Guilherme Benchimol decidiu trabalhar no mercado financeiro depois de assistir a uma palestra de Luiz Cezar Fernandes, fundador do Banco Pactual (hoje BTG Pactual) quando cursava economia no Rio de Janeiro. Arranjou um emprego na corretora Investshop, que pertencia ao banco Bozano, Simonsen. Sua missão era vender a plataforma virtual da corretora (o home broker) num momento em que isso era uma revolução tecnológica. O projeto não decolou e ele foi demitido. Acabou se mudando para Porto Alegre para fazer a mesma coisa numa corretora gaúcha - mas não deu certo de novo.
Benchimol e outro jovem funcionário, Marcelo Maisonnnave, acreditavam no futuro do home broker. Em 2001, os dois juntaram suas economias de 15.000 reais, alugaram uma sala de 25 metros quadrados no centro de Porto Alegre e compraram quatro computadores usados na lan house ao lado. O nome da empresa veio da falta de criatividade. Brincavam dizendo que iam abrir a empresa "XPTO", e acabaram encurtando mais um pouco. A XP nasceu como um escritório de agentes autônomos, uma figura conhecida no mercado financeiro por fazer o meio de campo entre o investidor e as corretoras. Em troca, ganha uma comissão. Mas, no caso da XP, os investidores e as comissões teimavam em não vir.
Os prejuízos se acumularam e, pouco mais de um ano após a fundação, Benchimol vendeu o carro por 20.000 reais para pagar as contas. A incerteza em relação à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência em 2002 levou o dólar a 4 reais e fez a Bolsa despencar 40%, tornando praticamente impossível convencer qualquer novato a apostar em ações. Em março de 2003, os sócios começaram a achar que o melhor seria preparar os currículos e procurar emprego.
Antes de desistir de vez, resolveram recorrer aos amigos. Benchimol ligou para Julio Capua, um amigo do Rio, com o discurso do "agora vai". Capua transferiu 5.000 reais no mesmo dia. Os sócios se deram conta de que estavam tentando pegar o dinheiro de quem não entendia de bolsa. Decidiram, então, oferecer cursos para desmistificar o mercado acionário. E parte dos alunos procurou a XP para abrir uma conta de investimento em ações.
O movimento da empresa aumentou, mas a XP ainda não podia aumentar o salário e perdeu um dos dois estagiários. Para não ocorrer o mesmo com a outra estagiária, Ana Clara Sucolotti, os sócios ofereceram uma participação de 10% na XP. Anos depois, Benchimol e Ana Clara se casaram. O amigo e financiador Julio Capua, foi o quarto sócio, que com 200.000 reais comprou 15% da XP.
Em 2006 a XP engrenou e apresentou um faturamento de pouco mais de 6 milhões de reais. E os sócios decidiram que estavam grandes demais para continuar na vida de agente autônomo. Em 2007, negociaram com Kleber Holinger, dono da corretora carioca Americainvest, para assumir a corretora por 2 milhões de reais, pagos em módicas prestações, mais 5% da XP.
No ano seguinte estouraria a crise mundial pós-Lehman Brothers (vide origem da marca Lehman Brothers neste blog). O negócio das corretoras parecia ir para o vinagre. Mas a crise acabou sendo uma bênção. O volume de negócios cresceu em 2009, quando a bolsa valorizou quase 140% se tomarmos o índice no pior momento em 27 de outubro de 2008 até o final de 2009. Nos três anos seguintes, a XP comprou mais três corretoras. Em 2011, o fundo Actis pagou 100 milhões de reais por uma participação de 20% na XP, o que avaliava a empresa em 500 milhões de reais, para que ela desenvolvesse outras áreas, de renda fixa, de gestão de fundos e de corretagem de seguros. Nas discussões com o fundo, veio a ideia de se espelhar nas americanas Schwab e Fidelity para se destacar entre as corretoras independentes. Foi quando começou a nascer o "shopping financeiro" virtual.
No fim do ano seguinte, 2012, o fundo General Atlantic entrou no negócio e pagou 430 milhões por uma fatia de 31%. Em 2016, o fundo aumentou sua participação para 49% comprando as ações da Actis. Foi nessa transação que a XP foi avaliada em 3 bilhões de reais. Benchimol é dono de 24% das ações. O restante é distribuído entre os outros 27 sócios. O crescimente acelerado começou a gerar atritos entre Benchimol e o cofundador, Marcelo Maisonnave. A XP criou projetos que não vingaram como uma empresa de crédito imobiliário, um corretora de seguros corporativos, assessoria a empresas em fusões e aberturas de capital. A rotatividade de executivos aumentou, assim como as reclamações de soberba e intransigência com relação ao sócio principal. Maisonnave saiu em 2014, com uma bolada estimada de 120 milhões de reais (em seguida, um grupo de seis sócios deixou a XP). Benchimol está, agora, em meio a uma nova transformação, desta vez um tanto paradoxal: a XP vai virar um banco. Mesmo com números expressivos, a XP tem apenas 140.000 investidores. Seu faturamento está perto de 1 bilhão de reais (dados de 2016). Tornou-se a maior corretora não ligada a bancos do país.
Na noite de 1 de dezembro de 2016, a XP anuncia a aquisição de 100% do capital da Rico, corretora online que atua nos segmentos de ações, mercado futuro, Tesouro Direto e na distribuição de fundos. A Rico continuará como uma corretora independente e completará a grade de serviços da XP. É bom que seja assim (que a Rico continue independente), em um mercado no qual encolhe a cada dia o número de instituições competitivas.
Em maio de 2017, quando muitos aguardavam informações sobre o cronograma para sua IPO, uma notícia nada alvissareira para quem tinha a pretensão de fazer parte do capital da XP chegou ao mercado como uma ducha de água gelada. Na noite da quinta-feira, dia 11, em comunicados individuais, o Itaú Unibanco e a XP Investimentos anunciam a conclusão de uma negociação. Depois de dois meses de conversas discretas, o Itaú Unibanco fechou a compra de 49,9% do capital total (sendo 30,1% em ações ordinárias) da XP Investimentos por irrefutáveis R$ 6,3 bilhões, valor que inclui R$ 600 milhões em recursos que o banco injetará na empresa. Com a transação, o maior banco privado do país reserva seu espaço no processo de desbancarização em curso. No fim de 2016, a XP tinha 276 mil clientes e cerca de R$ 65 bilhões em ativos sob custódia.
O acordo assinado permite que Guilherme Benchimol, fundador da XP, e seus sócios fiquem no comando da XP até 2033, se assim desejarem. A partir disso, caberá ao Itaú decidir se quer exercer o direito de comprar o controle do “supermercado financeiro”. Caso os atuais sócios da XP decidam sair do negócio antes disso, porém, eles podem vender o controle já em 2024. Até lá, no entanto, o Itaú se compromete a aumentar sua participação no capital total para 64,2% em 2020 e para 74,9% em 2022, com 49,9% das ações ordinárias. É isso que permitirá a saída total do fundo de private equity, General Atlantic e da gestora Dynamo. Inicialmente, eles venderão 60% da participação que detêm. Juntos eles possuem 49,5%. Roberto Setubal, do Itaú e Benchimol não se conheciam até o início das negociações.
Em março de 2018, o Cade aprova compra da fatia na XP pelo Itaú, com restrições. As exigências visam impedir que XP e Itaú prejudiquem concorrentes. Entre elas, está o compromisso de a XP manter a taxa zero para a oferta de produtos de renda fixa e a proibição de exigência de exclusividade e tempo mínimo de permanência para agentes autônomos de investimento.
Os prejuízos se acumularam e, pouco mais de um ano após a fundação, Benchimol vendeu o carro por 20.000 reais para pagar as contas. A incerteza em relação à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência em 2002 levou o dólar a 4 reais e fez a Bolsa despencar 40%, tornando praticamente impossível convencer qualquer novato a apostar em ações. Em março de 2003, os sócios começaram a achar que o melhor seria preparar os currículos e procurar emprego.
