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17 de set. de 2020

Anhembi Morumbi

          A universidade paulista Anhembi Morumbi nasceu como uma pequena escola de turismo, em 1970. Foi criada pelo arquiteto de formação, Gabriel Rodrigues, nascido em 1933.
          Nos anos seguintes, cresceu modestamente. Até que, nos anos 1990, o número de alunos disparou. Considerando dados de final de 2005, tinha 25.000 alunos.
          Em 2003, Rodrigues contratou o banco Pátria que recebeu a missão de transformar a Anhembi Morumbi num negócio mais rentável. Foi criado um conselho de administração, os cursos com margens de lucros mais baixas foram suspensos e iniciou-se um processo de corte de custos. Com gestão financeira inteiramente enregue ao Pátria, a geração de caixa da Anhembi Morumbi dobrou em dois anos.
          Boa parte do sucesso se deve a um modelo de negócios recheado de inovações, introduzidas por Rodrigues. A principal foi ter percebido que havia um nicho não explorado no Brasil - o de profissões que, embora em ascensão no mercado, careciam de cursos de nível superior, como turismo ou moda. O faturamento da Anhembi Morumbi vinha de cursos de graduação pouco comuns - ecoturismo, quiropraxia, design de games e gastronomia, entre outros. Muitos deles têm curta duração, com apenas dois anos. Com mensalidades superiores a outros cursos no mercado e, graças à pouca oferta por parte da concorrência, a Anhembi não precisa entrar numa guerra de preços com outras instituições.
          Em dezembro de 2005, a Anhembi Morumbi teve seu controle adquirido pelo grupo americano Laureate. Pela primeira vez uma instituição estrangeira passou a mandar numa universidade no Brasil, um marco da entrada do capital internacional num setor da economia que tem aumentado exponencialmente de tamanho. A injeção de recursos de um grupo do porte do Laureate, com universidades espalhadas por 15 países, deve dar um novo fôlego a esse mercado.
          Em 13 de setembro de 2020, a Ser Educacional anunciou a aquisição da operação brasileira da Laureate, que no Brasil, além da Anhembi Morumbi, é dona de instituições de ensino como a FMU e outras, numa transação avaliada em R$ 4 bilhões. Com o negócio, a Ser mais do que dobra de tamanho, passando a ter 455 mil alunos e receita combinada de R$ 3,4 bilhões.
(Fonte: revista Exame - 18.01.2006 / jornal Valor -14.09.2020 )

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