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28 de jul. de 2020

Drastosa

          Em meados de 1991, Monica Radomysler, nascida em 1952, uma das herdeiras da malharia Drastosa, largou sua carreira de marchande de arte contemporânea para tomar conta do principal negócio da empresa: a fabricação de meias. Monica não se arrependeu. "Agora estou desenvolvendo todo o meu potencial criativo", afirmou. Mas ela não se desvencilhou completamente da arte. Levou para a empresa parte de sua coleção de telas e desenhos.
          A malharia Drastosa tinha números reluzentes em 1992. Capacidade para produzir 300.000 peças de roupas por mês, fora 1,8 milhão de pares de meias que colocava no mercado a cada trinta dias.
          A exportação era importante para a empresa. Ela fornecia para as redes americanas Liz Claiborne e The Gap. Fabricante no Brasil da marcas Adidas, a Drastosa lançou, em maio de 1992, uma nova grife: Compagnie da Forma, uma roupa para o dia-a-dia, com o objetivo de relacionar a nova marca com moda, como faziam com os artigos que eram exportados.
(Fonte: revista Exame - 29.04.1992)

27 de jul. de 2020

Banco Rothschild / Banco N M Rothschild

          A ascensão da família para a preeminência internacional iniciou-se em 1744, com o nascimento de Mayer Amschel Rothschild (1744-1812), em Frankfurt am Main, Alemanha. Foi filho de Amschel Moses Rothschild (nascido cerca 1710), um cambista que havia negociado com o Príncipe de Hesse. Nascido no gueto judaico (chamado "Judengasse"), Mayer construiu uma casa de finanças e espalhou seu império por instalar cada um de seus cinco filhos nos principais centros financeiros europeus, para conduzir negócios. Foi Mayer que proferiu a famosa frase: "Os acionistas são ovelhas ou tigres".
          Seus filhos foram:
Amschel Mayer Rothschild (1773–1855): Frankfurt (faleceu sem filhos e sua fortuna foi herdada pelos irmãos Salomon e Calmann).
Salomon Mayer Rothschild (1774–1855): Viena.
Nathan Mayer Rothschild (1777–1836): Londres.
Calman Mayer Rothschild (1788–1855): Nápoles.
Jakob Mayer Rothschild (1792–1868): Paris.
          Nathan se estabeleceu na Inglaterra em 1798, ano que é considerando o início da dinastia. Primeiramente ele fundou uma companhia têxtil com capital de £20.000 (que seriam equivalente hoje em dia a £1,9 milhões). Ele (Nathan Mayer Rothschild) também começou uma operação de corretora de valores na bolsa de Londres — a London Stock Exchange e posteriormente, em 1811 fundou um banco, o N M Rothschild & Sons Ltd. que segue controlado pela família Rothschild até os dias de hoje. Em 1818, ele garantiu um empréstimo de 5 milhões de libras (equivalente a 340 milhões de libras em 2017) para o governo da Prússia, e a emissão de títulos para empréstimos para governos foi uma marca dos negócios de seu banco. Ele ganhou uma posição de tal poder na cidade de Londres que, em 1825-26, conseguiu fornecer moeda suficiente para o Banco da Inglaterra, a fim de evitar uma crise de liquidez no mercado. Assim como os demais bancos abertos na Europa pela família Rothschild, o N M Rothschild & Sons forneceu crédito a governos durante épocas de guerra e crises.
          Dos filhos de Mayer Amschel Rothschild que empreenderam, Nathan foi aquele que obteve o maior sucesso nos negócios. Em vista das dificuldades para exportar impostas pelo bloqueio do Canal da Mancha, Nathan se voltou para os mercados financeiros de Londres, onde acabou fazendo fortuna. Havendo cada um dos filhos de Mayer estabelecido uma filial bancária nos principais centros de negócios da Europa, os Rothschilds foram de fato o primeiro banco a ter operações internacionais, em diversos mercados. Nathan foi um pioneiro em finanças internacionais e utilizando-se de uma rede de correspondentes para se comunicar com seus irmãos, atuou como uma espécie de Banco Central da Europa – Intermediando compras para reis, socorrendo bancos centrais dos países europeus e financiando projetos de infraestrutura como ferrovias, que ajudaram o começo da revolução industrial.
