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30 de out. de 2011

Bar Léo

          Poucos points boêmios da capital paulista são tão famosos como o Bar Léo, inaugurado em 1940 na Rua Aurora, no centro, com seus chopes, decoração da Baviera e pratos da culinária alemã. Outra de suas inegáveis atrações foi o garçom Luiz de Oliveira, nascido em 1921, funcionário da casa desde 1962. Ou seja, ele passou mais da metade da vida no mesmo estabelecimento. Estima-se que, até hoje (meados de 2016), já tenha servido mais de meio milhão de canecas de chope. Suas bandejas já atenderam celebridades como o ex-presidente e ex-prefeito Jânio Quadros e o cantor Sílvio Caldas. Passou por lá também o ator John Herbert. Diferenças sutis a quase zero grau.
          O bar foi aberto por um alemão chamado Paulo e, como não tinha nem nome nem placa, ficou conhecido como Bar do Alemão. O Bar Léo ganhou esse nome na década de 1950 graças ao já falecido curitibano Leopoldo (Léo) Urban, criador também de outras duas choperias no centro — a Amigo Leal, aberta desde 1967 na Rua Amaral Gurgel e ainda em funcionamento, e em 1968 o Bar Barão, que fechou as portas em 2009.
          Em 1964, Urban vendeu o negócio a Hermes de Rosa, proprietário de uma mercearia das redondezas e cliente da casa. Nos tempos áureos, ele se orgulhava de servir 500 litros da bebida nas tardes de sábado. Seu chope foi eleito quatro vezes o melhor da cidade na edição “Comer & Beber” de Veja São Paulo, a última delas em 2003.
          Mas o famoso estabelecimento já deu suas manquitoladas. Parecia pegadinha antecipada de 1º de abril, Dia da Mentira. No sábado, 31 de março de 2012, os desavisados que foram até a esquina das ruas Aurora e dos Andradas, na região de Santa Ifigênia, não encontraram a festiva muvuca de bebedores na calçada, os garçons apressados, os bolinhos de bacalhau nem, menos ainda, o chope tirado com precisão. Grande instituição botequeira da cidade, o então setentão Bar Léo havia sido fechado no dia anterior por dar um golpe bem baixo na sua fidelíssima freguesia. Com base na denúncia de um cliente, descobriu-se que a casa estava vendendo chope da Ashby (fabricado em Amparo, no interior do estado) como se fosse Brahma, que custava ali (então) inflacionados 6 reais.             Devido a problemas também na cozinha, o estabelecimento foi interditado e só voltou a funcionar depois de cumprir as normas da Vigilância Sanitária. Ao contrário do que ocorre na maior parte dos casos de falsificação, os envolvidos não tentaram desmentir as evidências. Espécie de lenda viva do Léo (trabalha lá desde o início da década de 1960), o garçom Luiz de Oliveira, então com 90 anos, contou que o esquema rolava fazia cerca de dois meses. “Sempre fui contra”, afirma ele. A Ashby, que não tem nada a ver com o problema da enganação, confirma o fornecimento do seu produto para lá.
          Hermes da Rosa comandou o lugar até morrer, em janeiro de 2003. A viúva, Célia, não era do ramo. Foi aí que entrou em cena sua irmã, Madir Milan, e assumiu o bar. Por ocasião do incidente, nove anos depois, prometeu “levantar o nome do Léo e colocá-lo nos eixos”, declarando: “Será minha última ação pelo bar.” Responsável pela administração do estabelecimento, a empresária Madir Milan, então com 77 anos, admitiu a venda de gato por lebre. Segundo ela, brigas familiares nos últimos anos fizeram o bar acumular dívidas de 400.000 reais, entre encargos trabalhistas, impostos atrasados e empréstimos bancários. “Faltou dinheiro para comprar chope à vista e acabamos apelando para uma opção mais barata”, confessou.
          Foram cinco meses de portas baixadas até o grupo Fábrica de Bares, o mesmo do Bar Brahma, assumir o negócio. O constrangedor episódio é uma mancha cada vez mais distante na história do boteco.
          Números e fatos fizeram a fama do estabelecimento. Foi eleito quatro vezes o melhor chope da cidade na edição “Comer & Beber” da revista Veja São Paulo, em 1997, 2000, 2001 e 2003. Em seu auge, servia, em média, 1.000 chopes por dia - Numa tarde de sábado de calor, vendia 100 litros de chope por hora.
          No início de 2017, o Bar Léo tem uma perda muito sensível: o garçom Luizinho (Luiz de Oliveira), que deu expediente ali por mais de cinco décadas, morreu aos 95 anos.
          Também nos primeiros meses de 2017, a casa abre sua primeira filial, na Zona Norte da cidade de São Paulo, na Avenida Braz Leme, 1020, Casa Verde. Não dá para bebericar na calçada, como se faz na unidade do centro. O novo boteco fica dentro de um recém-erguido prédio comercial moderno. Com azulejos nas paredes, prateleiras de madeira escura, vitrais coloridos e canecas doadas pelos clientes, a decoração é semelhante à da casa-mãe e ajuda a quebrar o gelo da localização.
          Para dar consistência ao atendimento, o sócio da casa do centro, Sergio Lima, foi escalado para tocar as operações da recente empreitada. Copeiro há mais de 30 anos, Fernando Lopes é outro que vai passar uma temporada na filial.
          O cardápio repete as pedidas certeiras do centro, entre elas o bem temperado bolinho de carne, os canapés de copa e pasta de gorgonzola e o bolinho de bacalhau - disponível às quartas e aos sábados. O chope Brahma faz jus à boa fama e chega no ponto, com colarinho espesso.
(Fonte: site O Lugarzinho - 28.04.2011 / revista Veja São Paulo - 06.04.2012 / 14.09.2016 / 17.05.2017 e 26.07.2017)








27 de fev. de 2023

Cervejaria Continental

          A nova Cervejaria Continental foi erguida no mesmo espaço que antes abrigou o Ópera Room, na 
Rua Pinheiros 1275, em São Paulo.
          A cervejaria é uma perfeita réplica de antigas fábricas de cerveja e foi construída a partir de fotos do início do século XX.
          Sua decoração inclui barris, ferragens e iluminação fabris e fachadas de tijolos aparentes. O chope é 
tirado de torneiras belgas. No segundo andar há uma pista de dança, com clipes passando no telão.
          Em fins de setembro de 1996, a Cervejaria Continental e a Brahma inauguraram uma cervejaria artesanal em Blumenau, Santa Catarina, com provisão para inauguração de filial em São Paulo em março de 1997. Essa parceria colocou a Brahma num nicho de mercado até então pouco explorado no Brasil: o 
de marcas artesanais de cerveja.
(Fonte: revista Exame - 22.07.1992 / 25.09.1996 - partes)

31 de out. de 2011

3G Capital

          Os três sócios Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira fazem negócios juntos desde os tempos do banco Garantia e Lojas Americanas. Depois compraram a Brahma, formaram a AmBev, ao comprar a Antárctica, que se transformou em Inbev, ao se juntarem à belga Interbrew. Pouco tempo depois compraram a americana Anhauser Bush, formando a AB Inbev.
          O 3G Capital foi fundado em 2004 com base em uma estrutura de investimentos já existente em Nova York desde meados de 1990 e possui escritórios em Nova York e Rio de Janeiro.
          Em outubro de 2010, o grupo comprou a empresa de fast food americana Burger King e, em 2014, com a participação da Berkshire Hathaway, do bilionário americano Warren Buffett, adquiriu a canadense Tim Hortons que, juntas, formam a Restaurant Brands. Em junho de 2013 já haviam comprado mais um ícone da indústria de alimentos americana, a H.J.Heinz. Em 25 de março de 2015, divulgam a compra, através da Heinz, da indústria de alimentos também americana Kraft Foods, formando a Kraft Heinz. As aquisições da Heinz e Kraft tiveram também participação da Berkshire Hathaway.
          Em 21 de fevereiro de 2017, a Restaurant Brands International (RBI), dona do Burger King e controlada pela brasileira 3G Capital, empresa de private equity, anunciou a aquisição da Popeyes (vide origem da marca Popeyes neste blog) por US$ 1,8 bilhão. Com isso, o portfólio da empresa ganha um restaurante especializado em frango frito, para juntar aos hambúrgueres do Burger King e aos donuts da rede de cafeterias Tim Hortons.
          Em junho de 2018, o 3G Capital recebe, como sócio, um velho conhecido do trio de fundadores. Trata-se de João Castro Neves, ex-presidente da cervejaria AB Inbev nos Estados Unidos. Neves deixou a presidência das operações americanas da AB Inbev, dona da Ambev, em 2017, depois de comandar a divisão por dois anos. Ele ingressou na Ambev (então ainda Brahma) em 1996.
          O valor de mercado, das empresas sob gestão direta ou indireta dos três sócios, em março de 2015, alcançava US$ 260 bilhões.
       Segundo reportagem publicada pelo veículo de notícias financeiras CNBC, a influência da 3G na Kraft Heinz foi diminuindo ano a ano, com redução do número de assentos no conselho de administração de três, no melhor momento, para nenhum, em julho de 2022. A 3G Capital vendeu toda a participação de 16,1% que tinha na norte-americana Kraft Heinz no último trimestre de 2023, Segundo a CNBC, o Berkshire Hathaway, de Buffett, segue como maior acionista da companhia, com participação de 26,8%.
(Fonte: jornal Folha de S.Paulo online - 25.03.2015 / jornal Valor online - 26.03.2015 / 22.02.2017 / jornal O Globo - 26.06.2018 / InfoMoney - 10.04.2024 - partes)

