste caso, fazendo-se exatamente a leitura ao contrário) do nome da cidade de Marília, interior de São Paulo, onde a fábrica de biscoitos foi fundada. Em 1988, a Ailiram é vendida para a multinacional suíça Nestlé.

Altria (antiga Philip Morris)

          As raízes da empresa Altria remontam a 1847, quando a Philip Morris abriu uma tabacaria em Londres. Sete anos depois, a produção de seus próprios cigarros começou.
          Em 1919, a sede da empresa mudou-se de Londres para Richmond, no estado americano da Virginia. O quartel general situa-se em Nova York.
          Nos anos 1970, o grande avanço veio com uma campanha publicitária bem-sucedida. O Marlboro Cowboy foi lançado como um símbolo de liberdade e independência.
          O Altria Group Inc. é um dos principais produtores mundiais de tabaco e cerveja. O grupo inclui as subsidiárias Philip Morris, E.U.A. Smokeless Tobacco Company, John Middleton, Ste. Michelle Wine Estates e Philip Morris Capital Corp., oferecendo uma ampla gama de serviços de estímulo, leasing e financiamento em todo o mundo. Entre eles estão marcas bem conhecidas como Marlboro, L & M, Parlamento, Copenhaguen, Miller (cerveja) ou Foster's.
          Em 1988, a Philip Morris comprou a Kraft Foods por 12,9 bilhões de dólares. Como em 1985, a Philip Morris tinha adquirido a General Foods, esta última torna-se, em 1989, uma divisão da Kraft Foods que passa a se chamar Kraft General Foods. Um ano depois, a General Foods foi totalmente dissolvida dentro das divisões da Kraft.
          Em 1994, então há um bom tempo sob o fogo cerrado dos antitabagistas americanos, a Philip Morris passou a enfrentar problemas dentro de seu próprio campo. A direção já decidira que não iria mais separar a companhia em duas unidades independentes - uma para as operações com fumo e outra para o ramo alimentício. A decisão desagradou parte dos acionistas. O fervor antifumo que tomou conta dos Estados Unidos vinha jogando para baixo o valor das ações da empresa.
          Em meados de 1994, o executivo Geoffrey Bible, fumante inveterado, assume o lugar de Michael Miles, que comandara a empresa nos anos anteriores e nunca colocou um cigarro na boca. Miles caiu em meio a uma revolta dos grandes acionistas da empresa com o preço das ações, hostilizado pelo conselho de administração e pelos próprios funcionários. É que na Philip Morris boa parte da remuneração dos executivos vem da opção de compra de ações, numa proporção muito maior que em outras grandes companhias. Se os papéis da empresa se desvalorizam, o patrimônio dos executivos encolhe automaticamente.
          Bible entrou disposto a bater de frente com os antitabagistas. E diz que o problema da divisão da companhia em duas (separando tabaco e alimentos) ficará engavetado. Faz coro com ele R. William Murray, o novo chairman da Philip Morris, que também assumiu para herdar parte das funções de Miles. Bible e Murray não descartavam definitivamente a divisão, mas deixaram claro que ela não seria feita naquele momento. Miles apresentara formalmente a proposta de divisão numa dramática reunião do conselho de administração da Philip Morris. Era, a seu ver, a melhor maneira de defender os interesses dos acionistas. Foi derrotado. Estava selado seu destino. Poucas semanas depois espirrava da companhia, embora com uma gorda bolada de cerca de 4,5 milhões de dólares de ações da empresa em seu poder.
          Músculos a Philip Morris tinha para reagir. Ela era uma das poucas companhias do mundo que podem mostrar, em seu catálogo de produtos, sessenta marcas fortes. Cada uma delas faturava pelo menos 100 milhões de dólares por ano. Bible e Murray prometeram uma Philip Morris mais agressiva tmbém no exterior e destacaram a expansão internacional de sua cerveja, a Miller. Eles contavam com o apoio da eminência parda da companhia, Hamish Maxwell, ex-chairman, o arquiteto da compra da Kraft e da General Foods. Apesar de ter se aposentado das funções executivas em 1991, Maxwell ainda mantinha um escritório em frente à sede da Philip Morris em Nova York e exercia enorme influência como um dos diretores do conselho de administração.
          No início de 1995, um dos mais bem guardados segredos da Philip Morris veio à tona numa biblioteca pública de Nova York: a empresa estava desenvolvendo um cigarro eletrônico. Isso mesmo, não era piada. O cigarro era movido a pilha e controlado por um microchip, sendo sensível a pressões recebidas. Logo estaria sendo testado junto aos consumidores. A invenção estava patenteada pela Philip Morris. Veio a público justamente por isso: estava nos microfilmes de patentes da biblioteca. O cigarro eletrônico foi mais uma tentativa da indústria tabagista de produzir um cigarro sem fumaça, numa reação às pressões da cruzada antifumo.
          Em 1996, a Kraft Foods adquire a Lacta.
          Em outubro de 1997, a Philip Morris vende a Kibon para a Gessy Lever (hoje Unilever).
          Com a aquisição pela Philip Morris, da Nabisco, em julho de 2000, esta funde-se à Kraft Foods Inc. que se torna a segunda maior empresa de alimentos do mundo (perdendo somente para a Nestlé).
A Nabisco, já sob o guarda-chuva da Philip Morris, comprou em 2000 a empresa de alimentos Jacobs Suchard, nascida da fusão de fabricantes europeus de chocolate.
          A Philip Morris colocou a Kraft na Bolsa no início de 2001, quando o crescimento da empresa começou a sofrer desaceleração.
          Em 2003, a Philip Morris foi renomeada para Altria.
          Em janeiro de 2007, ao constatar que o setor de alimentos rende claramente menos que o de tabaco, a Philip Morris, que possuía 89% da Kraft, se separou definitivamente desta empresa por uma operação de spin-off (distribuição de ações entre seus acionistas). O capital da Kraft está atualmente distribuído entre acionistas institucionais, nenhum dos quais possui mais de 2%. Cada ação vale aproximadamente de 35 dólares.
          Em 2012, a Kraft Foods dividiu-se em duas companhias independentes, com sua unidade de snacks (segmento onde está a Lacta) passando a se chamar Mondelēz International. A outra unidade, que continua com o nome Kraft, comanda os produtos processados, como queijos e massas.
          Em março de 2015, o grupo brasileiro 3G Capital, dono da Heinz, compra a Kraft Foods (a parte cindida em 2012 que permaneceu com este nome), formando a Kraft Heinz.
(Fonte: revista Exame - 22.06.1994 / 20.07.1994 / 15.02.1995 - parte)

