As fornadas do pão italiano cascudinho, nos formatos redondo ou filão, atraíam pequenas multidões à Basilicata Pão Empório e Restaurante (homenagem à região da Itália meridional, que fica ao norte da Cabrália?), misto de padaria e empório tradicional do Bixiga, o bairro Bela Vista, na capital paulista. Quem mora no bairro se acostumou a ver o lugar apinhado nos fins de semana e a ouvir a mesma pergunta: como pode caber tanta gente em uma loja tão pequena? Também colaboravam para a área de 50 metros quadrados parecer ainda menor as paredes, geladeiras e vitrines forradas de ingredientes como azeites, queijos, massas, molhos, vinhos, doces, biscoitos...
O local como conhecíamos fechou as portas no domingo, 12 de março de 2017. O estabelecimento reabriu para o público na mesma calçada, no número 596 da Rua Treze de Maio, com o nome Basilicata - Pão, Empório e Restaurante. Bem maior que o velhusco ambiente da padaria, o novo espaço conta com 160 metros quadrados e junta o imóvel contíguo da família, onde antes da reforma os pães eram fatiados e embalados (e no qual alguns dos integrantes do clã viveram no passado), a uma outra casa de dois pisos.
O negócio surgiu em 1914, mas não é o ponto mais antigo do gênero na capital. A padaria pioneira é a Santa Tereza, fundada em 1872, no centro (vide origem da marca Santa Tereza neste blog).
“Os padeiros e leiteiros tinham a chave de casa e entravam de madrugada para o trabalho. Eles entregavam pães para todos os casarões da Avenida Paulista”, conta Lorenti. “Os cavalos eram tão condicionados que, diz a lenda familiar, quando o entregador descia para bater na porta de alguém e entregar o pão, o cavalo já ia sozinho para a próxima residência – porque conhecia o itinerário.”
A Basilicata está atualmente sob o comando da quarta geração de descendentes do fundador Filippo Ponzio: Toninho Laurenti, Nicola, Vittorio e Angelo Lorenti formam o grupo - a grafia do sobrenome pode variar, como explica o livro Padaria Basilicata (Editora Senac), lançado à época do centenário.
“Os padeiros e leiteiros tinham a chave de casa e entravam de madrugada para o trabalho. Eles entregavam pães para todos os casarões da Avenida Paulista”, conta Lorenti. “Os cavalos eram tão condicionados que, diz a lenda familiar, quando o entregador descia para bater na porta de alguém e entregar o pão, o cavalo já ia sozinho para a próxima residência – porque conhecia o itinerário.”
A Basilicata está atualmente sob o comando da quarta geração de descendentes do fundador Filippo Ponzio: Toninho Laurenti, Nicola, Vittorio e Angelo Lorenti formam o grupo - a grafia do sobrenome pode variar, como explica o livro Padaria Basilicata (Editora Senac), lançado à época do centenário.
O investimento nesta nova fase do estabelecimento, calculam os donos, chega a 2,5 milhões de reais. Com a modernização (ou descaracterização para alguns), as críticas dos mais nostálgicos são inevitáveis. "Se tivéssemos nos mantido no passado, ainda venderíamos vassoura e pastas de dentes", provoca o sócio Angelo Lorenti.
Com projeto arquitetônico do modernoso SuperLimão Studio, o novo ambiente ficou bem confortável, ainda que despido daquela atmosfera genuína de décadas atrás. O teto é recoberto de pás de padeiro e a decoração exibe relíquias como a balança e a caixa registradora restauradas. Na área do empório, os produtos não parecem mais amontoados. Em vez disso, ocupam prateleiras espaçadas, e a oferta foi incrementada com sorvete e até bacalhau congelado. Atendendo a uma antiga demanda do público, a área passou a contar também com mesinhas, onde é possível comer a tradicional sfogliatella com e expresso Illy ou mordiscar um sanduíche de porchetta na ciabatta, novidade do cardápio. No piso superior fica o restaurante, estabelecimento inédito no histórico da família e o grande novo orgulho dos sócios.
Quem cuida do forno e fogão é o chef Rafael Lorenti, nascido em 1989. Na árvore genealógica, o rapaz, formado em gastronomia pela Anhembi Morumbi, é filho de Angelo e integra a quinta geração do clã. Seu menu foca o sul da Itália e tenta escapar das receitas servidas em porções gigantes na vizinhança cantineira. Apesar do cardápio mais atualizado, o jovem diz que teve o aval dos mais velhos. "A nonna apinou em tudo", jura.
(Fonte: revista Veja São Paulo (por Saulo Yassuda) - 15.03.2017 / O Estado de S.Paulo./IstoÉDinheiro - 30.06.2019 - partes)
Quem cuida do forno e fogão é o chef Rafael Lorenti, nascido em 1989. Na árvore genealógica, o rapaz, formado em gastronomia pela Anhembi Morumbi, é filho de Angelo e integra a quinta geração do clã. Seu menu foca o sul da Itália e tenta escapar das receitas servidas em porções gigantes na vizinhança cantineira. Apesar do cardápio mais atualizado, o jovem diz que teve o aval dos mais velhos. "A nonna apinou em tudo", jura.
(Fonte: revista Veja São Paulo (por Saulo Yassuda) - 15.03.2017 / O Estado de S.Paulo./IstoÉDinheiro - 30.06.2019 - partes)
Ambiente do Empório Basilicata, na Bela Vista / Divulgação
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