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31 de out. de 2011

Angeloni Supermercados

          Empresa 100% familiar, o supermercados Angeloni foi fundado em maio de 1958 pelos irmãos Antenor e Arnaldo Angeloni, a partir de uma pequena fiambreria, em Criciúma, no sul de Santa Catarina, de onde começou a expansão para as maiores cidades do estado.
          Durante as mais de quatro décadas seguintes, a rede dedicou-se a desbravar novos mercados e a fortalecer o conceito Angeloni de bem servir, estabelecendo premissas modernas e arrojadas, que muito contribuíram para que o Angeloni se transformasse em um modelo na área de supermercados, sempre através de inovações inéditas em cada época, como lojas climatizadas, estacionamento coberto e elevadores.
          Em 2002, o Angeloni ampliou ainda mais suas fronteiras ao inaugurar a loja de Curitiba, no estado do Paraná, a primeira unidade fora de Santa Catarina e o marco de início de uma nova trajetória. 
          A empresa foi eleita dez vezes como “Supermercado do Ano” pela Associação Catarinense de Supermercados, quinze vezes “Top of Mind” (marca mais lembrada no setor supermercadista) e seis vezes Grande Empresa da Área do Comércio e Vendas de Santa Catarina, em pesquisa realizada no estado.
          O Angeloni é reconhecido como a maior rede de supermercados de Santa Catarina, a 3ª da Região Sul e a 9ª do país. Também figura entre as 500 maiores empresas do país, conforme ranking elaborado anualmente pela Revista Exame.
          Em 28 de junho de 2020, morre Roberto Angeloni, então com 51 anos, filho de Antenor Angeloni, um dos fundadores, após acidente de automóvel, em Biguaçu, nos arredores de Florianópolis. Roberto ocupava o cargo de gerente de operações da rede Angeloni.
          O grupo Angeloni também atua com farmácias, postos de combustíveis e centros de distribuição de mercadorias.
(Font: UOL - 13.06.2023 - parte)

Aman

       

Cadetes participam de treinamento na Academia Militar das Agulhas Negras.| Foto: Aman/divulgação/Flickr

          O Brasil tem escola de formação de militares desde 1792, quando Portugal autorizou a criação, no Rio de Janeiro, da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho. Funcionando sempre no Rio, foi mudando de nome e configuração ao longo dos anos. Chegou a ser fechada em 1904 porque os alunos aderiram à Revolta da Vacina – motim popular que teve como início a reação a uma campanha de vacinação contra a varíola. Por causa disso, até 1913 a formação de militares se deu na Escola de Guerra, em Porto Alegre (RS).
Nos moldes como é atualmente, a academia foi criada justamente em 1913, em Realengo, bairro da zona oeste do Rio, como a única escola de formação de oficiais do Exército. A atual estrutura, no município de Resende (RJ), foi inaugurada em 1944. Foi rebatizada em 1951 como Academia Militar das Agulhas Negras - Aman, em alusão a um dos picos da região serrana do Rio que fica próximo da escola militar.          O Complexo das Agulhas Negras é uma verdadeira cidade, localizada no município de Resende, no Rio de Janeiro. Ocupa uma área de 67 km², uma das maiores academias militares do mundo, por onde circulam cerca de 12 mil pessoas diariamente.
          A Cidade Acadêmica – como também é conhecida a área em que a escola militar está instalada – dispõe de estrutura de comando, administração, salas de aula, museu, bibliotecas, refeitórios, um auditório para 1.150 pessoas, uma das mais completas instalações de tiro do mundo.
          A Academia das Agulhas Negras também dispõe de um dos maiores e mais completos parques esportivos do estado do Rio de Janeiro. São dois estádios, parque aquático, quadras diversas, pista de treinamento utilitário, centro de excelência em reabilitação, academia de musculação, dois ginásios cobertos e um centro hípico. Também comporta um teatro com capacidade para 2.821 pessoas.
          A Aman, que é aberta para visitação, ainda dispõe de um hospital escolar e uma vila residencial com 3 bairros, totalizando 580 moradias. Outras comodidades típicas das cidades são agências bancárias, dos correios, igrejas, uma escola estadual e dois clubes recreativos. Toda essa estrutura é supervisionada por uma prefeitura militar.
          Se a “escola de Chicago”, o departamento de economia da Universidade de Chicago (EUA), é a base teórica da equipe econômica do governo Bolsonaro, a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) é a formadora de grande parte do primeiro escalão do Planalto. Pela escola de formação dos oficiais do Exército passaram não só o presidente Jair Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão, mas também sete ministros – entre eles, o novo titular da Casa Civil, general Walter Souza Braga Netto.
(Fonte: jornal Gazeta do Povo - 15.02.2020)

Amyris

          A Amyris, empresa americana de biotecnologia, nasceu quando um grupo de cientistas recebeu da Fundação Bill e Melinda Gates um aporte de US$ 42 milhões. O objetivo do financiamento era baratear a produção de artemisina, medicamento usado no combate à malária.
          O projeto não só vingou como, durante as pesquisas, os cientistas descobriram que a tecnologia desenvolvida também poderia ser usada para outros fins. Na prática, a Amyris modifica geneticamente organismos vivos como a Saccharomyces cerevisiae, levedura usada no processo de produção da cerveja e do etanol.
          Uma vez modificada e em contato com o açúcar, essa levedura pode dar origem a uma série de moléculas. Uma delas é o farneseno, com o qual a empresa poderá produzir um diesel de origem vegetal com desempenho semelhante ao de origem fóssil.
          No Brasil, a companhia tem uma fábrica em Campinas, em São Paulo, ao lado de uma unidade da Raízen, que fornece matéria-prima para seus produtos.
          No final do ano de 2019, a Amyris investe US$ 75 milhões na construção de uma nova fábrica em Barra Bonita, no interior de São Paulo. A Raízen fornecerá o xarope de cana e a energia que serão utilizados pela empresa de tecnologia para a produção de oito produtos na unidade, entre eles fragrâncias para cosméticos, essências e a molécula farneseno, utilizada em processos fabris como a produção de lubrificantes e pneus.
          A nova planta paulista também vai produzir o adoçante natural sem calorias da empresa. A construção da fábrica deverá ser concluída em 2021. A unidade está sendo erguida em um terreno alugado ao lado de uma planta da Camil.
          A Amyris tem sede em Emeryville, no Vale do Silício.
(Fonte: jornal Valor - 22.11.2019)

Amadeus (restaurante)

          Fundado por outros donos, o restaurante Amadeus foi adquirido cerca de dois anos depois pelo casal Ana e Tadeu Masano em 4 de dezembro de 1987, e é essa a data que os proprietários adotaram desde então como a da abertura oficial.
          Ao longo desse período, o Amadeus passou por significativas modificações. Mudou-se de um bela casa na Rua Pamplona para o interior de um hotel em 1991, onde permanece até hoje. (Crillon Plaza Residence, Rua Haddock Lobo, 907).
          Aos poucos, o cardápio com os pés na França e na Itália foi se transformando em coleção de deliciosas receitas de pescados. O investimento no segmento foi tão grande que Tadeu desenvolveu um criatório de ostras em Florianópolis para poder ter matéria-prima fresca e de qualidade.
          Um avanço ainda maior se deu em 2002, com a entrada na cozinha de Isabella, a caçula dos Masano. Além dos clássicos introduzidos por seus pais, como o camarão frisson, que ela passou a servir com arroz negro, a chef formada pela Le Cordon Bleu desenvolveu receitas autorais, como o bacalhau sobre uma variação de cassoulet, feita de feijão-branco, linguiça e bacon.
(Fonte: revista Veja São Paulo - 13.12.2017)

Amedei

          Amedei, founded in 1990, is the joint project of a 42-year-old Italian named Alessio Tessieri and his younger sister, Cecilia; he buys the cacao and she turns it into dark, glossy bars.
          Amedei sits just outside Pontedera, where they build those stylish Vespa scooters that make even old Italians look young. Amedei's factory, a low brick structure, used to be an iron foundry.
          And yet Amedei is sold in only a handful of stores in the U.S., and—while a new importer has big plans for the brand—few Americans have heard of it.
(Fonte: blog - Best Chocolate in the world)

Amor aos Pedaços

          A primeira loja do Amor aos Pedaços foi na Rua da Consolação em São Paulo e durante seis meses ficou fechada, criando os produtos, com aquele cheiro característico no quarteirão, até que fosse aberta a loja. Foram muitas experiências.
          A Amor aos Pedaços se tornou uma grife de doceria fina que conquistou uma legião de consumidores fiéis em todo o País. A história da empresa começou singela, pela gulodice de uma das sócias que, hábil cozinheira, não resistia a experimentar de tudo, mesmo que o quitute delicioso estivesse no prato dos outros. Daí à ideia de vender bolos em fatias (aos pedaços) foi um pulo.
          Essa sócia desbravadora de novas fórmulas de doces, chama-se Ivani, que sempre gostou muito de cozinhar, de fazer muitos doces e teve muita curiosidade a ponto de "cutucar" o prato de todo mundo. Ela costuma ir sempre a docerias. A ideia da fatia realmente veio daí: proporcionar a todos a alternativa de experimentar um pouco de tudo. No Amor aos Pedaços alguém pode ir até uma loja e comer um pedacinho de cada coisa. Isso começou em 2 de junho de 1982.
          Em 2013, a empresa obteve capital do fundo de investimento Mercatto, que injetou R$ 5 milhões e recebeu 33,3% das ações. As sócias fundadoras Ivani e Silvana Abramovay Marmonti, cada uma também com 1/3 do capital, formam o capital da empresa que se transformou em sociedade anônima mas continua de capital fechado. Ivani é diretora industrial, Silvana, diretora de operações e o Mercatto é responsável pela diretoria financeiro-administrativa.
          O fundo ajudou fortemente na nacionalização da empresa que chegou a ter loja em Belém (PA). O Rodoanel Mario Covas, que circunda parcialmente a cidade de São Paulo ajudou a melhorar a logística da empresa. Considerando dados de 2013 a Amor aos Pedaços tem 61 lojas, em nove estados, com faturamento aproximado de R$ 70 milhões.
(Fonte: revista Conselhos - julho/agosto 2013 - parte)

