Total de visualizações de página

8 de jul. de 2024

Cotonifício Rodolfo Crespi

Cotonifício Rodolfo Crespi foi inaugurado em 1897 no bairro da Mooca, em São Paulo.

          Foi fundado por Rodolfo Crespi, que importou alguns teares e adquiriu outros em São Paulo. A empresa proporcionava muitos empregos. Ficava próxima à estação da Hospedaria dos Imigrantes, e era o primeiro lugar onde os “oriundi” procuravam trabalho; havendo vagas, estavam empregados.

          Em 1898, entre as ruas dos Trilhos, Taquari, Visconde de Laguna e Javari começou a construção de um gigantesco prédio, de três andares, com quase 50 mil metros quadrados, num terreno de 30 mil metros quadrados, que abrigaria a fábrica do Cotonifício Rodolfo Crespi. Projetado pelo arquiteto italiano Giovanni Battista Bianchi, tornou-se um relevante patrimônio cultural dos primórdios da era industrial de São Paulo devido à sua arquitetura, e também foi representativo da própria história da industrialização e de suas relações de trabalho na cidade de São Paulo..

          A empresa foi o primeiro estabelecimento brasileiro de fiação industrial de algodão em grande escala. A fábrica, que ocupava uma área de 24.000 metros quadrados, dividia-se em duas partes: a fiação de algodão, com 14.000 fusos, e a fiação de desperdícios, com 3.000 fusos, 500 teares e 300 teares dobrados, tinha fiação, tecelagem, tinturaria e malharia. Chegou a consumir 3 mil cavalos força em energia elétrica e duzentas toneladas mensais de óleo em suas caldeiras, funcionando 24 horas por dia.

Foi uma das primeiras indústrias paulistas a receber energia elétrica.

 

          Os principais produtos fabricados eram, evidentemente, trançados de algodão, xales e coberturas, colchas, fazendas, artigos de algodão para mercearias, etc. Na fábrica trabalham diariamente cerca de 1.500 pessoas, entre homens, mulheres e crianças. 

          Em julho de 1917, com a decisão de parar a produção, as operárias de duas fábricas têxteis do Cotonifício Rodolfo Crespi deram início a uma greve que rapidamente se estendeu para outras categorias da cidade e depois pelo país. Apesar de fortemente reprimida pela Força Pública, a greve geral foi mantida por 36 dias. Entre as conquistas das reivindicações inscritas na plataforma da greve estavam a abolição do trabalho noturno das mulheres e também a proibição da exploração, nas fábricas, oficinas etc, do trabalho de menores de 14 anos.

 

          O Cotonifício Rodolfo Crespi Futebol Clube foi fundado no ano de 1924 em uma modesta salinha, fruto da fusão do Extra São Paulo Futebol Clube e do Cavalheiro Crespi Futebol Clube, tradicionais clubes da várzea do bairro da Mooca formados por operários italianos, empregados da fábrica de tecidos da família Crespi.

          Na ocasião decidiu-se por manter as cores do Extra São Paulo - vermelho, preto e branco - como sendo as oficiais da nova agremiação, aproveitando deste clube a maioria dos jogadores que já gozavam de certo prestígio nos "campinhos do bairro".

          Em contrapartida, o Cavalheiro Crespi F.C. cedeu a sua sede social - localizada na Rua dos Trilhos, nº 42 (antigo), preservando como data simbólica de fundação do clube o dia 20/04/1924.

          No dia 24 de abril de 1925, o Conde Rodolfo Crespi, cede um espaço de sua propriedade para que ali se construísse o campo de futebol, na área que ficava entre a Rua Javari (à época Rua Javry) e rua dos Trilhos. Local este, onde ainda hoje fica o Estádio Conde Rodolfo Crespi. Aquele espaço, antes era utilizado como cocheira de seus cavalos que corriam regularmente no Jockey Club de São Paulo (antigo Hipódromo da Mooca na rua Bresser.

          Uma campanha fantástica realizou o Cotonifício Rodolfo Crespi F.C. na conquista do título de Campeão Paulista da 2º Divisão no ano de 1929. Foram 16 partidas, 13 vitórias, 02 empates e 01 derrota, com 46 gols marcados e apenas 13 gols sofridos. No dia 26/01/1930 o Cotonifício Rodolfo Crespi F.C. venceu por 1 x 0 a A.A. Republica no Estádio da Rua Javari, gol marcado por Piccinin. Com esta conquista, o clube fora convidado a participar da Divisão Principal do Futebol Paulista.


