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2 de out. de 2011

Taurus Armas (ex-Forjas Taurus)

          A fabricante de armas Taurus, Forjas Taurus S.A., foi fundada em 1939 em Porto Alegre e nos primeiros anos atuou como uma fábrica de ferramentas. Produzia também peças forjadas. Depois da Segunda Guerra Mundial, passou a produzir revólveres.
          No início da década de 1970, foi vendida para a americana Smith & Wesson. Mas os americanos não gostaram do negócio e, em 1977, decidiram revendê-lo para três diretores brasileiros - Luis Fernando Costa Estima, Carlos Murgel e Hebert Haupt. Estima é o único que continua até hoje: detém o maior número de ações com direito a voto, 35% do total.
          Em 1982, a Forjas Taurus abre o capital e passa a negociar ações na Bolsa de Valores de São Paulo.
          A companhia cresceu durante muitos anos, ajudada pelas restrições à importação e à instalação de fábricas de concorrentes estrangeiros no país. Mas, a partir de 1995, com o aumento da fiscalização na venda de armamentos e a proibição da propaganda, as vendas começaram a cair. A Taurus, então, resolveu diversificar. Passou a fabricar máquinas industriais, ferramentas, contêineres, capacetes para motociclistas e coletes à prova de bala.
          Em 2012, a Taurus vende sua subsidiária de máquinas e ferramentas para a metalúrgica SüdMetal, do empresário Renato Conill, que foi lobista da Taurus junto ao governo na votação do estatuto do desarmamento, em 2003. Uma consultoria contratada pelo conselho anterior apontou irregularidades nesse negócio.
          Em 2013, Estima negociou a entrada da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), maior fabricante de munição do país, no capital da empresa: vendeu parte de suas ações à CBC, que comprou outras no mercado até ficar com 15% de participação. Assim, Estima, CBC e outros acionistas passaram a ter maioria no conselho.
          Em meados de 2014, a Taurus enfrentava um conjunto nada simples de problemas. Sócios em guerra, mais concorrência - a austríaca Glock e a checa CZ planejavam instalar fábricas aqui -, dívida em alta e a pior de todas, para a imagem da empresa: a Polícia Militar de São Paulo parou de usar, temporariamente, 98.000 pistolas da Taurus, depois de algumas terem disparado sozinhas.
          Em 2015, a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) assume a Taurus, então uma monopolista em grave crise financeira e de imagem. Após a compra, foi dado início a uma reestruturação, em que a empresa fechou duas das três fábricas, concentrando a produção em São Leopoldo (RS).
          A empresa colocou à venda ativos – como um terreno em Porto Alegre e sua produção de capacetes, acreditando que com isso reduziria o endividamento em 2019.
          Em meados de janeiro de 2019, sob a presidência de Salesio Nuhs, a Forjas Taurus anunciou a mudança em sua razão social para Taurus Armas S.A. A empresa informa que a expressão “Forjas” se trata de uma atividade que não exerce mais. A princípio, a intenção da empresa era eliminar apenas o “Forjas” e passar a se chamar Taurus S.A. Ao encaminhar o pedido de registro à Junta Comercial do Rio Grande do Sul, porém, houve exigência de complementação da denominação social e, assim, a empresa se tornou Taurus Armas.
          Em janeiro de 2020, a Taurus Armas assinou acordo definitivo com a siderúrgica indiana Jindal Group para criação de uma joint venture que permitirá a fabricação e comercialização de armas na Índia. A associação, que foi autorizada pelo Conselho de Administração após estudos de viabilidade, prevê condições precedentes. A assinatura do acordo aconteceu durante a missão comercial do governo Bolsonaro na Índia.
          A Taurus tem sua matriz em São Leopoldo, Rio Grande do Sul e fábrica na cidade de Bainbridge, nos Estados Unidos.
(Fonte: revista Exame - 23.07.2014 / IstoÉDinheiro - 19.01.2019 / ElevenFinancial - 27.01.2020 - partes)

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