A família Civita, fundadora da Editora Abril, tem origem na cidade italiana de Reggio Emilia, onde nasceu Carlo Civita, em 1878.
O embrião da empresa foi formado em 1941 por Cesar Civita na Argentina e, nove anos depois, foi instalada no centro de São Paulo. Coube a Victor Civita (1907-1990), filho de Carlo, e irmão de Cesar, a fundação da editora em 1950. Inicialmente com o nome de Editora Primavera e logo depois, seguindo o nome na Argentina, Editoral Abril, passando no Brasil simplesmente para Editora Abril. A realização do sonho é contada como a frutificação de uma árvore, não por acaso, o logotipo da empresa, cujo nome teria razão lógica de ser: abril é o mês de primavera no Hemisfério Norte, de onde se originam os Civita.
A Abril foi fundada com publicação no Brasil da revista em quadrinho do Pato Donald por Victor Civita. Era o início de um longevo relacionamento dos Civita com a Walt Disney nesse segmento. Depois foram lançadas as revistas Mickey, Tio Patinhas, Peninha e tantas outras.
Com a editora progredindo no Brasil, Victor achou que era hora de o primogênito voltar ao país. "O que você quer fazer, quer mudar o mundo? Pois terá muito mais espaço trabalhando no que é seu", desafiou. Roberto havia recebido uma oferta da Time para trabalhar na sucursal de Tóquio depois de um estágio na revista em Nova York, consequência do bom desempenho nas cadeiras de jornalismo e administração na Universidade da Pensilvânia, uma das três que cursaria nos Estados Unidos.
Depois de uma noite insone, Roberto retomou a conversa dizendo ao pai que seu projeto era fazer três revistas: uma semanal de informações, uma de negócios e uma dirigida ao público masculino.
Aceita a proposta, voltou ao Brasil, e em outubro de 1958, aos 22 anos, roupa de americano e sotaque idem, que no decorrer dos anos se tornaria leve, mas não deixaria de ser cuidadosamente cultivado mediante uma constante mistura inglês-português, entrou no prédio da empresa no centro da capital paulista.
Na tentativa de investir em televisão, Roberto viu a derrota de frente nas disputas com o Grupo Folha e as Organizações Globo. Durou pouco e rendeu dívidas astronômicas. Em compensação, faria história na imprensa com a introdução do conceito de publicações segmentadas (inédito no Brasil dos anos 1960) dirigidas a público de interesse específico, Playboy, Quatro Rodas, as femininas lideradas por Cláudia, e a estrela da companhia, Realidade, lançada em abril de 1966 disposta a produzir grandes, inovadoras, surpreendentes e ousadas reportagens naquele Brasil de ditadura iniciante, recalcitrante à abordagem de determinados temas, e de puritanismo reinante.
A maior criação de Roberto foi a Veja, em 1968, com fracasso inicial, mas depois veio o sucesso absoluto e, trinta anos depois, dar-se-ia o apogeu editorial e financeiro que antecederia uma grande crise, entre 2011 e 2012.
O embrião da empresa foi formado em 1941 por Cesar Civita na Argentina e, nove anos depois, foi instalada no centro de São Paulo. Coube a Victor Civita (1907-1990), filho de Carlo, e irmão de Cesar, a fundação da editora em 1950. Inicialmente com o nome de Editora Primavera e logo depois, seguindo o nome na Argentina, Editoral Abril, passando no Brasil simplesmente para Editora Abril. A realização do sonho é contada como a frutificação de uma árvore, não por acaso, o logotipo da empresa, cujo nome teria razão lógica de ser: abril é o mês de primavera no Hemisfério Norte, de onde se originam os Civita.
A Abril foi fundada com publicação no Brasil da revista em quadrinho do Pato Donald por Victor Civita. Era o início de um longevo relacionamento dos Civita com a Walt Disney nesse segmento. Depois foram lançadas as revistas Mickey, Tio Patinhas, Peninha e tantas outras.
Com a editora progredindo no Brasil, Victor achou que era hora de o primogênito voltar ao país. "O que você quer fazer, quer mudar o mundo? Pois terá muito mais espaço trabalhando no que é seu", desafiou. Roberto havia recebido uma oferta da Time para trabalhar na sucursal de Tóquio depois de um estágio na revista em Nova York, consequência do bom desempenho nas cadeiras de jornalismo e administração na Universidade da Pensilvânia, uma das três que cursaria nos Estados Unidos.
