Em 1939, Luis Mateus Todeschini fundou uma fábrica de acordeões. Algum tempo depois, a Todeschini passou a produzir outro produto, muito distinto (para dizer o mínimo) de seu negócio principal: móveis.
Em 1971, o empresário gaúcho José Eugênio Farina comprou a empresa. Farina tinha 45 anos e seus filhos já eram crescidos. Para isso, vendeu os bens da família, inclusive parte da pequena metalúrgica na qual trabalhava.
Dois meses depois, um incêndio destruiu tudo. Os acordeões, foco inicial do negócio e produto visivelmente em extinção, foram abandonados. Começava ali, das cinzas, um negócio de móveis.
Outras adaptações necessárias seriam feitas desde então - na maioria delas Farina simplesmente seguiu tendências. No fim de 1993, após uma visita ao Japão, onde tivera contato com as práticas de qualidade total e produção enxuta, Farina decidiu mudar o estilo de gestão da Todeschini. Entre o Natal e o Ano-Novo, deu férias coletivas a todos os funcionários. Aproveitou que a empresa estava completamente vazia e foi para o escritório acompanhado de um grupo de pedreiros.
Todas as paredes foram derrubadas. "Uma nova era está se iniciando", anunciou ao pessoal que acabava de voltar ao trabalho. Sua sala fechada deu lugar a um espaço amplo e envidraçado que ele compartilhava com seus filhos João, diretor-superintendente, e Paulo, diretor administrativo e de exportações, além do diretor comercial Rogério Francio, há treze anos na empresa.
Com a abertura de mercado na década de 1990, ficou evidente que o obsoleto parque industrial precisaria ser modernizado e que novas tecnologias teriam de ser adotadas. E o sistema de vendas deveria também ser reformulado. A venda de cozinha pela mesma pessoa que vendia geladeira e dormitório provavelmente representava oportunidades perdidas.
O primeiro passo foi migrar das grandes redes para as lojas de móveis multimarcas. Depois, traçou o objetivo de ter lojas que vendessem apenas móveis da Todeschini. Para isso, seria necessário que a empresa oferecesse um catálogo que não se limitasse a cozinhas. Já em 2003, apesar de a maior parte do faturamento da Todeschini ainda vir da fabricação de cozinhas modulares, a empresa produzia também dormitórios, banheiros e áreas de serviço modulados.
A empresa, contudo, não abandonou totalmente o varejo popular. Preocupado com quem tomaria o espaço que a Todeschini poderia deixar, Farina resolveu ocupá-lo criando outra linha de móveis. Trata-se da Italínea, produzida em Farroupilha, na serra gaúcha.
Em meados de 2003, os produtos da Italínea eram comercializados em 1.200 pontos de venda. Com a marca Todeschini, eram 350 lojas exclusivas espalhadas pelo país.
(Fonte: revista Exame - 14.05.2003)
Em 1971, o empresário gaúcho José Eugênio Farina comprou a empresa. Farina tinha 45 anos e seus filhos já eram crescidos. Para isso, vendeu os bens da família, inclusive parte da pequena metalúrgica na qual trabalhava.
Dois meses depois, um incêndio destruiu tudo. Os acordeões, foco inicial do negócio e produto visivelmente em extinção, foram abandonados. Começava ali, das cinzas, um negócio de móveis.
Outras adaptações necessárias seriam feitas desde então - na maioria delas Farina simplesmente seguiu tendências. No fim de 1993, após uma visita ao Japão, onde tivera contato com as práticas de qualidade total e produção enxuta, Farina decidiu mudar o estilo de gestão da Todeschini. Entre o Natal e o Ano-Novo, deu férias coletivas a todos os funcionários. Aproveitou que a empresa estava completamente vazia e foi para o escritório acompanhado de um grupo de pedreiros.
Todas as paredes foram derrubadas. "Uma nova era está se iniciando", anunciou ao pessoal que acabava de voltar ao trabalho. Sua sala fechada deu lugar a um espaço amplo e envidraçado que ele compartilhava com seus filhos João, diretor-superintendente, e Paulo, diretor administrativo e de exportações, além do diretor comercial Rogério Francio, há treze anos na empresa.
Com a abertura de mercado na década de 1990, ficou evidente que o obsoleto parque industrial precisaria ser modernizado e que novas tecnologias teriam de ser adotadas. E o sistema de vendas deveria também ser reformulado. A venda de cozinha pela mesma pessoa que vendia geladeira e dormitório provavelmente representava oportunidades perdidas.
O primeiro passo foi migrar das grandes redes para as lojas de móveis multimarcas. Depois, traçou o objetivo de ter lojas que vendessem apenas móveis da Todeschini. Para isso, seria necessário que a empresa oferecesse um catálogo que não se limitasse a cozinhas. Já em 2003, apesar de a maior parte do faturamento da Todeschini ainda vir da fabricação de cozinhas modulares, a empresa produzia também dormitórios, banheiros e áreas de serviço modulados.
A empresa, contudo, não abandonou totalmente o varejo popular. Preocupado com quem tomaria o espaço que a Todeschini poderia deixar, Farina resolveu ocupá-lo criando outra linha de móveis. Trata-se da Italínea, produzida em Farroupilha, na serra gaúcha.
Em meados de 2003, os produtos da Italínea eram comercializados em 1.200 pontos de venda. Com a marca Todeschini, eram 350 lojas exclusivas espalhadas pelo país.
(Fonte: revista Exame - 14.05.2003)
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