Em 2003, depois de diversas conversas ao longo dos anos, Arthur Sendas decidiu vender ao Pão de Açúcar metade da rede Sendas, então a quinta maior rede varejista do país. Em maio de 2016, o Pão de Açúcar concluiu as negociações com o Sendas para a aquisição das ações remanescentes da empresa. Com essa aquisição, o Pão de Açúcar e suas controladas passaram a deter conjuntamente 100% do capital social total da Sendas Distribuidora. O valor total da operação é de 377 milhões de reais. O Pão de Açúcar
passou a focar na conversão da marca Sendas em lojas Extra Supermercado.
Mais tarde, o nome Sendas passou a fazer parte da razão social da área de atacarejo do Grupo Pão de Açúcar, com a bandeira Assaí.
Considerando dados de agosto de 2017, a rede Assaí, cuja razão social é Sendas Distribuidora, tem 112 lojas e é responsável por 39% do segmento alimentar do GPA. Um grande sucesso para um investimento de pouco mais de R$ 400 milhões em 2007.
O blog "Origem das Marcas" visa identificar o exato momento em que nasce a marca, especialmente na definição do nome, seja do produto em si, da empresa, ou ambos. "Uma marca não é necessariamente a alma do negócio, mas é o seu nome e isso é importante", (Akio Morita). O blog também tenta apresentar as circunstâncias em que a empresa foi fundada ou a marca foi criada, e como o(a) fundador(a) conseguiu seu intento. Por certo, sua leitura será de grande valia e inspiração para empreendedores.
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18 de mai. de 2023
Sendas Supermercados
SuperMar Supermercados (antiga Unimar)
As lojas foram agrupadas na Unimar Supermercados, com sede em Salvador. Até bem pouco tempo antes, a Serra da Pipoca era o braço agropecuário da Kieppe, a holding particular do empreiteiro Norberto Odebrecht. Os donos da Serra da Pipoca eram investidores da Bahia, capitaneados pelo empresário José Barachísio Lisboa. Durante muito tempo Barachísio, como é conhecido em Salvador, foi o principal executivo da Kieppe, da qual se desligou para presidir a Unimar.
Na realidade, Mamede teve de entregar as lojas da Bahia ao empreiteiro Norberto Odebrecht como pagamento de dívidas. Depois de serem repassadas a um executivo, que pediu autofalência, as lojas acabaram nas mãos de um grupo de credores capitaneados pelo Garantia. Dois anos sob controle do Garantia não foram suficientes para sanear a Supermar (novo nome da Unimar), que padece de uma crise crônica de identidade.
Desde que deixou de pertencer a Mamede, a rede já usou os nomes Paes Mendonça, Unimar e Supermar. Depois, Bompreço, após ter sido comprada pela rede do empresário João Carlos Paes Mendonça e dos holandeses do grupo Royal Ahold.
Em fins de 1996, o Pão de Açúcar estava de olho na rede baiana de supermercados SuperMar, a antiga Unimar, do Grupo Garantia. Em algumas semanas de setembro e outubro, um grupo de 10 executivos da empresa esteve em Salvador para avaliar as mais de 40 lojas da rede, que faturou 719 milhões de dólares em 1995. A compra do SuperMar faria parte dos planos de expansão do Pão de Açúcar no Nordeste - onde tinha apenas 2 supermercados Superbox. Não foi a primeira vez que Diniz tentou a compra. Algum tempo antes, o Pão de Açúcar chegou a negociar por pelo menos 3 vezes com o antigo controlador, Mamede Paes Mendonça.
16 de mai. de 2023
Cines Bristol e Liberty
E os dois cines eram “la créme de la créme”, em conforto e decoração de bom gosto, num mesmo nível, mas com temas bem diversos.
O Bristol, com sua sóbria decoração. Portais Tudor, escadarias em sólida madeira escura, com uma armadura prateada, tudo vigiando. Os vitrais coloridos, em contraste, como numa abadia inglesa. Mesmo os banheiros tinham placas coloridas, vitrais de dama e cavaleiro medieval.
Já o Liberty, como o nome indica, refere-se à essa fase do “Art Nouveau”, com os vitrais florais e de galhos artisticamente retorcidos, a escada em tons de azul turquesa patinado. As luminárias remetendo a Lalique e Tiffany. Sem exageros, mas tudo muito agradável ao olhar. Entrar ali parecia cruzar os portais de uma estação de metrô, no centro de Paris.
Alie-se tudo isso a uma programação de primeira, e depois do finado Sta. Cecília, tornaram-se cines prediletos de muitos paulistanos ou visitantes da cidade.
Mas, a cidade não para, e coisas relativamente simples e artesanais saem de moda, para dar lugar a mega-cinemas, mega-teatros, mega-espetáculos, mega-manifestações. Qualquer coisa vira mega, perigando escapar ao controle, a qualquer instante.
Grupo Uni.co
A Ludi é a irmã mais nova da Imaginarium, mais jovem, mais colorida e com vocação para presentear. Nasceu em 2010 e em 2017 contava com mais de 2,4 mil clientes multimarcas e uma loja virtual.