          Nathan Mayer Rothschild é reconhecido pelo seu papel na defesa do fim do tráfico de escravos, financiando a emissão de 15 milhões de libras esterlinas que eram necessárias para aprovar a Lei de Abolição da Escravatura em 1833.
          Em 1875, Benjamin Disraeli, o primeiro-ministro predileto da rainha Vitória, mandou um bilhete através de seu secretário particular informando Lionel Nathan de Rothschild (o filho mais velho de Nathan Mayer Rothschild) de que o tesouro de sua majestade requisitava a soma de 4 milhões de libras (naquela época equivalente a mais de 5% de todo o orçamento anual do governo britânico) com o objetivo de adquirir o Canal de Suez. O crédito foi aprovado no mesmo dia. Disraeli foi o único primeiro-ministro a quem a rainha Vitória permitia que se sentasse diante dela durante os despachos semanais. A um desafeto na Câmara dos Lordes que o “acusou” de ser judeu, Disraeli disse a frase que ficou famosa: “Sim, sou judeu, e quando os ancestrais do nobre cavalheiro eram selvagens brutais em uma ilha desconhecida, os meus eram sacerdotes no templo de Salomão”.
          A casa francesa (capitaneada inicialmente por Jakob Mayer Rothschild), teve o seu apogeu no século XIX, apesar dos maus momentos do anti-semitismo francês. Quando o socialista François Mitterrand nacionalizou 39 bancos franceses em 1982, a Banque Rothschild saiu das mãos da família, que procurou asilo com os primos ingleses da NM Rothschild e na operação Rothschild North America, controlada 50/50 pelas duas casas.
          Em 1986, os socialistas caíram e os Rothschild voltaram candidatos a uma nova licença. Nesses 17 anos, a Rothschild & Cia. foi reinventada, mesmo se transformando em um pequeno banco de 550 funcionários (dados de 2002). Os primos ingleses conseguiram manter-se independentes na onda de aquisições que levaram uma dezena de bancos londrinos familiares a ser devorados pelos gigantes americanos Citigroup, Goldman Sachs e Morgan Stanley. Saíram de sena os centenários Fleming e Kleinwort Benson, Warburg e Morgan Grenfell.
          Renascido em 1986, o Banque Rothschild pôde recrutar novos talentos e refazer a cultura. O ano 2000 foi bom para mediação em fusões e aquisições, mas em 2001 o mercado desabou. Rothschild e Lazard são os dois únicos bancos de família sobreviventes com independência.
          Com escritório no Brasil, em 1999, a subsidiária brasileira atuou como intermediária na aquisição de uma participação de 26,2% no Pão de Açúcar, no valor de 1 bilhão de dólares, pelo francês Casino.
          Em 2010, Nigel Higgins é nomeado como principal executivo da companhia. É a primeira vez que um executivo não membro da família assume tal posição em seus 213 anos de história.
          Dois anos depois, em 2012, a família Rothschild, capitaneada por David de Rothschild, define que pretende assegurar "controle de longo prazo" sobre seu império bancário internacional por meio da fusão de seus ativos franceses e britânicos numa única instituição e a adoção de uma nova forma de governança que protege a empresa contra tomadas de controle hostis (a adoção de uma estrutura de sociedade limitada atuará como proteção contra tentativas de tomada de controle).
          David é o tataraneto de Mayer Amschel Rothschild, o fundador da dinastia, e descendente do barão James de Rothschild, que fundou um banco em Paris em 1812.
          O Rothschild é uma das maiores firmas de assessoria independente, com dezenas de escritórios, presente em 42 países e com mais de 3 mil funcionários.
(Fonte: revista Carta Capital - 15.05.2002 / jornal Valor - 10.04.2012 / Wikipédia / Estadão - 14.01.2024 - partes)