Antes de desistir de vez, resolveram recorrer aos amigos. Benchimol ligou para Julio Capua, um amigo do Rio, com o discurso do "agora vai". Capua transferiu 5.000 reais no mesmo dia. Os sócios se deram conta de que estavam tentando pegar o dinheiro de quem não entendia de bolsa. Decidiram, então, oferecer cursos para desmistificar o mercado acionário. E parte dos alunos procurou a XP para abrir uma conta de investimento em ações.
O movimento da empresa aumentou, mas a XP ainda não podia aumentar o salário e perdeu um dos dois estagiários. Para não ocorrer o mesmo com a outra estagiária, Ana Clara Sucolotti, os sócios ofereceram uma participação de 10% na XP. Anos depois, Benchimol e Ana Clara se casaram. O amigo e financiador Julio Capua, foi o quarto sócio, que com 200.000 reais comprou 15% da XP.
Em 2006 a XP engrenou e apresentou um faturamento de pouco mais de 6 milhões de reais. E os sócios decidiram que estavam grandes demais para continuar na vida de agente autônomo. Em 2007, negociaram com Kleber Holinger, dono da corretora carioca Americainvest, para assumir a corretora por 2 milhões de reais, pagos em módicas prestações, mais 5% da XP.
No ano seguinte estouraria a crise mundial pós-Lehman Brothers (vide origem da marca Lehman Brothers neste blog). O negócio das corretoras parecia ir para o vinagre. Mas a crise acabou sendo uma bênção. O volume de negócios cresceu em 2009, quando a bolsa valorizou quase 140% se tomarmos o índice no pior momento em 27 de outubro de 2008 até o final de 2009. Nos três anos seguintes, a XP comprou mais três corretoras. Em 2011, o fundo Actis pagou 100 milhões de reais por uma participação de 20% na XP, o que avaliava a empresa em 500 milhões de reais, para que ela desenvolvesse outras áreas, de renda fixa, de gestão de fundos e de corretagem de seguros. Nas discussões com o fundo, veio a ideia de se espelhar nas americanas Schwab e Fidelity para se destacar entre as corretoras independentes. Foi quando começou a nascer o "shopping financeiro" virtual.
No fim do ano seguinte, 2012, o fundo General Atlantic entrou no negócio e pagou 430 milhões por uma fatia de 31%. Em 2016, o fundo aumentou sua participação para 49% comprando as ações da Actis. Foi nessa transação que a XP foi avaliada em 3 bilhões de reais. Benchimol é dono de 24% das ações. O restante é distribuído entre os outros 27 sócios. O crescimente acelerado começou a gerar atritos entre Benchimol e o cofundador, Marcelo Maisonnave. A XP criou projetos que não vingaram como uma empresa de crédito imobiliário, um corretora de seguros corporativos, assessoria a empresas em fusões e aberturas de capital. A rotatividade de executivos aumentou, assim como as reclamações de soberba e intransigência com relação ao sócio principal. Maisonnave saiu em 2014, com uma bolada estimada de 120 milhões de reais (em seguida, um grupo de seis sócios deixou a XP). Benchimol está, agora, em meio a uma nova transformação, desta vez um tanto paradoxal: a XP vai virar um banco. Mesmo com números expressivos, a XP tem apenas 140.000 investidores. Seu faturamento está perto de 1 bilhão de reais (dados de 2016). Tornou-se a maior corretora não ligada a bancos do país.
Na noite de 1 de dezembro de 2016, a XP anuncia a aquisição de 100% do capital da Rico, corretora online que atua nos segmentos de ações, mercado futuro, Tesouro Direto e na distribuição de fundos. A Rico continuará como uma corretora independente e completará a grade de serviços da XP. É bom que seja assim (que a Rico continue independente), em um mercado no qual encolhe a cada dia o número de instituições competitivas.