A MinD é uma marca de decoração e design que ingressou no grupo em 2016, após aquisição de uma participação dos sócios fundadores. Conta com 5 lojas, sendo 3 próprias e 2 franqueadas.
O grupo estava em processo de IPO quando foi abordado pela Americanas. “Acreditamos que a Americanas possui um conjunto inigualável de ativos para apoiar nosso crescimento. As plataformas de varejo físico e digital, logística e fintech têm o potencial de acelerar várias frentes estratégicas que estamos conduzindo atualmente” afirma Wellington Santos, sócio e CEO do Grupo Uni.co.
(Fonte: Sua Franquia - 2017 / Estadão - 20.04.2021 / Diário do Comércio - 22.04.2021 - partes)
13 de mai. de 2023
Light (concessionária de energia do RJ)
A Light é a distribuidora de energia de parte da cidade do Rio de Janeiro. Foi privatizada em maio de 1996. O consórcio vencedor era formado pelas americanas AES Corporation e Houston Industries
Energy Inc., a Eletricitè de France e a Companhia Siderúrgica Nacional.
Em junho de 1996, a EDF levou um susto ao assumir a Light. Nada menos que 30% dos 10.000 funcionários incluídos na folha de pagamento eram fantasmas, que ganhavam sem trabalhar. O exército de Gasparzinhos chegaria, portanto, a 3.000 pessoas. Como a EDF já anunciara que iria demitir 3.800 empregados, isso significa que apenas 800 dos que realmente pegam no batente seriam atingidos. As demissões foram através de DPV - plano de demissões voluntárias.
Considerando dados de dezembro de 1996, a Light fornecia 77% de toda energia consumida no Rio de Janeiro, o que correspondia a 2,7 milhões de consumidores. Sua rede de transmissão abrangia 25% da superfície da cidade.
A Light passou integralmente às mãos da estatal francesa EDF, que não se adaptou ao mercado brasileiro, particularmente no tocante ao roubo de energia, prática disseminada no Rio que drena receita das distribuidoras.
Em 2006, a EDF vende a Light para um consórcio formado por Cemig, Andrade Gutierrez, banco Pactual e pelo ex-banqueiro Aldo Flores. O valor do negócio foi de 320 milhões de dólares.
Nessa época a Light tinha dívida de 3,1 bilhões de reais e apresentava alguns dos piores indicadores operacionais do setor. As ligações clandestinas, conhecidas como "gatos", levavam 16% da energia distribuída pela companhia - muito mais que os índices de empresas como a mineira Cemig (1,2%), a paulista Eletropaulo (7%) ou a Ampla (12%), que atua na região de Niterói. Além dos "gatos", a Light sofria com uma taxa de inadimplência de 15% - a mais alta do país, segundo a Abradee, associação que reúne as empresas do setor (a média nacional é 7%). Para sanear a Light, foi contratado o executivo José Luiz Alquéres, ex-presidente da subsidiária brasileira da Alstom e da Eletrobrás.
A Light passa ao controle integral da Cemig no fim de 2009. Carregava consigo problemas que lhe empurravam para a lista de reclamações por mau atendimento. Para ficar num só exemplo, cerca de 70 quilômetros de cabos de cobre foram furtados da rede da empresa no período 2008 a 2010 por funcionários terceirizados.
Num verdadeiro apagão de imagem, a Light, especialmente por volta de 2010, estava tentando administrar um exército de consumidores irados. 2485 reportagens negativas foram veiculadas entre janeiro e julho daquele ano. No mesmo período, 4900 queixas foram feitas por consumidores na Agência Nacional de Energia Elétrica. Coube a Jerson Kelman, que assumiu a presidência da empresa em junho de 2010, o esforço hercúleo de colocar a casa em ordem. Seu antecessor, o executivo José Luiz Alquéres, já havia melhorado os números da última linha do balanço. Na administração de Alquéres, a Light voltou a atenção às áreas periféricas, que tinham os piores indicadores de serviços. Sem reparos e sem reforços, o restante da rede não aguentou o aumento do consumo energético alimentado pelo crescimento econômico dos anos anteriores.
Em 4 de outubro de 2018 a Light concluiu a venda da sua subsidiária Light Esco para a Ecogen Brasil Soluções Energéticas. A operação foi anunciada em março, e pelo negócio a Light recebeu R$ 43,377 milhões. Esse valor já envolve o desconto de saldo de dívida da Light Esco.
O banqueiro Ronaldo Cezar Coelho se tornou, em 2020, o principal investidor privado da companhia fluminense, com cerca de 20%. Carlos Alberto (Beto) Sicupira (do grupo 3G Capital) passou a ter 10% da empresa em outubro do mesmo(2020) ano quando comprou 30 milhões de ações da Light pelo valor de R$ 550 milhões.
Em 12 de maio de 2023, a Light deu entrada no pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro. Segundo a Light, o pedido foi realizado com caráter de urgência pois “os desafios oriundos da atual situação econômico-financeira da companhia e algumas de suas subsidiárias se mantêm e vêm
se agravando”. Ao solicitar a recuperação, a companhia confirmou ter dívidas de R$ 11 bilhões.