German version:
          Die Wurzeln des Unternehmens reichen bis ins Jahr 1847 zurück, als Philip Morris ein Tabakgeschäft in London eröffnete. Bereits sieben Jahre später startete die Produktion eigener Zigaretten. 1919 wanderte der Firmensitz von London nach Richmond, Virgina. In den 1970er-Jahren gelang mit einer erfolgreichen Werbekampagne der große Durchbruch. Dabei wurde der Marlboro Cowboy als Symbol für Freiheit und Unabhängigkeit ins Leben gerufen.
          Altria Group Inc. zählt zu den weltweit führendenTabak - und Bierherstellern. Zum Konzern gehören die Töchter Philip Morris, U.S. Smokeless Tobacco Company, John Middleton, Ste. Michelle Wine Estates sowie Philip Morris Capital Corp., die rund um den Globus eine breite Produktpalette von Genussmitteln bis Leasing- und Finanzierungsdienstleistungen anbieten. Darunter befinden sich bekannte Marken wie Marlboro, L&M, Parliament, Copenhagen, Miller oder Foster’s.
          2003 entschied sich das Management, wegen aufkommender Imageproblemen der Tabakindustrie, den Namen in Altria Group Inc. zu ändern, um damit die Lebensmitteltochter Kraft und die Brauereigruppe Miller zu stärken. Zum Schutz vor Schadenersatzklagen wurde Kraft Foods 2007 abgespalten und das internationale Zigarettengeschäft unter dem Namen Philip Morris 2008 als eigenständiges Unternehmen an die Börse gebracht. Somit konzentriert sich Altria nun vollständig auf den Heimatmarkt USA.
(Fonte: Europas Erstes Finanzportal Boerse.de)