26 de jul. de 2020

Caco de Telha

          O grupo Caco de Telha foi criado em 1996 por integrantes da família e amigos próximos à cantora baiana Ivete Sangalo. O grupo surgiu com um propósito relativamente modesto: gerenciar a então nascente carreira-solo de Ivete Sangalo, já em vias de se desligar da Banda Eva.
          Uma de suas primeiras atribuições foi concentrar atividades então relegadas a outras companhias, como a produção dos shows e a gravação de CDs e DVDs. Não demorou para que a iniciativa chamasse a atenção de outros astros da música, como o cantor Nando Reis. Impressionado com o sucesso do primeiro DVD da cantora, gravado no estádio da Fonte Nova, em Salvador, em 2003, Reis contratou a Caco de Telha para produzir seu show em Porto Alegre naquele mesmo ano.
          Desde então, a Caco não parou mais. Por meio de suas dez empresas, o grupo realiza dezenas de eventos por mês, que vão de megaespetáculos a formaturas em faculdades, passando por eventos corporativos, gravação de álbuns e gerenciamento da carreira de 11 bandas - além, é claro, da própria Ivete Sangalo.
          Em 2010, a cantora detinha 95% da Caco de Telha, mas não participa da gestão. A Caco de Telha tinha 220 funcionários.
          Ivete Sangalo é uma das celebridades mais bem-sucedidas do país. Já assinou dezenas de contratos de patrocínio ao longo de sua trajetória, com empresas como TAM, Philips, AmBev e Itaú. Isso sem falar na frenética agenda de shows, que inclui mais de 100 aparições por ano, e na gravação de pelo menos um DVD por temporada.
          Com a ajuda da cantora, a Caco de Telha esteve por trás de grandes eventos. Em 2010, num consórcio com a Mondo, do Grupo ABC, de Nizan Guanaes, e com a Panmusic, foi uma das responsáveis pela vinda da cantora americana Beyoncê ao Brasil.
          O grande desafio da Caco de Telha, é evitar que criador e criatura fiquem tão dependentes que um não consiga sobreviver sem o outro. Apesar de toda a diversificação, o desempenho da empresa permanecia (no início de 2010) extremamente atrelado ao sucesso de Ivete Sangalo, então responsável por 60% das receitas.
(Fonte: revista Exame - 24.02.2010)

25 de jul. de 2020

Prosperitas

          Em 2006, o contador Jorge Carlos Nuñez e os economistas Luciano Lewandowski e Maximo Pinheiro Lima, deixaram a GP Investimentos para fundar a Prosperitas (a prosperidade, em latim), uma gestora de fundos de investimento imobiliário. O escritório foi montado na Avenida Juscelino Kubitschek, na zona sul de São Paulo.
          Logo no início das operações da empresa os sócios tiveram que forjar um estilo mão na massa por pura necessidade. Quando iniciaram suas atividades, eles tiveram dificuldade de cumprir a proposta inicial de investir apenas em imóveis prontos - em grande medida porque havia poucas opções interessantes disponíveis. A saída para crescer foi desenvolver do começo ao fim os próprios projetos, seguindo o modelo de concorrentes como a americana Tishman Speyer.
          Passou a ser comum, então, os sócios deixarem o conforto do ar condicionado, pelo mormaço que envolve obras erguidas em vários estados, do Rio Grande do Sul a Alagoas. O grupo assume todos os riscos mas consegue taxas de retorno bem mais polpudas. Um dos grandes empreendimentos da Prosperitas foi o Eco Berrini, edifício comercial de 32 andares na zona sul de São Paulo, orçado em 600 milhões de reais.
          No início de 2010, a empresa já era a maior gestora de fundos de investimento imobiliário do país, com 2 bilhões de reais em ativos.
(Fonte: revista Exame - 24.02.2010) 