 
          No dia 19/02/1930, em Assembleia Geral Extraordinária, a diretoria do clube da Mooca resolveu mudar o nome da agremiação. Saía de cena o romântico Cotonifício Rodolfo Crespi F.C. e surgia o Clube Atlético Juventus. O nome Juventus é uma homenagem à Juventus de Turim na Itália. A ideia partiu do cofundador da equipe, o benemérito empresário Italiano Conde Rodolfo Crespi, que era originário da cidade de Busto Arsizio (Província de Varese), e que acabara de regressar de viagem ao seu país de origem, onde (de passagem pela região do Piemonte) assistiu a uma partida da Juventus de Turim, com a qual se entusiasmou, levando-o a sugerir que a agremiação da Mooca passasse a se chamar Clube Atlético Juventus.

A familia Crespi ficou quase trinta anos na diretoria do Clube , mas em 1950 se afasta.

Cotonifício e a Revolução de 1934:

Em 22 de julho de 1924, durante a revolução, conhecida como Revolta Paulista, que pretendia destituir o Presidente Artur Bernardes, o prédio do cotonifício foi atingido por um violento bombardeio aéreo das forças

legalistas federais, sendo praticamente destruído. Foi algo que marcou a cidade na época, pois este foi o maior conflito bélico já ocorrido na cidade de São Paulo.

Reconstruída, a empresa seguiu em frente até meados de 1950.

          A empresa passou por longos períodos de grande prosperidade e só começou a enfrentar dificuldades na década de 1950, devido a seus equipamentos terem ficado obsoletos. Fechou em 1963.

          O imenso prédio ficou vazio, abandonado e sofrendo a deterioração do tempo de 1963 até 2003, quando uma rede de hipermercados alugou o edifício central e outros anexos do Cotonifício Crespi. Inicialmente a notícia foi bem recebida pelos moradores da Mooca, até que dessem conta do fato de que o projeto de "restauro" previa a própria demolição do prédio. Apenas a fachada do histórico prédio foi preservada .

          Sua demolição total – iniciada em 2004 – só não ocorreu por ter sido impedida por moradores e pela Associação  dos Moradores e Amigos da Mooca - Amo a Mooca.

          A pedido do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) da prefeitura de São Paulo, "o Ministério Público interditou a demolição e passou a mediar um processo de negociação entre o DPH, o Grupo Pão de Açúcar, o empresário Fernando Crespi e a associação.

Hoje, o Cotonifício abriga uma rede de supermercados no local (Assaí). Mas, o imóvel é tombado.

 Rodolfo Enrico Crespi nasceu em 1874, em Busto Arsizio, na Itália. Era filho de Pia Travelli e Cristoforo Benigno Crespi, um industrial da área têxtil, que descendia de uma tradicional família italiana, remanescente do Império Romano.

Incentivado por Enrico Dell’Acqua, proprietário da empresa em que trabalhava, emigrou em 1893 para o Brasil. Logo que chegou, instalou uma pequena tecelagem no bairro da Mooca.

Em 1898, inaugurou o Cotonifício Rodolfo Crespi, em um enorme prédio de três andares, localizado na esquina da Rua dos Trilhos com a Rua Taquari, com fundos para a Rua Visconde de Laguna.

A empresa foi o primeiro estabelecimento brasileiro de fiação industrial de algodão em grande escala.

Em 1902, o Sr. Giuseppe Crespi, irmão de Rodolfo, veio para São Paulo para ajudar na gerência da companhia. Foi nomeado secretário da empresa. 

Durante todos esses anos, Rodolfo Crespi atuou em diversas áreas sociais e empresariais.  Como empresário, fundou a Banca Italiana di San Paolo, que se tornaria a Banca Francese e Italiana per l’America del Sud, predecessora do Banco Sudameris.

Lançou o jornal “Il Piccolo”, em língua italiana, que mantinha uma linha editorial favorável ao regime fascista de Benito Mussolini e era lido por milhares de imigrantes. Foi também Presidente do Circolo Italiano.

Na área social foi responsável pela criação do Colégio Dante Alighieri, que levantou com recursos próprios e doações do governo italiano.

Junto com os operários do Cotonifício, fundou o Clube Atlético Juventus, tendo batizado com seu nome o estádio de futebol.

Durante sua trajetória, Rodolfo Crespi recebeu duas honrarias do governo italiano. Em 1907, o título de Cavaliere del Lavoro (Cavalheiro do Trabalho) e o título de Conde, dado em 1928, pelo Rei Vítor Emanuel III da Itália.

