Software livre, para quem não é do ramo, são programas de computador distribuídos com autorização para ser usados, copiados e modificados. Ao contrário do software proprietário, vendido num formato que permite aos computadores executá-lo, mas não possibilita aos programadores entendê-lo ou alterá-lo - e cuja licença de uso proíbe enfaticamente a cópia -, o software livre dá de ombros para a pirataria e aposta que tornar a informação acessível ao programador é a melhor forma de criar um ecossistema de aperfeiçoamento contínuo e de garantir longevidade dos programas.
O sucesso e a adoção progressiva do Linux por empresas de porte como Intel ou IBM foram vistos como prova do sucesso do modelo de negócios defendido pelos partidários do software livre: entregue o software de graça para vender máquinas ou serviços de manutenção e de assistência técnica.
A VA Linux era vista como um dos ícones desse mundo. A oferta pública inicial da empresa na Bolsa de Nova York no dia 9 de dezembro de 1999 foi o maior caso de valorização de ações em um único dia: os papeis abriram a 30 dólares e fecharam o dia a 239,25, crescimento de 698%. Com o estouro da bolha acionária americana, porém, o valor de mercado da VA Linux caiu dos 9,5 bilhões de dólares para baixo dos 100 milhões. A empresa demitiu 400 dos 575 funcionários.
E Augustin tomou a mais temerária de todas as decisões aos olhos de seus admiradores: resolveu abandonar a exclusividade do software livre e apostar na venda de alguns sistemas proprietários, a maioria ambientes de programação e desenvolvimento. De VA Linux, a empresa de Augustin foi rebatizada de VA Software.
(Fonte: revista Exame - 10.07.2002)
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