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31 de out. de 2011

AOL - America Online (antiga Quantum Computer) / AOL Time Warner)

           Steve Case, fundador da AOL (America Online), começou sua carreira como executivo de marketing da Pizza Hut e da Procter & Gamble. Enquanto a maior parte das empresas convencionais acreditava que a internet podia ser um meio heterodoxo de vendas - algo ainda meio desconhecido, que podia criar novas mágicas -, a AOL trabalhava na internet como uma empresa de varejo tradicional. Em fins do ano 2000 já possuía 24 milhões de usuários, número alto àquela altura do campeonato.
           A AOL surgiu em 1985, com outro nome. Chamava-se Quantum Computer Services e prestava uma série de serviços online fora da internet. Naquela época, a rede era uma experiência ainda embrionária, restrita ao mundo acadêmico, e o computador pessoal ainda estava sendo aperfeiçoado pela indústria mundial de tecnologia. Em 1989, a empresa lançou o primeiro serviço de acesso à rede para os donos de computadores Apple. Dois anos depois, mudou o nome para America Online.
          Em dezembro de 1996, o provedor America Online, dos Estados Unidos, deu acesso livre a seus assinantes por módicos 20 dólares mensais. Resultado: tanta gente navegando que os computadores da AOL quase foram a pique. Uma consequência desse tipo de cobrança com preço fixo é que não é possível oferecer serviço melhor a quem precisa - e quer pagar por isso.
           No final de 1998, a America Online (AOL), então o maior provedor de acesso do mundo, comprou a Netscape, por 4,2 bilhões de dólares. Pouco antes, a AOL se associou ao grupo venezuelano Cisneros para atuar na América Latina.
           No Brasil, a AOL entrou de maneira atabalhoada. Distribuiu milhões de CDs de acesso à internet que não funcionavam nos PCs piratas que proliferavam no país. Em janeiro de 2000, a AOL buscou em Caracas, na Venezuela, o "vendedor de fraldas" Manoel Amorim, um carioca formado em Harvard, então gerente-geral na América Latina para produtos de bebê da Procter & Gamble. Amorim substituiu Francisco Loureiro, o Breve, que durou apenas três meses no cargo. Um dos seus grandes feitos iniciais foi fazer uma parceria com o banco Itaú, que possibilitaria aumentar sensivelmente a base de clientes.
           Depois da fase em que o acesso descomplicado à internet era seu grande negócio, a America Online começou a investir em conteúdo em escala também gigantesca.
          Em janeiro de 2000 a AOL comprou, por 166 bilhões de dólares, a gigante das comunicações Time Warner, um dos maiores grupos de comunicação do mundo, com valor de mercado de 105 bilhões de dólares. Aqui, não se trata de Davi comprando Golias, mas, de uma promessa, - apesar de seu faturamento de 6,8 bilhões de dólares ao ano, a AOL ainda tinha que mostrar a que veio -, comprando uma empresa sedimentada, aproveitando nitidamente a bolha da internet que ainda não tinha estourado para o lado da América Online.
           Em meados de 2000, a America Online brasileira e o Banco Itaú viviam, pelo menos num aspecto, uma situação desconfortável. O Itaú estava atrás dos concorrentes no quesito internet. Com 8 milhões de clientes e uma boa competência tecnológica construída no passado, o banco ainda não havia fincado sua bandeira no mundo pontocom. A AOL, por sua vez, maior provedor de internet do mundo, com 29 milhões de clientes, não conseguia fazer decolar sua operação no país. Em junho de 2000, a dupla sacramentou uma união que vinha sendo costurada há meses. O Itaú deu à AOL, o que ela não tinha: clientes. O banco conseguiu um parceiro tecnológico especialista em internet e passou a oferecer a seus clientes um serviço tão bom quanto o da concorrência. Também se tornou sócio, com 12%, da AOL América Latina. Os sócios da operação eram a AOL americana e o Grupo Cisneros, da Venezuela.
           No início de 2001, a gigante AOL, número 1 da internet no mundo, enfrentou uma vultosa ação trabalhista que poderia ter custado sua sobrevivência. No período de 1991 a 2000, a empresa chegou a usar 16.000 voluntários por ano, alguns com apenas 12 anos de idade. Essas pessoas foram responsáveis pela operação de uma das principais atividades geradoras de receita da AOL, as comunidades online, que atraem tráfego e mantêm os usuários conectados. Em troca, os voluntários recebiam tão-somente um acesso grátis. A AOL estava tomando o trabalho de voluntários e vendendo este trabalho como produto, o que já é suficiente para enquadrar os voluntários na lei americana do salário mínimo. Um ex-diretor estimou que essa atividade gerava 30% do faturamento da companhia que foi de 6,9 bilhões de dólares em 2000.
           O ano de 2001 foi difícil para a então já AOL Time Warner. Ted Turner foi praticamente "demitido" por Gerald Levin, o dirigente da empresa, que o tirou do posto e depois disso se aposentou. Turner volta à empresa e vê no ano as ações da AOL Time Warner derreterem 60% de seu valor.
           Em junho de 2015, a AOL vende alguns ativos de mídia digital para a Verizon, por US$ 4,4 bilhões. Trata-se na realidade do site que agrega notícias e blogs "Huffington Post". O site, que estreou em 2005, foi fundado por Arianna Huffington e Ken Lerer.
           Em 2016, acontece a fusão da Time Warner com a também americana AT&T, no valor de 85,4 bilhões de dólares.
(Fonte: revista Exame - 03.06.1998 / revista Forbes - 11.10.2000 / 21.02.2001 / 18.07.2001 / 13.03.2002 / Exame - 05.10.2011 / jornal Valor online - 19.04.2016 / jornal O Estado de S.Paulo - 12.08.2016 - partes).

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