Casou-se com Marina Regoli Crespi com quem teve quatro filhos: Renata, Adriana, Dino e Raul, todos condes e condessa. 

Faleceu em São Paulo no dia 27 de janeiro de 1939 aos 64 anos.

(Fonte: JM - Jornal da Mooca - 03.05.2019)

7 de jul. de 2024

Porcão Churrascaria

          A Porcão Churrascaria foi criada em 1975, no Rio de Janeiro.
          A mais famosa rede de rodízio de carnes carioca fechou a última loja em 2016, após 41 anos de funcionamento. Famosa pelos cortes nobres e pelo farto buffet, chegou a ter sete restaurantes no Rio, além de filiais em outros estados do país e até mesmo no exterior. Suas mesas eram sempre frequentadas por famosos, desde jogadores de futebol e artistas à alta cúpula da política nacional.
          ERm meados de 2024, quase uma década depois da decretação da falência da churrascaria Porcão, ícone da culinária carioca, fundos de pensão do setor público que investiram na rede fazem uma “caçada” para recuperar ativos capazes de compensar pelo menos um pedaço de um patrimônio bilionário deixado em aberto com a derrocada da companhia. Por trás da corrida estão principalmente o fundo dos servidores de Tocantins e do Serpros, a estatal federal de dados. As duas entidades injetaram, juntas, ao menos R$ 700 milhões no grupo, nos anos de 2010.
          Em nota enviada ao Estadão/Broadcast, a K2 consultoria, nomeada para a função de administrador judicial, diz que tem se dedicado “incansavelmente” para identificar todos os ativos e que a falência é “complexa e extensa”. O trabalho de recuperação dos investimentos, segundo mostram documentos aos quais o Estadão/Broadcast teve acesso, levantou suspeitas sobre transações feitas durante o período de dificuldades da rede, gerou questionamentos em relação à postura do administrador judicial e disputas sobre ativos identificados em nome das seis empresas que hoje compõem a massa falida, como um avião de três lugares encontrado no interior de São Paulo e não listado inicialmente no rol de bens disponíveis.
          Os recursos direcionados para a expansão dos restaurantes nos anos 2010 foram aportados via fundos e pela compra de papéis da empresa. Após algumas movimentações societárias, o Fundo de Investimento em Participações (FIP) FP2 passou a ter o controle do grupo. No auge, seu patrimônio chegou a R$ 1,4 bilhão. Entre os investidores estavam mais de 20 fundos de pensão de servidores públicos, entre os quais o do Estado de Tocantins e o Serpros.
          Já em dificuldades, o Porcão anunciou, em 2014, a fusão com a churrascaria Vento Haragano, do empresário Lucas Zanchetta. A empresa combinada estimava ter quase 30 restaurantes e faturar R$ 800 milhões. Mas os planos não se confirmaram e, em 2017, a Justiça decretou a falência do grupo. O ato marcava a derrocada da rede de restaurantes que se espalhou pelo país e no exterior a partir do status conquistado na capital fluminense. Ficou famosa como ponto de encontro de políticos e celebridades, com especial apreço por parte de jogadores de futebol. Foi palco de cliques de Neymar por fotógrafos de celebridades e chegou a entrar em campo com um patrocínio numa faixa usada na cabeça pelo ponta Renato Gaúcho, hoje técnico do Grêmio. O grupo carioca fundado pela família Mocellin chegou a ter unidades nos Estados Unidos e recebeu até investimentos do banco Merril Linch. A família e o banco, porém, deixaram o negócio.
          Os fundos de pensão tentam há anos recuperar parte do dinheiro investido. A principal forma de fazer isso seria por meio de duas plantas frigoríficas herdadas do negócio falido, uma delas em operação e arrendada para a Marfrig, além da liquidação de outros ativos encontrados. Na corrida para levantar os bens, os advogados descobriram um avião modelo SR22, da Cirrus Design, que não havia sido arrolado entre os ativos no processo de falência. Os fundos também questionam as vendas de três imóveis e da marca Porcão, por R$ 390 mil, em leilões realizados em 2023. Os recursos, somados a depósitos antigos encontrados em nome de uma das empresas incluídas no processo, seriam suficientes para pagar as dívidas e encerrar a falência, alegam os fundos. A lista de credores apresentada em 2021 soma R$ 75 milhões em débitos, embora o valor citado pela própria empresa na mesma época indicasse um total de R$ 253 milhões em aberto na falência.
          Um dos questionamentos dos advogados é justamente para que o administrador apresente uma lista atualizada dos credores e o andamento da realização de ativos. “Não é possível aos credores, terceiros interessados, massa falida e o Juízo Falimentar do RJ estimar o valor do ativo arrecadado pelo administrador judicial, uma vez que não foi apresentado o plano de realização dos ativos”, afirma a petição apresentada pelo Maia Britto Advogados, escritório que representa o FP2.
          Em nota enviada ao Estadão/Broadcast, a K2 consultoria, nomeada para a função de administrador judicial, nega que os recursos arrecadados sejam suficientes para quitar o passivo da falência. A empresa estima que a dívida total alcance cerca de R$ 900 milhões (R$ 300 milhões de passivo trabalhista, R$ 500 milhões fiscais e R$ 100 milhões herdadas de uma empresa antiga da Brazal). A K2 afirma que, desde a sua nomeação, tem se dedicado “incansavelmente” ao processo falimentar, para identificar todos os ativos e na consolidação do passivo. Afirma ainda que os pleitos do FP2 serão apreciados na Justiça, sem responder especificamente sobre o plano de realização de ativos. A K2 afirma ainda que a falência é “complexa e extensa, um grupo econômico formado por diversas empresas, com aproximadamente 3 mil credores trabalhistas” e prossegue afirmando que o quadro geral de credores “é vivo e atualizado diariamente, conforme as decisões".
(Fonte: msn - 28.09.2018 (desafio Mundial) / Estadão - 07.07.2024 - Partes)