Os credores da Light que representam 99,12% das dívidas da empresa aprovaram o plano de recuperação judicial apresentado pela companhia. A proposta, aprovada em assembleia de credores em 29 de maio de 2024, prevê uma operação de capitalização da empresa no valor de R$ 3,2 bilhões e a conversão de R$ 2,2 bilhões de sua dívida em novas ações.
(Fonte: revista Investimentos - 25.09.1996 / 02.12.1996 / revista Exame - 11.03.1998 / 16.08.2006 / 06.10.2010 / UOL - 01.11.2015 / IstoÉDinheiro - 04.10.2018 / Valor - 19.10.2020 / MoneyTimes - 12.05.2023 / Estadão - 31.05.2024 - partes)
10 de mai. de 2023
Pontifícia Universidade Católica - PUC
Algumas instituições de ensino superior católicas romanas, bem como as eclesiásticas recebem o título honorífico de “pontifícia universidade” quando são reconhecidas diretamente pela Santa Sé. Tal reconhecimento, é regido pelo Código de Direito Canônico, dentro da constituição apostólica comandada pelo Papa.
Em geral, os graus acadêmicos que uma universidade pontifícia pode conceder são em teologia sagrada, direito canônico e filosofia. Na prática, porém, estas instituições também oferecem formações em outros campos de estudo.
O Brasil tem pontifícias universidades importantes, distribuídas por vários estados, como a PUC-Rio, PUC-SP, PUC-RS, PUC Minas, PUC-PR e PUC Goiás. Já nos países vizinhos, a Pontifícia Universidade Católica do Chile e da Argentina se destacam entre as mais renomadas da América Latina.
A faculdade católica chilena, privada, vem desafiando desde 2014 a USP entre as melhores instituições latino-americanas. E isso principalmente devido a um investimento maior em pesquisa acadêmica, incluindo parceria com instituições estrangeiras para publicações de artigos.
As primeiras faculdades criadas na PUC do Chile foram de Direito, Ciências Físicas e Matemática. Mais tarde, foi a vez da tradicional Escola de Letras e, entre 1920 e 1953, mais seis faculdades foram inauguradas (Arquitetura, Comércio, Filosofia, Ciências da Educação, Medicina, Tecnologia e Teologia), além de outras quatro escolas (Serviço Social, Enfermagem, Ciências Biológicas e Artes Plásticas).
Já a Universidade Católica Argentina (UCA) é uma importante instituição privada de ensino superior, tão prestigiada quanto a Universidade de Buenos Aires (UBA), que é pública. Reconhecida por sua formação integral, a UCA é baseada em inovação e tem entre os principais projetos de desenvolvimento o Observatório da Dívida Social da Argentina e o Instituto de Pesquisa Biomédica. Tem mais de 50 cursos de bacharelado e 180 programas de pós-graduação, entre especialização, mestrado e doutorado, em temas como Agricultura, Ciência Política, Relações Internacionais, Engenharia, Jornalismo e Ciências Médicas.
Criar a “Universidade Católica do Brasil” foi uma meta estabelecida pelos Bispos do Brasil e um sonho acalentado por Dom Sebastião Leme e Pe. Leonel Franca, S.J. Com este objetivo, em 30 de outubro de 1940, por meio do Decreto 6.409, foi criada a Sociedade Civil Faculdades Católicas, integrada na rede educacional da Companhia de Jesus, que mantém obras educacionais com a finalidade de contribuir para a missão evangelizadora da Igreja.
No dia 15 de março de 1941, foi realizada a inauguração solene dos cursos das Faculdades Católicas de Filosofia e Direito, instaladas anexas ao Colégio Santo Inácio. Em 1943, a Faculdade de Filosofia instalou um curso de preparação para auxiliares de Serviço Social.
A Faculdade Católica de Filosofia, a Faculdade Católica de Direito e a Escola de Serviço Social receberam autorização de se reunirem, constituindo-se em Universidade pelo Decreto 8.681, de 15 de janeiro de 1946, ano em que foram aprovados os Estatutos da Universidade Católica do Rio de Janeiro. No ano seguinte, pelo Decreto da Congregação dos Seminários, de 20/01/1947, a Santa Sé concedeu-lhe o título e as prerrogativas de Universidade Pontifícia.
Com o crescente desenvolvimento da indústria no país e a consequente necessidade de cursos na área de engenharia, foi criada em 1948 a Escola Politécnica da PUC (EPPUC).
Ao final da década de 1940 e nos anos de 1950, foram criados os cursos de Jornalismo e Matemática, os Institutos de Direito Comparado e de Psicologia Aplicada, a Escola de Sociologia e Política, a Escola Médica de Pós-Graduação e os Cursos de Aperfeiçoamento Odontológico, bem como o Instituto de Administração e Gerência (IAG).
A PUC-Rio continuou a se expandir com a inauguração de sua nova sede, no bairro da Gávea. Em 1951, fundou-se a Associação dos Antigos Alunos da PUC-Rio e celebrou-se o lançamento da Pedra Fundamental do novo campus, que seria inaugurado em 1955.
