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3 de out. de 2011

Sodexo

           Em 2008, depois de 42 anos, desde a criação do grupo (em 1966) pelo francês Pierre Bellon, o "H" do grupo Sodexo caiu. A empresa, antes denominada "Sodexho", decidiu alterar sua marca em âmbito mundial para simplificar a grafia do nome e não vê-lo mais associado à atividade de hotelaria, uma confusão comum no mercado europeu, embora este segmento não seja explorado pelo grupo. O sobrenome "Alliance" também deixa de existir e a companhia quer ser conhecida como Sodexo, uma empresa de serviços.
           No Brasil, a Sodexo - que atende o mercado corporativo em refeições coletivass, cheques e cartões (para alimentação, transportes e premiações) e serviços (recepção, limpeza, jardinagem, mensageria, administração de frotas, entre outros) - pretende dar cada vez mais espaço a esta última atividade, chamada pelo grupo de "facilities management".
           A empresa, fundada em 1966, considerando dados de 2008, tem 342 mil funcionários no mundo, presença em 80 países e faturamento aproximado de 14 bilhões de euros. No Brasil, tem 13,5 mil funcionários e 50,8 mil clientes.
          A pandemia da COVID-19 foi um ponto de virada para muitas empresas, e o grupo francês Sodexo não foi exceção. À medida que o modelo de trabalho híbrido ganhou força após o período de medidas de distanciamento social que determinaram o trabalho 100% remoto, a empresa de serviços de alimentação percebeu rapidamente que seu cenário de negócios nunca mais seria o mesmo e que precisava acelerar as transformações para se adaptar a essa nova realidade. Em meio a esse processo de adaptação, a empresa perdeu seu fundador e CEO, Pierre Bellon, que faleceu no início de 2022.
          A transição de liderança dentro do grupo foi interna, mas não menos profissional. A mais velha dos quatro filhos do fundador, Sophie Bellon está na Sodexo desde 1994 e testemunhou de perto a transformação do grupo. Antes de assumir as operações globais, ela atuou como presidente. Ela acredita que seu papel é "continuar fazendo escolhas que acelerem a transformação da organização".
          "Agora, no escritório, as pessoas querem ter comida disponível o tempo todo. Também estamos vendo uma premiumização da experiência. Todas essas tendências impactam a forma como operamos nossos negócios”, disse a CEO em entrevista ao Valor. A executiva nunca acreditou em trabalho totalmente remoto e entende que o modelo híbrido provavelmente será o mais predominante nas organizações: “Vivemos em um mundo novo, e não voltaremos a ser o que era antes.”
          Um exemplo de operação pensada para atender a essas novas necessidades são os micromercados autônomos. O projeto vem sendo desenvolvido pela operação brasileira e atualmente conta com 70 unidades em empresas e escolas. A meta é chegar a 190 unidades até o fim de 2025. Com isso, a empresa espera aumentar em 20% as vendas no varejo — que incluem cafés, máquinas de venda automática e micromercados.
          Outra medida que ajudou a Sodexo a focar no crescimento do segmento de alimentos — seu core  business com 72% de representatividade na receita global — foi a cisão da operação de benefícios corporativos em fevereiro de 2024. Sob a marca Pluxee, a unidade se tornou uma empresa independente, com ações negociadas na bolsa de Paris. “Somos a segunda colocada nesses mercados globalmente e agora temos a oportunidade de nos tornarmos a primeira em cada um deles”, destacou.
          Presente em 45 países, o grupo francês encerrou o ano fiscal de 2024 com receita de € 23,8 bilhões e lucro líquido de € 168 milhões. A empresa não divulga receita por região, mas afirma que o Brasil ocupa o quarto lugar no mundo em receita e tem apresentado crescimento significativo.
          Atualmente (fevereiro de 2025), a Sodexo atende 800 clientes no Brasil, entre empresas, escolas e hospitais. Atende mais de 3.000 unidades, com restaurantes internos em 1.500 delas. Em cerca de 1.200 unidades, fornece serviços de facilities — atividades de suporte corporativo, como limpeza, manutenção e recepção.
          Em termos de concorrência, outros dois grandes players desse segmento que atuam no Brasil são a GRSA, adquirida pela GPS em março, e a Sapore, cada uma com receita bruta de cerca de R$ 3 bilhões.
          Desde o segundo semestre de 2024, a inflação de alimentos no Brasil acelerou, pressionando os custos para quem opera com esses produtos. Andrea Krewer, CEO da operação brasileira, disse que a empresa sentiu a pressão desse cenário, mas vem ajustando seus cardápios mais rapidamente para mitigar o impacto do aumento de preços e manter o ritmo de crescimento.
(Fonte: jornal Valor - 15.03.2008 / 24.02.2025 - partes)

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