Amargo Obrero

          Amargo Obrero, um amaro e que é a argentinilidade em garrafa. Conhecido pelos nuestros hermanos como o autêntico aperitivo do povo, como dizia a velha publicidade "El aperitivo del pueblo argentino", Amargo Obrero nasceu em 1887 em Rosário, Argentina.
          Foi construída por imigrantes italianos no auge das lutas sindicais do século XIX como uma reação dos operários às bebidas doces que eram consumidas pela classes burguesas.
          O país, que é reconhecido internacionalmente pelo aperitivo fernet (e o seu drinque Fernet & Cola) tem na tradição argentina outra bebida conhecida, o Amargo Obrero. Algo semelhante com o que a caipirinha e rabo de galo representam para o Brasil.
          A bebida tem tanto apelo popular que ganhou notoriedade e foi declarada patrimônio cultural rosarino, onde é produzida.
          Já no próprio rótulo é possível ver as claras alusões às raízes do movimento obrero (operário) argentino, a começar pelas cores, nitidamente entre o vermelho e o preto. A imagem também remete ao esforço do povo operário, com uma mão segurando a foice, trigo sendo cortado e um sol ao fundo, sinal do nascimento de uma nova nação.
          De acordo com Sebastian Tévez, um especialista em amaros e vermutes, "diferentemente das classes sociais altas, que bebiam coisas doces e licorosas, o próprio rótulo já indica através das cores que se trata de uma bebida amarga, com cores anarco-sindicalista e naturalmente peronistas, que vinculam sua história aos costumes sociais dos operários do século XIX".
          Amargo, à base de ervas e com graduação alcoólica de 19,9%, é diferente dos 44% do aperitivo mais consumido do país, o fernet. No aroma, é possível traçar uma comparação com o fernet, mas na boca, possui notas herbais marcantes e se torna mais adocicado e licoroso que o irmão famoso.
          Por muitas décadas foi produzido pela empresa Cataloni & Taconi, mas agora, é parte do portfólio da Cepas Argentinas, uma das maiores produtoras de bebidas alcoólicas do país, proprietária de marcas como Gáncia e Terma.
(Fonte: Mixology news - parte)

Anbang

          A seguradora chinesa Anbang pertence ao empresário Wu Xiaohui. É dona de empresas de imóveis avaliados em 290 bilhões de dólares, incluindo o hotel Waldorf Astoria, em Nova York.
         Wu Xiaohui é casado com uma neta de Deng Xiaoping, líder chinês que iniciou as reformas econômicas nos anos 1970 e 1980. Teve que cancelar um negócio com Jared Kushner, genro do presidente Trump, após pressão da China. Acusado de corrupção, Xiaohui deixou o comando do grupo.
(Fonte: revista Exame - 30.08.2017)

Amstel

     A cerveja Amstel foi criada em 1870, às margens do rio de mesmo nome, em Amsterdã (Holanda). A receita europeia da cerveja é produzida com ingredientes naturais, sem aditivos.
     A bebida é leve e com teor alcoólico de 4,6%. Amstel tem baixa fermentação e com maior quantidade de malte em sua categoria.
     A Amstel é considerada a quinta maior marca de cerveja do mundo e está presente em mais de 90 países, incluindo o Brasil. O produto chega ao mercado nas embalagens lata 350ml, lata 473ml, lata 269ml e garrafa 600ml descartável ou retornável.
     Em território brasileiro a Amstel é fabricada pela Heineken Brasil.
(Fonte: aperitivado.com.br)

Apple

          Steve Jobs, falecido em outubro de 2011 e seu amigo Steve Wozniak tiveram a ideia de juntar uma porção de circuitos, colocá-los em uma caixa e vender a máquina para consumidores comuns, dando início à revolução dos computadores pessoais. Aquela invenção, na garagem de sua casa, em 1976, deu origem à empresa de tecnologia Apple e a um setor que provocou marcas profundas na economia. Ronald Wayne também participou da abertura da empresa, então chamada Apple Computers.
          Estas foram as principais razões para a escolha da marca:
1) O nome iniciava-se com "a", portanto apareceria listado na frente da maioria dos concorrentes;
2) Ninguém esperaria uma associação de sentidos de uma maçã com computadores, sendo uma aposta no inusitado;
3) Uma maçã está ligada a uma vida saudável ("an apple a day keeps the doctor away");
4) Além do mais, a maçã desenhada com faixas é uma alusão à marca listrada da IBM e o pedaço mordido, uma clara referência ao pecado bíblico, marcava a irreverência para atrair jovens consumidores.
          Representando o fruto proibido da 'Árvore do Conhecimento' da Bíblia, a mordida na fruta (bite, em inglês) simboliza a unidade "bit" de computador.
          Apesar desses diversos mitos urbanos que ainda circulam por aí, inclusive dizendo que a maçã é um tributo aos pioneiros da ciência, Isaac Newton e Alan Turing, na verdade, o designer que fez o logotipo, Rob Janoff, nem sequer se lembra o motivo pelo qual ele escolheu a forma de uma maçã mordida.
          Aqui, citamos uma outra (possível) versão para a origem do nome: apesar do logo original da empresa trazer o físico Isaac Newton sentado embaixo de uma árvore (o mito diz que uma maçã caiu em sua cabeça e ele "descobriu" a gravidade), não vem daí a inspiração primária de Steve Jobs para a maçã no nome e no logo da marca. Em seus anos "sabáticos e de andarilho", ainda na juventude, Jobs passeou pela região do norte da Califórnia e pelo estado do Oregon. Por lá, começou a trabalhar em uma plantação de maçãs e adotou uma dieta baseada somente em frutas. Daí veio sua inspiração. Jobs acreditava que o nome era simples, divertido, inebriante e nada intimidador.
          Poucos anos depois de sua fundação, a Apple decidiu entrar na corrida pelo primeiro microcomputador comercial, criando um novo setor industrial. O Apple I levou ao Apple II, depois a outro e, por fim, ao Macintosh, comercializado pela primeira vez em 1984. Poucos se lembram de que Macintosh é uma espécie de maçã canadense.
          Em 1997, depois de 12 anos afastado da Apple, Steve Jobs voltou à empresa para salvá-la da falência. Com uma linha de produtos revolucionários, como o computador iMac, e o tocador de MP3 iPod, ele não só recolocou a companhia na trilha do crescimento como a transformou em sinônimo de inovação.
          Quem é empreendedor e pretende focar em desenvolvimento de produto, além de Steve Jobs, deve conhecer também Jony Ive: o gênio por trás dos grandes sucessos da Apple. A colaboração do designer com Jobs produziu alguns dos mais desejados itens tecnológicos de todos os tempos — como o Mac, o iPod, o iPhone e o iPad. Ive sabe como unir beleza e funcionalidade em apenas um produto, e isso tornou a Apple uma das empresas mais valiosas do mundo. O inovador chegou à Apple no final da década de 1990, e ficou conhecido por ser uma pessoa educada e tímida. Após os típicos atritos entre Steve Jobs e seus funcionários, Ive acabou sendo reconhecido pelo fundador. A parceria foi intensa, e durou até o falecimento de Jobs. No funeral, Ive o chamou de “meu mais próximo e mais fiel amigo”. Já Jobs o chamava de “seu parceiro espiritual” dentro da empresa.
“Minha intuição é boa, mas minha habilidade em articular o que sinto não era tão boa assim – e continua não sendo, para minha frustração. E é isso que é difícil, agora que o Steve não está aqui”, disse Ive à revista The New Yorker.
          O lançamento do iPod foi particularmente importante para a Apple. Em quatro anos, foram vendidos 4 milhões de unidades do tocador de MP3 e a Apple saiu do prejuízo e entrou consistentemente no lucro.
          Devido ao sucesso do iPod e da Pixar (onde Jobs trabalhou quando deixou a Apple), Jobs voltou a receber elogios como "visionário" e "revolucionário". Ele também se tornou uma personalidade muito relevante no mundo do entretenimento digital. E voltou a ser ouvida no mundo dos computadores. O alto desempenho de vendas fez com que as ações da Apple atingissem um nível histórico de valorização na Nasdaq. No exato dia em que isso ocorreu, 15 de janeiro de 2006, a Apple chegou a valer mais de 72 bilhões de dólares, valor de mercado superior à da concorrente Dell. Jobs não perdeu a oportunidade de tirar uma casquinha do rival. Em 1997, quando a Apple beirava a falência, Michael Dell chegou a dizer que a solução era fechá-la e devolver o dinheiro aos acionistas. Na manhã do dia 16 de janeiro (2006), ao saber do resultado das ações na bolsa, Jobs enviou um e-mail a todos os funcionários: "Pessoal, parece que Michael Dell não foi perfeito ao tentar prever o futuro. Hoje a Apple vale mais que a Dell. Ações sobem e descem, e as coisas podem ser diferentes amanhã. Mas eu acho que a ocasião vale um momento de reflexão hoje. Steve".
          Em 2006, a Apple tirou o "computer" do nome mesmo vendendo "Macs" como nunca, até hoje. Justamente no final daquele ano lançou o primeiro iPhone. Seu primeiro celular, com tela touch, foi uma revolução. Nenhuma ferramenta era necessária para operar o aparelho: apenas as pontas dos dedos. Realizar tarefas com telas touch tornou-se absolutamente intuitivo, como comprova qualquer um que entrega um iPad a um bebê. Produto mais lucrativo da história, o iPhone ganha uma nova versão a cada ano: mais rápida e com novas tecnologias.  Com dados até meados de 2016, já foram vendidos mais de 800 milhões de unidades de smartphone.
          Em setembro de 2012, a Apple se torna a empresa mais valiosa do mundo.
          O produto anunciado por Steve Jobs como "um telefone, um iPod e um aparelho para conectar-se à internet" passou a ser muito mais do que isso. É a plataforma de computação mais importante do planeta e um negócio que representa dois terços do faturamento da Apple. Mas o sucesso do iPhone começa a fazer sombra na empresa. Sem uma inovação do mesmo porte no horizonte e diante de sinais de desaceleração no mercado de smartphones, a empresa precisa definir o caminho a seguir.
          Em 10 de fevereiro de 2015, a Apple atinge US$ 710,7 bilhões de valor de mercado, a primeira empresa americana a estabelecer esta marca.
          O relógio inteligente Apple Watch foi lançado em 2015 e, apesar do sucesso inicial, é incerto se o produto será uma plataforma lucrativa e onipresente como o iPhone.
          Apesar do silêncio oficial sobre o assunto, não há dúvida de que a Apple esteja desenvolvendo um carro. O projeto tem o nome interno de Titan e envolve mais de 600 pessoas, incluindo vários engenheiros com experiência em veículos autônomos, segundo reportagens publicadas na imprensa americana.
          Capitalizada, a big tech prefere ir às compras. Tim Cook revelou algo surpreendente. Segundo ele, a gigante de Cupertino fez cerca de 100 aquisições num período de seis anos – uma a cada três ou quatro semanas. Um dos grandes méritos de Steve Jobs em criar o iPhone foi o de unir, em um único aparelho, diversas tecnologias que já existiam separadas. Se olharmos para a história da Apple, fica claro que essa estratégia não foi usada apenas no famoso smartphone da companhia. Parte do brilhantismo de Jobs era saber quais tecnologias poderiam ser acrescentadas aos seus produtos – fossem elas próprias ou compradas de terceiros. Mesmo sem Jobs, a empresa segue na mesma estratégia. Ao longo das décadas, a empresa de Cupertino desenvolveu quase uma ciência para fazer fusões e aquisições.
          Ninguém pode dizer que deu errado. Com valor de mercado de US$ 2,1 trilhões, a Apple é a empresa de capital aberto mais valiosa do mundo. Durante uma teleconferência com analistas e investidores, Cook afirmou que a maior parte das compras tem como objetivo adquirir tecnologias diferentes das que estão sendo desenvolvidas dentro de casa e contratar os talentos que trabalham nessas empresas. Em sua maioria, são companhias menores de tecnologia, cujas inovações são incorporadas aos produtos da Apple.
          Historicamente, a empresa usa as aquisições como ferramenta para complementar os produtos mais importantes de seu portfólio – ao longo das décadas, o foco mudou dos computadores para os smartphones, por exemplo. Quando alguém desbloqueia um iPhone com reconhecimento facial, está usando tecnologias de pelo menos três companhias adquiridas: PrimeSense, RealFace e Faceshift. Quatro das maiores aquisições da história da Apple tiveram como objetivo melhorar o desempenho dos chips para o smartphone. É o caso da unidade de modem para smartphones da Intel (US$ 1 bilhão em 2019), da Dialog Semiconductor (US$ 600 milhões, 2018), da Anobit Technologies (US$ 500 milhões, 2011) e da PA Semi (US$ 278 milhões, 2008).
          Mais recentemente, a Apple tem se concentrado no negócio de música. A maior aquisição da história da Apple foi a Beats Electronics (US$ 3 bilhões, 2014), uma fabricante de fones de ouvido fundada pelo rapper e produtor Dr. Dre. A Beats tinha também um popular serviço de streaming de música – um dos principais motivos para essa compra foi trazer os executivos da empresa para o Apple Music. Outra compra que se destaca nessa área é o Shazam (US$ 400 milhões, 2017), um aplicativo que identifica músicas. Na época, a Apple afirmou que a aquisição era um “fit natural” com seu serviço de streaming.
          A lista de aquisições é extremamente variada. Em 2020, a Apple comprou empresas de inteligência artificial, de eventos em realidade virtual, de pagamentos e de podcasts, entre outras. Em 2019, adquiriu a empresa de carros autônomos Drive.ai, em uma tentativa de ampliar seus esforços na tecnologia de condução autônoma. Talvez, num futuro não muito distante, vejamos mais compras no setor de saúde. Isso porque Tim Cook anunciou que a empresa trabalha em algo que pode ser ainda mais importante que o próprio iPhone, na área de saúde e bem-estar.
          Em maio de 2022, a  Apple descontinua o iPod mais de 20 anos depois que o dispositivo se tornou a cara da música portátil e deu início à evolução meteórica da atualmente maior empresa do mundo em valor de mercado (superada pela petroleira Saudi Aramco, da Arábia Saudita, em 11 de maio de 2022). O iPod Touch, a única versão do tocador de música portátil ainda à venda, estará disponível até durarem os estoques. Desde o lançamento em 2001, o iPod enfrentou uma tempestade de concorrentes antes de ser eclipsado pelos smartphones, streamings de música online e, dentro da Apple, pela ascensão do iPhone. O iPod passou por várias versões desde a sua primeira, que tinha capacidade para armazenar 1.000 músicas e uma bateria de 10 horas. A versão que era fabricada até hoje - o iPod Touch - foi lançada em 2007, mesmo ano do iPhone. A Apple parou de reportar as vendas do iPod em 2015.
          A Apple decidiu encerrar seu ambicioso projeto de desenvolver um carro elétrico autônomo, finalizando uma jornada de cerca de dez anos que representou um dos esforços mais visionários da empresa. Essa reviravolta interna, anunciada em 27 de fevereiro de 2024, pegou de surpresa os aproximadamente 2 mil colaboradores envolvidos no projeto, marcando o fim de uma iniciativa de vulto bilionário.
(Fonte: livro: Coletânea HSM Management - PubliFolha - edição 2001 / revista Exame - 25.09.1996 / 13.04.2005 / 01.02.2006 / 04.07.2007 / msn Economia e Negócios 04.12.2014 / jornal Valor - 11.02.2015 / MSN Negócios - 29.10.2015 / Veja - 06.01.2016 / Exame - 25.05.2016 / 28.09.2016 / Exame.com (via MSN) - Mariana Fonseca - 24.01.2017 / msn - Dinheiro - 05.12.2018 / 21.02.2019 / Época Negócios - 27.02.2021 / 10.05.2022 / Empiricus - 28.02.2024 - partes)

