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6 de out. de 2011

Hughes

          Hughes foi um investidor, fundador da OneWeb e continua a deter uma participação na empresa. Outros acionistas da OneWeb incluem o governo britânico, o SoftBank do Japão e a operadora de satélite francesa Eutelsat.        
          A norte-americana Hughes fará parceria com a britânica OneWeb para oferecer um serviço de comunicação via satélite de baixa latência no Brasil, voltado para o mercado corporativo, a partir do segundo semestre de 2023. A tecnologia a ser utilizada é a mesma do Starlink do bilionário Elon Musk: uma constelação de satélites de baixa órbita. Este é um grupo de satélites que orbitam a Terra em sincronia. A tecnologia permite, por exemplo, oferecer serviços móveis via satélite, o que na prática significa acesso à Internet em aviões, navios e ônibus.
          A Hughes está no Brasil desde 1968 e utiliza três satélites geoestacionários para prestar serviços no país. Este tipo de satélite gira na mesma direção e na mesma velocidade que a Terra. Portanto, embora esteja em movimento, parece permanecer estacionário em uma órbita de 36.000 quilômetros acima da superfície da Terra. Essa distância faz com que o sinal de comunicação demore quase 0,5 segundo para ir até o satélite e voltar para a Terra. Pode não parecer muito, mas esse lapso de tempo é um impedimento para a prestação de alguns tipos de serviços no setor bancário, por exemplo.
          Desde 2016, a Hughes oferece um serviço de banda larga via satélite para usuários finais (B2C) no Brasil, mas sua base de clientes nesse segmento vem diminuindo. No final de novembro de 2022, a operadora tinha 208,3 mil assinantes dessa categoria (pessoa física), segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), queda de 26% em relação a novembro de 2020, quando tinha 281,7 mil assinantes. 
          Já os satélites de órbita baixa estão a 600 quilômetros da Terra e, portanto, têm um tempo de resposta comparável ao da fibra ótica, disse Rafael Guimarães, presidente da Hughes do Brasil. “A constelação OneWeb estará completa e operacional no segundo semestre de 2023”, disse o executivo. Em 2022, a Hughes e a OneWeb firmaram uma parceria inicial para atender o mercado indiano. E agora (início de 2023), em uma segunda fase, firmaram um acordo para prestar serviços em toda a América, do Canadá à Terra do Fogo, na Argentina.
          Ao contrário da Starlink, que oferece planos de acesso à Internet para pessoas físicas, a Hughes concentrará seus esforços comerciais em empresas e governos. “Não temos planos de usar nossa constelação para atender indivíduos”, disse Guimarães. O executivo disse que seria “um desperdício” usar a rede para fornecer acesso em banda larga a clientes residenciais, já que ela está preparada para atender às exigências e especificidades do mercado corporativo.
          Para continuar crescendo nesse segmento, a Hughes esperava lançar o Júpiter 3, o quarto satélite para ajudar a atender o mercado brasileiro, em 2022. A invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022 fez com que o lançamento fosse adiado. Isso porque o governo dos EUA passou a ter prioridade nos lançamentos.
          Espera-se que Júpiter 3 esteja no espaço em meados de 2023. O satélite terá capacidade total de 600 gigabits por segundo para atender as Américas. Guimarães não revela quanto dessa capacidade será dedicada ao Brasil. “Será um grande pedaço”, disse o executivo.
(Fonte: jornal Valor - 25.01.2023)

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