A Tilibra foi fundada por Pedro Martins Coube em 1928, em Bauru, interior de São Paulo. Quis o destino que num curto espaço de tempo, entre 1981 e 1982, ocorresse a morte repentina de três dos herdeiros do fundador. Isso teria sido motivo suficiente para as boas relações de até então se deteriorarem e, no mínimo, dificultar a sucessão mais à frente. Mas a empresa seguiu em frente. Especialmente no período 1989-2001, a Tilibra teve um crescimento notável. Os anos 1990 marcaram uma época de investimentos em marketing, consolidação da marca, inovação, lançamentos de produtos e distribuição intensiva. A Tilibra passou a agregar valor aos produtos, dando-lhes capas artísticas e com personagens conhecidos do público. A tática tornou a empresa líder de mercado em cadernos e agendas, com mais de 8 mil pontos-de-venda.
Em janeiro de 1994, sob a presidência de Caio Coube, nascido em 1958, foram fincados 1.000 outdoors da empresa por todo o país. "Queremos espalhar nossa marca", disse Coube. Nos anos anteriores, a empresa havia promovido uma espécie de revolução silenciosa do marketing da empresa. Produtos pouco lucrativos foram extirpados dos catálogos. O consumidor virou o principal aliado da Tilibra na hora de fazer novos lançamentos.
Os resultados mostraram-se positivos. A Tilibra concorre com nomes fortes como Caderbrás, Propasa e Melhoramentos. "Não conseguiríamos nada disso se tivéssemos insistido em vender commodities", disse Adriana Ricci Coube, paulistana nascida em 1967 que entrou para o clã dos Coube em 1990 através do casamento com um dos herdeiros e passou a comandar o marketing da Tilibra. Adriana significou sangue novo para a sexagenária empresa, então administrada pela terceira geração dos Coube, sempre em Bauru.
No ano de 2000, por exemplo, a empresa apresentou forte crescimento tanto na receita como em lucros. Acreditava-se que se tinha conseguido superar a paranoia da mudança de geração, que não se falava nem se aceitava.
O cenário, no final de 2001, porém, era dos mais tumultuados. Administrada pela terceira geração do fundador, a empresa corria o risco de ter suas ações transferidas de mãos devido a uma briga de parentes que chegou naquele momento a um impasse. De um lado estavam Ruben Coube, então único filho vivo do fundador, e Maria Sylvia, viúva de seu irmão mais velho. Do outro, estavam Olga, viúva do caçula do clã, e seus cinco filhos - entre eles Caio Coube, o presidente então afastado. Eram vários os motivos da ruptura, entre eles todos os que permeavam relações entre parentes, turbinados pela influência do dinheiro e do poder em uma organização empresarial.
Uma proposta elaborada por Caio Coube, e que, em novembro de 2001 estava sobre a mesa, era uma saída pela qual a empresa seria dividida em duas. As famílias de Maria Sylvia e de Ruben ficariam com o negócio de material escolar, cujos ativos representavam algo próximo a 65% do total. E sua família (de Caio) assumiria as fábricas de agendas, material de escritório, casa e distribuição para terceiros que somavam os 35% que lhe cabiam. O outro lado nem queria falar sobre a proposta. Para Luís Antônio, primo de Caio, e irmão de Pedro (que havia se desentendido com Caio), era preciso dar tempo ao tempo. Um dia, todo o ressentimento de Caio passaria.
(Fonte: revista Exame - 13.04.1994 / 28.11.2001 - parte)
Em janeiro de 1994, sob a presidência de Caio Coube, nascido em 1958, foram fincados 1.000 outdoors da empresa por todo o país. "Queremos espalhar nossa marca", disse Coube. Nos anos anteriores, a empresa havia promovido uma espécie de revolução silenciosa do marketing da empresa. Produtos pouco lucrativos foram extirpados dos catálogos. O consumidor virou o principal aliado da Tilibra na hora de fazer novos lançamentos.
Os resultados mostraram-se positivos. A Tilibra concorre com nomes fortes como Caderbrás, Propasa e Melhoramentos. "Não conseguiríamos nada disso se tivéssemos insistido em vender commodities", disse Adriana Ricci Coube, paulistana nascida em 1967 que entrou para o clã dos Coube em 1990 através do casamento com um dos herdeiros e passou a comandar o marketing da Tilibra. Adriana significou sangue novo para a sexagenária empresa, então administrada pela terceira geração dos Coube, sempre em Bauru.
No ano de 2000, por exemplo, a empresa apresentou forte crescimento tanto na receita como em lucros. Acreditava-se que se tinha conseguido superar a paranoia da mudança de geração, que não se falava nem se aceitava.
O cenário, no final de 2001, porém, era dos mais tumultuados. Administrada pela terceira geração do fundador, a empresa corria o risco de ter suas ações transferidas de mãos devido a uma briga de parentes que chegou naquele momento a um impasse. De um lado estavam Ruben Coube, então único filho vivo do fundador, e Maria Sylvia, viúva de seu irmão mais velho. Do outro, estavam Olga, viúva do caçula do clã, e seus cinco filhos - entre eles Caio Coube, o presidente então afastado. Eram vários os motivos da ruptura, entre eles todos os que permeavam relações entre parentes, turbinados pela influência do dinheiro e do poder em uma organização empresarial.
Uma proposta elaborada por Caio Coube, e que, em novembro de 2001 estava sobre a mesa, era uma saída pela qual a empresa seria dividida em duas. As famílias de Maria Sylvia e de Ruben ficariam com o negócio de material escolar, cujos ativos representavam algo próximo a 65% do total. E sua família (de Caio) assumiria as fábricas de agendas, material de escritório, casa e distribuição para terceiros que somavam os 35% que lhe cabiam. O outro lado nem queria falar sobre a proposta. Para Luís Antônio, primo de Caio, e irmão de Pedro (que havia se desentendido com Caio), era preciso dar tempo ao tempo. Um dia, todo o ressentimento de Caio passaria.
(Fonte: revista Exame - 13.04.1994 / 28.11.2001 - parte)
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