O grupo Aço Cearense foi fundado por Vilmar Ferreira, cearense nascido em 1950 no pequeno município chamado Marco, cuja referência principal é ser próximo da turística Jericoacoara, no noroeste do Ceará.
Vilmar (como é conhecido por todos) sempre "foi bom de conta". Lembra que era o melhor aluno da sua classe em matemática e, com facilidade, solucionava questões que desafiavam a habilidade em cálculos do professor. Mas Vilmar estudou apenas até a sétima série. Quarto filho em uma família de 13 irmãos, ele precisou começar a trabalhar precocemente. As aulas mais avançadas de matemática que teve foram práticas no mundo dos negócios. A vida era repleta de necessidades para o jovem Vilmar. Se nunca chegou a dormir de barriga vazia, pode-se dizer que não passou muito longe disso. Teria, algumas vezes, dividido um ovo com o irmão no jantar.
Com 15 anos, já fora da escola, Vilmar largou o trabalho com os pais na roça e virou comerciante de ovos e galinhas. Também matava porco, boi, cabra, cortava em pedacinhos, e saía vendendo em cima de um jumento. Ou nas costas mesmo.
Quando completou 19 anos, em 1969, Vilmar deixou Marco com destino à capital Fortaleza. Empregado em um mercadinho de subúrbio da capital, o empresário conta que ganhava um terço de um salário mínimo. Não demorou muito e ele foi promovido a gerente da loja. Como o patrão não falou em ajustar o salário, Vilmar também não quis tocar no assunto. Mesmo sem o aumento da promoção, conseguiu juntar algumas economias. Somado com outro tanto de um dos irmãos, Vilmar montou uma pequena mercearia e conforme prosperavam os negócios, foi trazendo irmãos, pais e cunhados de Marco para uma vida mais promissora em Fortaleza.
O empresário já passava dos 25 anos quando um acidente de automóvel o obrigou a passar três meses afastado dos negócios. E se o olho do dono engorda o boi (como diz o ditado), sem o olho do dono a mercearia quebrou. Ele perdeu tudo. O recomeço foi montar um pequeno depósito de bebidas. Os negócios iriam bem não fosse o fato de o setor de bebidas não ser "abençoado" segundo Seu Francisco, pai de Vilmar, religioso, que argumentou que "não estava feliz com o ramo do filho, que vender bebida não traz felicidade para o homem". Foi o que bastou para que uma semana depois, Vilmar vendesse todo negócio para começar do zero, de novo. Mas desta vez não mais mudaria de ramo.
Com o dinheiro da venda do depósito, o empresário montou uma pequena loja de aço, com dois funcionários. Era o embrião do grupo Aço Cearense que hoje conta com quatro empresas: uma siderúrgica em Marabá, no Pará (a Sinobras, que fabrica aços longos, como vergalhões), uma distribuidora de aço (a Aço Cearense Comercial), uma plantação de eucalipto no estado do Tocantins (a Sinobras Florestal) e uma indústria de tubos e perfis (a Aço Cearense Industrial). Além disso, o grupo tem uma participação de 1% na hidrelétrica de Belo Monte.
Cerca de 35% dos gastos de produção do grupo Aço Cearense está ligado a importações. A empresa é uma das maiores distribuidoras de aços planos do país, com material importado de várias origens, o que torna importante o país ter o câmbio valorizado. Da pequena loja de aço o empresário formou o grupo com 4,8 mil funcionários diretos e faturamento ao redor de R$ 2,3 bilhões.
No início de maio e 2017, com débito de R$ 1,8 bilhões, incluindo bancos e fornecedores o Grupo Aço Cearense pede proteção contra a falência, buscando evitar a inadimplência de sua dívida em meio a turbulentas negociações com credores. Segundo a senhora Alice Ferreira, filha do fundador e CFO de grupo, a empresa pretende manter os 3.800 funcionários e seguir um plano mais realista de pagamento de débitos.
(Fonte: jornal Valor online - 03.12.2014 / 09.05.2017 - partes)
Com 15 anos, já fora da escola, Vilmar largou o trabalho com os pais na roça e virou comerciante de ovos e galinhas. Também matava porco, boi, cabra, cortava em pedacinhos, e saía vendendo em cima de um jumento. Ou nas costas mesmo.
Quando completou 19 anos, em 1969, Vilmar deixou Marco com destino à capital Fortaleza. Empregado em um mercadinho de subúrbio da capital, o empresário conta que ganhava um terço de um salário mínimo. Não demorou muito e ele foi promovido a gerente da loja. Como o patrão não falou em ajustar o salário, Vilmar também não quis tocar no assunto. Mesmo sem o aumento da promoção, conseguiu juntar algumas economias. Somado com outro tanto de um dos irmãos, Vilmar montou uma pequena mercearia e conforme prosperavam os negócios, foi trazendo irmãos, pais e cunhados de Marco para uma vida mais promissora em Fortaleza.
O empresário já passava dos 25 anos quando um acidente de automóvel o obrigou a passar três meses afastado dos negócios. E se o olho do dono engorda o boi (como diz o ditado), sem o olho do dono a mercearia quebrou. Ele perdeu tudo. O recomeço foi montar um pequeno depósito de bebidas. Os negócios iriam bem não fosse o fato de o setor de bebidas não ser "abençoado" segundo Seu Francisco, pai de Vilmar, religioso, que argumentou que "não estava feliz com o ramo do filho, que vender bebida não traz felicidade para o homem". Foi o que bastou para que uma semana depois, Vilmar vendesse todo negócio para começar do zero, de novo. Mas desta vez não mais mudaria de ramo.
Com o dinheiro da venda do depósito, o empresário montou uma pequena loja de aço, com dois funcionários. Era o embrião do grupo Aço Cearense que hoje conta com quatro empresas: uma siderúrgica em Marabá, no Pará (a Sinobras, que fabrica aços longos, como vergalhões), uma distribuidora de aço (a Aço Cearense Comercial), uma plantação de eucalipto no estado do Tocantins (a Sinobras Florestal) e uma indústria de tubos e perfis (a Aço Cearense Industrial). Além disso, o grupo tem uma participação de 1% na hidrelétrica de Belo Monte.
Cerca de 35% dos gastos de produção do grupo Aço Cearense está ligado a importações. A empresa é uma das maiores distribuidoras de aços planos do país, com material importado de várias origens, o que torna importante o país ter o câmbio valorizado. Da pequena loja de aço o empresário formou o grupo com 4,8 mil funcionários diretos e faturamento ao redor de R$ 2,3 bilhões.
No início de maio e 2017, com débito de R$ 1,8 bilhões, incluindo bancos e fornecedores o Grupo Aço Cearense pede proteção contra a falência, buscando evitar a inadimplência de sua dívida em meio a turbulentas negociações com credores. Segundo a senhora Alice Ferreira, filha do fundador e CFO de grupo, a empresa pretende manter os 3.800 funcionários e seguir um plano mais realista de pagamento de débitos.
(Fonte: jornal Valor online - 03.12.2014 / 09.05.2017 - partes)
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