Total de visualizações de página

4 de out. de 2011

Saraiva

          Joaquim Ignácio da Fonseca Saraiva, um imigrante português, abriu sua primeira loja de publicações jurídicas, em 1914, no Largo do Ouvidor, no centro de São Paulo, ao lado da Faculdade de Direito do largo São Francisco. Inicialmente se dedicava ao comércio de livros usados. Três anos depois ele resolveu editar os livros de direito que vendia. Graças ao gosto do proprietário e à proximidade da Faculdade de Direito, a Saraiva consolidou-se como referência na área de livros universitários, didáticos e jurídicos - a primeira obra editada pela empresa, em 1917, versava sobre o casamento civil.
          A transformação da Saraiva numa cadeia de livrarias começou em 1972, quando sua segunda loja foi aberta, na praça da Sé. Mais recentemente comprou a rede de livrarias Siciliano. A Saraiva foi a pioneira na informatização de lojas, num grande salto dado em 1995, e passou também a oferecer outros itens como CDs e DVDs. Em 1996, inaugurou a primeira mega store da rede, mudando o conceito de livraria no país.
          Fez também aquisições de editoras como a Atual S.A. em julho de 1998 e a Formato, em agosto de 2003, reforçando a área de livros didáticos e paradidáticos. As editoras Siciliano e Érica foram compradas em 2008 e 2013 respectivamente.
          Em 2015, a companhia saiu do negócio de edição de livros, quando a Abril Educação (atual Somos Educação) comprou, por meio da subsidiária Ática, a Saraiva Educação, por R$ 725 milhões. A Saraiva Educação detinha todos os negócios de educação básica, técnica e superior do grupo Saraiva, incluindo os relativos aos selos Editora Saraiva, Editora Érica, Sistema de Ensino Ético e Sistema de Ensino Agora. A editora Siciliano também foi vendida.         
          A Livraria Saraiva precisa se reposicionar no mercado, tendo em vista a queda de vendas, que já era sentida antes da crise econômica brasileira de 2015/2016.
          Chegou a ter mais de 115 lojas em todo o Brasil. Em junho de 2017 tinha 111 e, um ano depois, em junho de 2018, o número passou para 104. Com as 20 programadas para fechar, conforme comunicado de final de outubro, fica com 84. Estão distribuídas em 17 estados e no Distrito Federal. Apesar de a Saraiva estar em processo de enxugamento, fechando lojas para se reposicionar (fechou, por exemplo, uma das duas lojas de Santa Catarina), em 2018 a empresa abriu quatro lojas, em Cuiabá (MT), Rio de Janeiro e Olinda (PE).
          Em 23 de novembro de 2018, então com 85 lojas, a Saraiva Livreiros Editores entrou com pedido de recuperação judicial na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. A companhia justificou o pedido com a necessidade de buscar proteção durante a renegociação das suas dívidas e as da sua controlada Saraiva e Siciliano com fornecedores, além de garantir a continuidade das operações. As dívidas da controladora e da controlada somam R$ 675 milhões.
          Em janeiro de 2019, mais três lojas foram fechadas, permanecendo abertas um total de 82. Em agosto, foi aprovado por credores o plano de retomada das atividades, após quatro versões e extensas negociações. A companhia cedeu e se comprometeu a trocar seu presidente. Em dezembro, Jorge Saraiva Neto deixaria o comando da empresa.
          Em 22 de setembro de 2023, a rede de livrarias Saraiva faz assembleia especial de acionistas preferencialistas para decidir sobre a conversão de todas as ações preferenciais em ordinárias. A empresa confirmou o encerramento das últimas lojas físicas em operação, com a redução proporcional do quadro de colaboradores.
(Fonte: revista Forbes Brasil - 04.07.2001 - Página 28 / Exame SP - julho 2002 / Guia IMF / jornal Valor online - 05.05.2018 / revista Exame 20.07.2016 / jornal Valor - 30.10.2018 / cultura.estadão/babel - 30.10.2018 / Valor - 23.11.2018 / 20.11.2019 / 22.09.2023 / Antagonista - 05.10.2023 - partes)


Saraiva pede autofalência na Justiça



Nenhum comentário: