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6 de out. de 2011

Hospital Albert Einstein

          Com o nome em homenagem ao físico alemão, naturalizado norte-americano, o hospital Albert Einstein foi fundado nos anos 1970 por um grupo de médicos, empresários e expoentes da comunidade judaica paulistana.
          Criado com cunho beneficente, o hospital vinha sendo administrado por médicos voluntários desde então. Ao longo das três primeiras décadas, quatro administrações construíram uma referência de qualidade na prestação de serviços de saúde. A sustentação dessa excelência, porém, não era o bastante. "O ambiente em que o Einstein nasceu mudou", disse o médico oftalmologista Cláudio Lottenberg, então presidente do conselho de administração.
          Até meados da década de 1990, o Einstein cresceu sobretudo com doações da comunidade judaica. Era preciso um aparelho sofisticado? Ou alguns leitos a mais? A resposta estava na doação de empresários como David Feffer, da Suzano, e o banqueiro Joseph Safra. A partir de um certo momento, porém, a modernização do hospital passou a depender da solução de uma equação mais difícil. "O desenvolvimento da medicina e o uso de tecnologias cada vez mais avançadas vêm aumentando as necessidades de nossos investimentos", disse Lottenberg.
          A saída foi buscar receita em novos mercados. Em 2003, 10% dos 481 milhões de reais de faturamento da empresa vieram de negócios que não existiam cinco anos antes, como laboratórios para diagnósticos, uma clínica para procedimentos hospitalares que não exigem internação, um lar para idosos que necessitam de acompanhamento médico e um instituto de ensino e pesquisa.
          Desde janeiro de 2004, o Einstein passou a ser administrado por profissionais que não têm origem na área médica. O comando do hospital passou para o engenheiro Gustavo Leite, nascido em 1960, que deixou a presidência da Monsanto, uma das maiores empresas de agronegócios do mundo. Outros profissionais completam o eclético time que dá as diretrizes do Einstein. Paulo Schwartz, administrador, nascido em 1952, encarregado de traçar as estratégias de marketing, era vice-presidente comercial da Telefônica. Cristina Weiss, administradora, nascida em 1966, diretora de recursos humanos, veio do banco de investimentos Merrill Lynch. E o diretor financeiro, Vicente Todaro, administrador, nascido em 1956, foi recrutado em uma concessionária de energia elétrica, a AES Eletropaulo.
          O grupo tinha uma missão estratégica - fazer o Einstein deixar de ser somente um hospital, reconhecido por seu padrão de excelência, para se tornar um grande negócio de prestação de serviços de saúde integrada.
          Considerando dados de 2003, o Einstein tinha faturamento de 481 milhões de reais, 4.665 médicos e 534 leitos.
          Desde 2017, o Einstein tem uma diretoria de inovação, com cerca de 40 pessoas, entre engenheiros, profissionais de saúde e especialistas em propriedade intelectual. Estão sob sua coordenação o Centro de Inovação Tecnológica (CIT), o Innovation Lab, os projetos de telemedicina e a incubadora de startups Eretz.bio, a primeira na área de saúde no país. A telemedicina do hospital usa inteligência artificial para atendimentos à distância em todo o Brasil com emergencistas — eles dão apoio e diagnósticos 24 horas por dia por meio de um centro de comando que trabalha em tempo real. A interação da inovação com outros setores do hospital resultou, em maio de 2020, no primeiro teste do mundo de diagnóstico do novo coronavírus baseado em sequenciamento genético. Com a técnica, é possível processar um número de amostras 16 vezes superior ao teste até então usado como referência em todo o globo.
(Fonte: revista Exame - 04.08.2004 / Época Negócios 10.10.2020 - partes)

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