15 de dez. de 2023

Cerveja Kronenbier

          Durante o ano de 1991 a Companhia Antarctica Paulista investiu cerca de 3 milhões de dólares no projeto de fabricação de uma cerveja sem álcool. Em novembro daquele ano foi lançada a cerveja "Kronenbier" (Kronen, em alemão, significa coroa, em português).
          Basicamente, a tecnologia de fabricação da cerveja  Kronenbier difere na fase de fermentação, realizada em baixas temperaturas, com a presença de levedura específica e sob condições controladas do seu metabolismo celular. É composta de extrato primitivo leve, tem cor clara, baixa fermentação, aroma e sabor típicos e amargor acentuado. Foi a primeira cerveja sem álcool do Brasil. Através do processo de fabricação a cerveja fica com um teor alcoólico menor do que 0,5% de álcool, sendo considerada sem álcool.
          Esse lançamento corroborava com o fato de no início da década de 1990 o consumo de cerveja sem álcool no Brasil ter começado a se popularizar. Naquele momento haviam apenas marcas importadas oferecendo tal produto.
          Lá pelos idos das décadas de 1960/1970, a Serramalte, pertencente à Antarctica, antes da união desta com a Brahma, formando a AmBev, lançou o rótulo Kronenbier-Serramalte, que tempos depois saiu do mercado.
          Em 2013 a AmBev lançou a Brahma Zero, a terceira cerveja sem álcool da empresa, ao lado da Liber (com teor alcoólico de 0,0%) e da Kronenbier.
          Em 2014 a Ambev foi condenada a pagar 1 milhão de reais a consumidores de Santa Catarina por vender a cerveja Kronenbier com o rótulo "sem-álcool" quando a cerveja continha 0,3g de álcool por cada 100g.
          Com a condenação da Ambev por vender a Kronenbier sem álcool (quando ela tinha quantidade residual de 0,3g de álcool por cada 100g), a AmBev acabou descontinuando sua produção.
(Fonte: Wikipédia)

Propaganda Antiga Cerveja Kronenbier - Cod.24/10/17-887 ...

6 de out. de 2011

Cerveja Serrana

          A AmBev anunciou, em 28 de setembro de 2004, o lançamento da cerveja Serrana, pilsen que se posicionou no mercado onde já estavam a Skol, Brahma, Nova Skin, Antarctica, Kaiser e Bavaria. De acordo com a companhia, a novidade seria comercializada apenas no auto-serviço e, portanto, na versão em lata. Fabricada na unidade de Jacareí (SP), a cerveja foi distribuída para a Grande São Paulo, Baixada Santista e região metropolitana de Campinas. O preço sugerido era de R$ 0,89 a R$ 0,92, valor que a posicionou entre a Antarctica e a Brahma, ambas marcas da AmBev.
          O nome da cerveja presta homenagem às serras do interior do Brasil, que inspirou a identidade visual e posicionamento de marca da cerveja.
          A fórmula foi resgatada do acervo da Companhia Antarctica Paulista e data do início do século XX. Tratava-se de um projeto piloto procurando atender à demanda por cervejas de sabor mais elaborado. A empresa avisou que não haveria campanha de marketing em massa para divulgar a novidade. Em vez disso, a aposta seria no ponto-de-venda, com materiais de apoio de venda e ações de degustação. O investimento realizado para desenvolver a nova cerveja não foi revelado. Segundo a AmBev, fez parte dos R$ 370 milhões destinados ao marketing de toda a companhia para aquele ano (2004).
          A companhia ressaltou que a ideia de lançar a cerveja nasceu de pesquisas realizadas com os consumidores, que apontaram um crescente público que volta a dar valor às coisas antigas. A Serrana, explicou a então gerente de inovações da AmBev, Lizandra Freitas, resgatou um sabor do passado, com caráter artesanal. "A Serrana surgiu do casamento do acervo da AmBev com a obsessão por pesquisas de mercado que temos para identificar novas tendências, movimento essencial para a área de inovações", comentou ela.
          A marca, porém, teve sua produção descontinuada e ficou durante muito tempo fora do mercado.
          Em 2018, a Serrana foi reintroduzida ao mercado com a finalidade de oferecer aos consumidores uma cerveja de qualidade a um preço acessível, sendo vendida a R$ 1,99. E chegou com DNA mineiro, com fabricação na Cervejaria Nova Minas da AmBev, em Sete Lagoas, Minas Gerais. De cor dourada e sabor leve e refrescante, característico das cervejas pilsen de qualidade, a cerveja Serrana é atualmente distribuída apenas no canal de auto-serviço (redes de supermercados e similares), e pode ser encontrada atualmente apenas na embalagem lata 473ml.
          Mesmo que a divulgação maior tenha sido de uma cerveja com sotaque mineiro, em lata de 473ml, é possível encontrar a cerveja Serrana em supermercados em Santa Catarina, em latas de 350ml. É produzida na unidade da Ambev em Lages, que fica na região serrana de Santa Catarina. Chegou aos supermercados a partir de setembro de 2018.
(Fonte: Agência Estado - Jornal O Estado de S.Paulo - 28.09.2004 / Portal Revista Visão - 10.09.2018 / Wikipédia - partes).

Cerveja Devassa

          Em 2007, a Devassa, uma pequena cervejaria artesanal carioca, foi comprada pela cervejaria Schincariol, com sede em Itu, interior de São Paulo.
          Não demorou muito para surgir a ideia de colocar a marca Devassa no mercado de massa, mas demorou um certo tempo para o andamento do projeto. A Schincariol era comandada pelo sócio Adriano Schincariol, nascido em 1976, que exercia o cargo de presidente da empresa.
          Um plano começou a ganhar corpo em setembro de 2009. Sua base era dividir a marca em duas. Uma era a Devassa original, uma cerveja sofisticada, cara e bem aceita no mercado carioca. A outra era a Devassa Bem Loura, concebida para concorrer com as líderes de mercado Brahma e Skol, ambas da Ambev.
          Manter a estratégia em sigilo era fundamental. A AmBev, por exemplo, tem profissionais dedicados a monitorar o mercado e descobrir possíveis novidades para que a empresa prepare contra-ataques. Para manter a Devassa Bem Loura em segredo, a Schincariol envolveu o menor número possível de pessoas em cada fase do projeto.
          Todos que tinham acesso às informações eram obrigados a assinar termos de confidencialidade com multas pesadas em caso de quebra de sigilo. Os 100 veículos que seriam utilizados para distribuição da nova cerveja foram guardados por 45 dias em um depósito em Paulínia, cidade do interior paulista localizada a cerca de 70 quilômetros da sede da cervejaria. Só dentro do depósito eles receberiam os adesivos Devassa. Os rótulos das garrafas foram impressos em gráficas no exterior para evitar o vazamento da informação.
          O contrato com Paris Hilton foi fechado em outubro (2009) e as gravações do comercial com ela ocorreram em Los Angeles. Com uma estratégia de marketing que deve ter consumido 100 milhões de reais no ano, a Schincariol pegou os concorrentes desprevenidos e lançou, durante o Carnaval de 2010, uma cerveja feita para incomodar a líder AmBev na região Sudeste, o principal mercado de consumo do país.
          Personificada pela dublê de apresentadora e festeira profissional Paris Hilton, a Devassa Bem Loura invadiu os sambódromos do Rio de Janeiro e de São Paulo e, pelo menos nessas praças e durante o período de folia nacional, conseguiu fazer mais barulho que a rival. Nem a contratação às pressas da popstar Madonna, pela Ambev, fez o tradicional camarote da Brahma atrair mais atenções do que o da Devassa com sua polêmica loira.
          Porém, mesmo com o lançamento da Devassa Bem Loura, a Schincariol não conseguiu ganhar participação de mercado e, no final de 2010, iniciou uma onda de demissões - de gerentes a vice-presidente. Com o lançamento, a empresa esperava ganhar 1,5% do mercado nacional em 2010, o que renderia 150 milhões de reais em vendas. Segundo a Euromonitor, a nova marca fechou o ano com uma fatia ao redor de 0,2%.
          Com a compra da Schincariol pela Kirin Holdings Company, em 2011, e criação da Brasil Kirin, a cerveja Devassa passa para o portfólio da cervejaria japonesa. Em 13 de fevereiro de 2017, a Heineken anuncia a compra da Brasil Kirin, e a cerveja Devassa passa a fazer parte do grande do leque de marcas da gigante holandesa.
(Fonte: revista Exame - 10.03.2010 / 15.12.2010 - partes)