No início da década de 1960, a Universidade começou a buscar sua excelência na geração de conhecimento científico. Numa atitude absolutamente pioneira para uma universidade particular, a PUC-Rio, utilizando recursos próprios, montou seus primeiros laboratórios, contratou seus primeiros docentes em tempo integral e passou a desenvolver pesquisa de forma sistemática. Por isso, quando o então Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) resolveu, por meio do Fundo de Desenvolvimento Técnico Científico (FUNTEC), apoiar a pós-graduação e a pesquisa em universidades, a PUC-Rio foi uma das entidades escolhidas para receber este apoio.
A PUC-Rio não se limitou aos cursos apoiados pelas agências governamentais e, na década de 1960, com o uso exclusivo de recursos próprios, criou inúmeros cursos nas áreas de Ciências Humanas e Sociais.
Ainda nos anos 1960, a PUC-Rio instalou em suas dependências um Computador Burroughs 205, o primeiro da América Latina em universidades e o primeiro do Brasil.
Em 1966, um grupo de trabalho deu início a um processo de profunda reforma acadêmico-administrativa da Universidade. No projeto dos novos Estatuto e Regimento, foram abordados pontos relacionados à tríplice função da Universidade (pesquisa, ensino e prestação de serviços); à modernização de sua estrutura organizacional; à organização didática dos cursos em nível de graduação, pós-graduação e extensão; e à implantação do regime de créditos, entre outros. Os novos Estatuto e Regimento foram aprovados em junho de 1969, antecipando-se, assim, à maioria dos projetos de reforma desenvolvidos pelas demais universidades brasileiras, em decorrência da Reforma Universitária de 1968. A Reforma da PUC-Rio acabou sendo referência para todo o país.
Foram, então, criados os Departamentos, que passaram a ser as Unidades Acadêmicas básicas. Eram, na época, 20 Departamentos divididos em 3 centros: CTCH (Centro de Teologia e Ciências Humanas), CCS (Centro de Ciências Sociais), CTC (Centro Técnico Científico), além do CCBM (Centro de Ciências Biológicas e de Medicina), dedicado à especialização.
No intenso ritmo dos avanços científico-tecnológicos que geraram profundas transformações nos contextos político, econômico e social da década de 1990, a PUC-Rio confirmou-se como instituição pioneira e dinâmica ao abrir cada vez mais seu leque de atividades. Cinco exemplos merecem registro, por indicarem essa diversificação: (1) criação do Centro Loyola de Fé e Cultura, com o objetivo de expandir o diálogo entre Fé e Cultura/Ciência para além das salas de aula, formando leigos para o trabalho evangelizador; (2) criação do Instituto Gênesis para Inovação e Ação Empreendedora que tem por objetivo, formar empreendedores, empreendimentos e criar ambientes de inovação, promovendo a interdisciplinaridade através da aplicação do conhecimento da Universidade na geração de produtos e serviços inovadores, estreitando assim, sua relação com o mercado; (3) institucionalização do sistema de pós-graduação lato sensu em toda a Universidade com a criação de mais de 20 cursos de especialização com a mesma marca de excelência de seus cursos regulares stricto sensu; (4) criação da Coordenação Central de Educação a Distância (CCEAD) com intuito de funcionar como pólo agregador dos trabalhos de Educação a Distância na PUC-Rio, e (5) criação do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (NIMA), com o objetivo de promover e agregar atividades relacionadas ao meio-ambiente entre os diversos Departamentos da Universidade.
Avançando na meta de estabelecer um relacionamento mais próximo de seus cursos de graduação com o mundo do trabalho, a PUC-Rio criou, em 1995, a Empresa Júnior, empresa de consultoria de caráter multidisciplinar, composta exclusivamente por alunos de graduação. Paralelamente, desde 1997, realiza anualmente a Mostra PUC, com o objetivo de promover uma interação mais ativa entre a Universidade e a iniciativa privada, órgãos do governo e agências de fomento científico. Trata-se de um evento onde diversas entidades são convidadas a montar stands na Universidade para expor seu trabalho e entrar em contato com os alunos. Em todas essas iniciativas, destaca-se o objetivo de dar oportunidade aos alunos e ex-alunos da PUC-Rio de se desenvolverem como profissionais dinâmicos, críticos e criativos.
Ainda em termos de novas iniciativas na área no ensino de graduação, pode-se destacar a criação de cursos de natureza intercentro como, dentre outros, o de Arquitetura e Urbanismo, em 1992, oferecido pelo Departamento de Artes & Design, do CTCH, e de Engenharia Civil, do CTC, contando com forte colaboração do Departamento de História, do CCS. Vale destacar, também, a criação, em 2005, da Habilitação em Cinema do Curso de Comunicação Social.