Em maio de 2017, quando muitos aguardavam informações sobre o cronograma para sua IPO, uma notícia nada alvissareira para quem tinha a pretensão de fazer parte do capital da XP chegou ao mercado como uma ducha de água gelada. Na noite da quinta-feira, dia 11, em comunicados individuais, o Itaú Unibanco e a XP Investimentos anunciam a conclusão de uma negociação. Depois de dois meses de conversas discretas, o Itaú Unibanco fechou a compra de 49,9% do capital total (sendo 30,1% em ações ordinárias) da XP Investimentos por irrefutáveis R$ 6,3 bilhões, valor que inclui R$ 600 milhões em recursos que o banco injetará na empresa. Com a transação, o maior banco privado do país reserva seu espaço no processo de desbancarização em curso. No fim de 2016, a XP tinha 276 mil clientes e cerca de R$ 65 bilhões em ativos sob custódia.
O acordo assinado permite que Guilherme Benchimol, fundador da XP, e seus sócios fiquem no comando da XP até 2033, se assim desejarem. A partir disso, caberá ao Itaú decidir se quer exercer o direito de comprar o controle do “supermercado financeiro”. Caso os atuais sócios da XP decidam sair do negócio antes disso, porém, eles podem vender o controle já em 2024. Até lá, no entanto, o Itaú se compromete a aumentar sua participação no capital total para 64,2% em 2020 e para 74,9% em 2022, com 49,9% das ações ordinárias. É isso que permitirá a saída total do fundo de private equity, General Atlantic e da gestora Dynamo. Inicialmente, eles venderão 60% da participação que detêm. Juntos eles possuem 49,5%. Roberto Setubal, do Itaú e Benchimol não se conheciam até o início das negociações.
Em março de 2018, o Cade aprova compra da fatia na XP pelo Itaú, com restrições. As exigências visam impedir que XP e Itaú prejudiquem concorrentes. Entre elas, está o compromisso de a XP manter a taxa zero para a oferta de produtos de renda fixa e a proibição de exigência de exclusividade e tempo mínimo de permanência para agentes autônomos de investimento.
Em junho de 2018 o Banco Central define mudanças significativas no acordo da compra de fatia da XP Investimentos pelo Itaú como condição para aprovar o negócio. A solução preferida pela autoridade monetária é que o Itaú adquira participação acionária inferior aos 49,9% da XP. No entendimento do BC, esta seria a forma mais eficiente de garantir que a independência da plataforma de investimentos será preservada.
Em meados de dezembro de 2018, dois expoentes do mercado financeiro brasileiro estão em vias de entrar em conflito judicial. A XP Investimentos se arma para processar o BTG Pactual por supostamente ter quebrado o acordo de confidencialidade assinado pelo banco quando foi contratado como um dos coordenadores da oferta inicial de ações da corretora.
Em dezembro de 2019, não se fala em outra coisa que o IPO da corretora XP, já com marca nova XP Inc.. Seja pela emblemática trajetória de seu fundador, quanto pelo belíssimo modelo de negócios que revolucionou a maneira como o pequeno investidor brasileiro aplica os seus recursos. Em sua documentação para a abertura de capital, Benchimol anexou uma carta em que justifica o fato de ela acontecer em uma bolsa estrangeira (Nasdaq), ao invés da Bolsa brasileira (B3), com uma série de argumentos. Entre esses argumentos estão: (i) Nasdaq é a bolsa em que as empresas líderes de tecnologia estão listadas; (ii) capacidade de implementar uma estrutura acionária com “super-ações”; (iii) necessidade de seguir padrões mais rígidos de governança e transparência que se traduzem em maior segurança aos investidores.
Um verdadeiro tapa na cara do investidor brasileiro. Mesmo considerando que o que está em jogo, como sempre no mercado financeiro, é o dinheiro, Benchimol, na hora de tirar um 10 na última questão (Qual a capital da França?) da prova de geografia, respondeu: Tegucigalpa. Depois de ter um crescimento estratosférico, porém reconheçamos, graças às suas ideias, aquele que é considerado um dos maiores empreendedores brasileiros simplesmente esqueceu de quem o levou ao apogeu, a razão da existência e do sucesso da própria XP: seus agentes autônomos e seus clientes, centenas de milhares de CPFs, ficaram alijados da possibilidade de comprar ações aos preços do IPO. Todo mundo ficou chupando o dedo. O mais grave é a petulância de dizer que o cliente está em primeiro lugar. A bolsa brasileira não serviu para ser o palco do IPO. Para a Netshoes, a B3 também não servia.