Porc_o_Churrascaria_10-11.0.0-22090-88749.jpg

5 de jul. de 2024

Biogénesis Bagó

          A empresa argentina Biogénesis Bagó possui fábricas na Argentina e em países estratégicos como Arábia Saudita, China e Coreia do Sul.
          A Biogénesis Bagó inaugurou em 4 de julho de 2024 sua primeira fábrica no Brasil após investimento de mais de R$ 100 milhões. A fábrica, localizada em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, posicionará o grupo, que registrou faturamento de US$ 250 milhões em 2023, como o maior fabricante de vacinas veterinárias da América Latina e uma das 10 maiores empresas do setor de saúde animal no mundo. A partir de 2026, a nova instalação produzirá mais de 10 milhões de injeções de vacinas de vírus vivos atenuados anualmente, concentrando-se inicialmente em vacinas trivalentes felinas e vacinas quíntuplas/sêxtuplas caninas com e sem leptospira. Essa produção, voltada para animais de companhia, representa 25% do mercado pet da América Latina.
          A nova fábrica também fabricará três vacinas para animais de produção, voltadas especificamente para bovinos, além de outras soluções biotecnológicas.
          A instalação contará com um centro tecnológico para produção, pesquisa e desenvolvimento de produtos, gerando 300 empregos diretos e indiretos. A produção será comercializada no Brasil, Argentina, Colômbia, México e Leste Asiático. Esta é a primeira planta industrial da Biogénesis Bagó em grande escala no Brasil para produzir e exportar biotecnologia. Na Argentina, a empresa produz vacinas com vírus inativados.
          Atualmente (meados de 2024), as vacinas para animais de companhia representam 10% do portfólio da empresa. A expectativa é que essa participação aumente para entre 25% e 30% nos próximos cinco anos, acompanhando a tendência de crescimento desse nicho, segundo Sebastian Peretta, diretor de negócios globais da Biogénesis Bagó.
          A empresa, que inclui em seu portfólio uma vacina contra febre aftosa, já vendeu mais de 400 milhões de doses no Brasil por meio do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa, disse Marcelo Bulman, CEO da Biogénesis Bagó no Brasil.
(Fonte: jornal Valor - 05.07.2024)