Depois de uma noite insone, Roberto retomou a conversa dizendo ao pai que seu projeto era fazer três revistas: uma semanal de informações, uma de negócios e uma dirigida ao público masculino.
Aceita a proposta, voltou ao Brasil, e em outubro de 1958, aos 22 anos, roupa de americano e sotaque idem, que no decorrer dos anos se tornaria leve, mas não deixaria de ser cuidadosamente cultivado mediante uma constante mistura inglês-português, entrou no prédio da empresa no centro da capital paulista.
Na tentativa de investir em televisão, Roberto viu a derrota de frente nas disputas com o Grupo Folha e as Organizações Globo. Durou pouco e rendeu dívidas astronômicas. Em compensação, faria história na imprensa com a introdução do conceito de publicações segmentadas (inédito no Brasil dos anos 1960) dirigidas a público de interesse específico, Playboy, Quatro Rodas, as femininas lideradas por Cláudia, e a estrela da companhia, Realidade, lançada em abril de 1966 disposta a produzir grandes, inovadoras, surpreendentes e ousadas reportagens naquele Brasil de ditadura iniciante, recalcitrante à abordagem de determinados temas, e de puritanismo reinante.
A maior criação de Roberto foi a Veja, em 1968, com fracasso inicial, mas depois veio o sucesso absoluto e, trinta anos depois, dar-se-ia o apogeu editorial e financeiro que antecederia uma grande crise, entre 2011 e 2012.
Em maio de 2006, quando estudava a alternativa de abril o capital na Bolsa de Valores, o Grupo Abril decidiu aceitar a oferta do Naspers, o maior grupo de mídia da África do Sul, em vender 30% do capital por 422 milhões de dólares. Nas palavras do presidente e editor. Roberto Civita, "uma opção pelo longo prazo".
Em 2015, a companhia saiu do que havia se tornado seu braço mais rentável, a Abril Educação. A família Civita vendeu o controle desse negócio, por R$ 1,3 bilhão, à gestora de recursos Tarpon, que rebatizou a empresa de Somos Educação. Em abril de 2018, a Somos foi vendida à Kroton, a maior empresa de ensino do país.
Em junho de 2018, depois de 68 anos editando revistas em quadrinhos da Disney, que acompanharam gerações de brasileiros, a Abril para de publicá-las. Segundo comunicado do diretor de assinaturas Ricardo Perez, o encerramento da publicação foi resultado de uma "revisão estratégica do Grupo Abril".
No inicio de agosto de 2018, a Abril informa que passará a se concentrar nos seguintes títulos: Veja, Veja São Paulo, Exame, Quatro Rodas, Claudia, Saúde, Superinteressante, Viagem e Turismo, Você S/A, Você RH, Guia do Estudante, Capricho, M de Mulher, VIP e Placar.
As marcas remanescentes somam uma audiência de 15 milhões de usuários únicos por mês e 5,2 milhões de circulação nas versões impressas e digital por mês, de acordo com a companhia.
Em 15 de agosto de 2018, o Grupo Abril protocolou pedido de recuperação judicial na Vara de Recuperação Judicial e Falências de São Paulo. A dívida é de R$ 1,6 bilhão. O pedido engloba todas as companhias operacionais do grupo, incluindo Abril Comunicações e as empresas de distribuição de publicações agrupadas dentro da Dipar Participações, e de distribuição de encomendas Tex Courier. Da dívida de R$ 1,6 bilhão do grupo, cerca de R$ 900 milhões são com os bancos Bradesco, Santander e Itaú Unibanco. A fatia de cada um deles seria parecida.
Desde 19 de julho, o grupo está sendo presidido por Marcos Haaland, no lugar de Giancarlo Civita. Haaland é sócio da Álvarez & Marsal, consultoria especializada em reestruturação de empresas
Ao assumir a presidência da companhia, Haaland iniciou um profundo ajuste nas três frentes de negócios: a Abril Publicações, a distribuidora de revistas Dinap e a empresa de logística de encomendas Total Express. De imediato, demitiu 800 funcionários, fechou onze títulos – como Arquitetura e Construção, Boa Forma, Casa Claudia, Cosmopolitan, Elle e Minha Casa – e cortou custos em todos os departamentos, de limpeza à segurança. Haaland terá de solucionar também outro problema. Editoras que eram clientes da Dinap na parte da distribuição tiveram suas receitas de venda em banca retidas pela Abril, o que pode causar uma quebradeira no setor.