24 de jul. de 2020

IMC

          A International Meal Company (IMC), é dona de marcas Frango Assado, Viena, Brunella, Batata Inglesa e Olive Garden no Brasil. É também operadora do Pizza Hut e do KFC no Brasil.
          Em setembro de 2018, a IMC decidiu rescindir o acordo de fusão com a Sapore, terceira maior operadora de restaurantes corporativos no país. A união das duas empresas foi anunciada em junho de 2018 e criaria uma companhia de alimentação de R$ 3,1 bilhões de receita e mais de 24 mil funcionários. Segundo comunicado da IMC, a decisão foi tomada por seu conselho de administração após término dos trabalhos de auditoria.
          Em fins de julho de 2019, a IMC fechou acordo de associação com a Família Martins, proprietária da MultiQSR Gestão de Restaurantes, indiretamente detentora de direitos de masterfranquia dos sistemas Pizza Hut e KFC no Brasil. O acordo contempla a incorporação, pela companhia, das ações da MultiQSR. O acordo entre os grupos começou a ser costurado no início de 2019. As conversas iniciaram-se em janeiro, depois que o acordo da IMC com a empresa de refeições corporativas Sapore não avançou.
          Com a implementação da incorporação, a Família Martins receberá, em conjunto, 29.387.930 ações ordinárias de emissão da companhia, no momento da negociação equivalentes a 15% do total de ações ordinárias da companhia.
          A relação de substituição baseia-se na avaliação da Multi QSR em 31 de março de 2019 em virtude de sinergias e análise de fluxo de caixa descontado, transações precedentes com empresas comparáveis e múltiplos de empresas comparáveis, e na avaliação da companhia em R$ 1.332.252.800,00, equivalente a R$ 8,00 por ação.
          A combinação da IMC com os sistemas Pizza Hut e KFC, resulta em uma companhia única no setor de food service que, considerando 2018, teria faturado mais de R$ 1,8 bilhão em receita bruta (ou aproximadamente R$ 2,3 bilhões, considerando o faturamento também de franqueados) e mais de 460 pontos de vendas, incluindo um portfólio de marcas como Frango Assado, Viena, KFC, Pizza Hut, Margaritaville, entre outras. A empresa dos Martins é master franqueadora das marcas de alimentação Pizza Hut, KFC e Taco Bell, com cerca de 300 unidades, segundo dados de abril de 2019. A IMC controla cerca de 15 negócios (considerando as marcas menores em aeroportos). Entre as cadeias principais estão Frango Assado, Viena e Olive Garden. A rede tem pontos nos Estados Unidos e no Caribe.
          Considerando dados de novembro de 2020, a rede Frango Assado tem 25 unidades e a Pizza Hut, 229.
          A IMC é negociada na B3, sob o código MEAL3
          Em 2022 a IMC concluiu a venda de ativos no Panamá. A venda de nove lojas da marca Carl’s Jr. foi realizada para a companhia Excelencia Y Superación.
          Em 23 de agosto de 2023, a IMC informou que sua subsidiária direta Pimenta Verde Alimentos firmou um contrato com a sociedade Wow Restaurantes. O objetivo é a venda da subsidiária indireta da IMC, a OG do Brasil Alimentação, a qual opera a marca Olive Garden no Brasil. O preço total da proposta é de R$ 45 milhões. O negócio envolve a venda dos seis restaurantes da rede Olive Garden operados pela companhia no Brasil – quatro localizados em shoppings das cidades de São Paulo e Campinas e dois no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
(Fonte: Valor - 18.09.2018 / 26.07.2019 / 17.11.2020 / Dica de Hoje Research - 24.08.2023 - partes)

23 de jul. de 2020

Ludwig Schokolade (Trumpf, Mauxion, Schogetten, Fritt)