3 de jul. de 2024

Gradiente Solar

          A Gradiente, empresa da família Staub, lança, em meados de 2024, um novo empreendimento, denominado Gradiente Solar.
          Eugênio Staub, CEO da Gradiente, destacou que a empresa concluiu em 2023 sua recuperação judicial, que estava em curso desde 2018. A Gradiente também fez oferta pública para cancelamento de registro de suas ações e está envolvida em uma disputa judicial com a Apple sobre o uso de marca iPhone no Brasil, atualmente sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, a empresa planeja voltar ao mercado com foco na prestação de serviços.
          O objetivo da Gradiente Solar é se tornar um integrador de sistemas para geração de energia, com foco nos mercados residencial e de pequenos negócios.
          A empresa procura capitalizar num mercado com baixos padrões profissionais na instalação de equipamentos, oferecendo serviços pós-venda aos clientes.
          “É um novo começo para nós e decidimos reiniciar as atividades no setor solar porque é muito promissor”, disse Staub. “Vamos nos concentrar em instalações em telhados para residências e pequenos negócios, pois esse mercado precisa de mais profissionalismo e organização.”
          Está investindo R$ 50 milhões para entrar no setor de energia solar por meio de geração distribuída. O investimento será feito com capital próprio do grupo ao longo de 2024. Inicialmente, a empresa atuará no Estado de São Paulo, nas áreas de concessão da CPFL e da Enel, e depois expandirá para outras regiões.
          A energia solar é a fonte que mais cresce no Brasil, impulsionada por sistemas de geração distribuída em telhados, fachadas e pequenos terrenos. O Brasil possui mais de 30 GW de capacidade instalada distribuída em 3,9 milhões de unidades consumidoras. Cada unidade consumidora representa um domicílio, estabelecimento comercial ou imóvel.
          Esta mudança para a energia solar é em grande parte impulsionada pelos consumidores que trocam as suas contas de eletricidade por pagamentos de financiamento, atraindo normalmente clientes da classe média com faturas de eletricidade superiores a R$ 300 por mês. A urgência foi amplificada pela promulgação, em 2022, do quadro jurídico para a autogeração de energia, que criou um sentimento de urgência para garantir a isenção da taxa de utilização da rede de distribuição. Esses subsídios estatais estão embutidos na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), financiada por outros consumidores através de tarifas.
          A Gradiente está em negociações com duas fabricantes chinesas para fornecer os equipamentos, visando lucrar com as revendas. Marcelo Ribeiro, CEO da Gradiente Solar, afirmou que o objetivo é oferecer uma gama completa de produtos e serviços, incluindo seguro contra acidentes, elaboração de projetos, seleção de equipamentos, instalação, certificação, monitoramento e manutenção, tudo apoiado por uma marca reconhecida .
          “Vemos grandes players investindo em parques solares em grande escala e, geralmente, pequenos consumidores participam indiretamente da transição energética. Com a marca Gradiente, que ressoa entre os brasileiros, vimos uma oportunidade de entrar nesse mercado”, disse Ribeiro. “Nosso foco é na 
microgeração, priorizando as residências”, acrescentou.
(Fonte: jornal Valor - 03.07.2024)

2 de jul. de 2024

Azzas 2154

          Azzas 2154 é a empresa formada a partir da fusão da Arezzo e Soma anunciada em fevereiro de 2024.
          A nova multinacional brasileira de moda arranca com faturamento de cerca de R$ 12 bilhões e portfólio de 34 marcas. Opera 2 mil lojas, 1,5 mil franquias e está presente em 22 mil pontos de venda multimarcas. Esse universo é dividido em quatro unidades operacionais: calçados e acessórios (incluindo Arezzo, Schutz e Vans), vestuário lifestyle feminino (incluindo Farm, Animale, Maria Filó, NV), vestuário masculino (incluindo Reserva, Oficina e Foxton) e vestuário democrático (incluindo Hering, Hering Kids, Hering Intimates e Dzarm).
          A empresa deverá propor um conselho de administração de destaque em assembleia de acionistas no final de julho de 2024. A companhia combinou executivos dos conselhos individuais da Arezzo e Soma e adicionou quatro novos membros: Guilherme Benchimol da XP Investimentos, Pedro Parente, presidente da EB Capital e futuro presidente da Azzas, Anna Chaia, ex-presidente da L' Occitane e Samsonite no Brasil e hoje mentora da Endeavor, e Sylvia Leão, que atuou como vice-presidente de recursos humanos em varejistas como Carrefour e Grupo Pão de Açúcar.
          Além dos fundadores de cada empresa, Alexandre Birman e Roberto Jatahy, o conselho também incluirá Edison Ticle, CFO da Minerva, e Ruy Kameyama, ex-CEO da BR Malls do conselho da Soma, além de José Ernesto Bologna, fundador da Ethos Sharewoods Desenvolvimento Humano da Arezzo. Azzas propõe um total de nove conselheiros.
          Segundo Jatahy, CEO da Soma, a união desse grupo garantirá o crescimento sustentável do negócio. “Reunimos algumas das principais figuras do mercado financeiro e da indústria da moda para garantir que a nossa nova empresa tome sempre as melhores decisões e continue a crescer de forma saudável. Uma equipe de alto nível será crucial para continuarmos com um bom desempenho”, acrescentou Jatahy.
          Criadores das marcas que compõem a Azzas e fizeram parte da gestão anterior, como Rony Meisler da Reserva, Fabio Hering da marca Hering, e Marcello Bastos, cofundador da Farm e Fábula, não participarão mais do conselho.
          A empresa definiu a liderança dos seus principais comitês. Edison Ticle coordenará o Comitê de Riscos, Auditoria e Finanças; Ernesto Bologna chefiará o Comitê de Pessoas, ESG e Remuneração; e o Ruy Kameyama liderará o Comitê de Integração e Estratégia.
          Com a conclusão da incorporação da Soma pela Arezzo, a Azzas estreou na B3 em 1º de agosto de 2024. ARZZ3 e SOMA3 deixam de ser negociados dando lugar a AZZA3.  A ação fechou em alta de 3,57%, precificada a R$ 50,39, com valor de mercado atingindo R$ 10,4 bilhões.
          A empresa se autodenomina como o maior grupo de moda da América Latina, com as seguintes marcas: Alexandre Birman, Alme, Anacapri, Animale, Arezzo, Baw, Brizza, Carol Bassi, Cris Barros, Dzarm, Fábula, Farm, Foxton, Hering, Maria Filó, NV, Oficina, Off Premium, Paris Texas, Reserva, Reserva Ink, Reserva Mini, Reversa, Schutz, Simples, Troc, Vans, Vicenza e ZZ Mall.
(Fonte; Valor - 02.07.2024 / Estadão - 01.08.2024 (em anúncio comercial)