Ama

           Ama é a nova água mineral da gigante de bebidas Ambev. A marca batizada de Ama - prefixo de várias palavras relacionadas à chuva na língua indígena tupi, segundo a empresa (mas que combina com as iniciais de AmBev, combina) - é lançada no final de fevereiro de 2017. A companhia já teve, no final dos anos 1990 e começo da década de 2000, uma marca própria de água mineral, a Fratelli Vita, herança da antiga Brahma que foi descontinuada.
           O novo produto marca uma guinada na estratégia de sustentabilidade da Ambev (vide origem da marca AmBev InBev AB Inbev neste blog) para fora dos muros de suas fábricas. Em 2010, a companhia assumiu como bandeira o tema que teria mais afinidade com seu negócio: a água, principal matéria-prima de seus produtos. Dali em diante, em parceria com as ONGs ambientalistas WWF e TNC, vem atuando na proteção e na recuperação de rios e nascentes Brasil afora.
          A questão é que os resultados das ações implementadas, como o plantio de matas ciliares, só serão percebidos no longo prazo. Desde o final de 2015, os executivos da Ambev vinham estudando maneiras de tornar a política de água da companhia perceptível aos olhos dos consumidores de maneira imediata. Após uma sondagem com especialistas, eles chegaram a uma questão urgente: a seca do Nordeste. Estima-se que 35 milhões de brasileiros ainda não tenham acesso a água potável, e é nessa região que está boa parte deles.
           O passo seguinte foi buscar quem pudesse orientar a decisão do que fazer na prática. A Ambev escolheu a Avina, respeitada fundação familiarizada com a região e com o assunto. Por meio da entidade, a empresa entrou em contato com o Sistema Integrado de Saneamento Rural (Sisar), ONG que estrutura a operação e a manutenção de sistemas de abastecimento de água e esgoto no interior nordestino.
           Com o apoio do Sisar, a Ambev deu início a um projeto piloto: o financiamento de perfuração de poços e a instalação de painéis solares em três pequenas comunidades rurais cearenses. Considerando dados de junho de 2019, a Água Ama está presente em 13 comunidades do Ceará, sete sistemas construídos, e seis cisternas instaladas, com 10.700 pessoas atendidas no Estado.
          Segundo a empresa, 100% do lucro de cada garrafa é destinado a projetos que levam água potável ao semiárido brasileiro.
          A produção da água Ama já está em andamento em São Paulo, mas, por enquanto, nada de vendas da Ama em bares e restaurantes nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais. É que nesses estados a Ambev tem contrato de distribuição com a Nestlé, das marcas São Lourenço e Pureza Vital. Quando acabar o contrato de distribuição, não deverá ser renovado.
          Em março de 2017, as gôndolas da rede Pão de Açúcar começaram a ser abastecidas com a água mineral Ama.
          A água Ama é engarrafada pela Lindoiano Fontes de Águas Minerais Eireli. A fonte está localizada na Avenida Benedito Severino, 286 - Parque das Águas Minerais, em Lindoia, interior de São Paulo.
(Fonte: revista Exame - 18.01.2017 / 29.03.2017 / O Estado (Ceará) 14.06.2019 - parte)

30 de out. de 2011

Baton

          O chocolate infantil mais vendido do Brasil, o Baton, foi lançado em 1948 e se chamava "Leite e Mel". É produzido pela chocolates Garoto, pertencente à Nestlé.
(Fonte: site da empresa)

Beyond Meat

          A startup Beyond Meat ("além da carne", numa tradução livre do inglês) foi fundada em 2009. A empresa, que desenvolve e produz hambúrgueres à base de vegetais (carne 100% vegana), já captou mais de US$ 143 milhões de investidores. Na lista estão fundos como o Obvious Ventures e Tyson Ventures.
          A Beyond Meat realizou sua oferta pública de ações (IPO) em 2 de maio de 2019, e se existia alguma dúvida sobre o potencial deste nicho de mercado, as dúvidas começaram a ser dissipadas ao final do pregão. As ações partiram de US$ 25 – maior do que a faixa estimada durante o road show da empresa, que estava ente US$ 19 e US$ 21 – porém logo no início da tarde os papéis atingiram a marca de US$ 46. A trajetória da alta se manteve, e a BYND fechou com seus papéis em alta de 163%, negociados a US$ 65,75.
          Inicialmente a Beyond Meat planejava oferecer 8,8 milhões de ações, mas as boas projeções fizeram com que o número aumentasse para 9,6 milhões. Com o aumento do preço por papel e o número de ações, a empresa arrecadou US$ 240 milhões no IPO, que serão gastos para aumentar as vendas da marca e os produtos oferecidos, aumentando seu valuation para cerca de US$ 1,5 bilhão.
          O IPO veio em boa hora para o setor de hambúrguer vegetal. A gigante Nestlé lançou uma linha vegana.  A Impossible Foods, outra concorrente de peso nesse mercado, fechou parceria com o Burger King para vender, ainda que em poucas unidades dos EUA, um sanduíche feito usando o Impossible Burger, sua versão de hambúrguer vegetal.
          No ano dos IPO’s, a Beyond Meat parece indicar que negócios ligados a tendência de foodtech – que usam da tecnologia para a criação de novos alimentos, muitas vezes voltado ao público vegano – chegou para ficar.
          Considerando dados de abril de 2019, os produtos da empresa estão em 35 mil estabelecimentos nos Estados Unidos, como as redes de mercado Whole Foods e Target, além dos fast foods Carl’s Jr., Del Taco e TGI Fridays.
(Fonte: ÉpocaNegócios - 23.04.2019 / IstoÉDinheiro - 02.05.2019 - partes)


6 de out. de 2011

Bunge (Bunge y Born)