E, a distribuição da própria Abril sofre transtornos. A revista Exame, que era para chegar na quinta-feira, dia 13 de setembro, só chegou no dia seguinte em algumas bancas. E, no dia seguinte, sexta-feira, pelo menos uma banca da avenida Paulista em São Paulo recebeu exemplares de assinantes da revista Veja, cuja venda em banca é proibida.
No início da tarde de 20 de dezembro de 2018 o Grupo Abril fechou a venda de 100% das ações para a Calvary Investimentos do empresário Fábio Carvalho. A família Civita não só sai do comando daquele que já foi um dos maiores grupos editoriais do país, como deixa uma dívida de nada menos que R$ 1,6 bilhão com funcionários, bancos e fornecedores. Mesmo sob o novo controlador, os credores da editora devem reaver apenas uma fração daquilo que lhes é devido. Pelos termos do acordo assinado, os irmãos Giancarlo e Victor Civita, netos do fundador do grupo, ficam livres de quaisquer ônus e Fabio Carvalho assume a responsabilidade por todo o endividamento da empresa. Essa foi uma condição da família para aceitar ceder o controle da Abril, que está em recuperação judicial desde agosto.
Segundo pessoas familiarizadas com os termos negociados, a família receberá um pagamento simbólico pela transferência do controle, já que Carvalho assume a dívida bilionária. Mas os Civita estão longe de sair de mãos vazias. Em fevereiro de 2015, quase dois anos após a morte do pai Roberto Civita, Giancarlo acertou a venda do controle da Abril Educação, hoje rebatizada como Somos Educação, para o fundo Tarpon por R$ 1,3 bilhão. Em dezembro daquele ano, pressionada pelos bancos credores durante negociação para alongar o perfil da dívida da Abril, a família aportou R$ 450 milhões na empresa. A maior parte do dinheiro da venda do segmento de educação, entretanto, ficou preservada.
Fabio Carvalho, advogado que se especializou em assumir empresas em dificuldade, conta com o respaldo financeiro do banco BTG Pactual, que já financiou outras empreitadas suas no passado. O executivo é sócio das varejistas cariocas Leader e Casa & Vídeo. Carvalho já assumiu negócios em dificuldades que pertenciam ao BTG, como a Leader e a Bravante, de logística marítima.
Enquanto o empresário assumirá as ações, o banco, por meio de sua empresa de recuperação de crédito Enforce, negocia com os três bancos credores da empresa --Bradesco, Itaú e Santander-- para comprar com grande desconto os quase R$ 1 bilhão em dívidas bancárias. Essa parte do negócio, entretanto, ainda não foi fechada. Os bancos também precisam aprovar a venda das ações, já que títulos importantes da editora, como "Veja" e "Exame", foram dados em garantia pelas dívidas bancárias, juntamente com o edifício na Marginal Tietê, em São Paulo.
A consultoria Alvarez&Marshal, onde Carvalho trabalhava, concluiu que a dívida da empresa é impagável e estruturou um plano de recuperação judicial que prevê desconto de 92% nos débitos, com 18 anos para pagamento. As dívidas trabalhistas estão fora desse patamar de desconto, pois têm prioridade legal.
Em 8 de janeiro de 2019, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), aprovou o negócio.
Em 20 de fevereiro de 2019, Bradesco, Itaú e Santander teriam aprovado a venda da dívida da Editora Abril à Enforce. Os bancos são os maiores credores da companhia, que no total tem dívida de R$ 1,6 bilhão. Do R$ 1,1 bilhão em endividamento bancário, quase R$ 1 bilhão se refere a uma debênture. O Bradesco tem R$ 500 milhões desse papel (parte herdada do HSBC), o Itaú tem R$ 250 milhões e o Santander, outros R$ 250 milhões.
Considerando dados de março de 2019, o grupo publica oito revistas impressas: Veja, Exame, Cláudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Saúde, Você S.A. e Você RH. Mantém ainda alguns títulos online, como Capricho e Minha Casa. Além de ter reduzido custos com aluguel ao sair de sua tradicional sede, em São Paulo, a companhia demitiu cerca de 800 profissionais em agosto de 2018.