Versão II

          No dia 15 de agosto de 1998, a Apple pôs nas lojas um computador de corpo único, com monitor integrado, cuja parte traseira era de um plástico azul translúcido. O iMac faz, nesta semana, 25 anos. Foi um computador icônico, todo mundo lembra da sua cara. Mas foi, igualmente, um computador revolucionário. O mundo digital que conhecemos hoje, inclusive os smartphones que usamos, dificilmente existiriam se não fosse aquela máquina. Steve Jobs, fundador da Apple, havia sido expulso da companhia em 1985. Aí foi tocar a vida. Quando foi trazido de volta, em 1997, a empresa estava no chão. Não tinha recursos para se manter de pé por muito mais tempo. Precisava, pois, de um produto. Um único produto – e esse único produto tinha de ser um tiro certeiro, algo de tanto sucesso que puxasse o valor das ações da empresa para cima e pusesse dinheiro o suficiente em caixa para garantir algum fôlego. Esse ano, 1998, é tão distante quanto próximo. Já mudou tanta coisa, desde então, que muitas vezes perdemos a perspectiva de como era diferente. Muita gente, por exemplo, não tinha um computador em casa. Já havia internet, claro, a rede apareceu fora das universidades três anos antes. Àquela altura, muita gente já havia se convencido de que precisava estar online, mas hesitava. Comprar um computador, configurar a rede, fazer a primeira conexão. Tudo parecia muito complicado. As pessoas contratavam técnicos para fazer o serviço, professores para explicar como navegar. Com cor de jujuba, aquela máquina era feita para não intimidar. Algo que as pessoas teriam orgulho de ter em cima da mesa. E já vinha pronta para se conectar à internet, tudo o mais intuitivo possível. O i de iMac, esquecemos muito rápido, era de internet. Com ele, Jobs começou uma arrancada criativa que o consolidaria como talvez o nome mais importante da história do Vale do Silício. Em 2001, foi o momento de ele colocar o iPod à venda. Havia outros tocadores de música digital, como no lançamento do iMac existiam outros computadores que acessavam a internet. Mas aquele era mais fácil de usar. O iPhone veio em 2007. Era como juntar o iPod e um iMac com um celular. Foi também o primeiro smartphone. A partir dali, a própria internet mudaria radicalmente. Se tornaria móvel, social, cada vez mais ancorada em imagens. A Apple é hoje a empresa mais valiosa do Ocidente. Se não fosse o iMac, a empresa não sobreviveria. Sem ela e sem Jobs em seu comando, nossa experiência online seria completamente diferente. l Vivemos no mundo que o iMac criou Aquela máquina era feita para não intimidar. E já vinha pronta para se conectar à internet.
          Em maio de 2024, a Apple enfrenta críticas após anúncio que mostra livros e quadros sendo destruídos. O anúncio faz parte da campanha de lançamento do novo modelo iPad Pro. Para mostrar como o dispositivo é ultrafino, o comercial mostra itens ligados à criatividade sendo esmagados por uma enorme prensa. São livros, máquinas fotográficas, esculturas, quadros, latas de tinta, instrumentos musicais e videogames, entre outros. Críticas nas redes sociais chamaram o vídeo de “destrutivo”, dizendo que a campanha "esmaga símbolos da criatividade humana".
          Em 10 de maio de 2024, a Apple pede desculpas pelo anúncio do iPad que gerou uma grande reação negativa. A gigante da tecnologia disse que um comercial de 60 segundos que mostrava uma máquina gigante de trituração de ferramentas usada por artistas “errou o alvo” e que não seria exibido na TV. O anúncio foi criticado por atores, artistas e designers, que disseram que era uma metáfora para a Big Tech destruir ou cooptar seu trabalho.
(Fonte: Estadão - 18.08.2023 / Época Negócios - 10.05.2024 / NY Times - 10.05.2024 - partes)



German version:
     Die Erfolgsgeschichte von Apple begann 1976, als Steve Jobs, Steve Wozniak und Ronald Wayne mit einem Startkapital von 1750 US-Dollar das Kultunternehmen gründeten. Der erste Personal Computer kam als "Apple 1" im selben Jahr auf den Markt und wurde für 666,66 US-Dollar bei der Computerkette Byte-Shop verkauft wurde. Der Apple 2 ging dann bis 1985 zwei Millionen mal über die Ladentische und galt als bis dahin weltweit erfolgreichster PC.
     Der Firmensitz von Apple befindet sich im kalifornischen Cupertino. Ursprünglich wurden Apple-Computer vorrangig für grafisch anspruchsvolle Aufgaben eingesetzt. So zum Beispiel zur Erstellung von Zeitungslayouts, in der Bildbearbeitung bzw. für das Desktop-Publishing in der Druckvorstufe. Mitte der 1990er-Jahre geriet Apple in wirtschaftliche Schwierigkeiten, wobei 1997 die Insolvenz nur dank einer kräftigen Finanzspritze von Microsoft abgewendet werden konnte.
     Seitdem überzeugte Apple durch laufende Produktinnovationen. Dabei wandelte sich der Computerhersteller zum weltweit führenden Multimediakonzern mit einem Produktsortiment, das von  PCs (iMac) über Mediaplayer (iPod), Notebooks (MacBook), Mobiltelefone (iPhone) bis hin zu Tablet-PCs (iPad) reicht und Kultstatus aufweist. Zu den Hauptkonkurrenten zählen Microsoft, Samsung, Facebook sowie Research in Motion.
(Fonte: Europas Erstes Finanzportal Boerse.de)