          A trajetória do grupo Bunge está associada à história da industrialização brasileira. Sua rede de moinhos, que começou a ser montada em 1906 com a aquisição do Moinho Santista, espraiou-se por todo o país. Na década de 1920, aconteceu a primeira diversificação com a fabricação de sacos de algodão. Em plena crise de 1929, o grupo ergueu sua primeira fábrica de tecidos, a Tatuapé. Na mesma época, ingressou com a Sanbra no ramo de óleos e gorduras vegetais à base do caroço de algodão. Mais tarde, nos anos 1950, a Sanbra foi a pioneira na fabricação de óleos e margarinas a partir da soja. As incursões por ramos fora da área de alimentos começaram antes da II Guerra Mundial. Em 1938, foi criada a Serrana, o braço do Bunge no setor de cimento e fosfatados. Na metade dos anos 1950, surgiu a Tintas Coral. A partir dos anos 1970, um novo surto de investimentos: o grupo expandiu-se para o setor financeiro (com um banco, uma corretora de valores e uma seguradora), para o imobiliário (com a construção do Centro Empresarial - na Zona Sul de São Paulo) e para o setor de informática (com a Proceda).
          Mesmo em meio à sua pior crise o braço brasileiro continuou a ser o mais forte desse grupo cuja origem remonta ao século XIX. Mais precisamente, a 1818. Naquele ano, surgiu em Amsterdã, na Holanda, a Koninklijke Bunge, empresa importadora de produtos das colônias holandesas. Mais tarde, em 1859, a sede da empresa foi transferida para Antuérpia, na Bélgica. Ali, o empreendimento se transformou numa das primeiras companhias de comercialização de grãos do mundo. Em 1874, os negócios com trigo trouxeram a empresa à América Latina. Os belgas Ernest Bunge e Jorge Born fundaram, em Buenos Aires, a Casa Bunge y Born, à qual se juntou, alguns anos mais tarde, o alemão Alfred Hirsch, avô do presidente mundial do grupo por muitos anos, Octavio Caraballo.
          Dado o seu porte, o grupo nem sempre pôde evitar a notoriedade. Na Argentina, essa notoriedade esteve frequentemente misturada com hostilidade. Em 1947, o presidente Juan Domingo Perón elegeu o Bunge y Born como um de seus inimigos favoritos. Num artigo, intitulado "Os vende-pátrias", Perón escreveu: "Na República Argentina funciona um grande consórcio capitalista internacional, sob a denominação Bunge y Born. Essa organização explorou o campo argentino durante cinquenta anos, pagando preços irrisórios, e teve enormes lucros com a comercialização do trabalho e da produção alheios". Com o ataque, o Bunge y Born, a maior multinacional de capital latino-americano, transformou-se rapidamente num símbolo do imperialismo para os nacionalistas argentinos. Sua sede, um centenário edifício na esquina das ruas 25 de Mayo e Lavalle, no centro de Buenos Aires, era alvo fácil para as manifestações políticas. As hostilidades como que rosnaram em setembro  de 1974 com o sequestro de Jorge e Juan Born por um comando do grupo terrorista Monteneros, de inspiração peronista. Os dois irmãos foram libertados, nove meses depois, mediante o pagamento de um fabuloso resgate de 60 milhões de dólares e a obrigação de expor em todas as empresas do grupo um busto de Evita Perón, a "mãe dos descamisados" argentinos.
          Como consequência, a direção do grupo resolveu sa ir do país. Mario Hirsch, tio de Caraballo, então presidente do Bunge y Born, transferiu-se para Madri, onde permaneceu até morrer em 1987. Os irmãos Juan e Jorge Born e Caraballo rumaram para São Paulo, que passou a ser a sede mundial do grupo após a morte de Hirsch. Jorge assumiu o posto que já fora de seu pai, Jorge Born II, e nele permaneceu até que Caraballo o derrubou, em junho de 1991. Nesse ano, a sede mundial voltou a ser em Buenos Aires.
          No final da década de 1980, o Bunge era um conglomerado diversificado com negócios que incluíam de tecidos a processamento de dados, e de margarinas a imóveis. Apenas no Brasil, reunia sob seu guarda-chuva mais de 100 empresas, que empregavam 30.000 funcionários. Lento, pesado e disperso, o Bunge começou a perder dinheiro. A partir de 1990, vergastado pela furiosa combinação de recessão com abertura de mercado, o Bunge transformou-se numa máquina de prejuízos. O endividamento cresceu em progressão geométrica. Em 1991, o Bunge devia na praça 500 milhões de dólares, a maior parte em papéis de curto prazo.
          O moral ficou combalido. Os executivos, inertes, perderam o rumo. Pior, as divergências entre os principais acionistas, as famílias Born, Hirsch-Caraballo e De la Tour, veladas durante os tempos de abundância, irromperam abruptamente. Em junho de 1991, Jorge Born III, o presidente mundial do grupo, foi derrubado num golpe arquitetado e conduzido pelo maior acionista individual do Bunge, o argentino Octavio Caraballo. Perigo à vista. Grandes empresas, ao contrário do que muito imaginam, também morrem.
