A Camisaria Colombo foi fundada pelo imigrante libanês Aziz Maluf no Bom Retiro em São Paulo, em 1917 como uma alfaiataria, e atua no setor de moda masculina. Somente em 1965, abriu sua primeira loja.
Desde janeiro de 1990 Álvaro Jabur Maluf
Júnior preside o Grupo Colombo. Na década de 1990, a empresa definiu mais precisamente seu foco: clientes da classe emergente. Passou a ser conhecida pela venda de trajes sociais a preços populares. Na década seguinte, imprimiu forte ritmo de crescimento chegando a 40 lojas em 2004.
Em 2011, a varejista recebeu um aporte da Gávea Investimentos, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga.
O crescimento continuou acentuado, alcançando 350 lojas em 2012 e no ano seguinte fez parceria com uma empresa brasileira de private equity. Chegou a 434 lojas no final de 2014, abrangendo todos os estados brasileiros, com faturamento anual de R$ 730 milhões.
Em agosto de 2015 o Grupo Colombo concordou em fazer uma fusão com o Grupo Garnero, unidade do diversificado conglomerado BrasilInvest, num acordo de R$ 330 milhões. O capital novo serviria para arejar seu caixa e pagar dívidas que no final de 2014 atingiram R$ 571,3 milhões. A nova companhia se chamou Garnero Colombo.
Em junho de 2016, porém, com uma dívida da ordem de R$ 1,5 bilhão, a Camisaria Colombo protocolou acordo de recuperação extrajudicial. O plano obteve apoio dos principais credores, que incluem os bancos Itaú Unibanco, HSBC e Santander.
Em julho de 2016, o fundo GGAC, do empresário Mario Garnero, alegando falta de pagamentos e de informações, cancela o contrato. O empresário paulista, importante interlocutor do Brasil com homens de negócios e políticos americanos, não mais trocará seus elegantes ternos feitos sob medida pelos da Camisaria Colombo. Era o que tudo indicava, pelo menos, em relação à sua preferência de negócios. A troca de informações entre a rede de lojas e Garnero era, para dizer o mínimo, grotesca. A GGAC alega que não tinha conhecimento do pedido de liquidação extrajudicial levado a cabo um mês antes.
A dívida bilionária da Colombo foi contraída nos últimos anos para fazer frente ao plano de expansão da rede, de olho no aumento de renda da população, em particular dos consumidores da classe C. Com a crise, o aumento de desemprego e a concorrência do comércio eletrônico, o modelo de negócios da Colombo calcado em lojas em shopping centers entrou em parafuso. A Gávea deixou o negócio em 2014/2015 com a venda da participação para descendentes dos fundadores, os irmãos Álvaro Jabur Maluf Junior e Paulo Jabur Maluf, netos do fundador. A saída do fundo teria escasseado o crédito da empresa junto ao bancos para capital de giro.
Recentemente, a Colombo passou a vender também roupas femininas.
Em 2019, a rede faturou R$ 109 milhões, patamar sete vezes inferior ao do pré-crise.
No início de março de 2020, com 140 unidades, entre próprias e franquias, a Camisaria Colombo pediu recuperação judicial na tentativa de abater parte de uma dívida estimada em R$ 1,89 bilhão. Boa parte dos credores são de instituições financeiras e gestoras de shopping centers para quem a Colombo deve aluguéis. O processo foi protocolado em fevereiro na 1ª Vara de Recuperação Judicial e Falências de Cuiabá (MT), sede da varejista.
Em 21 de agosto de 2025, a Polícia Civil de São Paulo anunciou que uma fraude realizada pelos donos da Camisaria Colombo, conseguiu transformar R$ 5 milhões em R$ 21 de milhões, o que causou um prejuízo financeiro de 21 milhões para a PagSeguro, plataforma de pagamentos. Segundo o delegado divisionário da Delegacia de Crimes Cibernéticos, Paulo Barbosa, os irmãos Álvaro Jabur Maluf JR e Paulo Jabur Maluf se aproveitaram de uma fragilidade no sistema da empresa de pagamentos para realizar transferências para outras contas sendo que os valores não eram debitados da origem.
Outras duas pessoas estão sendo investigadas pelo crime: Maurício Miwa, ex-funcionário da Camisaria Colombo que possui uma empresa prestadora de serviços para a marca, e Bruno Gomes de Souza — um representante da BS Capital, uma gestora de finanças responsável por pagamentos de fornecedores, funcionários e terceirizados da varejista.Em 2011, a varejista recebeu um aporte da Gávea Investimentos, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga.
O crescimento continuou acentuado, alcançando 350 lojas em 2012 e no ano seguinte fez parceria com uma empresa brasileira de private equity. Chegou a 434 lojas no final de 2014, abrangendo todos os estados brasileiros, com faturamento anual de R$ 730 milhões.
Em agosto de 2015 o Grupo Colombo concordou em fazer uma fusão com o Grupo Garnero, unidade do diversificado conglomerado BrasilInvest, num acordo de R$ 330 milhões. O capital novo serviria para arejar seu caixa e pagar dívidas que no final de 2014 atingiram R$ 571,3 milhões. A nova companhia se chamou Garnero Colombo.
Em junho de 2016, porém, com uma dívida da ordem de R$ 1,5 bilhão, a Camisaria Colombo protocolou acordo de recuperação extrajudicial. O plano obteve apoio dos principais credores, que incluem os bancos Itaú Unibanco, HSBC e Santander.