Antarctica

          Louis Bücher, de uma família de cervejeiros de Wiesbaden, Alemanha, chega a São Paulo em 1868 e abre uma pequena cervejaria, na qual emprega arroz, milho e outros cereais, em vez de cevada. Em 1882 associa-se a Joaquim Salles, proprietário de um abatedouro de suínos, localizado no atual bairro da Água Branca, estabelecimento que tinha o nome de "Antarctica". Salles possuía uma "máquina de fazer gelo" em seu abatedouro, com capacidade ociosa. Procurando uma nova serventia para sua "máquina", associou-se a Bücher, cervejeiro, que necessitava de gelo.
          Criou-se assim em 1885 (alguns consideram 1888, o ano da criação) na Água Branca, a primeira fábrica de cerveja do país, com tecnologia apropriada para a cerveja de baixa fermentação, a "Antarctica Paulista — Fábrica de Gelo e Cervejaria", dirigida por Louis Bücher. A produção inicial da nova cervejaria foi muito pequena, de 1000 a 1500 litros diários, logo aumentados para seis mil. Em 12 de fevereiro de 1891 a empresa passou a chamar-se Companhia Antarctica Paulista, agora uma sociedade anônima.
          Sobre o nome Antarctica, é interessante citar que o primeiro logo feito para reproduzir a decantada cerveja, trazia dois ursos brancos polares sobre um campo de gelo, supostos habitantes do continente antártico, a Antártica (na marca, grafada como Antarctica). Mas por não haver ursos no pólo sul, o símbolo logo mudou para os dois pinguins sobre um campo de gelo, que prevalece até hoje.
          A empresa tinha 61 acionistas e 2245 contos de réis de capital inicial. Entre os acionistas estavam João Carlos Antonio Zerrener, alemão, e Adam Ditrik (Dietrik?) von Bülow, dinamarquês, ambos naturalizados brasileiros e proprietários da empresa Zerrener, Bülow e Cia., de Santos, importadores, exportadores e corretores de café. Ambos desempenharam um papel fundamental na modernização da empresa, fornecendo equipamentos importados da Alemanha e colocando à disposição da nova sociedade 860 contos de réis de seu próprio capital.
          Em 1893 a desvalorização da moeda brasileira deixou a firma em situação de insolvência. Foi quando Zerrener e von Bülow assumiram o controle da empresa e os acionistas decidiram por unanimidade reduzir o capital para 1710 contos de réis e o crédito concedido pela firma Zerrener e Bülow foi transformado em ações, tornando ambos majoritários da empresa cervejeira.
          Os problemas financeiros não duraram muito. Em 1899 o capital da empresa passou a 3500 contos de réis, empregava trezentos funcionários, produzia 50 mil hl anuais de cerveja e cinquenta toneladas de gelo por dia.
          Seis anos depois (1905), a Antarctica comprou sua maior concorrente em São Paulo, a Cervejaria Bavária, de Henrique Stupakoff, por 3700 contos de réis, quando seu capital já era de 8500 contos. Nessa época a Antarctica Paulista estabeleceu um acordo com a maior cervejaria carioca, a Companhia Cervejaria Brahma, regulando os preços e os volumes de venda em todo território nacional. Foi o primeiro cartel da cerveja no país, e não seria o último.
         Em 1902 o capital da empresa era de dez mil contos, pagando altos dividendos aos acionistas — de apenas 3% em 1891, de 6 a 20% de 1898 a 1901, estabilizando-se em 10% em 1906. A segunda unidade fabril da Antarctica foi aberta no bairro da Mooca em 1904, para onde mais tarde foi transferida a sua sede. A produção de água mineral iniciou-se em 1909 e dois anos depois construiu-se uma sede em Ribeirão Preto. No início dos anos 1920, com um capital de 12750 contos de réis a produção era de 250 mil hl anuais.
          Sob o comando de Zerrener, a Antarctica sempre cultivou como virtudes a obediência a normas internas e a condenação ao personalismo. Esse estilo foi reforçado no final da década de 1930, quando, com a morte de Zerrener, uma fundação criada por ele assumiu o controle acionário da Antarctica. Batizada de Antônio e Helena Zerrener, a fundação possuía, em meados de  1995, 87,7% do capital total da empresa.
          Em 1920 a Antarctica mudou-se da Água Branca para a Mooca, na Avenida Presidente Wilson, para as antigas instalações da Cervejaria Bavária, onde está até hoje. Uma das razões da mudança talvez tenha sido a proximidade das fábricas de sabão das Indústrias Matarazzo, que empestavam o ar de toda região. Foi também nessa época, em 1921, que a Antarctica vendeu ao então "Palestra Itália", hoje Palmeiras, o terreno onde está o clube (razão do nome "Parque Antarctica"), por preço e prazo "de égua"... Uma das cláusulas da transação era um "contrato perpétuo" de venda dos produtos da companhia.
          Adam von Bülow e Zerrener trabalharam quase três décadas juntos até 1923, quando Adam morreu. Foi aí que Carl Adolph Von Bülow, filho de Adam, assumiu a empresa, mas as ações do pai foram divididas com os outros cinco irmãos. Mais tarde, com a morte de Zerrener, criou-se a Fundação Antonio e Helena Zerrener para administrar os bens deixados a parentes da Alemanha. As irmãs de Carl Adolph aproveitaram para vender suas ações à fundação, que passou a controlar a empresa. A família von Bülow, antes com metade do controle da cervejaria, ficou com pouco menos de 30%, em 1936. A participação acionária do núcleo familiar foi diminuindo até a fusão da Antarctica com a Brahma em 1999, quando foi criada a Ambev.
          A partir de 1930 tanto a Antarctica como a Brahma passaram a eliminar quase todos os concorrentes, processo na realidade iniciado em 1904 e mantido também com relação à importação das cervejas estrangeiras, graças a pressões, influências e poder das duas empresas sobre as autoridades responsáveis pela política alfandegária.
          Com essa atitude a cerveja nacional era um produto caro para o consumidor comum. O salário diário de um serralheiro em 1919 correspondia a seis a oito garrafas de cerveja. O de um operário têxtil, de quatro a dez garrafas e o de uma faxineira somente duas e meia garrafas de cerveja Antarctica. Contavam que, na década de 1920, em Lins, no interior paulista, uma cerveja custava duzentos réis. Se gelada, trezentos.
          Em anúncio veiculado no dia 23 de setembro de 1939 na revista O Cruzeiro, e outro no diário Folha de Santos, em 26 de junho de 1930, a Antarctica promovia sua linha bock de bebidas com um anúncio que mostrava que seu consumo era adequado para os dias frios: Tip-Top, a saborosa cerveja de inverno da Antarctica. Em 14 de junho de 1907, a Companhia Antarctica Paulista registrara a cerveja Tip Top sob o nº 881 da Junta Comercial do Estado de São Paulo.
          Em 1960, a Antarctica compra a cervejaria Bohemia, localizada em Petrópolis, estado do Rio de Janeiro.
          Em 1990, a Antarctica perde o primeiro lugar no mercado de cervejas para a sua rival Brahma. E, se até ali Antarctica e Brahma só "distribuíam" toda a sua produção, a situação mudara sensivelmente. A Brahma fora comprada pelo Garantia e logo, uma profunda reforma transformou-a, rapidamente, numa empresa moderna, agressiva em seu marketing e ferozmente determinada a competir. O problemas (para a Antarctica) não pararam aí. Com menos dinheiro no bolso, os consumidores procuraram as marcas mais baratas. Garrafas com rótulos da Kaiser, que irrompeu no mercado com o poder de fogo da Coca-Cola, da Skol, braço da própria Brahma, e da atrevida Schincariol começaram a circular com mais frequência na mesa dos bares.
          Poucos anos depois, em meados de 1995, a Antarctica esteve perto de reconquistar o primeiro lugar. No período outubro/novembro de 1994, a empresa tinha 30,4% do mercado nacional de cervejas, contra 27,8% no bimestre anterior. No mesmo período, a Brahma caiu caiu de 33,9% para 31,9%. Nos três anos anteriores, a Antarctica promoveu uma série de mudanças, com o objetivo indisfarçável de reconquistar o primeiro lugar. Foi a mais profunda e radical revolução de sua longa história. Todos os valores foram questionados. Alguns abandonados, outros reforçados. "", disse Victório Carlos De Marchi, um dos membros do conselho de administração da Antarctica.
          De Marchi tem uma longa história de relação com a empresa: seu pai era sócio, desde 1967, de uma distribuidora de bebidas em São Paulo. Na Antarctica, isso era fundamental. De Marchi jogou todo o seu prestígio nas mudanças da empresa. Entregou grande parte da tarefa para alguns de seus discípulos, como Paulo Pereira, o diretor de marketing. Pereira foi um dos desenhistas do Projeto Excelência 2.000. A seu lado, estavam dois gerentes da Antarctica e sete consultores da Andersen Consulting, em trabalho que foi iniciado em maio de 1993.
          No seu processo de mudança, a Antarctica já podia contar com realizações significativas. Eis algumas delas: o número de empresas do grupo Antarctica estava sendo reduzido de 22 para apenas oito; entre 1990 e 1994, o quadro de funcionários passou por um forte enxugamento. Eram 22.500, diminuiu para 16.500; diminuiu a idade e tempo de casa de seus 200 principais executivos na área industrial. O mesmo aconteceu na diretoria de marketing; a rede de distribuição também foi invadida pelo novo espírito. As cerca de 900 revendas passaram a profissionalizar suas estruturas e modernizando-se.
          Os primeiros passos da grande virada da Antarctica começaram a ser dados em 1990, com a contratação de duas agências de publicidade agressivas e renovadoras, a DM9 e a W/Brasil. para substituir a Progres. Na mídia, passou a patrocinar eletrizantes campanhas publicitárias povoadas por gente como Madonna, Ray Charles e até Kim Basinger, ou esquentadas pelo som e pelo ritmo de Daniela Mercury e Jorge Benjor. Saíram Sargentelli e suas mulatas e os dois sujeitos que diziam "viemos aqui para beber ou para conversar?". O guaraná, dono de 21% do mercado de refrigerantes do país, tinha como slogan "Puro e natural". Um novo slogan foi criado: "Esse é o sabor".
          A Antarctica Bock foi lançada em 1994, pegando carona no sucesso da Kaiser Bock, não foi tão bem recebida, e durou apenas alguns anos no mercado. 
          Em março de 1999, a cervejaria americana Anheuser-Busch, fabricante da Budweiser, estaria aumentando sua participação na Antarctica Empreendimentos de 5% para 10% em mais cerca de 70 milhões de dólares somados aos 50 milhões de dólares referentes aos primeiros 5% da Antarctica. O prazo para finalização do negócios seria até setembro. Já em meados de 1993, a associação, cujas negociações se arrastavam há mais de um ano, quase foi levada a cabo.
          Em julho de 1999 a Antarctica une-se à Brahma, formando a Ambev - American Beverege Company (vide origem das marcas AmBev InBev AB Inbev neste blog). Na bagagem, a Antarctica levou uma série de marcas: Antarctica, Serramalte, Bohemia, Bavária, Kronenbier, Caracu, Malzbier, Original e Polar.
          A partir do mês de março de 2018, as latas e garrafas da marca lançada em 1885 ganharam um design que resgata sua história, revigora os icônicos pinguins e se inspira nos símbolos do samba carioca para modernizar sua identidade visual. Uma das principais mudanças está nos pinguins que acompanham a marca desde sua fundação. Eles receberam tratamento especial e ficaram mais vistosos e emblemáticos. A “faixa azul” que acompanhou os rótulos de Antarctica ao longo de todo o século XX também está de volta, assim como brasão de cevada, ausente nas últimas versões dos rótulos. Por certo tempo, “Faixa Azul” foi sinônimo de Antarctica. Por isso, nada mais óbvio do que tê-la de volta modernizada, mas resgatando essa tradição.
          No início de 2024, proposta da prefeitura de São Paulo prevê o restauro de três imóveis industriais históricos (e tombados) da Mooca, transformando-os em equipamentos públicos, com uso a ser definido. A lista abrange a antiga fábrica da Companhia Antarctica, na Presidente Wilson, a Tecelagem Labor, na Rua da Mooca, e as Oficinas Casas Vanorden, na Borges de Figueiredo.
(Fonte: livro Os Primórdios da Cerveja no Brasil - Sérgio de Paula Santos - texto de Edgard Köb / vidavibrante.com / Dalmir Reis Jr (Propagandas Históricas) / revista Exame - 26.08.1995 / 10.12.2003 / São Paulo Antiga - 02.07.2009 / Veja SP - 22.06.2017 / Grande Nomes da Propaganda - 28.03.2018 / Estadão 12.01.2024 - partes)
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Ânima Educação

