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5 de out. de 2011

Benjamin Abrahão (padaria)

          Benjamin Abrahão nasceu em Franca, no estado de São Paulo, em 8 de janeiro de 1925. 
Começou sua carreira no ‘mundo das delícias’ cedo: seu primeiro emprego, com apenas dez anos, foi como Auxiliar de Confeiteiro na Padaria Ivone.
          Três anos mais tarde assumiu o posto de Confeiteiro Chefe. Desde então passou a frequentar as casas do ramo mais conceituadas, estando sempre atento a seus grandes mestres: conceituados confeiteiros de origem sueca e alemã. E assim Benjamin foi buscando o aperfeiçoamento do seu trabalho.
          Aos 19 anos foi convocado pelo serviço militar, período que poderia ter comprometido a evolução da sua carreira. Mas a sorte estava ao seu lado: preparava para o capitão seus melhores doces. Então, ao sair do exército retomou seu trabalho na Padaria Ivone e, para aumentar seu rendimento, trabalhava de engraxate nas horas vagas.
          Benjamin mudou-se para Ponta Porã. Lá abriu seu primeiro estabelecimento comercial: uma petisqueria que vendia doces e salgados. Em frente havia o Bar e Restaurante Royal, na ocasião administrado por Maria Luisa: uma espanhola que era conhecida por sua grande habilidade na cozinha. A pequena rivalidade só os uniu e depois Benjamin casou-se com sua maior concorrente. O ano considerado como ano de fundação da rede de padarias é 1942.
          Após algum tempo, o casal, já com as filhas Shirlei e Mara, estabeleceu-se no bairro Barra Funda na cidade de São Paulo. Era o momento de recomeçar: Benjamin alugava um forno todas as noites para fazer doces e salgados que seriam vendidos na feira do dia seguinte. A banca foi batizada de "La Espanhola" em homenagem a sua esposa. Tanto os cuidados empregados na higiene quanto a qualidade já eram reconhecidos pela clientela.
          Após algumas ‘barracas’ nas feiras, o casal abriu sua primeira padaria: La Espanhola (estabelecimento que não pertence mais à família). Devido ao grande sucesso do primeiro estabelecimento na capital paulista, em seguida (no ano de 1976) inauguraram a Padaria Barcelona, na Praça Vilaboim. Já em 1987, a Mundo dos Pães situada na Rua Maranhão do Bairro Higienópolis foi inaugurada por Fernando Henrique Cardoso (na época senador). Benjamin fez questão de construí-la para suas filhas, genros e netos, que a administram desde a inauguração.
          O “toque brasileiro” de Benjamin Abrahão ao fazer pães e doces conquistou vários países como Rússia, Filipinas, Alemanha, onde ministrou cursos. Outra prova do seu grande sucesso são os livros e artigos publicados em jornais e revistas no mundo inteiro.
          O falecimento de Benjamin em 2001 foi o momento mais difícil para a família: continuar sem o patriarca e o super vovô era um grande desafio. Com muita união todos seguiram em frente para levar o seu legado adiante. O pequeno Felipe Benjamin, com apenas 15 anos na época, para suprir a tristeza da partida do avô resolveu assumir o posto de Chefe da Produção, profissão que já praticava desde os cinco anos de idade, quando acompanhava Benjamin pelas padarias.
          A história de sucesso prosseguiu, com a inauguração de mais dez unidades da Benjamin Abrahão em São Paulo. Em 2007 a consolidação de uma grande homenagem ao patriarca da família foi a construção da unidade Benjamin Abrahão Jardins.
          Em agosto de 2015, fundos criados pelos bilionários Jorge Paulo Lemann e Abilio Diniz (agora parceiros de negócio) compraram uma fatia na rede de padarias Benjamin Abrahão, em São Paulo. O negócio foi feito por meio de uma parceria entre o fundo Península (de Abilio), Ocean e Innova Capital (criado por Lemann).
          Criada com a esperança de ser a maior rede nacional de padarias do país, a Benjamin (agora sem Abrahão no nome) ajustou seu plano de negócios. A ideia de Abilio e Lemann é planejar novos formatos enfatizando a marca Benjamin mas conservando as origens da padaria. O modelo mais similar a uma coffee shop faz especialistas compararem a loja a um mix entre a rede americana Panera Bread e a belga Le Pain Quotidien. A rede serve café da marca Orfeu. As seis unidades em universidades foram reduzidas para duas, uma na PUC de São Paulo e outra no Mackenzie. A Rua Pamplona, em São Paulo, recebeu uma loja da rede.
          Com a definição do novo modelo, uma nova estrutura de capital também foi criada. A família fundadora Benjamin Abrahão deixou o negócio nos primeiros meses de 2017. O neto do fundador, Felipe Abrahão, também deixou a companhia, onde estava envolvido com a produção industrial desde 2001. Rita de Cássia Coutinho, que ajudou na negociação para aquisição, deixou a área operacional e foi para o conselho de administração. André Piva, vindo da Innova Capital, assumiu a presidência no final de 2016. A Península tornou-se o acionista controlador após o acordo.
          Com dados relativos a maio de 2018, a Benjamin tem 23 unidades, todas em São Paulo.
(Fonte: site da empresa / UOL Economia - 26.08.2015 / jornal Valor - 09.08.2017 - partes)

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