J.Macêdo

          José Dias de Macêdo, nascido em 1920, empreendedor nordestino típico, começou a vida de empresário aos 19 anos, como representante comercial de alimentos e utensílios domésticos. O negócio cresceu, mas seu pulo-do-gato foi a importação de jipes Willys, um veículo robusto utilizado na Segunda Guerra. O modelo imediatamente se tornou um sucesso em Fortaleza e rendeu o primeiro milhão de dólares a Macêdo. E dali surgiu um dos maiores grupos nordestinos, com atuação em diversos setores.
          A J.Macêdo foi criada no início dos anos 1940, mas a entrada no setor de trigo deu-se na década de 1950. Depois de enfrentar certa dificuldade para comprar o primeiro moinho, a empresa floresceu. Irrequieto, realizado no mundo dos negócios, Macêdo tentou também a carreira política - o que acabou lhe rendendo o apelido de "Senador" que o acompanhou por toda a vida. Seu principal concorrente, a M.Dias Branco, tem seu quartel-general instalado a menos de 50 metros da sede da J.Macêdo em Fortaleza. 
          Desde a década de 1940, a J.Macêdo tenta expandir sua atuação - muitas vezes de forma pouco convencional. Além do trigo, que sempre foi a linha mestra do grupo -, investiu em áreas tão distintas quanto importação de veículos, lojas de eletrodomésticos, frigoríficos, cervejarias e tecelagem. No auge de sua diversificação, entre os anos 1970 e 1980, o grupo chegou a englobar quase 30 empresas diferentes ao mesmo tempo. E, com exceção da moagem de trigo, todas elas trilharam o mesmo caminho - depois de um curto período de exuberância, fracassaram e desapareceram.
          Em maio de  1993, já com o filho Amarílio Proença de Macêdo como principal executivo da J.Macêdo, o grupo assinou com a GP Investimentos, empresa cujos proprietários eram os acionistas majoritários do Banco Garantia, da Brahma e das Lojas Americanas, acordo prevendo sua participação mediante a aquisição de ações preferenciais de seu carro chefe, a J.Macedo Alimentos.
          É pouco frequente ver os donos de uma empresa familiar, com boa saúde financeira e respeitada em todo o país, aceitar a presença de um sócio ao qual terão de dar satisfações e com quem dividirão futuras decisões estratégicas. Amarílio, que teve muitas dificuldades para convencer o pai, via vantagens claras no acordo. O J.Macêdo tinha planos de expansão, e para isso iria precisar de muito dinheiro. Uma de suas metas era disputar a liderança na produção de macarrão, na qual tinha pela frente concorrentes como a Adria e o Bunge y Born. No setor de biscoitos ele teria que enfrentar empresas como Confiança e Nestlé.
          Amarílio, nascido em 1945, formado em administração de empresas pela Universidade Federal de Fortaleza, enfatizava que procurava ficar sempre com as antenas ligadas nos conceitos mais modernos no mundo dos negócios. A convivência com Marcel Herrmann Telles, então presidente da Brahma e Carlos Alberto Sicupira, então principal executivo da GP Investimentos, iam naturalmente de encontro a esses anseios. Sicupira já tinha em mente preparar a empresa para a abertura de capital.
          Na década de 1970, Amarílio, já pensando em marcas nacionais, enfrentou oposição de muitos produtores regionais em relação à criação do que viria a se tornar o carro-chefe da empresa: a farinha de trigo Dona Benta.
          A J. Macêdo S.A., empresa de capital aberto, tem suas ações listadas no Novo Mercado do BM&FBovespa (B3).
          A empresa atua com a marca Dona Benta na área de moagem de trigo, e na produção de massas e biscoitos. É proprietária também da marca Sol. Tem unidades em Fortaleza, Salvador (Simões Filho) e Londrina e encomenda produção em unidades de terceiros em Ponta Grossa e Cascavel, ambas no Paraná.
          Por volta de 2003, Amarílio passou a capitanear aquela que talvez seja a maior virada estratégica da história da companhia. Por mais de cinco décadas, a J.Macêdo dedicou-se a produzi farinha de trigo para outras indústrias de alimentos - um negócio grande, mas pressionado por lucros candentes. Ele determinou que a empresa sairia dessa área e se transformaria numa nova potência nacional de produtos de consumo. Seu primeiro movimento foi a compra das marcas da multinacional Bunge no segmento de massas, farinhas e misturas para bolo.
          Em julho de 2006, o elo com o Bunge se estreitou. Os moinhos passaram a ser administrados em parceria com a Bunge, o que permitiu à J.Macêdo se concentrar ainda mais no desenvolvimento e na promoção de produtos de consumo.
          A guinada carregava consigo um dos maiores desafios de Amarílio à frente da J.Macêdo: a construção de marcas nacionais. O primeiro acordo com a Bunge fez com que o portfólio da companhia passasse de 11 para 20 marcas - entre elas Petybon, Dona Benta e Sol. No processo, a J.Macêdo incorporou duas fábricas em São Paulo e uma na Paraíba. O crescimento repentino gerou o caos, só resolvido tempos depois com um amplo programa de reestruturação.
(Fonte: revista Exame - 09.06.1993 / 27.09.2006 - partes)

31 de out. de 2011

Artex

          A empresa têxtil Artex, fabricante de produtos de cama, mesa e banho, foi fundada por Theófilo Zadrosny em Blumenau Santa Catarina.
          No período de meados de 1990 a 1993, os netos do fundador fizeram de tudo para livrar-se do tio Norberto Ingo. Ingo vinha impedindo o aumento de capital da empresa que faria minguar sua participação.
          No início de 1993, a briga terminou com a compra, pelos herdeiros, de 60% das ações da Artex que estavam em poder da holding familiar.    
          No próprio ano de 1993, a Artex, então uma das maiores empresas têxteis do país, é comprada pelo grupo Garantia - GP. A GP compra e administra empresas para um fundo de investimento. O sucesso das reestruturações na Lojas Americanas e na Brahma serviu de chamariz para que se amealhasse dinheiro para o fundo da GP. O Garantia aproveitou que o preço estava deprimido: amealhou a Artex por 10,8 milhões de dólares in cash, uma pechincha diante do potencial de faturamento da empresa, de mais de 100 milhões de dólares anuais. O negócio foi ajudado pelos desentendimentos que havia entre membros da família Zadrozny, controladores da empresa, com reflexos na administração. Depois de quatro anos no vermelho, a empresa apresentava dívidas no total de 40 milhões de dólares.
          Então comandada pelo executivo Ivens Freitag, a Artex buscou, em setembro de 1994, o executivo Sergio Zimath, que estava no comando da Prosdócimo em Curitiba. Sua chegada provocaria alterações na direção da Artex. Freitag e Zimath trabalhariam em conjunto, nos mesmos moldes de Marcel Telles e Magim Rodriguez na Brahma, outra empresa do grupo Garantia.
          Em meados de 1996, Freitag deixou a Artex depois que o vermelho beirou 40 milhões de reais nos primeiros seis meses do ano, para dar lugar a Claudio Galeazzi, conhecido médico de empresas doentes no país.
          Na Artex, o espírito Garantia parece nunca ter sido realmente incorporado à empresa. Uma pergunta feita por Carlos Alberto Sicupira durante uma reunião do conselho de administração da Artex, no início de 1996, mostra bem o clima que reinava ali. "Tudo em que botamos a mão dá certo. Por que isso aqui não dá?" Abre-se aí uma outra ponta da discussão sobre o Garantia: o foco dos negócios.
          Diferentemente de outros bancos de investimento, o Garantia optou por assumir o controle de empresas e geri-las. O usual é que as instituições financeiras fiquem como sócios minoritários de empresas. E para tocá-las deixam os sócios com expertise na área. Não é o que o Garantia tem feito. Paulo Guedes, sócio do Pactual, bem antes de assumir o Ministério da Fazenda em janeiro de 2019, tinha palpites sobre um assunto menos complexo que seu Ministério: "um banco de investimento deve entrar nas empresas, mas não para ser o dono. No final de 1995, Guedes questionou a estratégia do Garantia numa entrevista a Exame. Foi a primeira vez que Lemann foi publicamente questionado como homem de negócios. "Se Lemann tivesse vendido a Lojas Americanas em 1986 e aplicado o dinheiro no over, teria duas Americanas", disse ele.
          O investimento do Garantia, se mostrou frustrante. Na Artex, Lemann e seus sócios investiram mais de 150 milhões de dólares. Em outubro de 1998, seu preço de mercado era de 9 milhões de dólares. Cada ação valia 7 centavos.
          Foi um investimento notoriamente malsucedido. Além das dificuldades de mercado, outro problema foi uma briga feroz e jamais resolvida com o sócio, o mineiro Josué Christiano da Silva, presidente da Coteminas.
          Hoje, a Artex está dentro do portfólio da Springs Global (resultado da compra da americana Springs pela Coteminas em 2005). A Artex, assim como MMartan, pertencem à Ammo Varejo, controlada indireta da Springs Global.
(Fonte: revista Exame - 21.07.1993 / 22.06.1994 / 14.09.1994 / 06.11.1996 / 01.01.1997 / 07.10.1998 - partes)

6 de out. de 2011

Joan Sehn (João Sem)

          Tida como a choperia mais antiga da cidade, a Joan Sehn foi fundada pelo austríaco de mesmo nome em 1937 no número 765 da Avenida Lavandisca, no bairro de Moema na capital paulista. Muitos não faziam cerimônia e simplesmente diziam "João Sem". Na década de 1960, o português Toninho Pavão assumiu o negócio, fechado em 2010 para dar lugar a um lançamento imobiliário.
          O bar ressurgiu em setembro de 2016 noutro pedaço da via (no número 477) nas mãos de um grupo de velhos frequentadores. O ambiente tem um quê de modernidade conferida pelas prateleiras iluminadas e uma pegada comercial na decoração, com cartazes de cerveja e refrigerante. O tom de nostalgia fica por conta das antigas mesas cobertas por toalhas quadriculadas.
          No balcão, funcionários da encarnação anterior cortam queijos e frios e montam porções mistas. O trio de salsichas traz as versões viena, de alho e branca com salsa. Na vez de molhar a garganta, não há como deixar de lado o chope gelado e tirado como se deve. Há Brahma. Brahma Black e Heineken. A casa promete, para dentro de poucos meses, uma bebida de marca própria produzida pela cervejaria Bragantina.
(Fonte: revista Veja São Paulo - 16.11.2016 - parte)
     

12 de mar. de 2024

Antarctica München / Brahma München / Pérola / Malt 90

Antarctica München
          Mais encorpada e saborosa do que a clara pilsen, a cerveja escura da Antarctica começou a ser fabricada em São Paulo no início do século XX. München significa Munique, em alemão. Já faz alguns anos que não se vê mais por aí.


Brahma München
          Cerveja de grande sucesso nas décadas de 1940 a 1970, mas que foi perdendo espaço para as tradicionais pilsen. München significa Munique, em alemão. Deixou de ser fabricada no início dos anos 2000.


Pérola
          Fabricada em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, a cerveja Pérola foi famosa no Brasil todo, principalmente no seu auge, entre os anos 1950 e 1970. Nos anos 1990, a fábrica fechou.