O desejo permanente de manter a excelência em ensino, pesquisa e compromisso social é determinante na universidade. É importante exemplificar ações nesse sentido, tais como: a expansão da universidade para o Colégio São Marcelo (atual Campus Matteo Ricci), também na Gávea, em 2006; a inauguração, em 2007, do Instituto São Bento (atualmente sediado no Polo Caxias - Colégio São Francisco), no centro de Duque de Caxias, para ampliar as ações de extensão da PUC-Rio; e a criação do Instituto de Mídias Digitais, em 2009, através do qual, em parceria com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, foi implantado acesso sem fio e gratuito à Internet nas comunidades de Manguinhos, Pavão-Pavãozinho, Jacarezinho e Rocinha.
Atualmente, a PUC-Rio oferece 42 cursos e habilitações de graduação, 29 programas de pós-graduação stricto sensu e um consistente conjunto de cursos de extensão e de pós-graduação lato sensu. Consolida-se, assim, a cada ano, o fortalecimento equilibrado do tripé ensino, pesquisa e extensão.
Fundada no dia 13 de agosto de 1946 pelo Cardeal-Arcebispo da Cúria Metropolitana de São Paulo, Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, nasceu a partir da fusão da Faculdade Paulista de Direito com a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento, esta fundada em 1908. Foi reconhecida pelo Decreto-Lei nº 9.632, de 22 de agosto de 1946 – recebendo o título de Pontifícia em 20 janeiro de 1947 pelo Papa Pio XII, que nomeou Dom Vasconcelos Motta como primeiro grão-chanceler da instituição.
A história da PUCRS se inicia com a vinda para o Brasil dos Irmãos Maristas, uma congregação religiosa fundada por São Marcelino Champagnat no ano de 1817, na França. No ano de 1900, os primeiros Maristas chegaram à cidade de Bom Princípio, no Rio Grande do Sul, a pedido do bispo Dom Cláudio José Gonçalves Ponce de Leão. A partir de então, muitos outros religiosos maristas - tendo sempre como ideal o estilo marista de educar - vieram da Europa.
Em 1904, através das instalações da Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Porto Alegre, criou-se a Escola Nossa Senhora do Rosário. A transferência do Colégio Nossa Senhora do Rosário para os arredores da Praça Dom Sebastião, no bairro Independência, ocorreu em 1927. A instituição se destacava por seu Instituto Superior de Comércio, dirigido pelo Irmão Afonso (Charles Désiré Joseph Herbaux). Era o primeiro reconhecido no Sul do País e seria o embrião da PUCRS, da qual o Ir. Afonso foi o precursor.
A pedido dos alunos que se formavam e desejavam continuar seus estudos em nível universitário, mas não tinham como fazê-lo pela inexistência dos mesmos, Ir. Afonso criou o Curso Superior de Administração e Finanças, em março de 1931, com nove estudantes. Três anos depois, o curso passaria a integrar a Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas.
O projeto dos Irmãos Maristas foi conduzido pela visão do Irmão Afonso, com a colaboração do Irmão Faustino João e dos professores Elói José da Rocha, Elpídio Ferreira Paes, Salomão Pires Abrahão, Francisco Juruena, Irmão José Otão e Antônio César Alves, entre outros. Em 1940, foi fundada a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, seguida pela Escola de Serviço Social, no ano de 1945, e pela Faculdade de Direito, em 1947. Com as quatro faculdades, a União Sul Brasileira de Educação e Ensino (USBEE), entidade civil dos Irmãos Maristas, solicitou ao Ministério da Educação a equiparação de universidade.
Em 8 de dezembro de 1948, o então arcebispo de Porto Alegre e chanceler da Universidade, Dom Vicente Scherer, deu posse à primeira administração para o triênio de 1948 a 1951, assim constituída: reitor, Armando Pereira da Câmara; vice-reitor, Irmão José Otão; Diretor da Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas, Francisco Juruena; Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Antônio César Alves; Diretor da Escola de Serviço Social, Mário Goulart Reis; Diretor da Faculdade de Direito, Armando Dias de Azevedo. Os demais reitores ao longo da história da Universidade foram os professores cônego Alberto Frederico Etges (1951 a 1953), Irmão José Otão (José Stefani) (1954 a 1978), Irmão Liberato (Wilhelm Hunke), que completou o último triênio do Irmão Otão (2 de maio de 1978 a 29 de dezembro de 1978), Irmão Norberto Francisco Rauch (1979 a 2004), Irmão Joaquim Clotet (2004 a 2016) e o Irmão Evilázio Teixeira, que, desde dezembro de 2016, ocupa o cargo de reitor.
Pelo decreto nº 25.794, de 9 de novembro de 1948, do presidente Eurico Gaspar Dutra, as faculdades passaram a constituir a Universidade Católica do Rio Grande do Sul, a primeira criada pelos Irmãos Maristas no mundo.
No dia 1º de novembro de 1950, o Papa Pio XII, por solicitação da mantenedora e do arcebispo Dom Vicente Scherer, outorgou à Universidade o título de Pontifícia. As obras dos Irmãos Maristas sempre foram pautadas pela obediência e respeito às diretivas do Santo Padre, o Papa. Como Universidade Pontifícia, o arcebispo de Porto Alegre é seu chanceler, Dom Jaime Spengler (desde 2013). Os anteriores foram Dom Vicente Scherer (1948 a 1981), Dom João Cláudio Colling (1981 a 1991), Dom Altamiro Rossato (1991 a 2001) e Dom Dadeus Grings (2001 a 2013).