          No início da reorganização, negócios foram passados adiante como a General Biscuit e o fechamento de uma indústria de detergentes. Mas o grupo precisava achar um nome forte para o comando. Em dezembro de 1991, por indicação de Juan Born, que à época dirigia o ramo brasileiro dos negócios, chegou-se ao nome de Ludwig Schmitt-Rhaden. Juan, o irmão mais novo de Jorge Born, o conhecera no tempo em que Schmitt-Rhaden presidia a subsidiária brasileira da Degussa, o colosso alemão da mineração e química.
          Os emissários do Bunge encontraram Schmitt-Rhaden confortavelmente instalado na cadeira de presidente da Degussa Corporation, a filial americana da Degussa, para onde fora transferido ao deixar o Brasil. Mesmo não havendo planos para voltar ao Brasil, Schmitt-Rhaden aceitou a proposta que contemplava alguns atrativos.
          Na melhor tradição do grupo, sua presença foi cuidadosamente mantida em sigilo durante algum tempo. Nos quatro meses transcorridos até que fosse oficialmente empossado, em março de 1992, manteve-se quase que recluso, sem um único e escasso contato com qualquer de seus futuros subordinados. O "esconderijo" era num prédio da Avenida Faria Lima pertencente à Serfina, a holding dos acionistas. Lá, ele devorava relatórios e documentos que os consultores da McKinsey, que varria a empresa, iam produzindo em quantidades industriais.
          Já sob o comando de Schmitt-Rhaden, a partir de 1992, após um trabalho de pente fino, o grupo vendeu as empresas de cimento (Serrana), de tintas (Coral), de informática (Proceda), a seguradora (Vera Cruz) e o banco. No setor têxtil manteve apenas um investimento minoritário na Alpargatas-Santista. O Bunge ficou com um núcleo de negócios mais coeso - trigo e derivados, soja, óleos e margarinas (Delícia) e fertilizantes (Serrana).
          Na primeira quinzena de julho de 1992, o Bunge y Born anunciou internamente mais uma importante mudança em sua direção no Brasil. O argentino Felix Devoto, que nos quatro anos anteriores atuou como principal executivo da estratégica área de alimentos do grupo, deixaria em breve o cargo para retornar a Buenos Aires. Seu lugar seria ocupado pelo brasileiro Norberto Fatio, então lotado na gerência da divisão de consumo da área de alimentos.
          No início de julho de 1994, o grupo Bunge recrutou o executivo Roberto Hirscheimer, que presidia a subsidiária brasileira da JI Case, um dos maiores fabricantes de máquinas de terraplanagem do mundo. Hirscheimer passou a presidir o Moinho Fluminense, a holding que controla a Sanbra e a área de trigo do Bunge. Com faturamento de 1 bilhão de dólares em 1994, o Moinho Fluminense era a terceira empresa do ramos de alimentos no Brasil, logo depois da Nestlé e da Sadia.
          Sob a batuta de Oscar Bernardes, sucessor de Schmitt-Rhaden no comando no Brasil, o Bunge adquire, do grupo Hering, em 1997, a maior esmagadora brasileira de soja, a Ceval, que faturou 1,8 bilhão de dólares em 1996, num negócio que girou entre 550 e 700 milhões de dólares. Nessa mesma época, criou a Bunge Agribusiness, com sede em Nova York, sob o comando do então recém contratado executivo holandês Reize van Giffen. Essa nova holding, situada abaixo da Bunge International, passou a administrar todas as atividades que o grupo tinha interesse em manter, distribuídas pelos Estados Unidos, Brasil e Argentina.
          Também nessa época, 1997 em diante, a Bunge desperta voracidade no setor de fertilizantes, comprando as principais companhias do setor: Serrana e Manah, além da Fertisul, Elekeiroz, Ouro Verde, Quimbrasil, Arafértil, Ipiranga e Iap . Passou então a ter 35 fábricas, o que fazia com que seu parque fabril ficasse próximo a áreas de cultivo de grãos. A Bunge era fornecedora e compradora de insumos para fertilizantes. Vendia 30% da matéria-prima que produzia, mas comprava no exterior, em dólares, cerca de 55% dos componentes que usava em seus adubos (dados de meados de 2001). Para reduzir os custos fixos, a companhia comprou 52% da Fertifós, controladora da Fosfértil e da Ultrafértil, produtoras de matérias-primas para fertilizantes.
