Total de visualizações de página

30 de out. de 2011

Banco Itaú

          "Itaú" é um nome derivado da língua tupi, significando "córrego do ferro", através da junção dos termos itá (pedra, metal, ferro) e 'y (água, rio). O nome é uma referência à cidade de Itaú de Minas no estado de Minas Gerais - sede da primeira agência. É popularmente considerado como pedra preta, do tupi-guarani.
          São duas histórias, de bancos distintos, que se tornaram uma, formando o banco Itaú: a história do banco da família Vilela e a do banco da família Setúbal. No final deste texto, aparece a menção a uma terceira: a fusão do banco Itaú com o banco da família Moreira Sales, o Unibanco, em 2008, que catapultou finalmente o Itaú para uma posição acima de seus rivais históricos: o Bradesco e o Banco do Brasil. A novo banco passou a se chamar então Itaú Unibanco.
          A história do banco começou em 30 de dezembro de 1943, quando Alfredo Egydio de Sousa Aranha fundou, na cidade de São Paulo, o Banco Central de Crédito, que foi autorizado a operar no ano seguinte. Já a outra parte da história, a primeira agência do Banco Itaú América, foi aberta no mesmo ano na cidade de Itaú de Minas, em Minas Gerais. Em 2 de janeiro de 1945, surgiu a primeira agência do Banco Central de Crédito (lembrando que este nada tinha a ver com o Banco Itaú América. Eram bancos distintos).
          A pedido do governo federal, toda instituição que tinha "Banco Central" em sua razão social teve que mudar de nome. Em 1952, mudou, então, sua denominação para "Banco Federal de Crédito". Mais tarde, o governo federal usaria o termo "Banco Central" como nome de sua autoridade monetária principal. Vários bancos nessa época chamavam-se "Banco Central de alguma coisa ou lugar".
          Os anos 1960 e 1970 foram marcados por diversas incorporações, fusões e aquisições, que proporcionaram um rápido crescimento ao banco. A primeira aquisição foi a do Banco Paulista de Comércio, em 1961. Houve a fusão com os bancos "União de Crédito" e, por fim, o "Itaú América", que acabou por gerar o nome usado até hoje: "Itaú". Em 1973, após outras mudanças de nome, o banco passou a se chamar apenas Banco Itaú e foi adotado um logotipo muito parecido ao atual, porém em preto e branco, que perdurou quase duas décadas (o símbolo era uma pedra preta, que, segundo alguns historiadores, seria a tradução do termo "itaú" da língua tupi para a língua portuguesa). O logotipo atual surgiria em 1992, com um fundo azul e letras amarelas e ligeiramente menores e mais espaçadas. Em 1974, foi criada a Itaúsa - Investimentos Itaú, holding que detém controle acionário do banco e de outras empresas. Seus dois maiores acionistas são a família Vilela e a família Setúbal. Esta última é a que mais aparece na mídia em face de Eudoro Vilela ter morrido sem deixar um herdeiro no comando do banco.
          No início de 1993, vinte anos depois de adotar o logotipo de fundo preto e letras brancas, o Itaú decidiu entrar na era Technicolor. Seu símbolo passou a ter fundo azul e letras amarelas. A fachada das agências passou a receber formas arredondadas e o layout interno foi totalmente modificado. O novo visual das agências foi idealizado pela DPZ.
          A partir de meados dos anos 1990, o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso iniciou o processo de privatização de bancos estatais, o qual, juntamente com outras aquisições de empresas privadas do setor bancário e correlatas (como de seguros) alavancaram enormemente a expansão do Itaú. Antes dos estatais a lista de compras começou com o Banco Francês e Brasileiro (BFB), em 1995. O BFB se transformou no Itaú Personnalité. Pouco depois, o Itaú adquiriu o Banco do Estado do Rio de Janeiro S.A. - Banerj (junho de 1997), o Banco do Estado de Minas Gerais S.A. - Bemge (1998), o Banco do Estado do Paraná S.A. - Banestado (outubro de 2000), o banco de investimento Matrix (2000), o site de finanças pessoais e distribuição de fundos LineInvest (2000). Adquiriu  também as atividades brasileiras de private banking do centenário grupo britânico Lloyds TSB no segundo semestre de 2001 e o Banco do Estado de Goiás S.A. (2001).
          Entre esses negócios, também o Banco Itaú fez um movimento inverso à desnacionalização que ocorria no setor bancário na época, comprando bancos estrangeiros, além de representar uma estratégia de marketing para atender a um público (nicho) específico. Em 1995, foi o Banco Francês e Brasileiro, do qual herdou a marca Personnalité – que funciona como uma unidade de private banking. Em 1998, a compra do Banco Del Buen Ayre, incorporado ao Itaú Argentina, atual Itaú Buen Ayre, reforçou a atuação do Itaú Holding Financeira no Mercosul.
