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6 de out. de 2011

Casa Mayrink Veiga

          A empresa da família Mayrink Veiga, a Casa Mayrink Veiga, foi representante de fornecedores de armamentos para o Exército Brasileiro e a Guarda Nacional, desde a época do Império do Brasil (1822-1889), acumulando vultosa fortuna durante a Guerra do Paraguai (1864-1870).
          Carmen entrou na família na década de 1950. Paulista de Pirajuí, neta de barão, Carmen Terezinha Solbiati já era Carmen antes de se tornar Mayrink Veiga. Já famosa no mundo da moda, frequentadora assídua dos desfiles da alta costura francesa, atraiu a imprensa especializada como a Paris Match, quando se casou, a 25 de junho de 1956, com o empresário Antônio (Tony) Alfredo Mayrink Veiga, filho de Antenor Mayrink Veiga e herdeiro de uma fortuna multimilionária. O casal teve dois filhos: Antenor e Tereza Antônia.
          O casal Tony e Carmen era considerado por Truman Capote, Diana Vreeland e Anna Wintur , na revista Vogue americana como "as pessoas mais chiques da América do Sul".
          A holding ia da mineração às finanças, passando pelas comunicações com a rádio Mayrink Veiga, que foi fechada após o golpe militar de 1964.
          A acumulação de fortuna prosseguiu até os anos 1980, quando a Casa Mayrink Veiga se tornou também fabricante dos armamentos - segundo Tony Mayrink Veiga, por pressão da Marinha.
          A empresa iniciou sua trajetória descendente, até atingir o fundo do poço, em 1992, na sequência do Plano Collor (1991-1993)Além disso, houve a quebra do conglomerado inglês Ferranti, em 1993, que devia muito à empresa. Uma outra explicação para a derrocada da Casa Mayrink é que, com o fim da ditadura militar no Brasil, não foram renovados os polpudos contratos com o Exército, a Marinha e a Aeronáutica.
          A Mayrink começou a se afundar em dívidas. Tony e Carmen tiveram de se mudar de Paris, onde viveram por 23 anos, e vieram os arrestos dos bens e os protestos em cartórios. O mítico Rolls-Royce Silver Cloud comprado em 1951 teve de ser vendido. Dois leilões de suas obras de arte ajudaram  casal a diminuir a dívida.
          O destaque, no leilão realizado em 2007, foram onze obras do artista Milton Dacosta, cujo valor ultrapassou R$ 1,5 milhão. O casal continuou por mais alguns anos em seu mega-apartamento de quase 1.000 metros quadrados na Praia do Flamengo, de frente para o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, ainda bem provido de peças de arte e decoração.
           Nos últimos anos de vida, o casal Carmen e Tony Mayrink Veiga, já idoso, enfrentava problemas de saúde. Tony teve um infarto, e Carmen sofria de paraparesia espástica tropical, doença que limita seus movimentos. Teve muito sucesso em reivindicações aos cadeirantes, como, por exemplo, o acesso ao Teatro Municipal, no Rio de Janeiro.
          Tony morreu em 2016 e, em 3 de dezembro de 2017, morre Carmen Mayrink Veiga.
(Fonte: jornal O Globo - 10.12.2017 / Wikipédia - partes)

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