Malt 90
          Cerveja de grande repercussão na mídia nos anos 1980 (foi a cerveja oficial do primeiro Rock´n´Rio), dizia ser a bebida do futuro, mas não caiu no gosto popular. Ficou marcada como uma cerveja...
(Fonte: Veja SP - 22.06.2017)

6 de out. de 2011

Cerveja Caracu

          A cerveja stout chegou ao Brasil por intermédio de major Carlos Pinho. De ascendência espanhola, ele fundou a Cervejaria Rio Claro, na cidade que lhe empresta o nome, no interior paulista. Foi a fábrica da primeira stout da América Latina.
          A cerveja stout foi lançada em 1899, mesmo ano da fundação da cervejaria, com o nome de Caracu. Para batizar a cerveja, o major escolheu o nome de uma raça de touros: a Caracu. Essa raça de origem europeia é reconhecida pela força e vitalidade.
          Considerada uma das marcas mais tradicionais do Brasil, a cerveja Caracu é uma Sweet Stout conhecida por seu sabor encorpado e aroma de malte torrado, que lembra o do café. Como não é filtrada, a Caracu contém nutrientes, como levedura e proteínas, daí a fama de ser uma cerveja forte! E não é à toa. Por não ser filtrada, Caracu é mais nutritiva, contém levedura e proteínas.
          O major Pinho esteve à frente da fábrica até 1902, quando a arrendou para o alemão Julio Stern. Com pouco mais de cinco anos de existência, a cervejaria já empregava mais de trezentos funcionários.
          O negócio registrou períodos de crescimento e dificuldade ao longo dos anos até que, em 1929, os efeitos da crise econômica mundial fizeram com que os sócios declarassem a falência da Cervejaria Rio Claro. No ano seguinte, o empresário italiano Nicolau Scarpa, adquiriu a empresa e iniciou um novo processo de modernização com máquinas capazes de produção em larga escala; felizmente, a cerveja voltava para as prateleiras do Brasil.
          Com a morte do Comendador Nicolau Scarpa, a cervejaria ficou para os seus filhos Francisco Scarpa e Nicolau Scarpa Júnior, que deram sequência aos projetos de ampliação física.
          Lançada na Europa em 1964, a cerveja Skol Pilsen chegou ao Brasil três anos mais tarde, em 1967. Trazida pela Cervejaria Rio Claro, que adquiriu a licença de produção e comercialização, a bebida logo caiu no gosto dos brasileiros e, durante as pouco mais de duas décadas seguintes, tinha forte presença no mercado brasileiro de cerveja. Porém, em 1992, a Skol-Caracu, leia-se Cervejaria Rio Claro, baixou as portas para sempre. Seiscentos funcionários foram demitidos e os imponentes prédios ficaram durante anos fechados até abrigarem uma faculdade.
          Pouco tempo depois as marcas Skol e Caracu passaram a pertencer à Companhia Cervejaria Brahma dos empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira.
          A cerveja Caracu iniciou o ano de 1996 com uma proposta de marketing diferente e arrojada. Ela sofreu uma modificação visual no seu rótulo e passou a marcar presença, mais efetivamente, na mídia e nos pontos-de-venda, para que o consumidor pudesse fixar cada vez mais a marca.
          Em 1997, a Caracu lançou a embalagem long neck 355ml, em que suas principais características, cremosidade e consistência, foram mantidas, reforçando a qualidade de uma cerveja nutritiva. A embalagem long neck foi reforçada pelo slogan "Caracu. Cerveja gostosa que dá pique". Em 1998, os desafios para a Caracu aumentaram. Foram criadas as embalagens lata 350ml e lançados dois filmes com o slogan “Caracu, Energia e Muuuiiiito Sabor!”. O touro, antes imortalizado, ganhou vida e foi para a telinha em forma de computação gráfica na voz do ator José Wilker.
          Em 1999, ao tornar-se uma marca centenária, a Caracu comemorou seu sucesso e liderança entre as cervejas escuras, brindando os consumidores com embalagens comemorativas. Nesse mesmo ano, a Caracu (assim como a Skol), já estava sob o guarda-chuva da AmBev, a empresa resultante da fusão da Companhia Cervejaria Brahma com a Cia. Antarctica Paulista.
          Em 2003 o Touro, símbolo da marca, rejuvenesceu e ganhou uma aparência ainda mais forte. A marca renovou toda a sua identidade visual e lançou o slogan "Forte e Gostosa". Com este slogan, Caracu volta à mídia em 2005 com novidades e reforçou o conceito de combinar energia, vitalidade e prazer. Para representar a força, tradição e qualidade da bebida de mais de 100 anos, a marca elegeu o touro Bandido, invencível nos rodeios, como “garoto-propaganda” de sua nova campanha publicitária por ser símbolo de força e virilidade.
          Outra novidade de Caracu no mercado diz respeito à mística sobre as misturas feitas com a cerveja. O que antes era apenas sabedoria popular, passou para conhecimento geral: a marca não só oficializou as receitas já existentes com Caracu e ingredientes, como propagou essas receitas com a distribuição de folhetos para os consumidores. Além das tradicionais combinações com amendoim e ovo de codorna, foram criadas outras misturas, como Caracu com açaí, paçoca, aveia, leite condensado, canela, açúcar e ovo de pata, para agradar o paladar do consumidor e dos amantes da cerveja.
          A cerveja Caracu pertence ao portfólio da AmBev. Os ingredientes da cerveja são: água, malte, milho, lúpulo e corante caramelo III INS 150c. Contém cevada e glúten. Teor alcoólico - 5,4% vol., Temperatura 8-12º C.
(Fonte: Brejas - Daniel C. - 22.08.2008 / site AmBev / Jornal Cidade-JC (Rio Claro) - Favari Filho - 02.04.2016) - partes).

29 de jul. de 2022

BrewTech

          O mestre cervejeiro André Nothaft largou seu emprego de 15 anos na Brahma e hipotecou todos os imóveis da família (quatro apartamentos e um terreno), para realizar seu sonho de "criar uma cerveja stout encorpada, escura, tipo Caracu, com um toque de graviola".
          Em meados de 1999, dois anos e 2 milhões de reais em investimentos depois, o prédio da sede estava quase pronto. São 600 metros quadrados, onde funcionariam um laboratório químico, uma microcervejaria e um auditório para 120 pessoas. É nesse espaço, localizado em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro, que André pretendia usar seus 18 anos de experiência na indústria cervejeira para ensinar empresários e investidores a tirar proveito do que ele considerava o próximo eldorado no Brasil: cervejas gourmet, também conhecidas como cervejas para gastronomia. "Queremos ensinar o brasileiro a apreciar uma cerveja como se aprecia o vinho", afirmava.
          A julgar pela resposta do mercado, André encontrou um nicho. Mesmo antes de estar oficialmente inaugurada, a BrewTech já conseguira contratos importantes. Em maio de 1998, a Grace Davison, divisão química da multinacional W.R.Grace Co., que faturava 1,4 bilhão de dólares ao ano, financiou parte do centro de pesquisas da BrewTech. Em troca, ela iria usar o laboratório de André e sua equipe de químicos com exclusividade para pesquisar e desenvolver novos produtos para as cervejarias brasileiras. A uruguaia Paisandu, que produz a cerveja Nortenha, também já havia fechado contrato. Com a chegada de multinacionais, a Paisandu estava vendo seu mercado diminuir e contratou a BrewTech para cortar custos e reestruturar sua linha de produção.
          Mas o que explica tanto sucesso em tão pouco tempo? Duas coisas: a primeira é o currículo de André: aos 36 anos, ele já era um nome conhecido no setor. Filho de pai cervejeiro, André desenvolveu cedo o gosto pela cerveja. É membro de associações internacionais de cervejeiros e tem sido convidado para atuar como jurado em eventos importantes, como o Great American Beer Festival e o World Beer Cup, ambos nos Estados Unidos. Começou no chão de fábrica da Brahma e, 15 anos depois, ele tinha chegado ao posto de diretor de desenvolvimento de novos produtos. "Eu conheço cada detalhe do processo de fabricação de uma cerveja", afirma.
          O segundo motivo do sucesso é o próprio mercado. Com a concentração cada vez maior do setor, muita gente apostava que as microcervejarias se fortaleceriam como uma alternativa para o consumidor, como aconteceu nos Estados Unidos na década de 1980.
          Em meados de 1999, operavam por aqui pouco mais que 30 empresas especializadas na produção de suas próprias cervejas. Mas muita gente achava que era só o início de um ciclo.
          Para avaliar o potencial do serviço, basta observar o exemplo da Dado Bier, uma casa noturna que se tornou famosa por vender uma cerveja de produção própria. A empresa foi fundada em Porto Alegre, em 1995. Com quatro anos de funcionamento, abriu filiais no Rio de Janeiro e em São Paulo.
          É nesse foguete que muitos empresários começaram a querer pegar carona. Segundo André, a busca por informações passou a ser grande. Algumas dessas sondagens se transformaram numa clientela da BrewTech. Foi o caso do empresário Ricardo da Silva Prado que conheceu as microcervejarias enquanto excursionava pela Europa como músico. Em Praga, apaixonou-se pelo negócio e, de volta ao Brasil, resolveu abrir sua própria casa. Com a ajuda da BrewTech, Ricardo inauguraria a Slava, um centro gastronômico e cultural na Barra da Tijuca, um dos bairros que mais se expandia no Rio de Janeiro.
          Outro cliente que já havia fechado com a BrewTech, em meados de 1999, foi a pousada do Rio Quente. Localizada em Caldas Novas, Goiás, a pousada recebia cerca de 800.000 visitantes a cada ano. Durante o dia os turistas aproveitam as fontes de água quente da região. Mas à noite ficam sem ter o que fazer. Para acrescentar interesse ao resort e aumentar o faturamento, ao mesmo tempo que economiza no custo da bebida, Carlos Mauad, o proprietário, resolveu instalar uma microcervejaria no local.
          Vivia-se o domínio da pilsen quando a cervejaria começou a produzir a Devassa, um dos primeiros rótulos a provocar uma nova relação entre o carioca e sua bebida favorita. Dez anos depois, André passou a empresa adiante e foi trabalhar no grupo anglo­-sul-africano SABMiller. Com novo nome, Allegra, e novos administradores, a microcervejaria aumentou a aposta nas artesanais.
(Fonte: revista Exame: 28.07.1999 / VejaRio 02.06.2017 - partes)

