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12 de set. de 2023

Zepz

          A Zepz, uma das maiores fintechs da Europa, começou sua operação em 2010 e tem sede em 
Londres.
          A fintech iniciou seu trabalho com foco no fluxo de países desenvolvidos para os países africanos. Não à toa. A região é menos atendida pelos players tradicionais, e isso se reflete no custo das transações: enviar dinheiro para os países da África Subsaariana é historicamente mais caro. No primeiro trimestre de 2023, custava, em média, 8,35% do total transferido.
          A empresa cresceu e passou a explorar outras regiões. Depois do sudeste asiático, começou a olhar para a América Latina.
          Em fins de agosto de 2023, a Zepz chega ao Brasil – e quer ajudar os brasileiros a enviarem
dinheiro para o Brasil.
          Segundo Giancarlo Braccia, head da empresa para a América Latina, um dos resultados da reaceleração (de remessas de dinheiro) após a pandemia, é uma grande mudança no mercado global de transferências internacionais de dinheiro, as chamadas remessas. Esse segmento cresce rapidamente em tamanho, complexidade e concorrência. De 2019 para 2022, o valor total das remessas saltou de US$ 726,9 bilhões para US$ 831,1 bilhões, segundo o World Bank Global Knowledge Partnership on Migration and Development. De longe, os principais destinos são os países de renda média e baixa, destinatários de 78% do fluxo total.
          O problema é que o custo de enviar dinheiro de um país a outro ainda é elevado. Segundo o Banco Mundial, a média global foi de 6,25% sobre o total enviado no primeiro trimestre de 2023. Os operadores digitais de remessas têm ajudado a mudar o cenário, oferecendo o serviço a preços mais atrativos. Considerando apenas as transações digitais, o custo médio no período foi de 3,90%. Reduzir esses valores em 5 pontos porcentuais, diz o Banco Mundial, traria economias de até US$ 16 bilhões por ano.
          De acordo com Giancarlo Braccia, em suas duas marcas – WorldRemit e SendWave – a companhia busca facilitar e baratear as remessas. Os fluxos vão, majoritariamente, dos países desenvolvidos para os em desenvolvimento.
          Por enquanto, a empresa não planeja o serviço de enviar dinheiro do Brasil para outros países, apenas dos países desenvolvidos para o Brasil. Há uma boa razão para isso: por enquanto, o foco é nos maiores corredores das remessas. Só para se ter uma ideia, no ano passado, brasileiros enviaram do exterior para o Brasil um pouco mais de US$ 4,2 bilhões. E esse fluxo tem aumentado.
          O México é a maior oportunidade para a Zepz. Segundo Braccia, está-se falando em US$ 58 bilhões, enviados principalmente dos Estados Unidos para o México. Ou seja, os mexicanos fora do país enviam ao México mais de US$ 1 bilhão por semana.
          Braccia explica que "para enviar dinheiro pelos players tradicionais, você precisa ir até uma loja física e depositar o dinheiro. Você gasta tempo fazendo isso. Com a SendWave, só é preciso baixar o app e, de forma bastante automática, o dinheiro é descontado tanto do seu cartão de débito ou do seu cartão de crédito, e é depositado quase automaticamente onde você quiser no Brasil".
          A Zepz já opera em mais de 130 países, incluindo o Brasil. São mais de 70 moedas e 5,7 milhões de usuários. Os números renderam à Zepz uma avaliação de mercado de US$ 5 bilhões, tornando a empresa uma das maiores fintechs baseadas na Europa (sua sede fica em Londres, apesar de seus funcionários estarem espalhados pelo mundo).
(Fonte: Época Negócios - 31.08.2023)

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