          O grupo de educação Ânima, de Belo Horizonte, foi fundado por Daniel Castanho, Marcelo Batistella Bueno e outros. Partindo de uma operação inicial em 2003 com dois campi e cerca de 3,8 mil estudantes matriculados, a companhia apresentou crescimento sólido, tanto orgânico, quanto por aquisições. Possui em torno de 95.000 alunos em seis universidades, entre as quais Una, UniBH e Unimonte, nos estados de Minas Gerais e de São Paulo, e duas Faculdades, nas cidades de Betim e Contagem (Minas Gerais).
          O grupo detém marcas que são reconhecidas e tradicionais, com mais de 42 anos de história. O portfólio inclui também a HSM, uma das mais renomadas instituições de educação corporativa do Brasil. 
          Em agosto de 2017, como resultado de uma redistribuição de atuações, Castanho passa a comandar projetos estratégicos e Bueno passa a cuidar da área operacional.
          Em meados de 2017, então com 80.000 alunos, o Ânima contratou a Universidade da Finlândia para dar treinamento a 40 professores brasileiros de diferentes áreas por um período de um ano, que envolve cursos online e três módulos de uma semana de aulas presenciais no Brasil.
          Após o fechamento do mercado do dia 5 de agosto de 2019, a Ânima Educação informou a compra do Centro Universitário Ages (UniAges), em um negócio de R$ 200 milhões. A aquisição marca a entrada companhia no Nordeste.
          Em maio de 2020, a Ânima fechou um contrato para a compra da mantenedora da Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (Faseh), instituição localizada na cidade de Vespasiano, em Minas Gerais, por até R$ 108,9 milhões.
          No início de julho de 2020, a Ânima fechou um acordo para adquirir, por meio de subsidiária, 50,01% do capital social do Centro de Educação Superior de Guanambi, dono do Centro Universitário FG (UniFG), por R$ 57,5 milhões, além da outorga de opção de compra futura da participação minoritária que ainda restará. O UniFG está localizado na cidade de Guanambi, na Bahia. Fundado em 2002, com atividades iniciadas em 2003, o UniFG tem 25 cursos de graduação em áreas como saúde, com 50 vagas anuais autorizadas no curso de medicina em sua sede e um novo curso em fase de aprovação na cidade de Brumado, também com 50 vagas anuais, além de cursos de direito e engenharia, e de pós-graduação.
          Considerando dados de setembro de 2020, a Ânima, como uma das maiores instituições de ensino superior privado do Brasil, tem cerca de 140.000 alunos nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina, Paraná, Bahia e Sergipe. A missão da Ânima é construir uma rede nacional de instituições de ensino comprometidas com a qualidade, inovação e avaliação do processo de aprendizagem e integradas com a cultura regional.
          Em 21 de outubro de 2020 o grupo americano de educação Laureate informa em comunicado que vai vender a operação brasileira para a Ânima por R$ 4,4 bilhões. O comunicado também diz que o grupo americano pretende rescindir negociação com a Ser Educacional o quanto antes. A oferta da Ânima é cerca de R$ 500 milhões superior à da Ser Educacional. Com a aquisição da operação brasileira da Laureate, a Ânima torna-se o quarto maior grupo de ensino superior do país com cerca de 380 mil alunos. Além disso, a companhia inclui em seu portfólio instituições de ensino como Anhembi-Morumbi que tem um perfil semelhante a outras faculdades do grupo, e cursos de medicina - segmento que a Ânima vem investindo fortemente. A Laureate Brasil obteve uma receita líquida de R$ 2,1 bilhões, considerando os últimos 12 meses, encerrado em março.
          Após um período em que a Ser Educacional também se candidatou a comprar a operação brasileira da Laureate, a Laureate Education anunciou em 2 de novembro de 2020 que fechou acordo com a Ânima para a venda de suas operações no Brasil. O valor da transação é de R$ 4,6 bilhões. Como parte do acordo, a Ânima venderá a FMU para a gestora de recursos Farallon por R$ 500 milhões. O negócio da FMU será fechado na mesma data em que for concluída a operação entre Ânima e Laureate.
          Em 19 de novembro de 2020, a Anima Holding anunciou ao mercado a aquisição da startup de educação MedRoom, voltada à graduação em Medicina. O acordo de compra e venda foi realizado por meio da subsidiária Brasil Educação. A MedRoom constrói objetos educacionais e ambientes de simulação em realidade virtual e realidade aumentada para o ensino da saúde. A Anima afirma que a MedRoom se tornará um dos componentes da Inspirali como plataforma de educação médica, promovendo acesso de médicos aos avanços metodológicos e tecnológicos da área.
          No início de maio de 2021, a Ânima Holding fechou a aquisição da Faculdade Milton Campos, uma das mais tradicionais instituições de ensino de Direito do país. O valor pago na operação foi de R$ 57 milhões à vista.
          Em 30 de junho de 2021, a Ânima fechou a venda das Escolas Internacionais de Florianópolis e de Blumenau e do Colégio Tupy, em Joinville, por R$ 36,5 milhões para a Bahema.
          Em 7 de julho de 2021, a Ânima Educação anunciou que adquiriu a participação de 55,78% na edtech Gama Academy por R$ 33,8 milhões, com opção de aquisição de controle até o final de 2025. Fundada em 2016, a Gama Academy seleciona e capacita profissionais na área de tecnologia, já tendo atendido mais de 30 mil alunos e 650 empresas, com receita subindo 300% em 2020. A transação consiste na aquisição de 31,89% das ações preferenciais e 23,89% das ordinárias da Gama Academy. Serão desembolsados R$ 20,3 milhões nos dois primeiros anos e R$ 13,5 milhões nos próximos cinco anos, considerando as sinergias.
          Em fins de novembro de 2021, a empresa informa que o DNA Capital, fundo focado em saúde que tem a família Bueno como maior acionista, está investindo R$ 1 bilhão por 25% da divisão de cursos de medicina da Ânima. Com o aporte, o braço Inspirali está avaliado em R$ 5 bilhões.
          Em maio de 2022, a Ânima lança fundo de R$ 150 milhões para investimentos em startups. Chamado Ânima Ventures, o fundo realizará investimentos ao longo dos próximos 10 anos. Serão contempladas startups "de diferentes setores que permeiam o segmento de educação e buscam soluções ágeis transformacionais".
(Fonte: revista RI - setembro 2015 / jornal Valor: 11.08.2017 / Exame - 08.11.2017 / Valor - 06.08.2019 / 08.05.2020 / 02.07.2020 / 21.10.2020 / 03.11.2020 / 19.11.2020 / 01.07.2021 / 07.07.2021 / 30.11.2021 / Época Negócios - 24.05.2022 - partes)

Anhanguera (Universidade)