Em 1954, Ir. José Otão assumiu como reitor (1954-1978) e recebeu uma PUCRS relativamente pequena. Em sua gestão, solidificou a estrutura, reafirmou a força da mantenedora e resolveu transferir a Universidade do Centro de Porto Alegre para o Campus, localizado numa chácara dos Maristas, no mesmo terreno do Colégio Champagnat, no bairro Partenon.
Em março de 1957, foi lançada a pedra fundamental da Faculdade de Odontologia e, 11 anos depois, o presidente da república Costa e Silva inaugurou a Cidade Universitária. A transferência das Faculdades para o Campus Central começou de forma gradativa em 1960. Em abril de 1962, foram inaugurados os prédios da Faculdade de Odontologia e da Escola de Engenharia.
Com o Ir. Norberto Rauch como reitor, a Universidade levou a cabo grandes obras: o Tecnopuc, referência como Parque Tecnológico; o Museu de Ciências e Tecnologia, destaque por seus experimentos interativos em várias áreas do conhecimento; o Parque Esportivo, por sua capacidade de agregar inúmeras modalidades esportivas; a nova Biblioteca Central, uma das mais completas da América Latina; além de outros espaços destinados ao desenvolvimento do saber.
Em 2004, Ir. Joaquim Clotet assumiu como reitor (2004-2016) e começou a revisar prioridades. Quatro linhas orientaram sua gestão: qualidade; empreendedorismo; integração ensino, pesquisa, extensão; e relacionamento com a sociedade.
Em 2017, já com o Ir. Evilázio Teixeira como reitor, foi lançado o movimento PUCRS 360º – Universidade em transformação, que busca mais autonomia para os estudantes durante sua trajetória universitária, novos eixos formativos para uma experiência acadêmica diferenciada e mais espaços de convivência e estudo no Campus, como a Rua da Cultura.
O brasão da PUCRS é formado, em seu timbre, por uma tiara (ou coroa) e duas chaves papais, sob às quais pende um liste azul com o lema latino Ad verum ducit, que significa "conduz à verdade". Em seu escudo, decorado com pele de arminho, há uma cruz de São Pedro invertida, em cor vermelha, na qual estão estampados o monograma dos Irmãos Maristas e uma estrela de sete pontas.
Em 12 de dezembro de 1958 nasceu a PUC Minas, fruto do sonho de um homem, conhecido e eternizado pelo bairro que leva o seu nome: Dom Antônio dos Santos Cabral, o Dom Cabral. Esse sonho concretizado, hoje faz parte diretamente da vida de alunos, professores e funcionários, e, indiretamente, da vida de milhares de pessoas beneficiadas por projetos de extensão e pesquisa e pelos profissionais formados na Universidade desde a sua criação.
A história da PUC Minas começa em 1884, em Propriá, Sergipe. Lá, nasceu Dom Cabral, que veio para Belo Horizonte em 1922 para ser o primeiro bispo da jovem capital mineira. Veio com a missão de dotar a cidade da assistência de uma Igreja que auxiliaria o funcionamento e o crescimento da capital. A diocese foi elevada a arquidiocese em 1924 e praticamente não tinha bens. Com seu espírito empreendedor, Dom Cabral, que se tornou arcebispo, se pôs a trabalhar para construir as paróquias. Dentre as aquisições da nova Arquidiocese, a Fazenda Pastinho, no bairro Bela Vista, hoje bairro Dom Cabral, que abrigou, inicialmente, o Seminário Coração Eucarístico de Jesus, atualmente a PUC Minas. Uma parte desse terreno foi comprada pelo próprio Dom Cabral, com recursos herdados do pai.
A exemplo das universidades católicas que já haviam sido criadas no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Porto Alegre, Belo Horizonte também queria a sua universidade católica.
O objetivo da criação de uma instituição católica de ensino superior em Belo Horizonte era oferecer à juventude que emergia dos colégios, quase todos religiosos, uma opção de universidade comprometida com a saúde física e mental das pessoas, com o resgate dos pobres e com a justiça e os direitos fundamentais dos cidadãos.
PUC - PR
A PUCPR foi fundada em 14 de março de 1959 como Universidade Católica do Paraná', por Dom Manuel da Silveira D'Elboux, Arcebispo de Curitiba. A fundação da PUCPR resultou da união das instituições Círculo de Estudos Bandeirantes, fundada em 1929, Escola de Serviço Social do Paraná, fundada em 1944, Escola de Filosofia, Ciências e Letras de Curitiba, fundada em 1950, Escola de Enfermagem Madre Léonie, fundada em 1953, Faculdade Católica de Direito do Paraná, fundada em 1956, Faculdade de Ciências Médicas, também fundada em 1956 e a Faculdade de Ciências Econômicas, fundada em 1957.