          During study trips in the mid-nineteenth century, pharmacist Leonhard Monheim discovered a precious, new luxury food: chocolate. With the help of an Italian chocolatier, his first product was manufactured from 1857 onwards. Up to 400 health chocolate bars were made daily by hand. Leonard Monheim sold them in his pharmacy under the name ‘Trumpf’, laying the foundations for Ludwig Schokolade’s success story.
          In 1865, to meet the rapidly rising demand for his chocolate, Leonhard Monheim switched from manufacture by hand to machine production. Special equipment acquired from France simplified the manufacturing process, made new production techniques possible and increased production capacity.
          With the introduction of new recipes and preparation techniques the company witnessed significant growth. The first chocolate factory was opened in 1903 in Aachen, where the finest boxed chocolates could also be produced in large quantities. Aachen is the westernmost city in Germany, located near the borders with Belgium and the Netherlands.
          The demand for Trumpf chocolate continued to rise – and production capacity grew accordingly: another factory opened its gates in Berlin in 1921. In the same year an innovation was launched in the form of the Praletten chocolate bar which soon enjoyed a high degree of popularity and became a classic.
          As the fifties progressed, Leonard Monheim AG became one of Europe’s biggest manufacturers of chocolate and cocoa products. The opening of a third factory in Saarlouis boosted the company’s success. Saarlouis is located close to the French border and not far from the Luxembourg border.The growing international business was also expanded with the addition of the traditional Mauxion brand: its integration in 1958 was a further milestone in the company’s history.
          1962 was a special year, with the introduction of a real innovation in the world of chocolate bars – the Schogetten chocolate bar, uniquely divided into individual segments. Schogetten quickly made chocolate history. The success which it continues to enjoy to this day has made Schogetten one of the best known chocolate brands of all.
          In 1966 the chocolate speciality Edle Tropfen in Nuss was launched on the market. The combination of classic liqueurs, smooth chocolate and crunchy nuts has been delighting connoisseurs ever since. To this day, Edle Tropfen in Nuss is significant not only to the Ludwig Schokolade product range, but also to the liqueur segment of the chocolate market, making its mark in its own inimitable style.
          Leonard Monheim AG has been trading as Ludwig Schokolade GmbH & Co. KG since 1986.
The company’s competitive capabilities were significantly boosted in 1998: incorporation into the globally operating Krüger Group set the course for a successful future in the national and international markets and created new potential for the 21st century.
          The Polish company Inda Chocolate was acquired in 2007, significantly enhancing the product range in the area of chocolate bars.
          Since 2010, new perspectives opened up following the takeover of Fuchs & Hoffmann GmbH (Hoco). The move secured the supply of high-quality cocoa mass and chocolate liquor while also establishing access to an attractive industry sector.
          In 2014, Ludwig Schokolade emphasised the importance of sustainability in its business activities with the establishment of the Suscom company group. Suscom works specifically through a subsidiary at a local level with farmers and cocoa cooperatives in the Ivory Coast. It purchases certified raw cocoa from sustainably managed farms and exports it to Germany.
(Fonte: site da empresa)
(This product is imported into Brazil by Dia Brasil Sociedade Ltda. - Bairro Pinheiros - São Paulo)