6 de out. de 2011

Cachaça (Caninha) Tatuzinho

          A ideia de criar em Piracicaba uma fábrica de bebidas partiu de Paschoal D´Abronzo, imigrante italiano vindo ao Brasil em 1896. Fixou residência em Piracicaba onde criou seus cinco filhos (Maria, Humberto, Luzia, Anna e Suzana). Em 1909, instala uma fábrica na Travessa Mania Maniero, Vila Rezende, e passa a produzir refrigerantes (“Jatubaína”, “Gengi-Birra”, “Gasosa”, “Maçã” e “Moranguinho”), xaropes (groselha, capilé, tamarindo, abacaxi, limão) e vinagre. Estava fundada a D'Abronzo Sociedade Anônima.
          No final dos anos 1930, Paschoal começou a engarrafar a pinga adquirida de um distribuidor, Antonio Basaglia. Ele vendia o aguardente em barris de 100 ou 200 litros. Porém, era um volume muito grande para o consumidor final. Seu filho, Humberto, teve a ideia de comprar os barris e envazar garrafas de 750 ml. (medida ainda utilizada pela maioria das garrafas de vinho). O mercado crescia e passaram a ser comprados tonéis de 5 mil e 10 mil litros. Foi uma revolução na época.
          “A decisão foi motivo de controversas na família, pois ela foi tomada por Humberto D´Abronzo durante viagem de seu pai, Paschoal”, diz Pasqual D´Abronzo Neto. Ele partiu de Piracicaba para Congonhas do Campo, Minas Gerais, a fim de se encontrar com parentes, numa época em que uma viagem dessas demorava uma semana e a visita se estendia por semanas. Naquela vez, ela durou três meses. Quando retornou, Paschoal viu Humberto transformar a fábrica de refrigerante em indústria de engarrafamento de caninha. Foi uma atitude de risco, mas que o tempo consolidou como lucrativo. A D´Abronzo cessa a fabricação de xaropes e refrigerantes em 1953 e um ano depois passa exclusivamente a engarrafar caninha.
          Humberto D´Abronzo é o exemplo de imigrante que soube aproveitar a vida. Era o tipo de pessoa que tinha por hobby o trabalho. Acumulava diversas funções (foi diretor do basquete masculino local, presidente do XV e lançou-se na política). Era um empreendedor nato. Tinha a filosofia de que só se ganhava dinheiro quando se gastava dinheiro. Era formado como contador, mas tinha uma visão mais ampla do mercado. Foi o responsável pela área comercial da Indústria de Bebidas Tatuzinho. “Como fabricante, não gostava da caninha pura, mas tinha uma queda pelo vinho nos almoços de família e, nas festas caseiras, exigia sempre batida de caninha com maracujá”, lembra seu filho Pasqual D´Abronzo. Como bom italiano, se aliou a um processo administrativo familiar condenado hoje pelos MBAs e administradores de sucesso. A diretoria da empresa era composta por familiares. Seus cunhados – Antonio Martinelli, Sisto Cório e Jorge César de Vargas – comandavam as negociações com o varejo, vendiam o produto e levavam o nome da “Noiva da Colina” para muitas cidades, principalmente do sul e sudeste brasileiros. Rio de Janeiro, São Paulo, Santos e norte do Paraná eram os principais centros consumidores da Caninha.
          O nome “Caninha Tatuzinho” tem sua história. Caninha pois era feita com uma cana especial, mais fina. Pinga e cachaça sempre foram nomes pejorativos. Quem gosta de ser chamado de “pinguço” ou “cachaceiro”? Caninha dava um tom de aperitivo, base para coquetéis e batidas. Dizem que Tatuzinho veio em decorrência, sem comprovação histórica, de um indivíduo que, quando bebia, deitava e rastejava no chão como um tatu.
          Anna D´Abronzo diz que “produzir e engarrafar refrigerante nos anos 1940 era enfrentar concorrência com outras marcas que se proliferavam e a aguardente ainda era um mercado não explorado”. A cerveja ainda era um investimento alto e concentrado nas mãos de empresas de grande porte como a Brahma e a Antarctica. A gigante americana Coca-Cola começa a realizar violentas investidas no mercado brasileiro.       
          A Tatuzinho se expande comprando terrenos na travessa Maria Elisa e na avenida Rui Barbosa, em prédios ainda hoje existentes e utilizados pelo comércio da Vila Rezende.
          O processo unia o industrial e o manufaturado. Anna D´Abronzo recorda que após ser mecanicamente engarrafada e sua tampinha lacrada, funcionários da linha de produção colocavam uma fita de papel no gargalo que era o selo do governo para produtos industrializados e na sequência embalada em papel de seda e colocada em caixas. As caixas eram uma história à parte. Anna diz que “eram caixas de madeira, pesadas e que comportavam 24 unidades de garrafa”. Ela considera as atuais caixas de plástico um invento engenhoso. “As caixas de madeira não se estabilizavam uma em cima da outra, tinham seu fundo arrebentado facilmente fazendo com que as garrafas caíssem e quebrassem”. A Tatuzinho tinha um marceneiro que ficava à disposição da empresa 24 horas por dia para remendos nessas caixas, pois, se faltasse a caixa, o produto não poderia seguir para a venda. Possuía uma frota de 70 caminhões que a cada viagem transportavam 6 mil garrafas cada um.
          Máquinas do leste europeu e da Argentina foram adquiridas possibilitando o envazamento de até 45 mil garrafas por hora, capacidade na época alcançada apenas pela Brahma e Antarctica no segmento cervejeiro. No transporte de uma das máquinas, que pesava 62 toneladas, de Santos para Piracicaba, houve a necessidade de interromper o trânsito na Via Anchieta. A máquina ocupava a pista toda. A D´Abronzo instala 12 tonéis de 800 mil litros cada um em sua chácara situada no bairro Itaperu para atender a demanda nacional.
          A D´Abronzo Sociedade Anônima fabricou a Caninha Tatuzinho de meados dos anos 1940 a 1969. Quando vendida em 1969, os novos proprietários decidiram dar continuidade a um mercado já conquistado, sendo que por anos a Tatuzinho foi a mais consumida no território nacional. Hoje, o produto, apesar de dificilmente ser encontrado nos super e hiper mercados locais, ainda tem a apresentação pela qual se notabilizou. “O Grupo 3 Fazendas manteve o mesmo rótulo (criado por Felício Rotundo, dono de uma gráfica em São Paulo que fazia embalagens para a Kibon), o mesmo nome e a mesma composição alcoólica da caninha Tatuzinho fabricada nos anos 1950 e 1960 demonstrando ser ainda um produto que provoca a venda”, diz Pasqual D´Abronzo Neto.
          Comerciais nas emissoras de rádio eram comuns. Como na época a tv ainda estava em desenvolvimento, o grande entretenimento das massas era o rádio. Os principais programas de auditório tinham o patrocínio da Tatuzinho. Isso na capital paulista, no Rio de Janeiro e no Paraná. O jingle “Me abre a garrafa” foi veiculado nas rádios e nas tvs por mais de cinco anos. Caiu no gosto público, assim como o aperitivo.
          Nas principais rádios do interior paulista, a Tatuzinho patrocinava os programas de auditório, as transmissões esportivas e os programas de futebol. A TV Record e a TV Tupi foram as principais propagadoras da marca Tatuzinho em todo o país. Conseguiu-se, também, após muita negociação, que o jornal “Gazeta Esportiva” aceitasse colocar abaixo de seu cabeçalho na primeira página o slogan “Tatuzinho – O Melhor Aperitivo Nacional”, algo inconcebível para a liberdade de imprensa.
          Um fator interessante a se ponderar é que a Caninha Tatuzinho, considerando o ano de 2006, cultivava ainda uma extensa lembrança na mente do consumidor, principalmente pela maciça divulgação feita nos anos 1960. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro da Cachaça apresentam um fato curioso. A Caninha Tatuzinho é uma das quatro marcas mais consumidas no mercado brasileiro de cachaça. Ela detinha 7,2% do mercado, segundo estimativas para 2006 apontadas pelo Instituto, embora o consumo interno viesse diminuindo num ritmo de 2 a 3% ao ano e a exportação tinha se estagnado nos últimos cinco anos.
          Quem não se lembra do bordão “O melhor aperitivo nacional” ou do jingle veiculado nas rádios e tvs que cantava “Ai tatu, Tatuzinho, me abre a garrafa e me dá um pouquinho”? Por volta de 2005, um documentário veiculado pela TV Cultura apontou esse comercial como um dos cem mais lembrados pelo consumidor. A Rede Globo, quando exibiu especiais sobre os seus 30 anos, incluiu o comercial num desses programas. É possível encontrar referências desse comercial no Youtube (www.youtube.com).
          Anna D´Abronzo, diretora-secretária por quase 30 anos da D´Abronzo Sociedade Anônima, lembra que, desde a venda em 1969 da marca para o Grupo Três Fazendas (hoje Indústrias Reunidas de Bebidas Tatuzinho 3 Fazendas, com sede em Rio claro), tornou-se clara que a propaganda em cima da bebida diminuiu. Durante muito tempo foi comum ligar Piracicaba à marca Tatuzinho, embora a fábrica situada na Unileste tenha sido desativada.
          Publicitários conhecem este fenômeno e dizem que, quanto maior a massificação na divulgação de uma marca, maior será sua lembrança no consumidor. Daí surgiram as corriqueiras pesquisas top of mind, lembrando a marca que primeiro vem à cabeça do comprador. Quem não se lembra da cerveja número um ou da cerveja dos amigos? São peças que mesmo tendo passado mais de dez anos desde o término da divulgação, ainda merecem um espaço em nossa lembrança.
          O publicitário Osvaldo Luis Baptista, professor da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) e tecnólogo do marketing no varejo, lembra que “a propaganda age como um tempero na mente do consumidor, pois a memória tem lembrança de coisas que fazem da nossa vida um momento inesquecível”. Ele até se recorda de publicidades da Caninha Tatuzinho vistas e ouvidas quando era criança e, portanto, quando não tinha idade apropriada para ser um consumidor da bebida. “A explicação mais plausível é a frequência e impacto da mensagem e envolvendo a mídia de massa, pontos de venda que, nesse caso, seriam os bares, empórios, armazéns, enfim, todo varejo de bebidas”.
(Fonte: jornal A Província - Piracicaba - 24.10.2012 - texto original de Edson Rontani Júnior -Matéria publicada no Jornal de Piracicaba de outubro de 2006).