Em 1972, a PUCPR inaugurou o Coral Champagnat PUCPR, formado por alunos e funcionários da universidade e cantores da cidade de Curitiba. Em dezembro do ano seguinte, Dom Pedro Fedalto, Arcebispo de Curitiba entregou a administração da PUCPR aos Maristas e a universidade passou a ser mantida pelos mesmos.
O Hospital Universitário Cajuru foi adquirido pela Associação Paranaense de Cultura, mantenedora da PUCPR em 1977. O Hospital é um hospital-escola onde os alunos da universidade atendem a comunidade local.
Em Abril de 1980, foi criado o grupo de teatro Tanahora da PUCPR para promover atividades artísticas no meio acadêmico e na comunidade local.
O Vaticano concedeu à PUCPR a condição de Pontifícia em agosto de 1985 (a Ciênciaefé). Em 1991, foi fundado o campus em São José dos Pinhais. O campus Toledo foi fundado em 2000, o campus Londrina foi fundado em 2002 e o campus Maringá foi fundado em 2004.
Em 2012, a PUCPR inaugurou a nova sede em Maringá e lançou o curso de medicina no campus Londrina. O curso foi aprovado pelo MEC e tem seis anos de duração em turno integral.
Em setembro de 2013, a universidade fez convênio com a Santa Casa de Londrina para as atividades clínicas do curso de medicina. O alunos têm aulas teóricas e práticas, acompanhadas pelos professores do curso no Hospital Infantil, mantido pela Irmandade Santa Casa de Londrina (ISCAL).
Após alguns anos, são criadas as Faculdades de Ciências Econômicas (1951), e Direito (1959) e as escolas superiores de Belas Artes (1952), Enfermagem (1954), Serviço Social (1957) e Instituto de Pesquisa Econômica e Social. Reunindo essas faculdades, em 1958, cria-se a Sociedade Goiana de Cultura (entidade mantenedora da Universidade). Dom Fernando Gomes dos Santos, Arcebispo de Goiânia, organiza a Universidade de Goiás, que posteriormente passaria a ser chamada Universidade Católica de Goiás (UCG).
Com o passar os anos, a universidade abriu novos cursos, entre eles: Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Farmácia, Fisioterapia e Ciências Aeronáuticas.
A Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) tem sede no município de Goiânia. É uma universidade católica e comunitária, pluridisciplinar, para formação de quadros profissionais de nível superior, reconhecida pelo Governo estadual nos termos do Decreto n. 47.041 de 17 de outubro de 1959, sob o nome inicial de Universidade de Goiás. Fundada em 17 de outubro de 1959 pela Sociedade Goiana de Cultura, a PUC Goiás é a mais antiga universidade do estado, precedendo a Universidade Federal de Goiás em dois meses.
Foi reconhecida Universidade de Direito Pontifício em 8 de setembro de 2009, passando assim a categoria de PUC, sendo a 7ª no Brasil e a 19ª no mundo com este título.
A PUC Goiás dispõe de cursos diversificados e oferece 55 cursos de graduação, (especializações, mestrados e doutorados), 250 pesquisas em andamento e 458 laboratórios.
Em 8 de setembro de 2009, o cardeal polonês Zenon Grocholewski, prefeito da Congregação para a Educação Católica no Vaticano reconheceu a Universidade Católica de Goiás (UCG) como Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás).
Adam Capital
A equipe da Adam é formada por executivos com pelo menos 20 anos de trajetória no mercado financeiro em cargos de destaque em grandes instituições nacionais e estrangeiras.
São sócios da gestora: Márcio Appel, André Salgado, Fábio Landi, Camila Souza, Sérgio Dias e
Adriano Fontes.
O sucesso dos fundos e da gestora fez com que o investidor Márcio Appel ganhasse os holofotes.
O "fenômeno Adam" começou sua trajetória no setor bancário antes de ganhar os mercados como uma espécie de "guru". Antes de co-fundar a Adam, Appel foi diretor do Safra Asset Management (2008 – 2015), responsável pela gestão dos fundos do banco. Atuou como Head do Santander Asset Management (2001 – 2008) e na Tesouraria do Banco Bozano Simonsen (1995 – 2000).
Considerando números de 2022, a Adam tem mais de R$ 8 bilhões sob gestão.
(Fonte: The Capital Advisor - 11.10.2022 - parte)
9 de mai. de 2023
Café Piu Piu
Silvia administra o local, juntamente com seu filho, Paulo Lustig, e manteve o espaço funcionando todos esses anos, sem nunca fechar. Somente durante o período da pandemia em que não se podiam abrir as casas de shows e, mesmo assim, o Café Piu Piu fez com que todos os funcionários, do chef de cozinha ao recepcionista, garçonetes, garçons, assistentes, gerente, técnico, permanecessem empregados por todo o tempo,
E não é raro funcionários que estão lá desde o início, caso do Roberto de Moraes, o mesmo técnico de som há quatro décadas, que nunca faltou em nenhuma noite, e que já viu passar por lá artistas como Cauby Peixoto, Arrigo Barnabé, Tetê Espíndola, Itamar Assumpção, André Cristovão, Sivuca, Dante e Ná Ozzetti, Renato Borghetti, Nany People, Wanda Sá e Menescal, Ira, Lobão, Kid Vinyl, Angra, Thunderbird, Camisa de Vênus, entre tantos outros.