          A Universidade Anhanguera foi fundada em 1994, ainda como Anhangüera (com o trema, que caiu no Acordo Ortográfico de 2009), por Antonio Carbonari Netto e passou a ter forte presença no interior paulista.
          Tomando-se um panorama de 2003, os professores universitários Antonio Carbonari Netto, Maria Elisa Carbonari e José Luis Poli eram os desconhecidos donos de uma desconhecida rede de faculdades espalhadas pelo interior de São Paulo.
          Sob o comando do trio estavam 8.000 alunos, dispersos por uma região que ia de Jundiaí a Pirassununga. Conforme novos alunos chagavam aos milhares, vindos principalmente da emergente classe C, ficou claro para Carbonari Netto e seus sócios que aquele poderia ser um negócio maior. E que, para crescer, ele precisaria de uma identidade única - uma marca.
           A escolha do nome que, mais tarde, batizaria a então maior rede de universidades privadas do país não seguiu nenhum manual. A marca Anhanguera - uma palavra tupi-guarani, comprida, impronunciável fora do Brasil e sem nenhum vínculo com o conceito de educação - foi adotada porque a maior parte das faculdades do grupo estava localizada próxima à rodovia que corta o interior paulista.
          Em 2003, a Anhanguera recebeu seu primeiro aporte de investidores, entre eles o Pátria, um dos maiores gestores de recursos do país. Em 2005, foi comprada pelo próprio Pátria.
          Em 2007, a Anhanguera tornou-se a primeira universidade de capital aberto, com ações na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa). Com sucessivas injeções de recursos, a rede cresceu de forma vertiginosa por meio de aquisições. Apenas em 2008 foram 13 compras, no valor total de 299 milhões de reais. Todas as instituições compradas passaram a adotar o nome Anhanguera.
          Em 2009, a Anhanguera havia atingido números reluzentes. 250.000 alunos de formação superior, distribuídos em 53 campi e 38 cidades de oito estados. O grupo tinha ainda centenas de núcleos profissionalizantes e de ensino a distância em todos os estados brasileiros.  
          A Anhanguera se desfez, em 2010, da participação que tinha na rede de cursos de informática Microlins.
          Na Anhanguera, valeu a premissa de manter poucos sócios para acelerar decisões. O Pátria chegou a ter 82% do capital - e, após 30 aquisições, só sobraram os sócios da primeira universidade adquirida.
          Em 2013, quando já havia comprado a Uniban, foi anunciada a venda da Anhanguera para a Kroton, depois Cogna (vide origem da marca Cogna-Kroton neste blog), cuja conclusão ocorreu em 2014. Carbonari Netto tem ações da Kroton e está cumprindo cláusula de não competição no Brasil (ele está investindo em parceria com John Peterson, numa universidade nos Estados Unidos, chamada Miami University of Science and Technology (Must)).
(Fonte: revista Exame - 18.01.2006 / 17.06.2009 / jornal Valor online - 20.04.2016)

Ancar Ivanhoe

          A experiência dos Andrade de Carvalho no ramo de shopping centers data de 1972, quando a família adquiriu uma participação no Conjunto Nacional de Brasília, o segundo shopping do País e o primeiro da região Centro-Oeste. Antes, o grupo formado pela família atuava no setor bancário, com a Casa Bancária Andrade Arnaud, fundada em 1929.
          Após entrar em Brasília, a Ancar abriu shoppings em dois novos mercados, Recife e Porto Alegre, e foi paulatinamente expandindo o número de empreendimentos.
          Quem estava à frente dos negócios era Sergio Carvalho. Em 2004, aos 65 anos, ele saiu do dia a dia e passou a ocupar a presidência do conselho de administração. No mesmo ano, assumiram seus filhos Marcos e Marcelo, como copresidentes. Antes de entrar na Ancar, os dois passaram por temporadas de estudos no exterior e experiências profissionais em outras companhias, como no extinto Banco Garantia (Marcos) e Lojas Americanas (Marcelo).
          Num mercado onde estão presentes BR Malls, Multiplan, Iguatemi e Aliansce, no setor de shopping centers, para citar apenas as empresas que abriram o capital, a Ancar, tinha como objetivo encontrar um sócio estratégico.
          Em 2006, o plano foi concretizado. Em uma associação com o canadense Ivanhoe Cambridge, nasceu a Ancar Ivanhoe. O novo sócio não aportou apenas capital para viabilizar os planos de expansão. Trouxe também conhecimento de seus mais de 65 shoppings no Canadá, Europa, Estados Unidos e Ásia.
          Em 2010, era a quarta geração que estava no comando dos negócios, se considerada como data de início da empresa familiar o ano de 1929, quando fundaram o banco. A quinta geração, com 12 membros, tinha idade entre 3 e 25 anos.
          O conselho de administração da associação com a Ivanhoe Cambridge é formado por quatro canadenses e quadro brasileiros da família Carvalho.
          Considerando dados de outubro de 2020, a Ancar administra 24 centros comerciais, entre eles o Shopping Eldorado, o Shopping Metrô Itaquera e o Shopping Pátio Paulista, em São Paulo.
(Fonte: revista Capital Aberto - maio 2010)

Ananda Devices

          Em 2008, a paulista Margaret Magdesian, nascida em 1973, era professora de bioquímica na Universidade Federal do Rio de Janeiro, quando recebeu uma proposta de ouro. Ela foi convidada para realizar estudos sobre doenças neurológicas no Instituto de Neurociências de Montreal, no Canadá.
          Em poucos anos, Margaret desenvolveu uma placa especial para o crescimento de neurônios cultivados em laboratório. O mais difícil foi estabelecer uma espécie de rede de microcanais. Graças a essas estruturas, a cientista conseguiu controlar as conexões entre as células nervosas, de modo que elas formassem sinapses e transmitissem impulsos nervosos. Ou seja, que funcionassem tal qual em nosso organismo.
          Logo os pedidos começaram a chegar. Em 2016, a bioquímica fundou a Ananda Devices. Desde então, a empresa recebeu mais de US$ 500 mil em investimentos. Entre seus principais clientes estão companhias do setor de beleza. As placas ajudam na edição de neurônios em peles artificiais — uma alternativa aos testes de cosméticos em animais.
          “O tecido precisa de neurônios, que são responsáveis pela sensibilidade da pele”, explica Margaret. Os laboratórios farmacêuticos também recorrem ao dispositivo no estudo de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. Hoje, a Ananda Devices atende empresas de 14 países.
(Fonte: revista ÉpocaNegócios - Fevereiro de 2020)

Antix Bazar

          Em um contexto onde a moda feminina tendia a tornar-se commodity e parecia que o mercado brasileiro já não conseguiria uma renovação, surgiu a Antix. Criada em meados de 2006 na cidade de São Paulo, a marca tem como propósito despertar sensações positivas por meio da conexão emocional e desejo que oferece com seus produtos.
          O design autêntico e cuidadosamente elaborado traz estampas exclusivas que contam histórias e tornam os produtos únicos e especiais. A etiqueta feminina passou a ser conhecida pelas estampas românticas. As coleções se inspiram em um ambiente cosmopolita de cidades como São Paulo, Londres, Tóquio, Nova York e Paris.
          A Antix tem como mantra aliar o romantismo ao vintage para proporcionar a atmosfera ideal à consumidora exigente, de alma jovem e feminina. A mulher Antix quer mais do que apenas “estar na moda”, ela busca uma experiência completa com a marca com a qual se relacionará e que esta experiência reflita exatamente seu estilo de vida.
          Ao visualizar o produto da marca Antix®, o consumidor distinguirá a origem do produto ou serviço assinalado daqueles de fonte diversa, ou seja, através da marca, o consumidor poderá identificar a origem dos produtos ou serviços, podendo promover uma distinção entre produtos similares. A Antix® possui diversas formas de apresentação, não se resumindo apenas em nomes ou sinais gráficos, todas elas registradas perante o INPI ( Instituto Nacional de Propriedade Industrial).
          A Antix possui lojas nos shoppings Morumbi, Vila Olímpia, Cidade São Paulo e Bourbon na capital Paulista. Possui lojas também no shopping Jundiaí, nos shoppings Recife e Riomar, em Recife, no Barra shopping, Rio de Janeiro e no shopping Praia da Costa em Vila Velha (ES). O Antix Outlet fica na Rodovia Castello Branco, Km 60, São Paulo.
          Após quatro anos, a Antix volta a montar seu bazar na cidade. O evento acontece na região do Jardim Paulista, Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, 2609, entre sábado (14) e o dia 22 de setembro de 2019.
(Fonte: site da empresa - www.amoantix.com / Veja São Paulo - 12.09.2019 - partes)

Anastasia Beverly Hils

          Quando Anastasia Soare, nascida em 1958, imigrou da Romênia para Los Angeles com a filha, em 1989, ela mal falava inglês. Mas tinha um diploma de arte – e um dom para o marketing.
          Ela aceitou um emprego de esteticista num salão de beleza, onde se especializou em sobrancelhas. Dizia às clientes que as sobrancelhas que redesenhava nelas seguiam a Proporção Áurea, uma fórmula matemática que supostamente gera formas simétricas atraentes. O conceito remonta à Grécia antiga e aparece com destaque na arte renascentista, na arquitetura moderna e em muitas outras manifestações artísticas.
          Em 1997, Soare tinha poupado o suficiente para abrir seu próprio salão de beleza em Beverly Hills e, em 2000, começou a vender sua pomada para sobrancelhas sob a marca Anastasia Beverly Hills. As vendas não chegaram a decolar, até que veio a era do Instagram e a filha insistiu que ela usasse as mídias sociais. De lá para cá, elas divulgaram celebridades, entre as quais Kim Kardashian, que são fãs dos produtos de Soare.
          Considerando dados de meados de 2018, a Anastasia Beverly Hills, cujo capital estaria 100% nas mãos de Soare, já tem cerca de 17 milhões de seguidores no Instagram, e a linha de Soare é vendida em mais de 1.500 lojas ao redor do mundo. Gera uma receita anual estimada em US$ 340 milhões. Soare afirmou publicamente, em 2016, que é a única proprietária da empresa. Essa participação de 100% vale, no mínimo, US$ 1,5 bilhão, segundo estimativas.
(Fonte: revista Forbes - 20.10.2018)

Ant Financial Services

          A Ant Financial Services, que de formiga não tem nada ("ant" significa formiga em inglês), é a operadora da maior plataforma de pagamentos eletrônicos da China. "É uma empresa de tecnologia financeira posicionada no mundo de forma única", disse Ben Zhoun, um gestor da norte-americana Warburg Pincus.
          A empresa, que se separou da gigante chinesa de comércio eletrônico Alibaba, tem desempenhado um papel fundamental na transformação do cenário de tecnologia financeira na China. A Ant Financial administra o aplicativo de pagamentos mais usado do país, no que vem sendo considerado como uma migração para uma sociedade sem papel-moeda.
          Em 8 de junho de 2018, a Ant anunciou que levantou cerca de US$ 14 bilhões, no que observadores do mercado chamaram de a maior rodada de aporte de capital já feita no mundo por uma empresa não listada.
          São investidores da Ant Financial (através da unidade Ant International) a Comissão de Investimento do Plano de Pensão do Canadá, o fundo soberano de Singapura GIC, a investidora estatal Temasek, bem como as empresas norte-americanas de investimento Warburg Pincus, Silver Lake e General Atlantic.
          A empresa afirma que tem como objetivo alcançar 2 bilhões de consumidores no mundo com sua rede de pagamentos nos próximos anos, apoiada por investimentos e parcerias estratégicas com companhias de pagamento do sudeste asiático, bem como com alianças na Coreia do Sul, Japão e Índia.
          Aparentemente, porém, a Ant cresceu demais, ajudada pela aceitação de pagamentos por meio do serviço online Alipay. Mais de 620 milhões de pessoas estariam utilizando o Alipay. E uma vez que o dinheiro sai das contas dos bancos tradicionais para a carteira virtual, a maior parte não retona.           Os reguladores chineses estão avaliando se classificam a Ant como uma holding financeira e, assim, façam com que ela cumpra exigências de capital parecidas com os bancos.
(Fonte: Forbes Brasil - 08.06.2018 / jornal Valor - 31.07.2018 - partes)