31 de out. de 2011

Ama

           Ama é a nova água mineral da gigante de bebidas Ambev. A marca batizada de Ama - prefixo de várias palavras relacionadas à chuva na língua indígena tupi, segundo a empresa (mas que combina com as iniciais de AmBev, combina) - é lançada no final de fevereiro de 2017. A companhia já teve, no final dos anos 1990 e começo da década de 2000, uma marca própria de água mineral, a Fratelli Vita, herança da antiga Brahma que foi descontinuada.
           O novo produto marca uma guinada na estratégia de sustentabilidade da Ambev (vide origem da marca AmBev InBev AB Inbev neste blog) para fora dos muros de suas fábricas. Em 2010, a companhia assumiu como bandeira o tema que teria mais afinidade com seu negócio: a água, principal matéria-prima de seus produtos. Dali em diante, em parceria com as ONGs ambientalistas WWF e TNC, vem atuando na proteção e na recuperação de rios e nascentes Brasil afora.
          A questão é que os resultados das ações implementadas, como o plantio de matas ciliares, só serão percebidos no longo prazo. Desde o final de 2015, os executivos da Ambev vinham estudando maneiras de tornar a política de água da companhia perceptível aos olhos dos consumidores de maneira imediata. Após uma sondagem com especialistas, eles chegaram a uma questão urgente: a seca do Nordeste. Estima-se que 35 milhões de brasileiros ainda não tenham acesso a água potável, e é nessa região que está boa parte deles.
           O passo seguinte foi buscar quem pudesse orientar a decisão do que fazer na prática. A Ambev escolheu a Avina, respeitada fundação familiarizada com a região e com o assunto. Por meio da entidade, a empresa entrou em contato com o Sistema Integrado de Saneamento Rural (Sisar), ONG que estrutura a operação e a manutenção de sistemas de abastecimento de água e esgoto no interior nordestino.
           Com o apoio do Sisar, a Ambev deu início a um projeto piloto: o financiamento de perfuração de poços e a instalação de painéis solares em três pequenas comunidades rurais cearenses. Considerando dados de junho de 2019, a Água Ama está presente em 13 comunidades do Ceará, sete sistemas construídos, e seis cisternas instaladas, com 10.700 pessoas atendidas no Estado.
          Segundo a empresa, 100% do lucro de cada garrafa é destinado a projetos que levam água potável ao semiárido brasileiro.
          A produção da água Ama já está em andamento em São Paulo, mas, por enquanto, nada de vendas da Ama em bares e restaurantes nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais. É que nesses estados a Ambev tem contrato de distribuição com a Nestlé, das marcas São Lourenço e Pureza Vital. Quando acabar o contrato de distribuição, não deverá ser renovado.
          Em março de 2017, as gôndolas da rede Pão de Açúcar começaram a ser abastecidas com a água mineral Ama.
          A água Ama é engarrafada pela Lindoiano Fontes de Águas Minerais Eireli. A fonte está localizada na Avenida Benedito Severino, 286 - Parque das Águas Minerais, em Lindoia, interior de São Paulo.
(Fonte: revista Exame - 18.01.2017 / 29.03.2017 / O Estado (Ceará) 14.06.2019 - parte)

26 de out. de 2011

Cerveja Bossa Nova (antiga Frevo)

Cerveja Frevo
          Durante três décadas, a empresa pernambucana Frevo, criada pelo caminhoneiro Aurino Wanderley, foi a maior distribuidora da Brahma no estado de Pernambuco. Apos o fim do modelo de distribuição terceirizada da AmBev, Wanderley ficou com a maior parte dos caminhões desocupada.
          Com o intuito de ocupar a frota, a empresa, que já tinha uma marca própria de refrigerantes, associou-se ao banco Icatu, do Rio de Janeiro, para estendê-la a uma linha de cervejas - e contratou funcionários demitidos pela Ambev para tocar a produção.
          Em julho de 2003, a cerveja Frevo foi lançada. Em apenas três meses, o produto conquistou 20% do mercado no estado.
          A empresa lutava, sem muito sucesso, para crescer fora de Pernambuco. Um dos problemas era a marca (Frevo) - com explícito apelo regional. A fábrica fora colocada de pé, mas operava apenas com metade de sua capacidade.      

Cerveja Bossa Nova
           Em dezembro de 2004, o pernambucano Dante Peló, nascido em 1976, criou a cerveja que batizou de Bossa Nova.
          O projeto da Bossa Nova foi desenvolvido por Peló quando ocupava a diretoria de marketing da Frevo. Ao perceber a oportunidade, Peló apresentou o plano de criação da Bossa Nova a Sidney Wanderley, dono da Frevo, que se tornou seu sócio. Dois empresários baianos também entraram como acionistas.
          Peló poderia ser classificado como apenas mais um fabricante de cerveja entre os tantos que despontaram em todo o país nos últimos tempos. O modelo que escolheu para o negócio, porém, era diferente de quase tudo o que a concorrência fazia. 
          A cervejaria não tinha nenhuma fábrica própria. Os 300 funcionários da empresa se dedicavam apenas à compra de matérias-primas, à construção da marca e à distribuição. Nos primeiros 18 meses atingiu 0,25% do mercado brasileiro. Era pouco mas a empresa pretendia expandir sua área de atuação, na época restrita a Pernambuco (fabricada pela Frevo) e interior do Paraná (fabricada pela Colônia).
          Um dos maiores cuidados do empresário foi em relação à definição do nome do produto. O objetivo era que tivesse apelo nacional e, segundo o fundador, "a bossa nova faz parte da identidade brasileira".
(Fonte: revista Exame - 15.09.2004 / 05.07.2006) 

6 de out. de 2011

Cerveja Serramalte

     




















          Fundada em 1957, a Cervejaria Serramalte, da cidade de Getúlio Vargas, do Rio Grande do Sul, teve seu controle assumido pela Companhia Antarctica Paulista em 1979.
          A cervejaria que daria origem à Serramalte foi fundada em 1953, com o nome Cervejaria e Maltaria da Serra Ltda, em Getúlio Vargas. Fundada por Plácido Scussel e os irmãos Salim Buaes e Felix Buaes a partir da Cervejaria Ruschel, a cervejaria também teve o nome Cervejaria Polka, até julho de 1957, quando lançou o rótulo e se tornou conhecida como Serramalte.
          Serramalte é uma cerveja tradicional, encorpada e de baixa fermentação. Tem mais malte em sua composição e passa por um processo de fabricação mais longo do que a maioria das cervejas.  É a pedida perfeita para aquele churrasco com os amigos. Uma tradicional cerveja brasileira que possui maior quantidade de malte em sua composição que outros rótulos similares, o que lhe confere um aroma discreto bem agradável.
          Em algum momento, a Serramalte lançou a cerveja Kronebier Serramalte, também em garrafas de 600ml, mas este rótulo ficou relativamente pouco tempo no mercado.
          Em 1999, a Companhia Antarctica se une à cervejaria Brahma, formando a AmBev. Portanto, a Serramalte pertence hoje ao portfólio da Ambev.
          Hoje o rótulo que leva seu nome é consagrado como uma Premium American Lager, de cor amarelo claro, e muito refrescante.
(Fonte: Empório da Cerveja - parte)