          Uma das tradições do então quase bicentenário Bunge, era manter ciosamente em segredo os seus negócios. No dia 25 de maio de 1998, o Bunge abandonou seu habitual mutismo e surpreendeu o mercado soltando uma bomba: a intenção de vender todas as suas operações na área de alimentos industrializados. E não era pouca coisa. As peças mais valiosas colocadas na vitrina eram duas empresas líderes em seus mercados - a brasileira Santista Alimentos e a argentina Molinos Rio de La Plata. A Santista, por exemplo, era dona da farinha de trigo Sol, da margarina Delícia e dos pães Pullman (hoje nas mãos da Bimbo Brasil), marcas dominantes em seus ramos. Também estavam à venda a Bunge da Austrália e a Gramoven, da Venezuela. Era um bloco de negócios que somou um faturamento bruto de 3,4 bilhões de dólares em 1997 - o equivalente a 25% da receita total do grupo, de 12,8 bilhões de dólares. Podia ser liquidada ainda a área de carnes da Ceval, cuja marca Seara era a terceira do mercado brasileiro.
          Em meados de 2001, a Santista, divisão da Bunge Alimentos, investiu 12 milhões de reais para tentar impulsionar a maionese Maionegg's. Os investimentos compreenderam uma fábrica inteiramente nova, reformulação do produto e gastos com marketing. A marca era a terceira no mercadpo, atrás de Hellmann's e Gourmet, pertencentes |à Unilever.
          A Bunge queria desfazer-se dessas empresas para concentrar todo seu esforço no comércio de grãos, processamento de soja e fertilizantes. Essa decisão foi tomada por seus acionistas, representantes das famílias Born, Hirsch-Caraballo e De La Tour D'Auvergne - descendentes dos fundadores e majoritários do controle. No encontro para tratar dos negócios, no hotel Righa, em Nova York, eles aprovaram as recomendações dos dois então principais executivos do grupo, o alemão Ludwig Schmitt-Rhaden e o brasileiro Oscar Bernardes, para que o Bunge se concentrasse nos negócios em que seus ancestrais fizeram fortuna: as commodities agrícolas (soja, milho e algodão, entre outras).
          Em 2003, a Bunge vende para a cearense J.Macêdo o segmento de massas, farinhas e misturas para bolo. Em julho de 2006, o elo com J.Macêdo se estreitou. Os moinhos da J.Macêdo passaram a ser administrados em parceria com a Bunge, o que permitiu à J.Macêdo se concentrar ainda mais no desenvolvimento e na promoção de produtos de consumo.
          Em 2007, a Bunge começou a construir a posição de destaque que tem hoje no mercado sucroalcooleiro brasileiro, quando os investimentos estrangeiros no segmento estavam no auge. Comprou unidades que pertenciam ao Grupo Tenório, à trading Tate & Lyle e ao tradicional Grupo Moema, do interior paulista - a maior tacada, avaliada em US$ 1,5 bilhão, valor que incluiu dívidas - e virou protagonista em uma área na qual não tinha tradição.
          De 2010 a 2014 a Bunge Brasil foi comandada pelo executivo Pedro Parente.
          Em 2013, a Bunge vende sua unidade de fertilizantes para a norueguesa Yara (vide origem da marca Yara neste blog).
          Em agosto de 2015, a Bunge compra o Moinho Pacífico, de Lawrence Pih, com a intenção de reforçar sua presença no Estado de São Paulo.
          A Bunge é dona das marcas Primor (trigo, óleo de soja, molho de tomate), Delícia (margarina), Soya (óleo de soja, milho etc) vinda da Ceval e produz para o Grupo Pão de Açúcar o óleo de soja Qualitá. Possui unidades de produção em Gaspar (SC), Ipojuca (PE), Luís Eduardo Magalhães (BA), Luiziânia (GO), Rondonópolis (MT) e Araçatuba (SP) .
          No final de maio de 2017, a Bunge, então uma das maiores processadoras de soja e milho do mundo, estaria à venda. A suíça Glencore, empresa de mineração e commodities, incluindo combustíveis e produtos agrícolas, fez uma proposta oficial pela companhia. A informação é da agência de notícias Dow JonesApesar de ainda não estar claro o estágio das negociações, a negociação estaria próxima de ser fechada. O atual valor de mercado da Bunge ultrapassa os US$ 10 bilhões. Já a Glencore possui valor aproximado de US$ 55 bilhões. A ideia do CEO do grupo europeu, Ivan Glasenberg, seria ampliar a presença nos Estados Unidos, aproveitando a forte presença da Bunge, que alcançou US$ 43 bilhões em vendas em 2016.
          No Brasil, a Bunge é o maior exportador de commodities agrícolas. Contudo, após o boom das exportações conquistado em suas operações no continente americano, a Bunge não vem conseguindo administrar de forma eficiente a série de colheitas recordes dos Estados Unidos e da América do Sul, que exerceram pressão sobre o valor dos grãos.
          Em 22 de julho de 2019, Bunge e BP anunciaram a fusão dos negócios brasileiros de bioenergia, criando a joint venture BP Bunge Bioenergia - cada uma terá 50% de participação.
          Em 20 de janeiro de 2022, a Bunge anunciou a aquisição de 33% de participação na Sinagro, revendedora de grãos e produtos agrícolas com forte atuação na região do Cerrado.
(Fonte: revista Exame - 22.07.1992 / 22.12.1993 / 20.07.1994 / 01.07.1998 / revista Forbes Brasil - 15.08.2001 / Exame - 22.08.2001 / jornal Gazeta do Povo online - 23.05.2017 / jornal Valor - 16.05.2018 / Eleven Financial - 20.01.2022 - partes)

