Em 1996 a Telecom Italia começou a montar uma equipe para costurar a participação da empresa na privatização da Telebrás. Foi quando aportou por aqui a executiva veronense Carla Cico, então responsável pela expansão dos negócios da operadora no Oriente Médio, no Extremo Oriente e na América do Sul. Carla coordenava uma equipe de mais de 100 pessoas que trabalhavam na formação do consórcio. Foi nessa época que ela conheceu o banqueiro baiano Daniel Dantas, dono do Opportunity que, capitaneando um grupo formado por fundos de pensão, se tornaria sócio dos italianos no consórcio que arremataria a Brasil Telecom, em 1998.
No ano seguinte, no meio do fogo cruzado que tinha se tornado a convivência entre os acionistas, Carla trocou a Telecom Italia pelo Opportunity. A troca de lado foi vista como traição pelos italianos e rendeu vários desafetos à executiva.
Em março de 2001, indicada por Dantas, mas sem o apoio dos fundos de pensão e da Telecom Italia, Carla assumiu a presidência da Brasil Telecom S.A., substituindo Henrique Neves, que acumulava também o cargo de presidente da Brasil Telecom Participações, a holding que controlava a operadora. (Neves se desligaria da empresa em março de 2002). No comando da empresa, uma das atribuições de Carla era transformar uma ex-estatal numa prestadora de serviços.
Os quatro sócios da empresa, banco Opportunity, Citibank, Telecom Italia e fundos de pensão liderados pela Previ, viveram por muitos anos numa disputa sanguinária. E pessoas envolvidas em escândalos como Mensalão e Lava-Jato circularam pela empresa durante algum tempo. Marcos Valério apareceu em duas etapas da barafunda. No início do governo Lula (2002), ele aproximou Delúbio Soares do Opportunity de Daniel Dantas, o banqueiro odiado por um dos principais assessores de Lula, o secretário Luiz Gushiken. Em meados de 2004, quando negociava a venda da Telemig para a Vivo, Dantas já tinha a seu lado o então ministro José Dirceu. Com o dinheiro que ganharia da venda da Telemig, Dantas pretendia comprar a parte do Citibank e se tornar o controlador inconteste da Brasil Telecom.
Além do fato de ter sede em Brasília, a Brasil Telecom era acompanhada de perto pelo governo por ser o foco de um dos maiores conflitos societários do capitalismo Brasileiro. Por anos, os fundos de pensão Previ, Petros e Funcef tentaram destituir o Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, do controle da operadora. Quando finalmente venceram a batalha, os fundos passaram à Angra Partners, então uma gestora pequena, a tarefa de preparar a empresa para a venda.
Os executivos Ricardo Knoepfelmacher, ou Ricardo K, como é mais conhecido, e André Rizzi, da Angra, foram deslocados para a operadora. A reestruturação na Brasil Telecom cortou custos, reduziu o quadro de funcionários e estabeleceu controles internos e regras de governança, aumentando a rentabilidade e o valor de mercado. Enquanto esteve à frente da BrT, o Opportunity apostou nessa estratégia (de deslocar seu profissionais para assumir cargos na BrT) e foi duramente criticado pelos principais acionistas - Previ e Petros.
Em abril de 2008, a Brasil Telecom foi vendida para a Oi por 5,8 bilhões de reais. O negócio foi sacramentado em janeiro de 2009.
(Fonte: revista Exame - 15.01.2003/ revista Época - 08.08.2005 / Exame 01.02.2006 / 17.06.2009 - partes)
No ano seguinte, no meio do fogo cruzado que tinha se tornado a convivência entre os acionistas, Carla trocou a Telecom Italia pelo Opportunity. A troca de lado foi vista como traição pelos italianos e rendeu vários desafetos à executiva.
Em março de 2001, indicada por Dantas, mas sem o apoio dos fundos de pensão e da Telecom Italia, Carla assumiu a presidência da Brasil Telecom S.A., substituindo Henrique Neves, que acumulava também o cargo de presidente da Brasil Telecom Participações, a holding que controlava a operadora. (Neves se desligaria da empresa em março de 2002). No comando da empresa, uma das atribuições de Carla era transformar uma ex-estatal numa prestadora de serviços.
Os quatro sócios da empresa, banco Opportunity, Citibank, Telecom Italia e fundos de pensão liderados pela Previ, viveram por muitos anos numa disputa sanguinária. E pessoas envolvidas em escândalos como Mensalão e Lava-Jato circularam pela empresa durante algum tempo. Marcos Valério apareceu em duas etapas da barafunda. No início do governo Lula (2002), ele aproximou Delúbio Soares do Opportunity de Daniel Dantas, o banqueiro odiado por um dos principais assessores de Lula, o secretário Luiz Gushiken. Em meados de 2004, quando negociava a venda da Telemig para a Vivo, Dantas já tinha a seu lado o então ministro José Dirceu. Com o dinheiro que ganharia da venda da Telemig, Dantas pretendia comprar a parte do Citibank e se tornar o controlador inconteste da Brasil Telecom.
Além do fato de ter sede em Brasília, a Brasil Telecom era acompanhada de perto pelo governo por ser o foco de um dos maiores conflitos societários do capitalismo Brasileiro. Por anos, os fundos de pensão Previ, Petros e Funcef tentaram destituir o Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, do controle da operadora. Quando finalmente venceram a batalha, os fundos passaram à Angra Partners, então uma gestora pequena, a tarefa de preparar a empresa para a venda.
Os executivos Ricardo Knoepfelmacher, ou Ricardo K, como é mais conhecido, e André Rizzi, da Angra, foram deslocados para a operadora. A reestruturação na Brasil Telecom cortou custos, reduziu o quadro de funcionários e estabeleceu controles internos e regras de governança, aumentando a rentabilidade e o valor de mercado. Enquanto esteve à frente da BrT, o Opportunity apostou nessa estratégia (de deslocar seu profissionais para assumir cargos na BrT) e foi duramente criticado pelos principais acionistas - Previ e Petros.
Em abril de 2008, a Brasil Telecom foi vendida para a Oi por 5,8 bilhões de reais. O negócio foi sacramentado em janeiro de 2009.
(Fonte: revista Exame - 15.01.2003/ revista Época - 08.08.2005 / Exame 01.02.2006 / 17.06.2009 - partes)
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