Além da operação de mídia, o grupo mantém negócios como a Casa Cor – de eventos de arquitetura e decoração –, o serviço de entregas de encomendas Total Express, uma gráfica e um braço de distribuição de revista.
Em 2015, a companhia saiu do que havia se tornado seu braço mais rentável, a Abril Educação. A família Civita vendeu o controle desse negócio, por R$ 1,3 bilhão, à gestora de recursos Tarpon, que rebatizou a empresa de Somos Educação. Em abril de 2018, a Somos foi vendida à Kroton, a maior empresa de ensino do país.
Em junho de 2018, depois de 68 anos editando revistas em quadrinhos da Disney, que acompanharam gerações de brasileiros, a Abril para de publicá-las. Segundo comunicado do diretor de assinaturas Ricardo Perez, o encerramento da publicação foi resultado de uma "revisão estratégica do Grupo Abril".
No inicio de agosto de 2018, a Abril informa que passará a se concentrar nos seguintes títulos: Veja, Veja São Paulo, Exame, Quatro Rodas, Claudia, Saúde, Superinteressante, Viagem e Turismo, Você S/A, Você RH, Guia do Estudante, Capricho, M de Mulher, VIP e Placar.
As marcas remanescentes somam uma audiência de 15 milhões de usuários únicos por mês e 5,2 milhões de circulação nas versões impressas e digital por mês, de acordo com a companhia.
Em 15 de agosto de 2018, o Grupo Abril protocolou pedido de recuperação judicial na Vara de Recuperação Judicial e Falências de São Paulo. A dívida é de R$ 1,6 bilhão. O pedido engloba todas as companhias operacionais do grupo, incluindo Abril Comunicações e as empresas de distribuição de publicações agrupadas dentro da Dipar Participações, e de distribuição de encomendas Tex Courier. Da dívida de R$ 1,6 bilhão do grupo, cerca de R$ 900 milhões são com os bancos Bradesco, Santander e Itaú Unibanco. A fatia de cada um deles seria parecida.
Desde 19 de julho, o grupo está sendo presidido por Marcos Haaland, no lugar de Giancarlo Civita. Haaland é sócio da Álvarez & Marsal, consultoria especializada em reestruturação de empresas
Ao assumir a presidência da companhia, Haaland iniciou um profundo ajuste nas três frentes de negócios: a Abril Publicações, a distribuidora de revistas Dinap e a empresa de logística de encomendas Total Express. De imediato, demitiu 800 funcionários, fechou onze títulos – como Arquitetura e Construção, Boa Forma, Casa Claudia, Cosmopolitan, Elle e Minha Casa – e cortou custos em todos os departamentos, de limpeza à segurança. Haaland terá de solucionar também outro problema. Editoras que eram clientes da Dinap na parte da distribuição tiveram suas receitas de venda em banca retidas pela Abril, o que pode causar uma quebradeira no setor.
E, a distribuição da própria Abril sofre transtornos. A revista Exame, que era para chegar na quinta-feira, dia 13 de setembro, só chegou no dia seguinte em algumas bancas. E, no dia seguinte, sexta-feira, pelo menos uma banca da avenida Paulista em São Paulo recebeu exemplares de assinantes da revista Veja, cuja venda em banca é proibida.
No início da tarde de 20 de dezembro de 2018 o Grupo Abril fechou a venda de 100% das ações para a Calvary Investimentos do empresário Fábio Carvalho. A família Civita não só sai do comando daquele que já foi um dos maiores grupos editoriais do país, como deixa uma dívida de nada menos que R$ 1,6 bilhão com funcionários, bancos e fornecedores. Mesmo sob o novo controlador, os credores da editora devem reaver apenas uma fração daquilo que lhes é devido. Pelos termos do acordo assinado, os irmãos Giancarlo e Victor Civita, netos do fundador do grupo, ficam livres de quaisquer ônus e Fabio Carvalho assume a responsabilidade por todo o endividamento da empresa. Essa foi uma condição da família para aceitar ceder o controle da Abril, que está em recuperação judicial desde agosto.