Anker

          A Anker foi fundada por Steven Yang na cidade chinesa de Shenzhen, em 2011.
          Depois que Yang largou seu cobiçado emprego no Google, perguntou a sua mãe se deveria conseguir capital de risco para financiar sua ideia de negócio. Se a empresa online de eletrônicos de consumo fosse uma aposta de risco, a mãe teria lhe sugerido procurar capitalistas de risco. Mas, se transformar a empresa em algo grandioso fosse seu destino, ele deveria usar o dinheiro que ela obteve em sua carreira no setor farmacêutico da China.
          Yang então juntou o dinheiro que havia ganho no Google com o da mãe e, com menos de US$ 1 milhão em capital inicial, mudou-se da Califórnia para Shenzhen, um centro para empresas de tecnologia no sul da China.  
          Sete anos depois, em 2018, a Anker Innovations Technology vende produtos como carregadores de smartphone e bancos de energia portáteis pela Amazon.com. E a companhia está ficando ainda maior depois de ter chegado recentemente a um acordo para oferecer seus produtos em quase 4.000 lojas Walmart e 900 filiais Best Buy nos Estados Unidos.
          Negociações recentes no mercado de balcão chinês New Third Board avaliaram a Anker em cerca de US$ 1,1 bilhão. Yang, 36, e sua esposa têm uma participação combinada de cerca de 54%, de acordo com uma análise, feita pela Bloomberg, do relatório do primeiro trimestre da empresa para 2018.
          A Anker oferece carregadores que são alternativas aos de empresas como Samsung Electronics ou Apple e eles vêm com a tecnologia patenteada PowerIQ, que detecta a potência máxima de cada telefone para minimizar o tempo de carregamento. Yang também se aventurou por praticamente todos os outros dispositivos relacionados a smartphones, como cabos, fones de ouvido e aparelhos de carregamento sem fio. E está fabricando também eletrodomésticos, como aspiradores de pó robóticos com a marca Eufy. O desenvolvimento do projeto do aspirador de pó teria sido desgastante. O aspirador deve funcionar, inclusive, sob sofás. 
          A Anker se expandiu porque Yang aproveitou as oportunidades criadas por lacunas no setor de tecnologia. No negócio de smartphones, ele teve como alvo a brecha entre os carregadores caros da Apple e os substitutos de baixa qualidade fabricados por terceiros.
(Fonte: jornal Valor - 23.05.2018).

APP

     A companhia de papel e celulose Asia Pulp & Paper Group (APP), tem sede na Indonésia e é uma das maiores do ramo no mundo.

Anglo American Corporation

     Die Anglo American Corporation wurde 1917 von Ernest Oppenheimer mit Kapital britischer und amerikanischer Investoren aus der Taufe gehoben. Ziel war es, Goldvorkommen im Nordosten Südafrikas zu erschließen. Bereits 1926 übernahm Anglo American die Aktienmehrheit am damals führenden Diamantenkonzern De Beers.
     Bei der anschließenden Expansion in mehrere afrikanische Staaten und Kolonien wurde die Geschäftstätigkeit auf weitere Rohstoffe wie Kupfer, Platin und Kohle ausgeweitet  Die zentrale Rolle beim verstärkten Abbau der Goldvorkommen im südlichen Afrika machte die Anglo American zu einer der weltweit größten Bergbaugesellschaften. 1961 expandierte der Konzern nach Kanada und mit der Gründung der Mondi Group 1967 wurde Anglo American auch zu einem der weltgrößten Papierhersteller.
     Der rund um den Globus tätige Rohstoffkonzern baut Gold, Diamanten, Platin, Kupfer, Eisenerz Magnesium, Zinn, Nickel und Kohle auf vier Kontinenten ab. Anglo American besteht aus einer Vielzahl von Tochtergesellschaften und Unternehmensbeteiligungen, unter anderem Anglo Coal, Anglo Platinium, De Beers, Industrial Minerals und Mondi. Mitbewerber am globalen Markt sind Rio Tinto, Vale und Xstrata.
(Fonte: Europas Erstes Finanzportal Boerse.de)

Apimec (ex-Abamec)

          A Apimec, Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais, foi fundada em 1970, portanto, já tem tradição no mercado de capitais. A instituição tem como objetivo principal contribuir para o desenvolvimento do mercado de capitais, atuando no desenvolvimento pessoal e na capacitação técnica de analistas e profissionais de investimento.
          A Apimec também é autorreguladora, certificando, credenciando, e supervisionando esses profissionais em suas diversas especialidades, em âmbito nacional e internacional.
          A associação tem sedes regionais no Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre. Entre seus ex-presidentes estão Humberto Casagrande Neto (Apimec Nacional) e Milton Millioni (Apimec SP).
(Fonte: material da instituição - parte)

Apsen Farmacêutica

          Tudo começou em junho de 1969 no bairro de Santo Amaro, em São Paulo, quando o casal de imigrantes italianos Mario e Irene Spallicci abriram um laboratório para produzir inicialmente insumos derivados de fontes animais para a indústria farmacêutica.
          A empresa teve uma primeira década de modernização da tecnologia para a fabricação de pílulas e linhas de produtos. Os anos de 1980 tiveram a marca da expansão, e a década de 1990 ficou marcada pela ascensão da segunda geração à presidência da empresa, com Renato Spallicci, e com os primeiros acordos de licenciamento internacional com empresas europeias, lançamento de novos produtos e ampliação de áreas terapêuticas.
          Mas foi neste século que o laboratório deu os maiores passos de crescimento. Nos anos 2000, foram lançados os primeiros produtos com patente (Postec® e Fitoscar®), aconteceu a expansão das instalações e associação com parceiros internacionais.
          A partir de 2010, o laboratório fez o lançamento de novas embalagens e produtos: Lactosil®, Digeliv®, Dobeven®, Motilex®, Extima, Flancox® 500 mg, Levoxin® 750mg, Alois gotas, Traturil®, Retemic ® UD e Insit, e a inauguração de um novo centro de Pesquisa & Desenvolvimento.
          Para isso, a empresa se estruturou para estar na vanguarda, criando um corpo técnico e toda uma estrutura para desenvolvimento de produtos que possam diferenciar a Apsen por qualidade, tecnologia, posologia e por consequência, permitir o crescimento em um mercado cada dia mais competitivo. É o que explica Kleber Vargas Nunes, diretor Técnico. "A inovação é um fator de diferenciação dentro do nosso modelo de negócio, seja na forma como cuidamos dos nossos colaboradores, desenvolvemos novos produtos e processos. Há uma grande velocidade de mudança no mercado farmacêutico, devido ao acesso de informações disponíveis. Com isto, as inovações podem se tornar obsoletas num curto espaço de tempo. Então precisamos de um processo continuo de criação, focados no desenvolvimento de novos produtos, como inovação incremental e novas moléculas para o mercado brasileiro com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas".
          A empresa tem, em todas as suas áreas de atuação o foco na melhoria da qualidade de vida das pessoas e em proporcionar aos médicos produtos que atendam às necessidades dos pacientes. É o que explica Renata Spallicci, neta dos fundadores, diretora de Assuntos Corporativos. "Queremos ajudar os médicos a ajudarem as pessoas. Para isso, trabalhamos nos mais altos padrões de qualidade, com controles internacionais rigorosos que nos permitem levantar todos os dias pela manhã sabendo que nosso trabalho vai melhorar a saúde de alguém, auxiliar no tratamento de uma patologia enfim, nós pensamos nas pessoas o tempo todo. E é uma postura que acontece em todos os níveis da empresa. De nós, diretores, passando por toda a parte administrativa, industrial, técnica, força de vendas. É uma engrenagem de alma, algo que vem de dentro de todos que trabalham na Apsen", afirma.
          Considerando dados de 2019, a Aspen conta com mais de 1,3 mil colaboradores, 42 marcas, 14 produtos exclusivos, 4 apresentações exclusivas, ocupa o 24º lugar no mercado (sem genéricos), e o 14º lugar em prescrição (também sem genéricos).
          Em março de 2020, a Apsen, que fabrica no Brasil medicamento à base de hidroxicloroquina, implementou um plano emergencial para dar conta da alta demanda pelo produto. O medicamento vem sendo procurado por testes que relacionam a substância ao combate ao novo coronavírirus, o Covid-19.
          A Apsen fabrica o remédio Reuquinol, que tem a hidroxicloroquina como base e é usado para doenças crônicas e autoimunes. Conforme a revista Exame apurou, a empresa fará turnos extras na produção durante o fim de semana para aumentar a oferta.
          Em nota, a Apsen confirmou que o plano de emergência implementado irá triplicar a produção neste primeiro momento. “Mas, caso seja necessário, poderemos aumentar ainda mais a produção do medicamento”, informou a companhia.
(Fonte: Jornal Estado de Minas - 04.06.2019 / Portal Fator Brasil / revista Exame - 20.03.2020 - partes)

