A operadora portuária Santos Brasil foi criada em 1997, depois da aquisição do Tecon Santos (SP).
Os controladores da operadora de contêineres Santos Brasil, Daniel Dantas e Richard Klien, são empresários com mentalidade bem diferentes. Dantas, dono do banco Opportunity, investiu no setor de olho nos ganhos financeiros. Klien é filho e neto de empresários de logística e desde 1985 controla a tradicional operadora carioca Multiterminais.
Em 1997, depois de ler nos jornais que Dantas estava interessado na privatização dos portos, Klien, que não o conhecia, propôs a ele uma sociedade na compra do Tecon-1, o terminal de contêineres na margem esquerda do porto de Santos. Em consórcio com fundos de pensão e o banco Citibank, arremataram a área por 250 milhões de dólares e criaram a Santos Brasil.
Durante mais de uma década, a sociedade foi um sucesso. A empresa se tornou a maior operadora de contêineres da América do Sul e nunca deu prejuízo. No começo de 2010, porém, o caldo entornou. Klien queria comprar a parte de Dantas e integrar a Santos Brasil com a Multiterminais. Como Dantas não topou, os sócios entraram em guerra. De lá para cá, passaram a se dedicar quase que exclusivamente a disputas em tribunais de arbitragem. Faltou tempo para pensar no crescimento da empresa. O resultado apareceu em 2015: pela primeira vez em sua história a Santos Brasil perdeu a liderança no mercado brasileiro de contêineres.
Mais do que nunca, os sócios precisam resolver o impasse, pois, a crise entre os acionistas não poderia ter surgido em hora pior. Veio junto com a maior transformação - para melhor - do porto de Santos nos últimos 20 anos, causada pela aprovação, em 2013, da chamada Lei dos Portos (Lei nº 12.815), que aumentou a competição no setor ao flexibilizá-lo. Terminais privados que só podiam movimentar cargas próprias foram liberados para oferecer serviços a terceiros. Antes disso, a Santos Brasil tinha uma espécie de reserva de mercado: metade da capacidade do maior porto do país estava em suas mãos e a concorrência estava dividida entre terminais menores e menos competitivos. Se os sócios estiverem afinados a vida da Santos Brasil já é difícil, imagine se o impasse continuar.
Em 1997, depois de ler nos jornais que Dantas estava interessado na privatização dos portos, Klien, que não o conhecia, propôs a ele uma sociedade na compra do Tecon-1, o terminal de contêineres na margem esquerda do porto de Santos. Em consórcio com fundos de pensão e o banco Citibank, arremataram a área por 250 milhões de dólares e criaram a Santos Brasil.
Durante mais de uma década, a sociedade foi um sucesso. A empresa se tornou a maior operadora de contêineres da América do Sul e nunca deu prejuízo. No começo de 2010, porém, o caldo entornou. Klien queria comprar a parte de Dantas e integrar a Santos Brasil com a Multiterminais. Como Dantas não topou, os sócios entraram em guerra. De lá para cá, passaram a se dedicar quase que exclusivamente a disputas em tribunais de arbitragem. Faltou tempo para pensar no crescimento da empresa. O resultado apareceu em 2015: pela primeira vez em sua história a Santos Brasil perdeu a liderança no mercado brasileiro de contêineres.
Mais do que nunca, os sócios precisam resolver o impasse, pois, a crise entre os acionistas não poderia ter surgido em hora pior. Veio junto com a maior transformação - para melhor - do porto de Santos nos últimos 20 anos, causada pela aprovação, em 2013, da chamada Lei dos Portos (Lei nº 12.815), que aumentou a competição no setor ao flexibilizá-lo. Terminais privados que só podiam movimentar cargas próprias foram liberados para oferecer serviços a terceiros. Antes disso, a Santos Brasil tinha uma espécie de reserva de mercado: metade da capacidade do maior porto do país estava em suas mãos e a concorrência estava dividida entre terminais menores e menos competitivos. Se os sócios estiverem afinados a vida da Santos Brasil já é difícil, imagine se o impasse continuar.
Em 20 de setembro de 2024 o Opportunity vendeu sua participação na Santos Brasil para o grupo marítimo global francês CMA CGM por aproximadamente R$ 6,33 bilhões. A transação envolve uma participação de 47,55% na empresa, mas as ações restantes ainda podem ser adquiridas por meio de uma oferta pública de aquisição. O negócio foi baseado em um preço de R$ 15,30 por ação, superior ao preço de fechamento de R$ 12,71 de 20 de setembro. No entanto, o valor final da transação pode variar até o fechamento, dependendo das condições estabelecidas no contrato. Uma vez finalizado o negócio, o valor definitivo será divulgado, e o pagamento será feito em dinheiro, conforme a empresa anunciou em um fato relevante no domingo, dia 22.
A Santos Brasil é a maior empresa de terminais portuários da América do Sul. O grupo opera os terminais marítimos Tecon Santos (SP), Tecon Vila do Conde (PA) e Tecon Imbituba (SC). Também opera um terminal de carga geral, o TCG Imbituba (SC), e um terminal exclusivo para movimentação de veículos (TEV) em Santos (SP). Dório Ferman, nascido em 1949, um dos sócios-fundadores do Banco Opportunity, tem uma fatia acionária na Santos Brasil.
(Fonte: revista Exame - 04.03.2015 / Forbes Brasil - 27.08.2021 / Valor - 23.09.2024 - partes)
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