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21 de out. de 2022

Sengi Solar

           A Sengi Solar é uma empresa do grupo paranaense Tangipar, que atua na distribuição de 
equipamentos fotovoltaicos.
          A empresa investiu R$ 440 milhões na construção de duas fábricas de módulos.
          A primeira, em Cascavel, no Paraná, foi inaugurada oficialmente em 21 de outubro de 2022, com operação em um turno, e a empresa espera abrir os outros dois turnos no início de 2023.
          Com a inauguração da primeira fábrica de módulos fotovoltaicos 100% brasileira, a Sengi Solar quer ser mais do que uma alternativa à China — fonte da maioria dos painéis solares fornecidos ao mundo — e espera abrir as portas para novos fabricantes de componentes de energia solar para se estabelecer no país, em um momento em que o Brasil assiste à ampliação da capacidade instalada da fonte de energia em ritmo acelerado. Ao contrário da geração eólica, que conta com fornecedores brasileiros de componentes como pás e torres eólicas, a geração solar não conseguiu formar uma cadeia local.
          A segunda planta, em Ipojuca (Pernambuco), está programada para entrar em operação em meados de 2023. As duas plantas combinadas serão capazes de produzir 1 gigawatt por ano, disse Everton Fardin, CEO da empresa. Ele conta que entre a primeira conversa e a produção do primeiro módulo fotovoltaico, houve um intervalo de apenas nove meses.
          Para atender a produção, a Sengi ainda depende da importação de matérias-primas. No entanto, a empresa já iniciou conversas para obter abastecimento local. A Sengi fechou negociações, por exemplo, com uma multinacional fabricante de vidros com produção brasileira para fornecer a matéria-prima à empresa, cujo nome não foi divulgado por questões estratégicas — o vidro é uma das principais matérias-primas para a fabricação dos painéis, e atualmente é importado da China.
          “A empresa viu uma oportunidade e disse que se garantíssemos uma demanda de 1 GW, forneceria o vidro necessário para a produção”, disse Fardin. Recentemente, a energia solar ultrapassou a marca dos 20 GW, dos quais 14 GW são pequenas centrais geradoras, e tornou-se a terceira fonte de eletricidade mais utilizada no país, atrás apenas da eólica (24 GW) e hídrica (109 GW).
          O executivo conta que a empresa viu o nível de evolução tecnológica desacelerar em relação ao que acontecia no passado, o que facilitou a decisão de apostar na produção brasileira — a empresa adotou a mais moderna tecnologia de fabricação, cujos ciclos de atualização intervalos entre seis e sete anos. Cada um dos processos de montagem leva em média 25 segundos.
          “A tecnologia do módulo atingiu tal nível que as mudanças são pequenas [entre ciclos]. Já dimensionamos a planta para que nos próximos seis ou sete anos ela ainda seja competitiva no mercado.”
          O Sr. Fardin também disse que a empresa está em negociações com institutos de pesquisa, universidades e empresas de consultoria para desenvolver projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) relacionados ao desenvolvimento de tecnologias solares nacionais. Parte dos recursos para a implantação das usinas veio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis), que visa à formação de uma indústria nacional de semicondutores. O programa estabelece como contrapartida a aplicação de 5% da receita bruta em projetos de P&D.
          Um dos objetivos nesse caso, é o desenvolvimento de uma célula solar 100% brasileira, o que tornaria o país menos dependente da China e mais adequado às condições climáticas brasileiras. A célula é o componente que converte a energia solar em energia elétrica através do chamado efeito fotovoltaico, utilizando materiais semicondutores, principalmente o silício cristalizado. Várias células formam um módulo solar e vários módulos formam um painel solar.
(Fonte: jornal Valor - 20.10.2022)

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