Em 2018, a XP Investimentos cria a corretora de criptoativos XDEX que visava ser a ponte entre o mundo cripto e os cidadãos brasileiros, com serviços de negociação seguros, rápidos e com baixas taxas. No dia 31 de março de 2020, a XDEX anunciou o encerramento de suas atividades.
A XP tinha em setembro de 2019 1,5 milhão de clientes ativos, com R$ 350 bilhões em ativos sob custódia. A receita líquida com o negócio de varejo somou R$ 3,18 bilhões em 12 meses até setembro.
Ao fechar o preço de venda de sua ação classe A por US$ 27, acima do teto do intervalo sugerido no prospecto da oferta inicial, que ia de US$ 22 a US$ 25, a XP Inc. abriu capital na Nasdaq (em 12.12.2019) com valor de mercado de US$ 14,89 bilhões, ou R$ 61,8 bilhões pela cotação do dólar em 11 de dezembro de 2019. A participação societária ficou assim distribuída: XP (controle) - 23,1%, Itaú - 46,1%, General Atlantic - 13,6%, Dynamo - 2,1%, outros - 15,1%.
Em julho e 2020 a EQI Investimentos, de Juliano Custódio, fundada em 2003, um dos maiores escritórios de agentes autônomos (AAI) ligados à XP, é comprada (49%) pelo BTG Pactual.
Em meados de dezembro de 2018, dois expoentes do mercado financeiro brasileiro estão em vias de entrar em conflito judicial. A XP Investimentos se arma para processar o BTG Pactual por supostamente ter quebrado o acordo de confidencialidade assinado pelo banco quando foi contratado como um dos coordenadores da oferta inicial de ações da corretora.
Em dezembro de 2019, não se fala em outra coisa que o IPO da corretora XP, já com marca nova XP Inc.. Seja pela emblemática trajetória de seu fundador, quanto pelo belíssimo modelo de negócios que revolucionou a maneira como o pequeno investidor brasileiro aplica os seus recursos. Em sua documentação para a abertura de capital, Benchimol anexou uma carta em que justifica o fato de ela acontecer em uma bolsa estrangeira (Nasdaq), ao invés da Bolsa brasileira (B3), com uma série de argumentos. Entre esses argumentos estão: (i) Nasdaq é a bolsa em que as empresas líderes de tecnologia estão listadas; (ii) capacidade de implementar uma estrutura acionária com “super-ações”; (iii) necessidade de seguir padrões mais rígidos de governança e transparência que se traduzem em maior segurança aos investidores.
Um verdadeiro tapa na cara do investidor brasileiro. Mesmo considerando que o que está em jogo, como sempre no mercado financeiro, é o dinheiro, Benchimol, na hora de tirar um 10 na última questão (Qual a capital da França?) da prova de geografia, respondeu: Tegucigalpa. Depois de ter um crescimento estratosférico, porém reconheçamos, graças às suas ideias, aquele que é considerado um dos maiores empreendedores brasileiros simplesmente esqueceu de quem o levou ao apogeu, a razão da existência e do sucesso da própria XP: seus agentes autônomos e seus clientes, centenas de milhares de CPFs, ficaram alijados da possibilidade de comprar ações aos preços do IPO. Todo mundo ficou chupando o dedo. O mais grave é a petulância de dizer que o cliente está em primeiro lugar. A bolsa brasileira não serviu para ser o palco do IPO. Para a Netshoes, a B3 também não servia.