28 de jun. de 2024

Azevedo & Travassos

          A Azevedo & Travassos anunciou recentemente a aquisição da totalidade das ações da Phoenix Óleo e Gás, visando a produção em campos jovens e terceirizando a produção em áreas maduras de propriedade de “óleos juniores” – empresas de petróleo e gás em estágios iniciais de desenvolvimento 
ou exploração.
          Em junho de 2024 a Azevedo & Travassos e a petroleira americana Petro-Victory firmaram parceria para estudar e explorar petróleo no campo de Andorinha e no bloco POT-281, ambos localizados na Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte. As duas empresas pretendem unir forças para realizar estudos sísmicos e geológicos avançados, começar a produzir barris de petróleo para avaliar os campos e depois submeter um plano de desenvolvimento de ativos à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
          A parceria é uma negociação conhecida na indústria de petróleo e gás como farm-in e farm-out, ou acordos que envolvem a transferência de participação em concessões ou acordos de exploração e produção de petróleo e gás entre empresas. A Petro-Victory detém direito de exploração concedido pela ANP. Porém, ao final do processo, a Azevedo & Travassos terá a opção de adquirir parcial ou totalmente os campos, seguindo seu plano de crescimento inorgânico para 2024. Na parceria com a Petro-Victory, tanto Andorinha como POT-281 possuem reservas certificadas. 
          Gabriel Freire, presidente da Azevedo & Travassos, disse que o acordo pode ajudar a empresa a atingir a meta de cerca de 1.000 barris por dia até o final de 2024 e a expandir os campos exploratórios. Porém, ele não sabe quantos barris os campos podem produzir.
          Com a nova parceria, as empresas pretendem ampliar suas reservas combinadas. O campo de Andorinha foi descoberto pela Petrobras e Galp e conta com infraestrutura pronta. POT-281 está em um estágio anterior.
          Ivan de Carvalho Júnior, da Azevedo & Travassos acrescentou que a empresa tem orçamento inicial para contratar equipamentos para iniciar a operação dos poços. Segundo o executivo, análises sísmicas e geológicas já indicam que os campos têm potencial para aumentar a produção. Além disso, a 
empresa perfurou poços na década de 1990 e conhece a área.
          “A ideia é unir esforços técnicos e financeiros para aproveitar essa oportunidade que surge e ganhar tempo. Posteriormente, a parte efetiva da participação na concessão será submetida à ANP”, disse Carvalho.
          A abordagem das empresas insere-se no processo de consolidação do mercado de petrolíferas independentes. Como o setor de petróleo e gás exige reposição constante de reservas e a nova gestão da Petrobras interrompeu o desinvestimento de ativos, as empresas começaram a estudar fusões, aquisições e parcerias.
(Fonte: jornal Valor - 25.06.2024)

27 de jun. de 2024

Petro-Victory

          A petroleira Petro-Victory, com sede no Texas, foi fundada por Richard Gonzalez, que ocupa a função de CEO da empresa. A Petro-Victory aportou no Brasil em 2016, possui 41 blocos, sendo 40 na bacia Potiguar e um no Maranhão. A empresa possui quatro blocos sob concessão de produção e seis com reservas certificadas.
          Em junho de 2024 a Petro-Victory e a também petrolífera e brasileira Azevedo & Travassos firmaram parceria para estudar e explorar petróleo no campo de Andorinha e no bloco POT-281, ambos localizados na Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte.
          As duas empresas pretendem unir forças para realizar estudos sísmicos e geológicos avançados, começar a produzir barris de petróleo para avaliar os campos e depois submeter um plano de desenvolvimento de ativos à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
          A parceria é uma negociação conhecida na indústria de petróleo e gás como farm-in e farm-out, ou acordos que envolvem a transferência de participação em concessões ou acordos de exploração e produção de petróleo e gás entre empresas. A Petro-Victory detém direito de exploração concedido pela ANP. Porém, ao final do processo, a Azevedo & Travassos terá a opção de adquirir parcial ou totalmente os campos, seguindo seu plano de crescimento inorgânico para 2024.
          Na parceria com a Azevedo & Travassos, tanto Andorinha como POT-281 possuem reservas certificadas. O próximo passo é começar a perfurar e produzir petróleo. Com a nova parceria, as empresas pretendem ampliar suas reservas combinadas. O campo de Andorinha foi descoberto pela Petrobras e Galp e conta com infraestrutura pronta. POT-281 está em um estágio anterior.

“Desde que a Azevedo & Travassos voltou a buscar oportunidades de investimento na indústria de petróleo e gás, a Petro-Victory se destacou. Não é uma empresa com áreas maduras; em vez disso, seu portfólio é composto por campos exploratórios”, disse Gabriel Freire, presidente da Azevedo & Travassos.
          Com a nova parceria, as empresas pretendem ampliar suas reservas combinadas. O campo de Andorinha foi descoberto pela Petrobras e Galp e conta com infraestrutura pronta. POT-281 está em um estágio anterior.
          Como parte do plano de crescimento da Petro-Victory, a empresa tem se concentrado na exploração de hidrocarbonetos em campos terrestres na Bacia Potiguar e em blocos que estão em fase inicial de produção, em vez de entrar em ativos maduros como fizeram outras petrolíferas juniores. Essas empresas adotaram o modelo de revitalização de áreas que pertenciam à Petrobras.
          “Temos um comitê operacional e as decisões serão tomadas em conjunto. Estamos no Brasil há oito anos e, para atuar nessas áreas, foi fundamental ter um parceiro com experiência na bacia Potiguar”, disse Gonzalez.
          A abordagem das empresas insere-se no processo de consolidação do mercado de petrolíferas independentes. Como o setor de petróleo e gás exige reposição constante de reservas e a nova gestão da Petrobras interrompeu o desinvestimento de ativos, as empresas começaram a estudar fusões, aquisições e parcerias.
(Fonte: jornal Valor - 25.06.2024)

25 de jun. de 2024

GUD Energia

          A empresa de telecomunicações Vivo e a empresa de energia elétrica Auren Energia anunciaram, em dezembro de 2023, que tomaram a decisão de criar a joint-venture denominada GUD Energia, de olho na progressão da abertura do mercado livre de energia.
          Em 19 de junho de 2024, Vivo e Auren Energia anunciaram o início da operação da GUD Energia, uma joint-venture criada para capturar as oportunidades geradas pela abertura do mercado livre de energia.
          O foco da GUD Energia será a comercialização de soluções customizadas em energia renovável em todo o Brasil para simplificar a forma de contratar energia. A empresa chega a oferecer até 30% de desconto na conta de energia.
          “Nossa estratégia inicial é endereçar o segmento de clientes que estão no grupo A de tensão, como comércios, serviços e indústrias, mas vamos nos preparar para, no futuro, atuar no segmento de baixa tensão e residencial em um cenário de abertura total do mercado de eletricidade brasileiro”, afirma Fabio Balladi, diretor-geral da GUD Energia.
          “A GUD Energia nasce grande, fruto da união de duas empresas que são referência em seus mercados. Com esse DNA, temos a ambição de liderar o mercado em nosso segmento de atuação”.
          Segundo estudo feito pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), de janeiro a meados de junho de 2024, mais de 72 mil novos consumidores, entre fábricas, escritórios e estabelecimentos comerciais, passaram a poder integrar o Mercado Livre de Energia.
          Segundo as companhias, a GUD Energia reúne a experiência de duas das maiores marcas em seus segmentos: a Auren, líder em comercialização de energia no Brasil e referência em geração de energia renovável, e a Vivo, uma das líderes do mercado brasileiro de telecomunicações.
(Fonte: Canal Solar - 21.06.2024)