Ipiranga

          Era o mês de novembro de 1934 quando um grupo de brasileiros e argentinos fundaram em Uruguaiana (RS), cidade que faz divisa do Brasil com a Argentina, a Destilaria Rio-Grandense de Petróleo S.A. que originou a Companha Brasileira de Petróleo Ipiranga. A destilaria produzia em alta escala gasolina, querosene, óleo diesel e óleo combustível. Em agosto de 1936, os donos da Destilaria Rio-Grandense uniram interesses e capitais com um grupo de investidores uruguaios e criaram a Ipiranga S.A., Companhia Brasileira de Petróleos. A nova empresa foi constituída na cidade portuária de Rio Grande (RS).
          Em 7 de setembro de 1937 foi fundada a Refinaria de Petróleo Riograndense, na cidade de Uruguaiana e que marcou também a fundação da Petróleo Ipiranga. Fundada pelos empresários Eustáquio Ormazabal e João Francisco Tellechea em associação com investidores uruguaios e argentinos, a Ipiranga logo adquiriu um longeva composição acionária.
          Em 1939, com a nacionalização da produção de petróleo imposta pelo governo Vargas, os sócios estrangeiros foram alijados. Em seu lugar, entraram os também gaúchos Carlos Fagundes de Mello e Francisco Martins Bastos e o carioca João Pedro Gouvêa Vieira. Em 1938, a Ipiranga inaugurou o primeiro posto de combustíveis com a bandeira da empresa na cidade de Rio Grande. No mesmo ano, o presidente Getúlio Vargas assinou um decreto que nacionalizou a indústria de refinação de petróleo. As ações controladas por estrangeiros foram, então, negociadas entre brasileiros que já tinham um vínculo com a refinaria.
          Na década de 1940, a Ipiranga ampliou a sua gama de produtos, passando a produzir solventes, asfalto, lubrificantes e inseticidas no Brasil, pois as importações desses e outros produtos foram restritas, com a Segunda Guerra Mundial. A refinaria chegou a parar suas atividades durante a guerra, porém retomou-as com o seu fim. Mais tarde, em 1953, entraram em funcionamento as unidades de craqueamento térmico, adquiridas nos Estados Unidos, que permitiram a fabricação de novos combustíveis.
          Em 1957, a Ipiranga dividiu suas operações de distribuição de combustíveis em duas empresas, a Distribuidora de Produtos de Petróleo Ipiranga S.A. (DPPI), responsável pela Região Sul e a Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga (CBPI), abrangendo todas as outras regiões.
Dois anos depois, em maio de 1959, a Ipiranga comprou a Gulf Oil Brasil, ampliando sua atuação no território brasileiro. A Gulf, então com 400 postos de serviço, resolveu deixar o Brasil. Essa aquisição, comandada pelo advogado João Pedro Gouvêa Vieira, um dos controladores da Ipiranga, catapultou a então pequena Ipiranga, que só atuava no Sul, para os grandes centros. Juntas, a CBPI e a DPPI passaram a representar 10% do mercado nacional. O negócio despertou certa suspeita. Era uma operação inédita no Brasil: pela primeira vez uma companhia estrangeira passava para o controle de um grupo nacional. Houve acusações de que a Ipiranga não passaria de um mero testa-de-ferro da Gulf. "O presidente Juscelino Kubitschek negou-se a inaugurar o primeiro posto Ipiranga no Rio", disse Gouvêa Vieira.
          A partir da década de 1960, a Ipiranga iniciou a sua diversificação em outros setores, como pavimentação, química, petroquímica, fertilizantes, insumos agrícolas, pesca, agricultura, reflorestamento, administração e hotelaria. Essa estratégia ajudou a companhia a resistir ao "choque do petróleo" de 1973.
          A atividade no setor petroquímico começou tímida dentro do grupo, com a formação da Polisul em sociedade com a Hoechst alemã e a estatal Petroquisa, no final dos anos 1970.
Em 15 de maio de 1992, após um leilão disputado, realizado na Bolsa do Rio de Janeiro, o grupo Ipiranga alcançou uma posição cobiçada no setor petroquímico. Através da Polisul, da qual detém um terço do capital, e junto com a PPH e a Poliolefinas, arrematou 30% do capital da Copesul.
O setor petroquímico passou a representar cerca de 30% de seus negócios. A área química do grupo Ipiranga era comandada pelo engenheiro carioca Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, nascido em 1948, filho de João Pedro, o patriarca de uma das cinco famílias que então controlavam o grupo e presidente do conselho de administração.
          A aposta no setor petroquímico foi ratificada em julho de 1992: junto com a Shell, Suzano e Petroquisa, o grupo Ipiranga inaugurou em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, a Braspol, uma fábrica de polipropileno que mais tarde seria incorporada à holding Polibrasil.
          Em 1993, a Ipiranga demorou seis meses para comprar a rede de postos Atlantic no Brasil. Nomes fictícios (com o código Med) foram criados para manter o sigilo, montou-se uma grande operação financeira para levantar o dinheiro envolvido e todas as idas e vindas dos executivos foram reservadas. Um roteiro típico de espionagem. A Ipiranga consolidou sua posição entre as maiores empresas de distribuição de combustíveis do país. De acordo com o jornal O Globo, a compra da Atlantic foi a maior negociação até então realizada por uma empresa privada nacional. Na ocasião, a Ipiranga herdou 11 pontos da franquia am/pm. Eles não foram comprados pela Ipiranga e continuaram pertencendo à americana Arco (Atlentic Richfield Company), antiga controladora da Atlantic. Na expansão para outros postos, a marca seria usada com pagamento de royalties. A Atlantic era a 13ª maior companhia privada do país. O negócio, de 265 milhões de dólares, também teve Gouvêa Vieira, presidente do conselho de administração, como um dos comandantes, e a Ipiranga passou a dominar 19,7%% do mercado nacional de derivados de petróleo, com perto de 5.800 postos de gasolina. Acrescentou à sua rede de 3.125 postos mais 2.650. Somadas, as duas companhias faturavam 4,3 bilhões de dólares, ocupando a terceira colocação no mercado brasileiro de distribuição de derivados. O negócio, selado em 19 de outubro de 1993, deu origem àquele que se tornou o maior grupo privado nacional. O grupo removido do topo foi o Garantia (Brahma, Lojas Americanas, Banco Garantia) do banqueiro Jorge Paulo Lemann. O número de funcionários passou de 6.350 para 7.800 com a aquisição da Atlantic. No ano seguinte, a empresa lançou a Jet Oil, franquia de serviços automotivos e troca de óleo.
          Em 2001, as famílias donas da Ipiranga concordaram em vender a empresa a um grupo formado por Petrobras, fundos de pensão e outros investidores. No início de 2002, porém, parte dos controladores teria mudado de ideia e estaria então interessada em passar para a frente apenas a área petroquímica.
          Em março de 2007 o controle acionário do Grupo Ipiranga foi vendido para as empresas Petrobras, Ultra e Braskem. A operação foi considerada, na época, o maior negócio já realizado no Brasil. Com a venda, o Ultra assumiu a rede de distribuição de combustíveis da Ipiranga nas regiões Sul e Sudeste, bem como a marca Ipiranga. Já a Petrobras ficou com a parte do grupo nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O grupo Ultra continuou operando com a marca Ipiranga, mas a Petrobras só pôde utilizar o nome Ipiranga por até cinco anos, enquanto substituiu gradualmente os postos pela sua marca, a BR. Já o controle da Refinaria Ipiranga no Rio Grande do Sul foi dividido em partes iguais pela Petrobras, Grupo Ultra e Braskem que se comprometeram em manter as atividades.
          Em 2008, o Ultra comprou a distribuição de combustíveis da Texaco no Brasil, com bandeira presente em 1986 postos no país. Com isso, a Ipiranga assumiu os postos da marca e voltou a ter presença com rede própria nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. De acordo com o contrato, o Ultra poderia manter a marca Texaco por cinco anos, devendo substituí-la posteriormente pela bandeira Ipiranga. Com a compra, o Ultra passou a deter 23% do mercado brasileiro de combustíveis transformando-se na segunda maior companhia de distribuição de combustíveis do Brasil.
Em outubro de 2010, o Ultra adquiriu 100% da Distribuidora Nacional de Petróleo (DNP), ampliando, com os 110 postos adquiridos, o volume da Ipiranga em 40% nos estados de Amazonas, Rondônia, Roraima, Acre, Pará e Mato Grosso.
          Em junho de 2016, o grupo Ultrapar adquire, através de sua subsidiária Ipiranga, por 2,168 bilhões, a Alesat Combustíveis, com sede em Natal (RN), dona da rede de postos Ale. São 2 mil postos e 260 lojas de conveniência, além de uma infraestrutura composta por 10 bases logísticas. A rede Ale tem forte presença no Nordeste e complementa geograficamente a rede de postos da Ipiranga, que possui menor participação. Mas, esse negócio ainda está sendo analisado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica - Cade.
          No segmento de lubrificantes, a Ipiranga celebra, em agosto de 2016, acordo com a maior empresa petrolífera americana, a Chevron, para unir seus ativos de lubrificantes em uma nova companhia que já nasce vice líder do mercado com vendas anuais de pelo menos R$ 2 bilhões. A integração da terceira (Chevron) e quarta (Ipiranga) maiores produtoras de lubrificantes no Brasil resultará numa participação de mercado de 22,5%. As companhias vão operar independentes até aprovação do Cade. A Chevron Lubrificantes ficará com 44% da nova empresa e espera se beneficiar com a rede de distribuição da Ipiranga. A Ipiranga, por sua vez, ficará com 56% e ganhará acesso à tecnologia da Chevron.
          Em outubro de 2010 a varejista (lojas de conveniência) do grupo am/pm tinha 1013 pontos de venda. As padarias am/pm somavam 49 unidades. O embrião da rede ocorreu em 1993 quando a Ipiranga comprou a Atlantic do Brasil e herdou 11 pontos da franquia am/pm.
          No fim de 2021 assume o comando da empresa o administrador de empresas Leonardo Linden. A pandemia de covid19 ainda era uma realidade e além desse desafio, o executivo também se deparou com uma empresa com margens descoladas das principais concorrentes.
          Em março de 2023 a empresa divulga que os postos Ipiranga vão passar por uma reformulação, que inclui a mudança de logomarca. A implementação seria feita de forma gradativa à medida que haja renovação ou expansão da rede Ipiranga no Brasil. Os consumidores terão uma “experiência integrada” de jornadas física e digital, que englobam AmPm, Jet Oil, Abastece Aí, Km de Vantagens e pista de abastecimento. O novo posto Ipiranga iria apresentar também uma setorização por cores: o amarelo será predominante na cobertura do complexo, o azul vai indicar os produtos à venda, e o laranja pretende sinalizar áreas de ofertas de serviços gratuitos. Haverá pisos diferenciados para sinalizar o espaço para pedestres, parklets onde as pessoas poderão descansar após uma refeição na AmPm, guardar suas bikes, por exemplo; e até bebedouros convencionais e para pets.
          Sob o comando de Linden, a Ipiranga limpou perto de mil postos, e ficou com cerca de 6 mil postos (bandeira Ipiranga). Esse processo corretivo terminou no terceiro trimestre de 2023. Segundo Linden há uma cultura no setor de medir crescimento por número de postos. É um elemento, mas esquecemos de olhar produtividade da rede e qualidade dos investimentos.
          Considerando números de dezembro de 2023, a Ipiranga tem cerca de 6.000 postos, 1,6 mil lojas de conveniência e 1,1 mil Jet Oil, a maior franquia de serviços automotivos do País.
          Em maio de 2024, Ipiranga e Chevron assinaram acordo de licenciamento de marca para Texaco no mercado varejista de combustíveis no Brasil. A iniciativa marca o retorno da marca ao país após um hiato de 16 anos, após a venda da rede de postos de combustíveis da multinacional ao grupo Ultrapar, dono da distribuidora de combustíveis. Pelo acordo, a Ipiranga será licenciada pela Chevron para vender combustíveis Texaco, com foco em uma rede de postos da marca, além de lojas de conveniência Star Mart. Os combustíveis vendidos nos postos Texaco contarão com tecnologia Techron, informaram as empresas em comunicado à imprensa. Chevron e Ipiranga também são sócias da Iconic, fabricante de óleos lubrificantes, fluidos e graxas.
Posto Ipiranga – Foto: Divulgação