          Pouco antes do Natal de 2001, mais precisamente no dia 22 de dezembro, o Itaú anuncia a intenção de compra do Sudameris francês. Além da rede de 276 agências e de 1,3 milhão de clientes no Brasil, o negócio incluiu agências em Paris e em Mônaco e operações na Colômbia, no Uruguai, no Paraguai, no México e no Caribe. O negócio foi fechado (assinado) em Milão, na sede do banco italiano IntesaBci, seu controlador, ao preço total de 1,6 bilhão de dólares. Em 12 de novembro de 2002, porém, o Itaú informou que estava desistindo da operação. Em abril de 2003, o Sudameris foi comprado pelo ABN AMRO Real, mais tarde, Santander.
          O Itaú adquiriu o canadense Banco Brascan no primeiro semestre de 2002 e em dezembro de 2002, comprou o antigo Banco BBA-Creditanstalt (que tinha, como sócio minoritário, um grupo austríaco) 
levando junto os ativos da financeira Fináustria. O Itaú queria reforçar a fraca presença que tinha como banco de atacado. O novo Itaú-BBA opera com alguma independência do Banco Itaú.
          Em março de 2003, a holding Itaúsa (por intermédio do Banco Itaú), adquiriu o Banco Fiat, forte em financiamentos e leasing.
          No ano de 2004, foi criada a financeira Taií (controlada pela Itaucred), oferecendo serviços de crédito a pessoas de baixa renda e atuando junto a grandes grupos varejistas (CBD e Americanas), com operações de cartões de crédito. O negócio foi descontinuado em 2009 face à reorganização do negócio de crédito ao consumo.
          Em dezembro de 2004, o Itaú e o Banco BMG, de Minas Gerais, instituição de médio porte que compõe um grupo empresarial da família Pentagna Guimarães fecharam uma parceria para a cessão de créditos da carteira de empréstimo consignado a pessoas físicas. Em março de 2005, Banco Itaú e as Lojas Americanas S.A. ("LASA") anunciam associação com o objetivo da criação de nova instituição financeira. A nova sociedade adquiriu a promotora de vendas das Lojas Americanas, a Facilita Serviços e Propaganda S.A. (“Facilita”).
          Em maio de 2006, o Grupo Itaúsa comprou, por US$ 2,2 bilhões, as operações do BankBoston (subsidiário do Bank of America - BofA) no Brasil. O grupo Itaúsa ainda exerceu, no terceiro trimestre de 2006, a opção de adquirir as unidades do BankBoston no Chile e no Uruguai e outros ativos relacionados a clientes da América Latina - inclusive a unidade de Private Banking de Miami. A participação do grupo BofA no Banco Itaú subiu para cerca de 7,8 por cento.
          Em 2007, o Itaú perdeu talvez a exposição mais relevante de seu símbolo na cidade de São Paulo. Com mania de querer ficar lembrados pelo menos por alguma obra relevante nas cidades por que passam, os prefeitos "levantam bandeiras". Gilberto Cassab criou a Lei Cidade Limpa. Até aí tudo bem. Mas, pegou pesado nos outdoors publicitários espalhados pela cidade, mostrando que, provavelmente, nunca esteve em Nova York. O relógio com o símbolo do Itaú no alto do Conjunto Nacional tinha de ser retirado. Visível a 26 quilômetros de distância, quase que escapou da degola. A nova lei não mandaria para a guilhotina se o símbolo estivesse ali por pelo menos 35 anos. Estava há 32 (o Itaú substituiu a Ford em 1976). E o Itaú ainda se deparou com dois obstáculos: o contrato em vigência com o Conjunto Nacional e a licença que tinha que conseguir do estado já que o relógio havia sido tombado dois anos antes pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). Até 2011 quando enfim conseguiu retirar o letreiro - o Itaú pagou vários milhões de reais de multas à Prefeitura por desrespeito à lei.
          Em 3 de novembro de 2008, foi anunciada a fusão das operações financeiras entre o banco Itaú e o Unibanco, o que levou a empresa à posição da maior instituição bancária do Brasil e o maior conglomerado financeiro do hemisfério sul. A fusão da Itaú Holding Financeira S.A. (controlada pela Itaúsa) com a Unibanco Holdings S.A. resultou na Itaú Unibanco Holding S.A. e tomou o lugar de 17ª maior empresa em capitalização de mercado do mundo, com um total de ativos combinado de mais de 575 bilhões de reais, 4,8 mil agências e 14,5 milhões de correntistas. O Unibanco (União de Bancos Brasileiros S.A.) foi absorvido pelo Banco Itaú S.A.
          Apesar de ser recente, a história permanece a mesma, com fusões e aquisições. Assim como o Banco Central de Crédito adquiriu o Banco Itaú América e usou a marca deste último, o mesmo ocorreu com o Unibanco, que passou a fazer parte de uma mesma história.
          Todas as informações relacionadas à marca Itaú Unibanco, a partir da fusão dos bancos Itaú e Unibanco, em 3 de novembro de 2008, constam da marca Banco Itaú Unibanco neste blog.
(Fonte: revista Exame - 06.01.1993 / 06.02.2002 / 26.02.2003 / G1 08.10.2016 / guiadoscuriosos.uol - partes)

Nenhum comentário: