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30 de out. de 2011

Banco Unibanco

          Em 1924, o comerciante João Moreira Salles criou em Poços de Caldas, Minas Gerais, a instituição Seção Bancária da Casa Moreira Salles, que iria se constituir no embrião do Unibanco.
          Nova anos mais tarde, em 1933, Walther Moreira Salles, filho mais velho com então 21 anos, assume o comando da Casa Bancária Moreira Salles. Posteriormente Walther Moreira Salles viria a ser embaixador do Brasil em Washington.
          Em 15 de julho de 1940 a instituição passa a chamar-se Banco Moreira Salles.
          Em abril de 1967, o Banco Moreira Salles se fundiu com o Banco Agrícola e Mercantil, também conhecido como Agrimer, do Rio Grande do Sul, o qual possuía uma rede de aproximadamente 120 agências. A fusão foi ajudada pelo fato de os bancos terem redes bem distintas de agências, além das safras agrícolas serem em períodos distintos, ampliando as oportunidades de financiamento.
          Após essa fusão, o nome foi mudado para União de Bancos Brasileiros, que na década de 1970 receberia o nome de Unibanco e seria o terceiro maior banco privado do país, então com mais de 1 milhão de clientesA sede foi transferida para o Rio de Janeiro, formando uma rede de 330 agências, em 10 estados brasileiros. A presidência, vice-presidências e duas diretorias ficaram com executivos do Moreira Salles, enquanto os diretores do Agrimer ficaram com cargos na diretoria executiva, ficando claro que tratou-se mais de uma incorporação do que uma real fusão de bancos.
          Em 1975 todas as empresas do conglomerado recebem o nome Unibanco e, em 1983, o banco muda sua matriz operacional para o Edifício Unibanco, na cidade de São Paulo, conhecido prédio de 22 andares ao lado do Shopping Eldorado, nas proximidades do Jockey Club, na zona oeste de São Paulo.
          No início da década de 1990, o Unibanco saiu na frente dos concorrentes na transmissão de informações aos clientes. Lançou os pagers, batizados de Unibanco 30 Horas Pocket, que trazem na tela informações que vão de saldos bancários a índices econômicos. O passo seguinte seriam informações via fax e no início de 1993, seria a vez de entrar em cena um computador capaz de decifrar vozes. O cliente acionaria por telefone, pediria o dado que desejava e receberia a informação na hora.
          A sede do Unibanco foi mudada do Rio de Janeiro para São Paulo em 1993. Um ano antes, o presidente executivo Israel Vainboim, foi substituído Tomas Tomislav Antonin Zinner, que como bom carioca, preferiu continuar morando em sua cidade. Zinner escalou sucessivos degraus ao longo de 26 anos no Unibanco até assumir a presidência executiva em agosto de 1992.
          De sua mesa, que ocupa o fundo do amplo salão acarpetado no 4º andar do edifício, que abriga o comando do braço financeiro do grupo, Pedro Moreira Salles (neto do fundador, João Moreira Salles), presidente do conselho de administração e principal acionista do Unibanco, tomou a decisão mais importante desse período, e que viabilizou tudo o que veio mais tarde: sem muito alarde, em 1994, em pleno Plano Real, mudou a estrutura de capital para permitir a entrada de acionistas. Tempos depois, bancos como o alemão Commerzbank, o japonês Mizuho e a Caixa Geral de Depósitos tornaram-se sócios do Unibanco e ajudaram a financiar sua expansão. 
          Por volta de 1995, o Unibanco tentou, sem muito sucesso, se destacar no mercado financeiro brasileiro pela inovação, onde nunca teve destaque maior, tendo tentado ser o primeiro banco a permitir operações via internet e sem agências para seus clientes pelo site Banco1.net (vide origem da marca Banco 1.net neste blog), mas, o Bradesco chegou na frente sendo, inclusive, um dos primeiros no mundo. Também tentou o fracassado cartão de crédito sem plástico, e-card, só para compras via internet. Não deu certo.