21 de jul. de 2020

BioNtech

          A empresa de imunoterapia BioNTech foi fundada em 2008. A biofarmacêutica, com sede em Mainz, no sudoeste da Alemanha, é pioneira em novas terapias para o câncer e outras doenças graves.
          Ugur Sahin é um dos milhões de turcos que foram para a Alemanha em busca de uma vida melhor. Nascido em 1966, ele se mudou para o território alemão na infância, quando os pais conseguiram emprego na fábrica da Ford em Colônia. Sahin se formou em medicina na Universidade de Colônia, onde conheceu sua mulher, Oezlem Tuereci.
          O casal decidiu fundar a BioNTech em 2008. O foco era desenvolver terapias para tratamento de câncer com vacinas personalizadas, capazes de ensinar as células a atacar o tumor presente no organismo.
          A tecnologia de ponta da BioNtech foi o argumento utilizado para levar os papéis da empresa para a Nasdaq, em 10 de outubro de 2019.
          Em um fim de semana de janeiro de 2020, Sahin leu um artigo sobre o vírus covid-19 na revista científica The Lancet e percebeu que uma pandemia com potencial de fechar escolas estava a caminho. Foi quando ocorreu mudança de foco para o combate ao covid-19.
          “Na segunda-feira seguinte, ele chegou para a sua equipe e, embora a maioria deles fosse oncologista, os colocou para trabalhar no desenvolvimento da vacina”, disse em entrevista Thomas Strüngmann, empresário alemão do setor farmacêutico que desenvolveu projetos em parceria com Sahin.
          Em fervereiro, Sahin procurou Kathrin Jansen, chefe de pesquisas e desenvolvimento de vacinas da Pfizer, para oferecer uma parceria no desenvolvimento da vacina. Jansen topou e Pfizer assumiu o compromisso de investir US$ 1 bilhão no projeto, incluindo um pagamento adiantado de US$ 185 milhões. O anúncio da parceria com a Pfizer, foi feito em 17 de março (2020).
          Em junho, o Banco Europeu de Investimentos aceitou investir outros 100 milhões de euros, em duas parcelas de 50 milhões a serem liberadas de acordo com a evolução das pesquisas.
          “Os investimentos que fizemos para desenvolver nossa plataforma de vacinas ao longo de 12 anos nos permitiram responder rapidamente à crise global com o início do programa de vacina contra a covid-19. Este financiamento nos permitirá atingir o próximo estágio de desenvolvimento do tratamento contra a covid-19”, disse o diretor financeiro e de operações da BioNTech, Sierk Poetting.
          Assim como a norte-americana Moderna, a BioNTech busca um caminho diferente das técnicas tradicionais no desenvolvimento da sua candidata à vacina para covid-19. As biofarmacêuticas apostam no uso de mRNA, que tenta transformar as células do corpo em “fábricas de medicamentos”.
          De uma forma geral, a maior parte dos estudos tradicionais parte da lógica de injetar no corpo de pacientes proteínas ou o próprio vírus, seja ele morto ou atenuado, para que o organismo possa produzir uma resposta imunológica contra o invasor.
          Na técnica adotada pela BioNTech e Moderna, os cientistas trabalham com uma só parte do vírus, o mRNA, que carrega a instrução para o corpo produzir a proteína spike, presente no SARS-CoV-2. Caso o organismo, já com as proteínas spike, reconheça a presença da proteína do vírus, ele passa a produzir os anticorpos para combater o invasor.
          A parceria entre uma empresa norte-americana (Pfizer), uma alemã (BioNtech) e uma chinesa, a Fosun Pharma, tem despontado entre as principais concorrentes.
          Em julho de 2020, a Anvisa aprovou o ensaio clínico desta vacina no Brasil. Segundo a agência, o estudo seria feito em 29 mil pessoas no mundo, sendo que 5 mil no país. Se a vacina for aprovada, a Pfizer esperava conseguir produzir mais de 100 milhões de doses ainda em 2020, e potencialmente outras 1,2 bilhão de doses até o fim de 2021.
          A Anvisa aprovou o uso da vacina contra a covid-19 da Pfizer BioNtech em fevereiro de 2021.
(Fonte: Estadão - 02.07.2020 / Época Negócios - 22.07.2020 - partes)