Segundo pessoas familiarizadas com os termos negociados, a família receberá um pagamento simbólico pela transferência do controle, já que Carvalho assume a dívida bilionária. Mas os Civita estão longe de sair de mãos vazias. Em fevereiro de 2015, quase dois anos após a morte do pai Roberto Civita, Giancarlo acertou a venda do controle da Abril Educação, hoje rebatizada como Somos Educação, para o fundo Tarpon por R$ 1,3 bilhão. Em dezembro daquele ano, pressionada pelos bancos credores durante negociação para alongar o perfil da dívida da Abril, a família aportou R$ 450 milhões na empresa. A maior parte do dinheiro da venda do segmento de educação, entretanto, ficou preservada.
Fabio Carvalho, advogado que se especializou em assumir empresas em dificuldade, conta com o respaldo financeiro do banco BTG Pactual, que já financiou outras empreitadas suas no passado. O executivo é sócio das varejistas cariocas Leader e Casa & Vídeo. Carvalho já assumiu negócios em dificuldades que pertenciam ao BTG, como a Leader e a Bravante, de logística marítima.
Enquanto o empresário assumirá as ações, o banco, por meio de sua empresa de recuperação de crédito Enforce, negocia com os três bancos credores da empresa --Bradesco, Itaú e Santander-- para comprar com grande desconto os quase R$ 1 bilhão em dívidas bancárias. Essa parte do negócio, entretanto, ainda não foi fechada. Os bancos também precisam aprovar a venda das ações, já que títulos importantes da editora, como "Veja" e "Exame", foram dados em garantia pelas dívidas bancárias, juntamente com o edifício na Marginal Tietê, em São Paulo.
A consultoria Alvarez&Marshal, onde Carvalho trabalhava, concluiu que a dívida da empresa é impagável e estruturou um plano de recuperação judicial que prevê desconto de 92% nos débitos, com 18 anos para pagamento. As dívidas trabalhistas estão fora desse patamar de desconto, pois têm prioridade legal.
Em 8 de janeiro de 2019, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), aprovou o negócio.
Em 20 de fevereiro de 2019, Bradesco, Itaú e Santander teriam aprovado a venda da dívida da Editora Abril à Enforce. Os bancos são os maiores credores da companhia, que no total tem dívida de R$ 1,6 bilhão. Do R$ 1,1 bilhão em endividamento bancário, quase R$ 1 bilhão se refere a uma debênture. O Bradesco tem R$ 500 milhões desse papel (parte herdada do HSBC), o Itaú tem R$ 250 milhões e o Santander, outros R$ 250 milhões.
Considerando dados de março de 2019, o grupo publica oito revistas impressas: Veja, Exame, Cláudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Saúde, Você S.A. e Você RH. Mantém ainda alguns títulos online, como Capricho e Minha Casa. Além de ter reduzido custos com aluguel ao sair de sua tradicional sede, em São Paulo, a companhia demitiu cerca de 800 profissionais em agosto de 2018.
Além da operação de mídia, o grupo mantém negócios como a Casa Cor – de eventos de arquitetura e decoração –, o serviço de entregas de encomendas Total Express, uma gráfica e um braço de distribuição de revista.
Em 22 de fevereiro de 2022, o juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, decretou o encerramento da recuperação judicial do Grupo Abril, dono da editora Abril, que publica as revistas Veja, Capricho e Você S/A. O processo teve início em agosto de 2018, quando a Abril declarou ter acumulado R$ 1,6 bilhão em dívidas. Segundo a sentença de encerramento, até setembro do ano passado, 100% dos créditos em dólares e 99,4% dos valores em reais já tinham sido pagos.
Em 12 de julho de 2022, a subsidiária da Amazon no Brasil concordou em comprar uma participação minoritária na Total Express. Diz-se que a Amazon adquiriu uma participação de 9,7% na Total. A Total tem foco em logística, especialmente serviços de transporte para empresas de comércio eletrônico. Com o negócio, a Abril está reduzindo sua posição na empresa, cuja razão social é Tex Courier.
(Fonte: revista Exame - 24.05.2006 / revista Veja - 21.09.2016 - artigo sobre o livro Roberto Civita O dono da Banca, de Carlos Maranhão / jornal Folha de S.Paulo - 09.06.2018 / jornal Valor - 07.08.2018 / 15.08.2018 / revista IstoÉDinheiro - 11.09.2018 / Valor - 20.12.2018 / O Estado de S.Paulo - 08.01.2019 / Valor - 20.02.2019 / OESP - 25.03.2019 / Folha - 23.02.2022 /Valor - 12.07.2022 - partes)
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