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6 de out. de 2011

Itapemirim

          A companhia de ônibus interestaduais Itapemirim, foi fundada em 1953, pela família Cola, em Cachoeiro do Itapemirim, no estado do Espírito Santo. Camilo Cola, patriarca da família, é ex-praça da FAB - Força Aérea Brasileira. A empresa tornou-se uma das maiores e mais tradicionais companhias de viação interestadual do país.
          A empresa conviveu durante décadas com desavenças familiares e, teve que vender, no passado, linhas importantes como as que ligam a capital paulista ao estado de Santa Catarina.
          A Itapemirim e as empresas da família Cola empregam 1,6 mil pessoas. Em 2014, a empresa transportou 3,2 milhões de passageiros, atendendo dois mil municípios em 22 Estados. Desde meados daquele ano, a companhia enfrenta a retração nos negócios. Em junho de 2015, a empresa vendeu 40% da frota e transferiu mais da metade das linhas em operação para a Viação Kaissara, também do Espírito Santo, ficando com 68 linhas.
         Em março de 2016, a Itapemirim pede Recuperação Judicial, em Vitória, (ES), que envolve as empresas: Viação Itapemirim, a Transportadora Itapemirim, Imobiliária Bianca, Cola Comercial e Distribuidora, Flecha Turismo Comércio e Indústria. O processo é comandado pelo presidente da empresa, Camilo Cola Filho e a dívida total é de 336,5 milhões de reais.
          No início de julho e 2017, o Grupo Itapemirim, então atuando em 22 estados com uma frota de 1,2 mil ônibus e tendo transportado 9,8 milhões de passageiros em 2016, adquiriu a totalidade da Passaredo Linhas Aéreas, que atende 20 aeroportos, com sete aeronaves turboélices ATR e embarcou 800 mil pessoas no período.
          A Passaredo, com sede em Ribeirão Preto (SP), pediu recuperação judicial em 19 de outubro de 2012, cujo plano — que envolvia dívidas superiores a R$ 150 milhões — só foi aprovado pelos credores em maio de 2013 e ainda não foi concluído.
          Em 11 de setembro de 2020 o negócio foi desfeito. A Passaredo informou, em comunicado, que a Itapemirim não teria cumprido todos os itens do contrato.
          Em março de 2018, a Itapemirim tenta reunir-se com credores para renegociar a dívida de 336,5 milhões de reais mas esbarra na falta de quórum.
          No início de julho de 2020, em entrevista ao UOL, o CEO do grupo, Rodrigo Villaça, e o CEO da Itapemirim Linhas Aéreas, Tiago Senna, afirmaram que a expectativa é assinar o contrato de leasing dos primeiros aviões ainda no mês de julho para começar a voar no primeiro trimestre de 2020. Foi somente em 2021, que a companhia passou a oferecer transporte aéreo, mas a operação durou apenas seis meses, de junho a dezembro, deixando milhares de passageiros sem viajar nas festas de final de ano e gerando diversas reclamações em órgãos de defesa do consumidor e também uma série de ações judiciais.
          Em maio de 2022, após a decisão dos credores do grupo Itapemirim de destituir o atual conselho de administração, incluindo o presidente Sidnei Piva, a consultoria Transconsult foi indicada pelos credores como o novo gerente judicial da empresa.
          Em 21 de setembro de 2022, o Tribunal de Justiça de São Paulo decretou a falência do Grupo Itapemirim. A recuperação judicial ocorria desde 2016 e as dívidas somam R$ 200 milhões e mais R$ 2 bilhões em despesas pendentes com impostos e previdência. A decisão é do juiz João de Oliveira Rodrigues, da 1ª Vara de Recuperação Judicial de São Paulo. Ele também indisponibilizou os bens de Sidnei Piva de Jesus, dono da empresa, que comprara a Itapemirim por R$1, por entender que a Piva Consulting, outra companhia dele, teria gerado "confusão patrimonial", ou seja, teria misturado os rendimentos das duas pessoas jurídicas. Na decisão, o juiz também autorizou um contrato de massa falida com a transportadora Suzano que, por pelo menos um ano, vai assumir os serviços oferecidos pelo grupo.
(Fonte: jornal Valor online - 08.03.2016 / 22.03.2018 / UOL - 02.07.2020 / Folha de S.Paulo - 21.09.2022 / Valor 21.09.2022 - partes)

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