CanSino Biologics

          Em 2008, um grupo de cientistas chineses se reuniu para um churrasco em Toronto, quando as conversas giraram em torno das vacinas de sua terra natal, que há muito tempo estavam aquém do mundo desenvolvido em qualidade e segurança. Quatro deles decidiram agir. Deixaram posições de destaque em farmacêuticas globais no Canadá para estabelecer uma empresa de biotecnologia a meio mundo de distância em Tianjin, na China, na esperança de produzir vacinas em pé de igualdade com países ocidentais.       
          A CanSino Biologics, frequentemente abreviada como CanSinoBIO, foi fundada em 13 de janeiro de 2009 em Tianjin, pelos quatro cientistas chineses Yu Xuefeng, Zhu Tao, Qiu Dongxu e Helen Mao Huihua. A empresa não explica mas, na criação de sua denominação CanSino, "Can" é em homenagem ao Canadá e "Síno" vem do grego e significa povo chinês.
          Em julho de 2018, a CanSino entrou com um pedido para listar suas ações na Bolsa de Valores de Hong Kong e teve sua estreia em 28 de março de 2019.
          A empresa possui um portfólio de vacinas em fase de pesquisa, incluindo a Ad5-EBOV para prevenir o Ebola e a Ad5-nCoV para o Covid-19. Ambos são desenvolvidos em conjunto com o Instituto de Biotecnologia da (e a) Academia de Ciências Médicas Militares do Exército de Libertação Popular.
          A CanSino também colaborou com o Conselho Nacional de Pesquisa do Canadá no desenvolvimento de vacinas. As duas organizações começaram a colaborar em 2013 e depois trabalharam juntas para desenvolver uma vacina contra o Ebola.
          Em março de 2020, a CanSino fez um acordo para colaborar com o NRC no desenvolvimento do candidato à vacina Covid-19 Ad5-nCoV, para ajudar a encerrar a pandemia do Covid-19, com planos de realizar um ensaio clínico no Canadá.
          O CEO da CanSino, Yu Xuefeng, ex-executivo da unidade canadense de vacinas da farmacêutica Sanofi, mantém contatos no Canadá e na China, mesmo quando as divergências geopolíticas polarizam os dois países. Yu reforçou as proezas científicas de sua empresa ao se associar à maior organização de pesquisa do governo canadense. Na terra natal, trabalhou com um proeminente cientista militar chinês, primeiro com uma vacina contra o ebola, e agora, com a vacina experimental de coronavírus da CanSino.
          A CanSino Biologics está no centro das atenções globais: conexões dos dois lados do Pacífico a colocam entre as líderes na corrida por uma vacina contra o coronavírus.
          Um porta-voz da empresa chinesa, citando reportagens da mídia em maio (2020), disse que o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, apoia os pesquisadores canadenses que trabalham em ensaios clínicos para uma vacina contra o coronavírus com a CanSino.
          Em maio de 2020, a CanSino se tornou a primeira empresa a publicar globalmente um estudo científico completo sobre seus primeiros testes em humanos, um passo importante porque permite que pesquisadores do mundo todo avaliem o potencial da vacina. O Ad5-nCoV foi o primeiro candidato a vacina Covid-19 no mundo a iniciar testes em Fase II em humanos.
          A empresa — que ainda não gera receita e registrou perda de US$ 22 milhões em 2019 — até agora conseguiu acompanhar e, ocasionalmente, superar gigantes farmacêuticas ocidentais com a velocidade de seus testes iniciais de vacina contra o coronavírus. A pesquisa ainda é muito incipiente para saber se a vacina da CanSino, ou mesmo de qualquer empresa, fornecerá a bala mágica que países buscam para reabrir as economias em meio à pandemia. Mas as incursões da CanSino mostram que a jovem indústria de biotecnologia da China se torna uma concorrente global e uma ferramenta poderosa para o presidente Xi Jinping.
          Apoiando a CanSino, há uma velha conhecida do setor farmacêutico norte-americano. A companhia tem como um de seus principais investidores a Lilly Asia Ventures, braço de venture capital da Eli Lilly no continente asiático. E na corrida entre países pelo acesso à vacina, a CanSino tem do seu lado também o Canadá. Em maio de 2020, o conselho nacional de pesquisa canadense anunciou que iria trabalhar ao lado dos chineses para acelerar o desenvolvimento e produção da vacina.
(Fonte: Wikipédia / Época Negócios / Bloomberg - 02.07.2020 - partes)

Moderna Inc.

