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5 de out. de 2011

Palácio Tangará

    É difícil ficar indiferente. Para onde quer que se vire, há um cenário mais bonito que o outro. Tudo de muito bom gosto e visivelmente requintado - mas na medida, sem "gritar" aos olhos. O Palácio Tangará consiste em um hotel sui generis na capital paulista.
     Iniciada em 1999 pelas mãos de uma empreiteira e um fundo de pensão, a obra de cerca do 30000 metros quadrados foi abandonada por doze anos devido a problemas financeiros, até ser retomada, no fim de 2014, após a compra de um fundo financeiro americano. Com cinco andares e ares de castelo europeu, o esqueleto estava quase pronto - porém deteriorado e demandou alterações. Especialistas do setor calculam que, para pôr um projeto dessa monta em pé, é necessário um investimento de pelo menos 100 milhões de reais.
     Inaugurado em 10 de maio de 2017, o estabelecimento tipo cinco-estrelas instalado no Panamby é abraçado pelo Parque Burle Marx. A vegetação típica da Mata Atlântica ao redor traz ares de refúgio, em um ambiente que mal parece fazer parte de São Paulo. Tantas qualidades, é claro, não vêm de graça. Para relaxar em um dos 141 quartos do local, a diária não deve custar menos de 1575 reais. Mas pode-se esbanjar (bem) mais: a suíte chamada royal, de 528 metros quadrados, 250 deles de terraço, vale até 38240 reais a estadia. É a mais cara da metrópole. Aproxima-se disso apenas o pernoite do principal quarto do Tivoli Mofarrej, nos Jardins.
     A equipe faz valer os princípios do atendimento de primeira. Anda alinhada com uniformes inspirados pelas cores do pássaro da fauna sul-americana que dá nome ao negócio, entre azul, verde e preto.
     O hotel traz ainda algo inédito por aqui: um restaurante, o Tangará Jean-Georges, com menu assinado pelo francês Jean-Georges Vongerichten, cujo currículo ostenta três estrelas para a casa que leva seu nome em Nova York, do Guia Michelin, publicação que é referência no universo gastronômico. Vongerichten deixará a cozinha aos cuidados de Pascal Valero, chef executivo que também veio da França e com experiência em casas como Le Coq Hardy, NB Steak e Kaá, auxiliado por Felipe Rodrigues.
     O decorador Luiz Ricardo Bick e o arquiteto William Simonato ficaram responsáveis pelo visual dos quartos, que têm, no mínimo, 4
7 metros quadrados. A arquiteta Patricia Anastassiadis cuidou do design das áreas sociais. Envolvido no projeto desde a versão original, o paisagista Sergio Santana comandou a tarefa de pensar nos jardins.
     O Tangará assume o posto de primeiro hotel da bandeira alemã Oetker Collection na América Latina. A coleção inclui alguns dos principais negócios de luxo do tipo no mundo, caso do Le Bristol, em Paris, datado de 1925.
(Fonte: revista Veja São Paulo - 10.05.2017 / 13.09.2017 - partes)
     

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