Hoje, mais focado no rock, bandas como Almanak, Mr. Legacy, Classic Zoom, Rolls Rock, Rock Collection, Hot Rocks, Rádio Show entre outras, compõem a agenda da casa.
(Fonte: CNN Brasil - Viagem & Gastronomia - Maio 2023)
Don Giovanni (vinho) / Dona Bita (conhaque)
Beatriz Dreher Giovaninni nasceu em berço de vinho. E de espumante, e de conhaque. Não tem memórias da infância que não estejam ligadas ao cultivo de uvas e à produção de bebidas no negócio da família. Viu seu sobrenome, Dreher, virar uma das marcas de conhaque mais famosas do país.
O marido, aliás, é um parêntese necessário para contar o desenrolar dessa história. Proprietário de uma metalúrgica em Bento, Airton nunca teve qualquer contato com o mundo do vinho. O que conhecia era uma certa menina de grandes olhos verdes, a quem encontrava na companhia dos pais, nos bailes do Clube Aliança.
Ele passava na rua e dizia que queria casar comigo. Mentira, tu é que corria atrás de mim! Risos. Muitos risos. Assim nasceu uma história de amor e parceria que dura 47 anos. Com o entusiasmo de Airton, Beatriz acreditou na possibilidade de retomar a propriedade da família. Fim do parêntese. Mas jamais o fim da história.
Nós não tínhamos intenção de voltar a trabalhar com vinhos e brandy. Queríamos somente a casa e o terreno para ser nosso refúgio de campo, e contato com a natureza, aos finais de semana.
Porém, ao encontrarem, no topo de uma colina, os parreirais antigos, plantados no tempo do pai de Beatriz, o casal decidiu preservar o que havia de vinhedos no local. Daí até buscarem novas cepas, aumentarem a área cultivada e voltarem a fazer vinhos foi apenas questão de tempo.
A ideia inicial era fazer somente um vinho para o nosso consumo e para presentear amigos. Seria uma diversão - diz Beatriz.
Hoje, a vinícola produz 120 mil garrafas de espumante, além de vinhos tintos e brancos. Um dos rótulos já foi eleito pela revista Gula como melhor do Brasil. Começaram a ser reconhecidos pelos produtos e não pararam mais.
Um dos maiores orgulhos de Beatriz é ter recuperado o brandy feito pelo avô, na época da fundação da Dreher. Brandy (também chamado de conhaque) é um destilado de vinho que envelhece por, no mínimo, 12 anos antes de poder ser consumido. Sua graduação alcoólica chega aos 40% e ele tem um gosto adocicado e marcante. As garrafas gordinhas do Brandy Don Giovanni e as barricas em que ele envelhece são exibidas com pompa, em local de honra da vinícola.
Além de retomar a produção de bebidas, o casal transformou a velha casa em pousada, com capacidade para poucos hóspedes e muito aconchego.
Ao sentar-se à mesa para brindar, Beatriz afirma que, na época, não imaginava-se seguindo os passos da família. Até porque a empresa, que havia sido fundada pelo avô e o pai, já não existia mais. Mas ao contemplar a paisagem que cerca a vinícola e ao ter na taça uma bebida fabricada ali mesmo, por ela e pelo marido, sente-se recompensada. Por ter atado as pontas da sua história, por estar ali, no lugar que sempre foi seu, e por estar cada vez mais apaixonada pelo velho ofício da sua família.
Voltar a fabricar vinhos, espumantes e o brandy não foi um plano, mas revelou-se uma fonte farta de felicidade. Beatriz resolveu então deixar registrado todo o seu gosto por aquele trabalho. Queria ter um espumante com o meu nome. Mas não era aquela coisa de homenagem, sabe? Queria mesmo era desfrutar dele enquanto estou viva e saudável.
Nasceu assim o Dona Bita, o produto premium da vinícola, batizado com o apelido de infância de sua idealizadora. O espumante é um corte de chardonnay e pinot noir, feito pelo método champenoise - o mesmo utilizado para a fabricação da champagne - que matura por, no mínimo, 48 meses antes de chegar ao consumidor. Oferecer uma taça dele aos amigos é das coisas que mais envaidecem Beatriz. Quando acompanha algum visitante à cave de envelhecimento, faz questão de mostrar as garrafas da sua bebida.
Presente em todas as partes do empreendimento, a história da família invade também a cozinha da pousada. Da mãe, Beatriz herdou o gosto pelas panelas e o talento para criar pratos. Inspirou-se então nos risotos maternos e criou a iguaria pela qual é famosa: o Risoto de Alcachofra acompanhado de Frango na Cerveja. Detalhe: as alcachofras são fresquinhas, plantadas ali mesmo, na horta, pelas mãos da própria cozinheira. "Vinho nacional na nossa taça é comida na mesa do produtor rural. Temos que pensar nisso.", diz Beatriz.
(Fonte: GZH - Redação Donna - 23.09.2013 / 24.03.2014)