Cadbury

          Por volta de 2000, a britânica Cadbury, então capitaneada pelo executivo americano Todd Stitzer, definiu que o Brasil era um mercado potencial, até então intocado pela empresa, e que deveria ser explorado. Naquela época, a Cadbury encontrou uma oportunidade de compra na Argentina, com a empresa de doces local Stani. A companhia preferiu a aquisição a entrar no Brasil via desenvolvimento de produtos ao longo do tempo, o que poderia levar tempo demais.     
          Em 2002, a Cadbury esteve envolvida na primeira tentativa de levar a companhia capixaba de chocolates Garoto, que pertencia à família Meyerfreund. Perdeu para a Nestlé. Em fevereiro de 2004, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vetou a compra. No início do mês seguinte, a Nestlé entrou com pedido de revisão da decisão e, muito tempo depois, levou a Garoto em definitivo.
          Em março de 2003, a Cadbury fez o maior negócio de sua história, ao pagar 4,2 bilhões de dólares pela empresa americana Adams.
          Em fevereiro de 2010, antes da cisão da Kraft Foods Inc. que gerou a Mondelez (em 2012), a Cadbury foi adquirida pela Kraft Foods. A Cadbury era líder mundial em confeitos e também responsável pela fabricação dos chocolates Dairy Milk.
(Fonte: revista Exame - 17.03.2004 - parte)