          A farmacêutica Moderna Inc. foi fundada em 2010 por Noubar Afeyan, Sandra Horning e Robert Langer e tem sede em Cambridge, estado de Massachusetts, nos Estado Unidos.
          Foi criada como laboratório de biotecnologia para desenvolver medicamentos e vacinas com base no RNA mensageiro – uma “fita” que é responsável por levar a informação do DNA do núcleo até o citoplasma, local onde determinadas proteínas são produzidas.
          A empresa se dedica, principalmente, a desenvolver pesquisas e medicamentos sobre câncer, doenças cardíacas e doenças infecciosas. Até hoje, não trouxe nenhum medicamento ou vacina ao mercado.
          A startup se dedica ao desenvolvimento de vacinas personalizadas para doentes oncológicos e foi também responsável por grandes conquistas nos tratamentos do surto de zika em 2015. Agora é uma das empresas que estão à frente das pesquisas por uma vacina contra a Covid-19. A sua vacina introduz no organismo uma imitação da proteína que existe na superfície do vírus.
          A Moderna foi a primeira companhia a iniciar testes em humanos, em 16 de março de 2020, em Seattle, e suas ações quase triplicaram de valor desde que a OMS declarou a pandemia em 11 de março.
          Em 12 de maio de 2020, a Moderna anunciou que a Food and Drug Administration (FDA, o equivalente à Anvisa no Brasil) incentivou seu esforço na criação do que pode vir a ser a primeira vacina para a Covid-19.
          Em 18 de maio de 2020, a empresa informou que obteve resultados positivos nos testes iniciais para o desenvolvimento de uma vacina para o coronavírus. Era um estudo pequeno, com apenas oito pessoas, mas todas elas desenvolveram anticorpos contra a covid-19 – uma ótima notícia. O próximo passo é testar a substância em 45 voluntários.
          Parte das pesquisas conduzidas pela Moderna Inc. está sendo financiada pela Coalizão de Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI), entidade criada pela Bill & Melinda Gates Foundation para apoiar o desenvolvimento de vacinas e tratamentos contra surtos desse porte. O trabalho também conta com uma estreita colaboração, desde janeiro de 2020, com o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês).
          A Moderna informou que a vacina foi “no geral bem tolerada” e que os pacientes não sofreram nada além de vermelhidão ou dor pelas injeções.
          O laboratório analisou a sequência genética do novo vírus publicada por cientistas chineses em 10 de janeiro. O Niaid (Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, em português) concordou em executar uma pesquisa clínica se a farmacêutica pudesse desenvolver uma vacina.
          Para fabricar o produto, a empresa adaptou alguns equipamentos robóticos que estavam fabricando vacinas contra o câncer, adaptadas às mutações genéticas dos tumores dos pacientes. Mais de 100 funcionários participaram da fabricação e do processo de controle de qualidade.
          O 1º teste será realizado na unidade de pesquisas clínicas do Niaid em Bethesda, no Estado norte-americano de Maryland, no nordeste do país. Se os resultados forem positivos, um 2º teste com centenas ou milhares de voluntários poderá ser realizado – o que pode levar de 6 a 8 meses.
          Se esse 2º teste for bem-sucedido, a vacina poderá estar pronta para uso geral. A extensão da disseminação do vírus determinará se o produto será direcionado a grupos-alvo, como profissionais de saúde, ou para toda a população.
          Pelo menos dois dos investidores iniciais da Moderna ficaram bilionários considerando como base maio de 2020. Um deles é o CEO Stéphane Bancel, um veterano da indústria farmacêutica com passagens pela bioMérieux e pela Eli Lilly, que acumula uma fortuna de US$ 2,45 bilhões em ações da empresa. O segundo é o professor de medicina de Harvard Timothy Springer, que já chegou ao US$ 1,38 bilhão. O próximo que deve alcançar a marca é Robert Langer. Com uma participação de 3,2% na empresa, o professor do MIT acumula uma fortuna de US$ 934,3 milhões. Langer é um reconhecido pesquisador na área da biotecnologia. Segundo levantamento usando a plataforma Google Scholar, ele é o oitavo cientista mais citado em pesquisas científicas.
          A Moderna briga (no bom sentido) com a gigante alemã no campo científico: ambas utilizam a mesma técnica para chegar à vacina contra o covid-19 por meio de RNA mensageiro (mRNA).
          Até agora (julho de 2020), a Moderna firmou uma parceria com a companhia suíça Lonza para iniciar a produção ainda em 2020.
          A farmacêutica Moderna tem mais de 800 funcionários.
(Fonte: NeoFeed / PFarma.com.br / IstoÉDinheiro / Poder 360 - 18.05.2020 / ÉpocaNegócios - 20.05.2020 / 22.05.2020 / 22.07.2020 - Partes)