(Fonte: revista Exame - 10.06.1992 / 27.10.1993 / 05.01.1994 / 28.09.1994 / 23.01.2002 / 24.11.2004 / jornal Folha de S.Paulo - 19.03.2007 / informativo Espresso Financista - 13.06.2016 / jornal Valor Internacional - 05.08.2016 / MotorShow - 14.03.2023 / Estadão - 18.12.2023 / Valor - 14.05.2024 - partes).

Cerveja Legítima

          A cerveja Legítima é feita exclusivamente para os cearenses. Foi lançada pela Cervejaria Ambev em 13 de junho de 2019. A cerveja leva a mandioca como ingrediente principal na receita e todo o processo, desde a colheita até chegar ao consumidor, é feito por cearenses.
          Essa é mais uma estratégia de inovação da Ambev, que aposta no regionalismo. Depois do Maranhão (com a marca Magnífica, lançada em dezembro de 2018) e Pernambuco (com a marca Nossa, lançada em setembro de 2018), chega a vez do Ceará ser representado pela marca. “É uma estratégia de inovação fundamental para nossa empresa. Estamos apostando cada vez mais nisso, dentro dessa estratégia de trazer produtos novos, receitas e significados, e o regionalismo é uma parte fundamental”, destacou o presidente da Cervejaria Ambev, Jean Jereissati, durante o lançamento que ocorreu no Mercado dos Pinhões, em Fortaleza.
          A mandioca é um produto que está sempre presente na mesa do cearense e para chegar até a Legítima, o mestre cervejeiro Leon Maas explicou que o principal ponto foi encontrar um ingrediente que tivesse disponibilidade na região do Ceará e que fosse possível utilizar em larga escala. O objetivo era, ainda, causar impacto econômico nas famílias que produzem a mandioca.
          O mestre cervejeiro detalhou que a Legítima é uma cerveja do tipo American Lager, ou seja, possui sabor local e único. “A Legítima é uma cerveja exclusivamente cearense, com o DNA cearense, por mais de um motivo: primeiro, porque utiliza a mandioca, exclusivamente colhida de famílias cearenses da região de Salitre, e segundo, é beneficiada e produzida exclusivamente na cervejaria de Aquiraz, então não só é cearense por ser produzida em Aquiraz, mas por ter parte da sua matéria prima cearense, tornando-a ainda mais alegre e cearense possível”, destacou.
          Jean Jereissati também explicou que a mandioca é usada em diversas cervejas premiadas no mundo. A expectativa é que a nova cerveja caia no gosto do cearense. “Nossa ambição é que a Legítima possa cair no gosto popular e consiga representar as vitórias, os orgulhos e os costumes dos cearenses. Ela vem democrática e aberta para tentar fazer essa representação para todo cearense”, disse o presidente da Ambev.
          A Legítima possui identidade forte e alegre assim como é o cearense. Da produção até às ações de marketing, foram desenvolvidas por e para cearenses. “É uma cerveja de cearense para cearense, não é só a cadeia produtiva da mandioca que está aqui, mas o marketing que foi desenvolvido, a decisão da marca foi feita toda no Ceará”, destacou Jean Jereissati.
          Toda mandioca utilizada na fabricação da cerveja é cultivada por aproximadamente 150 famílias da Agricultura Familiar do município de Salitre, no extremo Sul do Ceará. A Ambev espera que até o final de 2020, cerca de 600 pessoas estejam envolvidas no projeto. Assim como todas as cervejas da Ambev, a Legítima passa por rigoroso critério de controle de qualidade e é exclusivamente fabricada na Cervejaria Aquiraz, uma das cervejarias modelos da marca.
          A cerveja Legítima já está disponível no mercado cearense e nos principais restaurantes. O preço sugerido é de R$ 3,99 a garrafa retornável e também há opção de latas. A comercialização, no entanto, é exclusiva no Ceará.
          A operação da Ambev no Ceará emprega mais de 800 funcionários próprios. Movimenta mais de 23 mil postos de trabalho entre diretos, indiretos e induzidos no Ceará em toda a cadeia. A Cervejaria Aquiraz, além da Legítima, produz, Skol, Brahma e Antarctica, entre outras marcas.
No Ceará, além da cervejaria de Aquiraz, a companhia possui três centros de distribuição direta (Fortaleza, Itapipoca e Maracanaú).
(Fonte: O Estado (Ceará) - 14.06.2019)

2 de out. de 2011

Sukita

          A história teve início em 1972 quando ao se associar à Fratelli Vita, tradicional e antiga empresa baiana produtora de refrigerantes, a Companhia Cervejaria Brahma passou a contar com importantes produtos em seu portfólio, entre os quais a marca Sukita, que foi totalmente reformulada e relançada oficialmente no mercado em 1976, para satisfazer as preferências do público infanto-juvenil, apreciador de bebidas com coloração forte e sabor mais adocicado. Inicialmente o novo produto era encontrado apenas em embalagens retornáveis de 290ml. Em acelerado ritmo de crescimento, no ano de 1988 foi lançada a embalagem descartável de 250ml e introduzidas as tampas de rosquinha em suas garrafas, e, no ano seguinte, a embalagem plástica descartável PET de 1 litro. Em 1996, a lata de Sukita teve seu visual modificado e foi lançada também a embalagem PET 2 litros.
          Em 1999, a marca chegou ao mercado nacional de roupa nova, com um visual diferenciado e moderno direcionado ao público mais jovem. O novo layout fazia parte da estratégia global da AmBev no reposicionamento da marca Sukita. A marca voltou à mídia, apostando no bom humor, com a campanha do “Tio” e o slogan “Quem bebe Sukita não engole qualquer coisa”. Nesse mesmo ano, 1999, foi lançada a versão light do refrigerante com o slogan “O melhor da laranja para quem não engole qualquer light”.

          O “Tio Sukita” virou febre nacional em 1999, em uma campanha publicitária do refrigerante, que, devido ao enorme sucesso, daria origem a uma série de propagandas com forte dose de bom humor. No comercial, uma adolescente de ar ingênuo dá repetidos chapéus num coroa que vivia se insinuando para ela. O homem de meia-idade (40 e tantos anos), tenta flertar com a garota no elevador, mas levou o fora, quando a menina, que bebe uma Sukita, o chama de tio. O lema da campanha era: ”Quem bebe Sukita, não engole qualquer coisa”. Nem mesmo uma cantada de um tiozão. O personagem “tio” era representado pelo ator Roberto Arduim e sua vizinha adolescente era estrelada pela atriz Michelly Machri.
          A marca iniciou o ano de 2000 comemorando o sucesso publicitário alcançado no ano anterior e invadiu as praias do litoral paulista com promoções diferenciadas. Durante todo o verão, uma equipe de promotores, uniformizados com o logotipo da Sukita e em carro personalizado, realizou blitz nos pontos mais badalados da cidade, abordando o público, ao vivo, pelas rádios locais participantes da promoção.
          Em 2006, a embalagem da Sukita ganhou novo design e as latas de 350ml chegaram ao mercado com mais laranjas do que nunca, com logotipo nas cores verde e branco e uma laranja estilizada. No ano seguinte, em abril, foi lançada a Sukita Zero Açúcar, bebida sem adição de açúcar com um sabor muito próximo da versão original, que estreou com o slogan “Turbilhão de sabor”. Pouco depois, em junho, a marca Sukita foi relançada no mercado com novo sabor e nova campanha publicitária, dessa vez com um garoto-propaganda representado por um divertido japonês ruivo, que propunha diversos desafios para provar o novo sabor do refrigerante.
          Em 2008, a marca introduziu mais uma novidade no mercado, Sukita sabor uva, que chegava para concorrer com a rival Fanta Uva. Em 2009, a marca ampliou ainda mais sua linha de produto com o lançamento da Sukita Vitaminada, um novo sabor, inédito no mundo, que possuía como diferencial um mix de sabores de maçã, mamão e laranja, além de ser enriquecida com vitaminas B3, B5, B6 e B9. Com a novidade, a linha Sukita, que está entre as principais do portfólio da AmBev, chegou a sua quarta versão no mercado.
(Fonte: Mundo das Marcas - parte)