Em julho de 2016, o fundo GGAC, do empresário Mario Garnero, alegando falta de pagamentos e de informações, cancela o contrato. O empresário paulista, importante interlocutor do Brasil com homens de negócios e políticos americanos, não mais trocará seus elegantes ternos feitos sob medida pelos da Camisaria Colombo. Era o que tudo indicava, pelo menos, em relação à sua preferência de negócios. A troca de informações entre a rede de lojas e Garnero era, para dizer o mínimo, grotesca. A GGAC alega que não tinha conhecimento do pedido de liquidação extrajudicial levado a cabo um mês antes.
A dívida bilionária da Colombo foi contraída nos últimos anos para fazer frente ao plano de expansão da rede, de olho no aumento de renda da população, em particular dos consumidores da classe C. Com a crise, o aumento de desemprego e a concorrência do comércio eletrônico, o modelo de negócios da Colombo calcado em lojas em shopping centers entrou em parafuso. A Gávea deixou o negócio em 2014/2015 com a venda da participação para descendentes dos fundadores, os irmãos Álvaro Jabur Maluf Junior e Paulo Jabur Maluf, netos do fundador. A saída do fundo teria escasseado o crédito da empresa junto ao bancos para capital de giro.
Recentemente, a Colombo passou a vender também roupas femininas.
Em 2019, a rede faturou R$ 109 milhões, patamar sete vezes inferior ao do pré-crise.
No início de março de 2020, com 140 unidades, entre próprias e franquias, a Camisaria Colombo pediu recuperação judicial na tentativa de abater parte de uma dívida estimada em R$ 1,89 bilhão. Boa parte dos credores são de instituições financeiras e gestoras de shopping centers para quem a Colombo deve aluguéis. O processo foi protocolado em fevereiro na 1ª Vara de Recuperação Judicial e Falências de Cuiabá (MT), sede da varejista.
Em 21 de agosto de 2025, a Polícia Civil de São Paulo anunciou que uma fraude realizada pelos donos da Camisaria Colombo, conseguiu transformar R$ 5 milhões em R$ 21 de milhões, o que causou um prejuízo financeiro de 21 milhões para a PagSeguro, plataforma de pagamentos. Segundo o delegado divisionário da Delegacia de Crimes Cibernéticos, Paulo Barbosa, os irmãos Álvaro Jabur Maluf JR e Paulo Jabur Maluf se aproveitaram de uma fragilidade no sistema da empresa de pagamentos para realizar transferências para outras contas sendo que os valores não eram debitados da origem.
Por meio dessa fragilidade, que a Polícia Civil averigua se foi descoberta por meio de vazamento de informações ou detectada por funcionários em movimentações financeiras cotidianas, foram realizadas 2 500 transferências resultando no prejuízo de 21 milhões de reais. Esse valor foi repassado para contas de várias empresas, seis delas já identificadas.
A suspeita é que o grupo criminoso também dissimulava bens e valores em meio a um processo de recuperação judicial. "Os dados telemáticos nos dão conta que algumas pessoas acessaram a conta da BS Capital, a principal empresa investigada aqui. A gente tem dispositivos vinculado aos donos [da Camisaria Colombo] e aos demais funcionários. A investigação está toda conectada com a BS Capital e tudo aponta que quem está à frente da fraude são os dois irmãos juntos. Estamos progredindo para apurar se houve também alguma fraude contra os credores dessa rede de varejo", afirmou o delegado.
Os investigados estão sendo acusados por furto mediante fraude, associação criminosa e fraude contra credores
(Fonte: site da empresa / Valor online International edition - 28.08.2015 / jornal Valor online - 08.06.2016 / IstoÉDinheiro - 29.07.2016 / O Globo - 03.03.2020 / msn - 21.08.2025 / Estadão - 22.08.2025 - partes)
English version:
The Colombo Group, which controls menswear retailer Camisaria Colombo, is negotiating with banks an extrajudicial recovery plan in order to refinance its debt with financial institutions, totaling R$800 million. The company's main creditors include HSBC, Credit Suisse, Santander, Itaú Unibanco and Banco do Brasil. In addition bank loans, the Colombo Group has debts with suppliers reaching R$1.5 billion. The company hired law firm Felsberg Advogados to coordinate talks with financial institutions. Pedro Bianchi, a partner at Felsberg, said the negotiations with banks are advanced to refinance 65% of the R$800 million debt. The expectation is to get the approval of all creditors by the end of March.
With a R$1.5 billion debt, menswear retailer Camisaria Colombo filed on 9th June 2016 an out-of-court debt restructuring agreement. The plan received the support from the company’s main creditors, which include Itaú Unibanco, HSBC and Santander.
The Colombo Group, which controls menswear retailer Camisaria Colombo, is negotiating with banks an extrajudicial recovery plan in order to refinance its debt with financial institutions, totaling R$800 million. The company's main creditors include HSBC, Credit Suisse, Santander, Itaú Unibanco and Banco do Brasil. In addition bank loans, the Colombo Group has debts with suppliers reaching R$1.5 billion. The company hired law firm Felsberg Advogados to coordinate talks with financial institutions. Pedro Bianchi, a partner at Felsberg, said the negotiations with banks are advanced to refinance 65% of the R$800 million debt. The expectation is to get the approval of all creditors by the end of March.
With a R$1.5 billion debt, menswear retailer Camisaria Colombo filed on 9th June 2016 an out-of-court debt restructuring agreement. The plan received the support from the company’s main creditors, which include Itaú Unibanco, HSBC and Santander.
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