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25 de set. de 2023

Ó do Borogodó

          O bar e casa de shows Ó do Borogodó foi inaugurado em 2001 na Vila Madalena, distrito de Pinheiros, na capital paulista. Sua proprietária é a empresária Stefania Gola.

          A casa não informa se foi daí que surgiu o nome, mas, na década de 1960, na gíria, "borogodó" referia-se a uma pessoa charmosa ou sensual.
          Há 22 anos no mesmo endereço, a casa fica num imóvel alugado. No início de 2023 o proprietário informou que quer vender o terreno.
          Em junho de 2023, Stefania Gola entrou com um pedido para que a prefeitura reconheça o espaço como uma área de relevância cultural. O processo ainda não foi aberto. “Continuamos pagando o aluguel certinho. O proprietário faz pressão pra gente sair e nós estamos tentando chamar a atenção da Secretaria de Cultura para a questão”, explica Stefania.
          No domingo, 24 de setembro de 2023, mais de 80 músicos participaram sem cobrar cachê do festival Fica Ó, realizado para chamar a atenção do público e conseguir apoio para a permanência do Ó do Borogodó no endereço. O festival também foi gratuito.
          Em meio a uma ação de despejo, a mobilização pela preservação do bar e casa de shows Ó do Borogodó obteve uma vitória na semana de 15 de novembro (2023). O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade (Conpresp) aprovou abertura de 
estudo para avaliar se o tradicional espaço de samba pode ser considerado área de proteção cultural.
          A proteção do bar Ó do Borogodó também obteve posicionamento favorável da Comissão Técnica de Análise (CTA) da Zepetec-APC, da Prefeitura, em outubro (2023). O entendimento foi remetido ao Conpresp e embasou a decisão do conselho. Na deliberação, o comitê destaca que “quando uma atividade cultural se exerce há anos em um mesmo lugar, tornando-se parte do bairro, não é possível mover a atividade cultural de maneira forçada para outro local sem que haja significativa perda simbólica”. A comissão também lembrou da “intensa disputa imobiliária” que tem transformado a paisagem de Pinheiros nos últimos anos, citando espaços culturais fechados no distrito nos anos 2000, como o Espaço Cultural Rio Verde.
(Fonte: Estadão 23.09.2023 / 17.11.2023 / nsc total  - partes)

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