Café Cacique

          A Cia. Cacique de Café Solúvel foi criada em 17 de outubro de 1959 por Horácio Sabino Coimbra em Londrina, Paraná, onde até hoje tem sua sede. Alguns anos antes, Horácio Coimbra havia comprado a Cia. Cacique de Armazéns Gerais com o intuito de armazenar a produção agrícola que o banco de sua propriedade financiava. Resolveu então usar o mesmo nome, Cacique, e a imagem do índio, na empresa de café que acabara de criar.
          A história da Cia. Cacique se mistura um pouco com a própria história do café solúvel no Brasil. Sua criação no final da década de 1950 ia de encontro ao objetivo de aproveitar o excedente de café do governo brasileiro que foi colocado à disposição de quem criasse empresas de café solúvel - segmento em que a Nestlé reinava sozinha com seu Nescafé, criado em 1938. Outras poucas empresas surgiram dentro desse cenário, tais como Iguaçu e Real. Promessas de subsídio não foram levadas a cabo como esperado e algumas ficaram pelo caminho. Outras seguiram adiante. A Cacique, por exemplo, já em 1966, fez sua primeira exportação, justamente para os Estados Unidos, que tanto tentaram impedir que o Brasil tivesse suas próprias fábricas de processamento.
          Em 1970, a Cia. Cacique, já então uma importante exportadora brasileira de café, dá um passo importante para sua consolidação. Foi quando promoveu a assinatura do contrato com o atleta Edson Arantes do Nascimento, o rei Pelé, então em seus anos áureos no Santos F.C. e na Seleção Brasileira, para a criação do Café Pelé (vide origem da marca Café Pelé neste blog), que logo ganhou o mundo, sendo distribuído para mais de 50 países.
          Em meados de 2014, uma notícia nada alvissareira chega ao mercado. A Cia. Cacique de Café Solúvel resolve fechar o capital na BM&FBovespa, a bolsa brasileira. Se por uma lado sua liquidez era baixa, com poucos negócios realizados no dia-a-dia do pregão e, com isso, tinha uma participação inexpressiva, por outro lado, sua saída da bolsa, independente dos motivos, traz a lume um grande paradoxo: no país tropical que por tanto tempo teve o café como principal produto de exportação e com forte mercado interno, vê-se o fechamento de capital de uma das poucas participantes do setor. E, cabe ressaltar, que a Companhia Iguaçu de Café Solúvel, quase que concomitantemente, seguiu o mesmo caminho. Também fechou o capital.
          A Cia. Cacique também produz para terceiros, com outras marcas. Um exemplo é o café solúvel fabricado para a rede de supermercados Dia%.
          Uma unidade produtora de café solúvel fica localizada em Londrina e, em dezembro de 2018 foi definido investimento para a construção de uma segunda unidade em Linhares (ES).
          Em 23 de janeiro de 2017, a Jacobs Douwe Egberts (JDE), adquire no Brasil, o portfólio de marcas locais da Companhia Cacique, entre elas Pelé, Graníssimo e Tropical. Essa aquisição complementará o portfólio da JDE Brasil e fortalecerá a sua liderança em regiões estratégicas no país. Segundo a companhia, em comunicado, a iniciativa representa "um importante passo à medida que continua a trabalhar para atender às preferências e aos gostos dos consumidores brasileiros e atuar de acordo com a sua crença de que "todos merecem ter o café que amam".
          A Cia. Cacique é a maior exportadora brasileira de café solúvel, com mais de 50 anos de experiência e conhecimento no segmento de café. Seus produtos são hoje exportados para mais de 70 países nos 5 continentes. A partir desta transação a Cacique poderá concentrar seus esforços em seu principal negócio, o café solúvel, que não entrou no negócio com a JDE.
          A Cacique abriu sua segunda fábrica em 2021 no Espírito Santo, o estado brasileiro que mais produz grãos robusta, a variedade amplamente utilizada para fazer café instantâneo.
          A Cacique é uma grande processadora de café independente com cerca de 1.000 funcionários no Brasil, onde produz café instantâneo em duas fábricas para exportação para cerca de 70 países.
          Em 26 de março de 2026, a empresa de comercialização de commodities Louis Dreyfus Company (LDC) assinou um acordo vinculante para adquirir 100% da brasileira Companhia Cacique de Café Solúvel (Cacique). Os termos financeiros do negócio, que está sujeito a aprovações regulatórias, não foram divulgados. A aquisição da Cacique expandirá o negócio de café solúvel da LDC, que entrou nesse mercado no ano passado por meio de uma joint venture no Vietnã, o maior produtor mundial de grãos robusta.
(Fonte: Jornal do Comércio (RS) - 23.01.2017 / Forbes Brasil - 26.03.2024 - partes)

Cachaça do Barão

           A Cachaça do Barão nasceu na Fazenda Santa Cruz (de 1880), em Araras (SP), em 2008, e o nome homenageia o Barão de Arary, antigo proprietário das terras onde hoje se espalham bois e canaviais dos Zurita. Ivan Zurita, o patriarca da família, ainda dava expediente como presidente da multinacional suíça Nestlé (ele comandou a Nestlé por mais de uma década, de 2001 a 2012).
          O produto teve a comercialização interrompida em 2013, quando a AgroZ, presidida por Ivan Zurita, passou por uma crise. No período em que deixou de ser comercializada no varejo, continuou sendo vendida a "confrades", que podiam comprar barris especiais. Entre eles estavam figuras ilustres como Hebe Camargo, o cantor Roberto Carlos e Ronaldo (Fenômeno).
          Em janeiro de 2018, foi deferido o pedido de recuperação judicial do grupo agrícola, que tem dívida de 240 milhões de reais, considerando valores de meados de 2018.
          Se antes era uma diversão para Ivan Zurita, agora ele pretende fazer com que a Cachaça do Barão ajude a pagar a dívida do grupo e deixou a marca nas mãos da filha Daniela e do genro Leonardo Queiroz, que deixou a Apple em 2017 pelo desafio de reativar a Cachaça do Barão, a marca de cachaça do sogro, que estava em banho maria desde 2012.
          A cachaça voltou a ser distribuída em junho de 2018, em empórios. E, conforme explica Queiroz "agora, o canal é bares, restaurantes, hotéis… Não vai ser em qualquer lugar que se poderá encontrar a Cachaça do Barão. Em São Paulo, há endereços como o Varanda e a Rodeio. Nós trabalhamos direto com esses pontos para ativar as vendas".
          O relançamento deu-se na Fazenda Santa Cruz, em Araras, interior de São Paulo. Essa é a principal propriedade da AgroZ. E é cachaça para barão mesmo. A garrafa mais simples tem seu preço em torno de 120 reais.
          No portfólio, há cachaças envelhecidas em jequitibá rosa e em amendoim por 3 anos e em carvalho europeu, por 3 e por 5 anos.
(Fonte: Veja São Paulo - 20.06.2018 / Forbes Brasil - 23.06.2018 / devotosdacachaça.com.br)