Arezzo

          Existem dois tipos de empresas no setor calçadista brasileiro. O primeiro grupo é composto por companhias que fabricam produtos cujo principal atrativo é o preço. No segundo pelotão, despontam aquelas que possuem uma marca forte e que se transformaram no objeto do desejo de uma parcela significativa dos consumidores. É exatamente nessa última categoria que se enquadra a mineira Arezzo.
          A empresa foi fundada em 1972, pelo empresário Anderson Birman, em Belo Horizonte, criando uma pequena sapataria. A rigor, a origem se deu quando Birman, na época com 18 anos, e seu irmão Jefferson, de 21, começaram a usar um galpão para fabricar sapatos e fundaram a empresa. O nome veio após uma pesquisa aleatória de cidades no mapa da Itália. Arezzo fica na província do mesmo nome, na região da Toscana.
          Quatro anos depois, em 1976, nascia o filho Alexandre, que cresceu dentro da fábrica. Anos mais tarde, em 1995, com a Arezzo em dificuldades, Alexandre contou com a ajudada do pai para fundar, aos 19 anos, sua própria marca de sapatos femininos, a Schultz. Nos 12 anos seguintes, pai e filho concorreram em com o outro, até que em 2007, decidiram se unir novamente. Começou ali uma era de ouro para a Arezzo que, nos sete anos seguintes quintuplicou de tamanho. 
          Três décadas e meia depois da criação da empresa, em 2007, o início de um processo de abertura de capital deu-se com o ingresso do Tarpon Investment Group, baseado em São Paulo, como investidor. No final de 2007, o fundo comprou 25% do capital da empresa. O negócio teve como desdobramento a fusão das operações da Schultz, rede de calçados mais sofisticada comandada por Alexandre, com as da Arezzo. Isso explica o salto de 92,1% verificado na receita naquele ano, em relação a 2006.
          Em 2 de fevereiro de 2011, a Arezzo deu mais um passo rumo ao fortalecimento do negócio com o início da negociação das ações na BM&FBovespa. Obteve R$ 477,7 milhões que usou em investimentos na empresa.
          Por ocasião da abertura de capital, a empresa já tinha franquias em mais de 30 países, como Estados Unidos, França e China.
          Em 2012 a Tarpon vende sua participação na Arezzo, embolsando R$ 435 milhões. A gestora havia aplicado pouco mais de R$ 76 milhões no negócio em 2008.
          Em março de 2013, Anderson Birman passou o bastão para o filho e ex-concorrente Alexandre, que assumiu o comando da empresa.
          Os sapatos, cintos e bolsas da Arezzo são produzidos em 90 fábricas, entre parceiras e licenciadas. À equipe comandada por Birman e Alexandre, cabe a tarefa de planejar as ações de marketing e cuidar do design das peças.
          Não existe empresa de sapatos como a Arezzo. Alexandre Birman alimenta sua obsessão criando modelos num ritmo alucinado. Mais de 300 pessoas trabalham no centro de inovação da empresa (dados do início de 2014), em Campo Bom, cidadezinha gaúcha a 60 quilômetros de Porto Alegre. Das pranchetas, saem 1.000 novos modelos de sapatos femininos por mês. Birman coordena pessoalmente a triagem e escolhe os cerca de 170 modelos que chegam às prateleiras.
          Em outubro de 2019, a Arezzo faz acordo com a Vans, Inc. e passará a ser distribuidora exclusiva de calçados, vestuário e acessórios da marca em território brasileiro. O acordo foi fechado com a VF do Brasil, subsidiária da administradora americana de marcas VF Corporation, que representa a marca Vans no Brasil. O prazo inicial é de cinco anos a partir de 1º de janeiro de 2020.
          A marca Owme, grife de calçados lançada pelo Grupo Arezzo&Co. em meados de 2018, mudou de nome. Em agosto de 2019, ela passa a se chamar Alme e também amplia seu mix de produto, incluindo diferentes tipos de bolsas em suas coleções. Sobre a mudança de nome, a empresa diz que “o conceito inicial, inspirado nas palavras em inglês, “own” e “me”, que, juntas, expressam a atitude de “ser dona de si mesma”, evoluiu do individual para o coletivo. Em referência ao termo “all“, que significa todos em inglês, surgiu ALME. O novo nome traz também a conexão dos conceitos ‘alma’ e ‘ame'”.
          Em 23 de outubro de 2020, a Arezzo anunciou a celebração de acordo para a aquisição do grupo de moda carioca Reserva, em negócio em que a Reserva foi avaliada em R$ 715 milhões. O acordo prevê um aumento de capital da Vamoquevamo, que tem participação na Tífere, dona da marca Reserva, com a Arezzo subscrevendo a totalidade das ações emitidas.
          “A operação insere-se na estratégia da companhia de complementar seus negócios no setor de moda e varejo, ampliar sua oferta de produtos e expandir seu portfólio de marcas buscando consolidar-se como uma house of brands, com a inclusão no portfólio do grupo Arezzo&Co (mediante a efetivação da Operação) das marcas Reserva, Reserva Mini, Oficina Reserva, Reserva Go, INK e EVA”, destacou a Arezzo em comunicado ao mercado.
          Dos R$ 715 milhões pagos pela Arezzo, R$ 225 milhões são em dinheiro e o restante em ações. Os atuais acionistas da Reserva ficarão com 8,7% da Arezzo&Co, que, em 22 de outubro de 2020, valia R$ 4,8 bilhões na B3.
          Mediante a efetivação da operação, o atual sócio fundador, Rony Meisler, e os executivos e sócios minoritários da Reserva, Fernando Sigal, Jayme Nigri e José Alberto da Silva, continuarão a atuar na qualidade de administradores da Reserva e estarão envolvidos no desenvolvimento pretendido pela empresa por meio da “AR&Co”, braço exclusivo de vestuário e lifestyle do grupo Arezzo&Co.
          Com a implementação da operação, além de calçados e bolsas, o grupo Arezzo&Co passará a comercializar itens de moda masculina, feminina e infantil, incluindo roupas e acessórios, vislumbrando-se possibilidade de ampliação de 3,5 vezes o mercado endereçável da empresa.
          Em 20 de novembro de 2020, a Arezzo adquiriu 75% do capital social da startup de tecnologia Troc, uma plataforma de revenda de artigos usados com foco em marcas premium, em que o vendedor envia as peças pelos Correios e, após a venda das peças, a startup ganha um percentual. O valor da transação não foi divulgado e deverá passar por aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). De acordo com a equipe da Inversa Financial, a aquisição da Troc, em conjunto com o lançamento do marketplace de ZZ Malle, e a recente aquisição da Reserva transformam a companhia em um ecossistema completo de moda. 
          A Arezzo tem em seu portfólio as marcas de moda Arezzo, Alexandre Birman (criada em 2009), Schultz, Anacapri (criada em 2008), Fiever, Alme (antiga Owme) e Vans.
          Em 11 de junho de 2021, a Arezzo&Co deu mais um passo para ampliar sua fatia no segmento de vestuário. Com marcas líderes no setor calçadista como Arezzo, Schultz e Anacapri, a companhia confirmou a compra da Baw, uma marca de roupas streetwear [moda urbana] e nativa digital, com sede no bairro paulistano do Bom Retiro, região tradicional de confecções. A informação havia sido antecipada pelo site “Brazil Journal”. O valor total da aquisição da Baw é de R$ 105 milhões, que pode ser acrescido de R$ 10 milhões caso métricas de desempenho sejam alcançadas. No ato, R$ 35 milhões são pagos em dinheiro. Em ações serão R$ 50 milhões e, após cinco anos, outra parcela de R$ 20 milhões será paga em dinheiro.
          Em 14 de julho de 2021, a Arezzo&Co anunciou que adquiriu a marca MyShoes, que negocia calçados e bolsas femininas para públicos das classes B e C+, além de ter firmado parceria com o Mercado Livre para comercialização e distribuição destes produtos.
          Em 10 de agosto de 2021, por meio de sua subsidiária ZZAB Comércio de Calçados, a Arezzo informa que adquiriu a totalidade das cotas do capital social da Baw Clothing Indústria e Comércio de Vestuários. A transação passa dos R$ 100 milhões e dependeu da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa do Consumidor, Cade.
          Na manhã do dia 30 de novembro de 2021, o grupo Arezzo&Co anunciou a compra da marca de luxo Carol Bassi, criada por Anna Carolina Bassi, por R$ 180 milhões - valor que pode chegar a R$ 220 milhões se as metas de desempenho forem cumpridas até 2025. O pagamento da operação será  parcelado, a maior parte em dinheiro e também em ações. A aquisição soma-se à primeira coleção da Schultz, uma das principais marcas de calçados do grupo, e aos primeiros itens da Reserva, marca de moda masculina adquirida no último trimestre de 2020.
          A marca Carol Bassi foi criada pela estilista paulista em 2014, dentro da loja da empresa de sua família, Guaraná Brasil. No momento do negócio (novembro de 2021) eram duas lojas, em São Paulo (Shopping Cidade Jardim) e no Rio de Janeiro, e presença em 90 pontos multimarcas em mais de 20 estados.
          A Arezzo &Co divulgou em 17 de janeiro de 2023 que fechou acordo para comprar a fabricante gaúcha de calçados femininos Vicenza. A marca fundada por Rafaela Furlanetto e seu pai, Ariovaldo Furlanetto, foi avaliada em R$ 173 milhões, dos quais 60% serão pagos à vista e 40% em ações – com venda de ações restrita por até quatro anos em diferentes etapas.
          Os Birman têm 45,84% do capital da Arezzo. Em maio de 2023 foi formalizada a doação de ações ordinárias de Anderson Birman, fundador da Arezzo &Co, a seus filhos Alexandre, Patrícia, Allan, André e Augusto. O fundador detinha 28,1% de participação na companhia.
          Atualmente (novembro de 2023) a holding engloba 14 marcas: Arezzo, Anacapri, Schutz, Alexandre Birman, Alme, Brizza, Carol Bassi, Reserva, Oficina, Simples, BAW, Vicenza, Paris Texas e TROC.
          A Arezzo e o Grupo Soma confirmaram em 5 de fevereiro de 2024, a fusão entre as duas companhias. A operação será realizada por meio da incorporação do Grupo Soma pela Arezzo&Co. Os acionistas da Arezzo&Co serão titulares de 54% de participação e os do Grupo Soma de 46%. A nova denominação da companhia resultante ainda será definida. Com a fusão, a companhia terá faturamento próximo de R$ 12 bilhões, com 34 marcas e mais de 2 mil lojas, próprias e franquias.
(Fonte: revista IstoÉDinheiro - 09.02.2011 / Exame - 22.01.2014 / jornal Valor - 20.02.2018 / FFW - 14.08.2019 / Reuters-UOL - 02.10.2019 / Valor - 03.10.2019 / InfoMoney - 23.10.2020 / ElevenFinancial - 23.11.2020 / Valor - 11.06.2021 / 14.07.2021 / 04.11.2021 30.11.2021 / 17.01.2023 / 18.05.2023 / Estadão - 07.11.2023 / Valor - 05.02.2023 - partes)
ec - Loja da Arezzo que investe em aquisições no mercado de vestuário Foto: Divulgação — Foto: Divulgação/Agência O Globo
Loja da Arezzo Foto: Divulgação — Foto: Divulgação/Agência O Globo