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1 de out. de 2011

Wise Up

          A rede de escolas de idiomas Wise Up (ligado, antenado, em português) foi fundada pelo empresário Flávio Augusto da Silva. Flávio nasceu e se criou na periferia do Rio de Janeiro e vem de família de classe média baixa com pai militar e mãe professora da rede pública. Começou a trabalhar em uma escola de inglês aos 19 anos usando fichas telefônicas e um orelhão para vender os cursos.
          Em quatro anos, virou diretor regional comercial da empresa. Aos 23, viu uma oportunidade no mercado, pegou um empréstimo e decidiu abrir uma escola de inglês que, em um ano, já havia lhe rendido seu primeiro milhão.
          Flávio Augusto estudou a vida toda em escola pública, sem diploma universitário - ele até passou na UFF (Universidade Federal Fluminense) para fazer Ciência da Computação, mas não cursou - e, permaneceu durante muito tempo sem falar inglês, que só aprendeu quando foi para a Austrália.
          Fundou a Wise Up em 1994, quando se falava "que o inglês seria importante para o futuro". Mas, sua percepção foi que, "naquele momento o mercado estava mudando e já estava passando a exigir o inglês", segundo ele. Ele e a mulher, Luciana, pegaram um empréstimo no banco de R$ 10 mil cada um (o que, corrigido, seria algo como R$ 92 mil em 2017) - para possibilitar o início da Wise Up, que venderia um conceito de inglês rápido (em 18 meses) para quem já estava no mercado e precisava disso para ontem.
          Em 2011, já bem-sucedido nos negócios, Flávio Augusto decidiu criar uma página no Facebook sobre empreendedorismo.
          Em fevereiro de 2013, no ápice, a Wise Up tinha 393 filiais, quando a rede é vendida para a Somos Educação (ex-Abril Educação) por R$ 877 milhões.
          Em dezembro de 2015, Augusto recomprou a rede de escolas por de R$ 398 milhões, com 250 escolas. A Wise Up passou então por um processo de reformulação e reestruturação.
          Flávio Augusto apostou recentemente no mercado de futebol adquirindo o Orlando City nos Estados Unidos - aquele que por três anos foi conhecido aqui como "o time do Kaká".
          Em junho de 2017, Flávio Augusto anuncia a aquisição de 100% da Number One, focada em programas de inglês para crianças e adolescentes. A Number One tinha 135 escolas, com cerca de 80% delas localizadas em Minas Gerais, e aproximadamente 2.500 funcionários. Number One, Wise Up e You Move passaram a ficar sob o guarda-chuva da nova holding chamada Wiser educação.
          Em meados de maio de 2017, Flávio Augusto vendeu, por R$ 200 milhões, uma fatia de 35% da Wise Up para o empresário Carlos Wizard Martins - fundador da rede de escolas de idiomas Wizard (vide origem da marca Wizard neste blog), vendida para a britânica Pearson no fim de 2013 por R$ 2 bilhões. Com isso, Flávio Augusto da Silva torna-se sócio de Carlos Wizard Martins.
          A compra de uma fatia da Wise Up marca a volta de Carlos Wizard para o mercado de escolas de idiomas - segmento do qual o empresário tornou-se conhecido e fez fortuna. Segundo Silva, eles estão fazendo agora uma parceria que ensaiavam desde 2008.
          Notar que tanto Flávio Augusto da Silva quanto Carlos Wizard Martins não eram professores de inglês antes de virarem empresários do ensino do idioma. Seu lado empreendedor falou mais alto em ambos os casos.
          No início de junho de 2020, Carlos Wizard foi convidado para assumir o cargo de secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, que então já contabilizava a saída de dois ministros em um curto espaço de tempo em plena pandemia do Convid-19 e convivia com um ministro interino. Sobre o fato de não ter histórico no setor público ou na área da saúde, Wizard disse não ver problema e que o objetivo era ajudar na gestão. Pode ser. Mas, parece que a vida pública atrapalha alguns empresários que enveredam por seus corredores. Antes mesmo de assumir o cargo e, aparentemente sem ter tomado pé da situação da terrível pandemia, Wizard afirmou em 5 de junho que os dados atuais de casos e mortes de coronavírus eram "fantasiosos". Wizard não apresentou provas para a acusação. No domingo, 7 de junho, Wizard informou que não iria aceitar o convite e divulgou a seguinte nota: “Peço desculpas por qualquer ato ou declaração de minha autoria que tenha sido interpretada como desrespeito aos familiares das vítimas da Covid-19 ou profissionais de saúde que assumiram a nobre missão de salvar vidas”.
(Fonte: jornal Gazeta Mercantil -13.07.2005 - pág. C-6 / revista Época Negócios - março 2016 / jornal Valor - 15.05.2017 jornal Valor international edition - 20.06.2017 / BBC Brasil (via MSN - 09.02.2018 / Época - 06.06.2020 - partes)

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