          Para garantir sua sobrevivência, o Unibanco reduziu o contingente de funcionários de 52.000, em 1986, para 16.000 em 1995.
          O Unibanco sempre teve problema de identidade. Ora era popular, hora era chique. Alguns dizem que a campanha de marketing com o slogan "Nem parece Banco" foi muito criticada pela mídia especializada porém esta frase foi usada até mesmo após a fusão com o Itaú.
          Formado tradicionalmente por aquisições, sendo as mais conhecidas a do Banco Nacional em 1995, o Banco Bandeirantes, repassado pela portuguesa Caixa Geral de Depósitos, em 1999 e a da Fininvest, algum tempo depois. O banco colocou o crescimento como prioridade. Os 750.000 correntistas de junho de 1994, transformaram-se em 4 milhões em outubro de 2003, quando atingiu 1.300 agências, em comparação com as 400 de 1990.
          Por volta do ano de 2000, seu braço segurador, o Unibanco Seguros, adquiriu a Prever, empresa de seguros e previdência.
          Em 27 de fevereiro de 2001, uma terça-feira de Carnaval, Walther Moreira Salles morre de enfarte aos 88 anos, em Petrópolis, no Rio de Janeiro.
          O banco se reestruturou em 2004, em meio a uma crise de identidade, tendo Pedro Moreira Salles assumido sua presidência executiva, com fortes mudanças de marca, posicionamento e estratégia. Demitiu praticamente todos os seus executivos com mais de 10 anos de banco sem muito critério além deste. 
          Em 2005, as mudanças pareciam ter surtido resultado, refletido na valorização de suas ações na Bovespa, onde o Unibanco alcançou aumento de cerca de 75% na sua cotação no segundo semestre de 2005, porém, o sucesso vinha de uma tesouraria não muito ortodoxa.
          Em 2007, o banco continuava sob controle familiar (família Moreira Salles) sendo presidido pelo neto do fundador, Pedro Moreira Salles. Com a crise de 2008, foi o único grande banco brasileiro que teve rumores de problemas de liquidez, porém nada além de especulações.
          Em 2008, o conglomerado financeiro Unibanco incluía várias empresas, como a Unibanco Seguros & Previdência, Fininvest (CDC), Hipercard (em parceria com o Bompreço, hoje Wal-Mart), Luizacred (associação com o grupo Magazine Luiza), PontoCred (associação com o grupo Ponto frio), Tricard (associação com Grupo Martins), Banco Dibens e Unicard (líder em cartões de crédito na América Latina).
          Em 3 de novembro de 2008, foi anunciada a fusão das operações financeiras entre o banco Itaú e o Unibanco, o que levou a empresa à posição da maior instituição bancária do Brasil e o maior conglomerado financeiro do hemisfério sul. A fusão da Itaú Holding Financeira S.A. (controlada pela Itaúsa) com a Unibanco Holdings S.A resultou na Itaú Unibanco Holding S.A. e tomou o lugar de 17ª maior empresa em capitalização de mercado do mundo, com um total de ativos combinado de mais de 575 bilhões de reais, 4,8 mil agências e 14,5 milhões de correntistas. O Unibanco (União de Bancos Brasileiros S.A.) foi absorvido pelo Banco Itaú S.A.
          Devido ao processo de fusão, as agências do Unibanco foram recebendo aos poucos as características "Itaú" até o final de 2010, quando a marca "Unibanco" deixou definitivamente de ser utilizada em agências físicas. Os clientes foram migrados para a plataforma Itaú e todas as empresas do conglomerado passaram a trabalhar com marcas e características deste (entretanto muito do Unibanco foi mantido em várias empresas no novo formato, inclusive nomes como, por exemplo, o Uniclass que passou a se chamar Itaú Uniclass)
          Os espaços de cinema Unibanco passaram a se chamar Cinema Itaú.
(Fonte: Wikipédia / revista Exame - 19.08.1992 / 23.12.1992 - partes)

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