Em 2018, a XP Investimentos cria a corretora de criptoativos XDEX que visava ser a ponte entre o mundo cripto e os cidadãos brasileiros, com serviços de negociação seguros, rápidos e com baixas taxas. No dia 31 de março de 2020, a XDEX anunciou o encerramento de suas atividades.
A XP tinha em setembro de 2019 1,5 milhão de clientes ativos, com R$ 350 bilhões em ativos sob custódia. A receita líquida com o negócio de varejo somou R$ 3,18 bilhões em 12 meses até setembro.
Ao fechar o preço de venda de sua ação classe A por US$ 27, acima do teto do intervalo sugerido no prospecto da oferta inicial, que ia de US$ 22 a US$ 25, a XP Inc. abriu capital na Nasdaq (em 12.12.2019) com valor de mercado de US$ 14,89 bilhões, ou R$ 61,8 bilhões pela cotação do dólar em 11 de dezembro de 2019. A participação societária ficou assim distribuída: XP (controle) - 23,1%, Itaú - 46,1%, General Atlantic - 13,6%, Dynamo - 2,1%, outros - 15,1%.
Em julho e 2020 a EQI Investimentos, de Juliano Custódio, fundada em 2003, um dos maiores escritórios de agentes autônomos (AAI) ligados à XP, é comprada (49%) pelo BTG Pactual.
Em maio de 2021, a XP informou ter chegado a um acordo definitivo com o Itaú e a Itaúsa para a fusão com a XPart, holding formada a partir da separação da participação do Itaú na XP. A fusão deve ser concretizada no terceiro trimestre de 2021, depois dos avais dos acionistas reunidos em assembleias.
Em 19 de outubro de 2021, a XP compra fatia na gestora AZ Quest. A aquisição faz parte da estratégia da XP de desenvolver o mais completo ecossistema de gestores e distribuidores do Brasil.
Na manhã do dia 7 de janeiro de 2022, a XP Inc. (XPBR31) anunciou a aquisição de 100% do Banco Modal (MODL11), dono da plataforma modalmais. O negócio, apoiado pelo Credit Suisse, será pago com a emissão de até 19,5 milhões novas ações ou BDRs da companhia, representando um total de aproximadamente R$ 3 bilhões, a preços de hoje. Nos últimos doze meses até setembro, ambas as firmas totalizaram R$11,8 bilhões em receita líquida, segundo comunicado da XP. Juntas, elas terão 3,8 milhões de clientes ativos. O Banco Modal permanecerá como uma empresa independente e, após a conclusão da aquisição, os acionistas do banco ficarão com 3,49% da XP – ou 3,37% pós-diluição.
Em agosto de 2022, o grupo XP conquistou a concessão dos aeroportos de Jacarepaguá (Rio de Janeiro) e Campo de Marte (SP) em leilão federal. O contrato foi assinado no final de março de 2023.
Em maio de 2023, a XP anunciou parceria com a SVN Investimentos, de Maringá (PR), escritório que tinha cerca de R$ 20 bilhões.
No início de agosto de 2023, a XP selou a compra de participação minoritária relevante da Ável Investimentos, escritório de assessoria de investimentos com cerca de R$ 10 bilhões na custódia da plataforma. Com a transação, cujas condições não foram reveladas, passa a ser sócia capitalista do negócio. Fundada em 2019, em Porto Alegre (RS), a Ável tem 30 mil clientes ativos e 450 profissionais. Trata-se do segundo acordo fechado sob o novo marco regulatório da atividade das assessorias de investimentos, os antigos agentes autônomos, que passou a permitir sócios não certificados nessas estruturas.
(Fonte: revista Exame - 03.08.2016 / jornal Valor online 01.12.2016 / 11.05.2017 / Empiricus PRO - 02.12.2016 / jornal Valor - 14.03.2018 / 13.06.2018 / Inversa-Cesta&Fundos - 06.12.2019 / Valor - 11.12.2019 / InfoMoney - 31.03.2020 / Valor Investe - 16/07/2020 / 19.10.2021 / Forbes Brasil - 07.01.2022 / Valor - 03.05.2023 / 10.08.2023 - partes).
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