23 de jun. de 2024

Leo Madeiras

          A empresa brasileira  Leo Madeiras, fornecedora de painéis de madeira e produtos de carpintaria, foi fundada em 1943.
          A empresa pertence à família Seibel, uma das mais ricas do Brasil, e é dirigida desde 2013 por Andrea Seibel, que assumiu a liderança deixada pelo tio, Hélio, após uma tentativa de profissionalização da gestão, que não deu certo. “Ele é nosso grande empresário”, disse ela. “Foi ele quem, ao longo de 40 anos, levou a Leo do ramo de fornecimento de madeira para o mercado de carpintaria.”
          Além da Leo Madeiras, family office, e dos investimentos em private equity, a família Seibel divide com a Itaúsa o controle da Dexco, fabricante de painéis de madeira e materiais de construção antes conhecida como Duratex, listada em bolsa. A família detém 20,4% das ações, enquanto a Itaúsa detém 40,8%.
          Com cerca de 20% de participação no mercado de distribuição de madeira no país, chegando a 25% na cidade de São Paulo, a Leo compra material da Dexco e de outros produtores, segundo Seibel. Arauco, Guararapes e Eucatex estão entre seus maiores fornecedores. “É uma negociação intensa, pois se trata de uma semi-commodity”, disse ela.
          A família também foi sócia do grupo francês Adeo, dono da Leroy Merlin, e participou do surgimento da rede home-center no Brasil, em 1997. A família Seibel manteve participação no negócio durante 20 anos, mas vendeu a sua parte. Outra incursão no varejo de materiais para consumidores finais não é considerada, diz Seibel. Leo é uma empresa B2B (business-to-business).
          A experiência com Dexco e Leroy ajudou a executiva a compreender e comparar o funcionamento de empresas públicas e privadas. Para ela, o fato de a Leo ser uma empresa privada é uma vantagem, pois garante maior autonomia. Ainda assim, a empresa investe em governança. Tem um conselho de administração maioritariamente independente e é auditada.
          Além de fornecer madeira para a fabricação de móveis sob medida, a empresa conta com uma fintech para atender carpinteiros e uma escola de formação de carpintaria. Também investe em um modelo de produto diferente.
          A Sra. Seibel explica que a Leo Sob Medida foi criada como resultado de seu descontentamento com a incapacidade dos carpinteiros de economizar dinheiro. Ela diz que há um enorme desperdício de madeira em seu sistema tradicional de trabalho. Assim, a empresa passou a oferecer o serviço de fabricação de móveis, seguindo projetos elaborados por carpinteiros, que montavam o produto na casa do cliente. Os carpinteiros pagam a Leo para fabricar os móveis, sem precisar ter oficina ou equipamento nem contratar mão de obra adicional.
          Por enquanto, a Leo Sob Medida representa apenas uma pequena parte do negócio, mas Seibel acredita que ela será responsável por um terço da receita da empresa no futuro. “Mas não temos pressa”, ela enfatiza. A empresa possui um showroom na capital paulista e outro em Alphaville. Novas localidades serão inauguradas na zona leste de São Paulo e em Santos, no litoral do estado. Uma segunda fase de expansão deverá incluir o Rio de Janeiro.
          Por volta de 2004, a empresa não tinha certeza sobre a continuidade da profissão de carpintaria. “Se morrer, nós também morreríamos, por isso começamos a desenvolver serviços industriais”, disse o executivo.
          Porém, o medo não existe mais. Para Seibel, os móveis sob medida continuam sendo um desejo, e são ainda mais relevantes para os pequenos imóveis, grande parte dos lançamentos imobiliários atuais, pois permitem melhor aproveitamento do espaço.
          A marca conta atualmente com 130 lojas em todos os estados brasileiros. Destes, 30 são próprios e os demais são franquias. A empresa espera abrir mais 16 lojas, sendo 10 próprias.
          Em 2023, o faturamento das lojas próprias foi de R$ 1,5 bilhão e, para toda a rede, considerando também as franquias, de R$ 3,2 bilhões.
(Fonte: jornal Valor - 12.06.2024)